“Abençoado São os Poetas Nordestinos, Que Externam o Que
a Gente Sente e Dizem o Que a Gente Tem Vontade de Dizer”.
(Josa Rabelo)
CRÍTICA
CULTURAL
Eu
prefiro escutar um repentista
Fazer
verso e cantar suas canções
Ao
invés de escutar banda aviões
Pois
a mim essa banda não conquista.
Eu
sou mais relembrar Dimas Batista
Que
hoje faz seu repente lá no céu
Do
que ouvir essa música do creu
Que
só tem desrespeito e baixaria
Diferente
da nossa cantoria
Que
já deu a Valdir muito troféu.
Essa
"infica" cantada no momento
Só
tem letra imoral e fuleragem
Não
nos passa cultura nem mensagem
Por
que tem um teor muito nojento
Essa
mesma não fala em sentimento
Só
degrada a imagem do forró
Bem
distinta do verso de Dió
Que
nos fala de amor e de desejo
Nem
exalta o guerreiro sertanejo
Que
foi tema dos versos de Filó
Eu
não troco o forró das Severinas
Pelo
ritmo tocado na balada
Nem
escuto essa tal saia rodada
Que
não mostra a riqueza das campinas,
Nem
descreve as belezas nordestinas
Que
nos servem de grande inspiração
Pra
fazer em soneto a descrição
Como
faz nosso Zé de Mariano
Que
através do seu verso soberano
Dá
destaque a cultura do sertão.
Não
sou contra a quem quica na latinha
Mas
não curto esse jeito de dançar
O
que eu curto é “apreço ao meu lugar”
Grande
obra de um vate da terrinha:
Matricó,
tabirense, gente minha,
Descendente
de Albino um lutador,
Menestrel,
um poeta glosador
E
também muito bom no bacamarte,
Seguidor
desse estilo e dessa arte,
Preservando
isso tudo com amor.
Não
me atrai essa dança do kuduro
Nem
o ritmo da tal dança da rã
Me
perdoe quem das mesmas seja fã
Esse
tipo de coisa eu não aturo.
Isso
tudo pra mim é sem futuro
Pois
eu gosto é de ver Dedé Monteiro
Recitar
com seu jeito verdadeiro
Seus
poemas de amor a nossa terra,
O
matuto valente, o pé-da-serra
E
o valor deste chão pajeuzeiro.
ENIEL ALVES, Tabira-PE