JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

quarta-feira, 23 de junho de 2010

HOMENAGENS PÓSTUMAS A DINIZ VITORINO

Poetas homenageiam Diniz Vitorino




– falecido em 05/06/2010 -















Naturais, Eruditos ou Barrocos,

todo estilo acentava pra Diniz.

Outros astros pra terem seus perfís,

se acaso existir, existem poucos.

Como todos os gênios que são loucos,

ele tinha uns sintomas de loucura...

Pra poder ter direito à sepultura,

pelas mãos de terceiros foi comprada...

A viola no torno, a voz calada,

E uma mancha de luto na cultura



(Diomedes Mariano)







Dia cinco, num transe de emoção,



De repente, uma nota triste diz:



“O agreste ficou sem seu Diniz,



Lourinaldo ficou sem seu irmão,



O repente ficou na contramão



E o nordeste ficou na amargura”.



Dos seus versos repletos de doçura,



Resta, agora, depois do tudo ou nada,



A viola no torno, a voz calada



E uma mancha de luto na cultura.



(Dedé Monteiro)







Não tem mais o poeta cantador



De voz rouca, verso denso, boa prosa.



Que narrava a beleza de uma rosa



E a magia do minúsculo beija-flor.



Com bravura DINIZ foi um lutador,



Combateu com firmeza a ditadura,



Condenou qualquer tipo de censura,



Sua aurea será sempre iluminada,



A viola no trono, a voz calada,



E uma mancha de luto na cultura.



(Ademar Rafael)







Que o Poeta Diniz foi genial

Não precisa que’u diga, nem que’u mande.



Eu só sei que o seu verso era tão grande

Que cabia apertado no plural.



Seu pensar lapidado e natural

Fez de cada poema uma moldura

Pra deixar a imagem da ternura

Como a sua viola pendurada.



A viola no torno, a voz calada,

E uma mancha de luto na cultura.



(Zé Adalberto)







Uma fábrica de versos na cachola,

Jóias raras da boca despejava

Quando a tantas plateias encantava

Com a voz e o som triste da viola.

Para tanto saber não teve escola,

Teve arte foi divina, quase pura.

Gênio poeta que jaz na sepultura

E nos deixa, ao findar sua jornada:

A viola no torno, a voz calada

E uma mancha de luto na cultura.

(Clênio Cordeiro)







Cantador, sonetista absoluto,

Seu repente brotava o sentimento,

No soneto mostrava o monumento,

Sobre a forma do verso mais astuto.

Cada canto do peito está de luto

Pelo Vate Diniz, flor de candura,

Cada verso mostrava a essência pura

Dum poeta de verve delicada.

A viola no torno, a voz calada,

E uma mancha de luto na cultura.

(Gilmar Leite)







São dezenas de livros e CDs,



São centenas de décimas e sonetos,



Parcerias em trios e duetos,



Festivais, comissões e comitês.



Enfrentando bandejas e cachês,



Aos maiores do gênero se mistura.



Eis, portanto, os perfis da criatura



Que, pós túmulo, é homenageada:



A viola no torna, a voz calada



E Uma mancha de luto na cultura.



(Donzílio Luiz)







O Diniz para mim foi uma ponte



Entre os clássicos gregos e o Sertão.



Eloquente e preciso na expressão,



Quando o verso avistava no horizonte,



Sua voz o jorrava como a fonte



De Castália cantando uma água pura.



Cantou como ninguém a mãe Natura



Que o recebe pra mais uma jornada.



A viola no torno, a voz calada



E uma mancha de luto na cultura.



(Júnior do Bode)















Quantos versos de amor deixou escritos,



Quantas vezes a mãe já exaltou.



Muitas vezes sofrendo por amor,



Escreveu uns sonetos tão bonitos!



Tantos versos pensados e não ditos,



Representam, talvez, a alma pura



Do poeta tão cheio de ternura,



Mas que hoje já não escreve nada.



A viola no torno, a voz calada



E uma mancha de luto na cultura.



(Verônica Sobral)







Foi Diniz Vitorino quem cantou



Vale, serra, penhasco e culminância,



Constelados, espaço e rutilância;



Escreveu relatando o que sonhou.



Belos quadros poéticos desenhou,



Demonstrando obra prima na pintura.



Tem agora o jazigo por clausura,



Último ponto da vida interditada.



A viola no torno, a voz calada



E uma mancha de luto na cultura.



(Chico Ivo)







Hosana a Diniz







Quando morre um poeta não se chora,



Anjo santo prepara o salão



E afina a viola p’rum baião,



Vai chamar poesia que ali mora.



E de branco vestida essa senhora



Esperando o cortejo no portão



O feliz criador lhe dá a mão



Quem dos dois qual seria o mais contente?



E o céu se transforma de repente



Em hosana a Diniz para o mourão...



(Alberto Oliveira)







Sem Diniz o Sertão falta um pedaço,

Na poesia ficou uma lacuna.

Tão difícil encher essa coluna

Do vazio deixado nesse espaço.

Mas o amor do poeta ao seu regaço

Deixa versos soberbos na quentura.

Seu retrato pintado na moldura

Mostra a vida real da caminhada.

A viola no torno, a voz calada

E uma mancha de luto na cultura.



(Antônio Neto)











DINIZ



Um mistério envolto em fino véu:

Quando morre um poeta no sertão

uma luz se apaga aqui no chão,

uma estrela se ascende lá no céu.



Cala a voz, mas propaga-se o verso

como um eco que soa após o grito.

Queda o corpo a compor o arenito

e a essência se eleva ao universo.



Certamente é assim com o Diniz,

que cantou e encantou o quanto quis,

num encontro de múltiplos duetos.



Apagou-se entre nós a sua vela,

mas firmou-se e entre tantos já constela

cintilando brilhante em seus sonetos.

(Paulo Matricó)



















SONETO PARA DINIZ VITORINO







Quem falou que o sertão não é bonito



Desconhece as belezas naturais;



Quem falou que não curte amor e paz



Não conhece a dureza de um conflito.







Quem não curte a ternura de um bendito



É porque não possui credenciais;



Quem falou que não ama os animais



Possui um coração bastante aflito.







Quem falou que não ama poesia



Desconhece a beleza e a magia



De quem fez o melhor, com alma inquieta.







Não possui nessa vida um bom sentido.



Quem falou que Diniz tinha morrido



Desconhece a grandeza de um poeta.



(Moreira de Acopiara)



























Imortalidade







Ontem mesmo encontrei um certo amigo,



Mas o “papo” não foi muito feliz.



Ele disse da morte de Diniz



E eu voltei feito um louco ao meu abrigo...







No caminho eu pensava, só comigo:



“Não, não pode ser sério o que ele diz.



E se Deus, lá no céu, for bom juiz,



Não dará à poesia tal castigo.”







Já em casa notei que era mentira



Pois seu livro, que eu tenho, não sumira



Duma estante de livros bem seleta...







Então, calmo, pensei: “cabra atrevido,



Quem falou que Diniz tinha morrido,



Não conhece a grandeza do poeta!”



(Vinícius Gregório)











DINIZ VITORINO







O Diniz, poeta, eu não conheci!



Como não? Se os “seus versos são doçura”



Como disse o Dedé! Que é de “alma pura”



Diz Verônica. “Hosana”: o Alberto eu li!







Chama-o “Fábrica de Versos”, o Clênio!



E o Gregório “a grandeza do poeta”



Canta! E “áurea”, Ademar, usa e completa!



O Diomedes Mariano chama-o “gênio”!







“São centenas” (Donzílio) “seus sonetos”,



Gilmar: o “sentimento em seu repente”,



Falam! E o Júnior o chama de eloqüente!







Matricó lembra “seus múltiplos duetos”!



Zé Adalberto: “Genial”!. Chora o sertão!



E eu não o conheci! Não? Como não?!?



(João Alderney)