JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

quinta-feira, 28 de julho de 2011

ISMAEL GAIÃO

CONDADO NOS TEMPOS
DE BROGODÓ
 
Em pleno Dois Mil e Onze,
Que é Século Vinte Um,
Condado vive um atraso,
Jamais visto em tempo algum.
Com as ruas às escuras
E o “Patássio” às obscuras,
Criando o maior zum zum. 
 
Não vejo em canto nenhum,
Do Recife ao interior,
O povo viver no escuro,
Seja no lugar que for...
Mas Condado, meu xodó,
Só ganha pra Brogodó
Porque já tem gerador.  
 
Além de mau pagador,
O “Patássio” é boateiro,
Pois botou carro de som,
Pra mentir o dia inteiro.
Não paga as contas que deve,
Mas no discurso se atreve
A negar que é caloteiro. 
 
Pegando o nosso dinheiro,
Com ele faz indecência,
Pois desconta dos salários,
Mas não paga à Previdência.
E nas contas da Compesa,
Eu não conheço uma reza
Pra cobrir a inadimplência. 
 
E assim, Sua Excelência,
Vai maltratando Condado,
Que vê a Celpe chegar
E deixar tudo apagado.
Só falta o mau pagador
Inaugurar gerador,
Como em “Cordel Encantado”. 
 
Lembro que lá no passado,
Quando eu era criancinha,
Existia um gerador,
Pois energia não tinha.
Mas pra nós a novidade
É ver a nossa cidade
Voltar a ser Goianinha. 
 
Só nos falta “Ternurinha”,
Pra ser a Primeira Dama,
Pois até na Rede Globo
Condado já ganhou fama.
E hoje a pior maldade
É ver a nossa cidade
Sendo jogada na lama. 
 
A terra que a gente ama
Era pra ser respeitada,
Mas nas mãos dum caloteiro
Vive desmoralizada.
Que falta de compostura!
Pois, até a prefeitura
Também teve a luz cortada.  
 
Já não se liga pra nada
Na sua gestão bizarra.
E nas suas atitudes,
Sempre ao mal feito se agarra.
Pra mostrar o quanto é fraco,
Já fez até um “macaco”
E botou uma gambiarra. 
 
Só quer governar na marra,
Com ódio e caluniando.
E em suas demagogias
Em todos vai atirando,
Pois quer cobrir seus defeitos
Culpando os outros prefeitos
Que não estão mais governando. 
 
Ele só não tá lembrando
Que é seu segundo mandato.
E que ninguém mais aguenta
De vez em quando um boato.
Com ruas na escuridão,
A nossa população,
Mais uma vez, paga o pato.  
 
Esse quadro é o retrato
D’uma administração
Que nunca teve Respeito
Por nossa população.
É algo tão decadente,
Que para qualquer vivente
Parece com ficção. 
 
Não tem iluminação
Nas praças do meu Condado
E o ginásio de esportes
Também está apagado.
Prejudicando os feirantes
E os outros comerciantes,
Não se tem luz no mercado.  
 
Com o campo desligado
Não temos mais futebol.
Quem quiser jogue de dia
Ou quando tem arrebol.
E para se andar na rua
Ou se tem noite de lua
Ou se carrega um farol.  
 
De dia é bom que tem sol,
Mas de noite a coisa muda.
Quem escutou na TV
Disse: é mentira cascuda!
Vejam só, quantas mazelas,
Pois feirantes usam velas,
Vendendo ao Deus nos acuda. 
   
Meu amigo, não se iluda,
Pois aqui o ato é sério.
Pra onde o dinheiro vai
Ninguém sabe, é um mistério.
Condado na escuridão,
Só não tem assombração,
Mas parece um cemitério. 
 
Como no tempo do Império,
Lá do “Cordel Encantado”,
É grande a desilusão
Para quem vive em Condado.
E o “Patássio” forasteiro,
Que deu sumiço ao dinheiro,
Deixa a gente nesse estado.  
 
Se o povo fosse ajudado
Pelo “bando cangaceiro”
Do “Capitão Herculano”,
Que é um grande justiceiro,
Ou então se “Zói Furado”
Ficasse do nosso lado
Logo se via o dinheiro. 
 
Já vimos que aventureiro,
É capaz do impossível.
Como o carrasco “Timóteo”,
Que praticou ato horrível,
O “Patássio” de Condado
Também quer ser transformado
Pra ser um “Rei”, “O terrível”. 
 
Aqui não será possível,
“Rei Augusto” não vem cá.
Nem existe um “Batoré”
Como aquele que tem lá.
Só tem o disse me disse,
Mas não temos “Doralice”
Pra se vestir de “Fubá”,  
 
Quem veio do Ceará,
Aqui fez um paradeiro,
Para transformar Condado
Num imenso picadeiro.
Como se fosse em “Seráfia”,
Parece um chefe de máfia
Dando sumiço ao dinheiro.  
 
Mas o fato é verdadeiro,
Aqui não é ficção.
E não se tem “Jesuíno”
Pra ser nossa salvação.
Ainda bem que se vê,
Pelo NE TV,
A nossa a situação. 
 
Ao ver na televisão
Condado sem energia,
Eu pensei: é o fim do mundo,
Se não for, tá perto o dia!
Sei que Condado vai mal,
Mas não pensei num final
Pior do que parecia. 
 
Há muito tempo eu previa
Que seria desse jeito,
Que queriam a prefeitura
Só para tirar proveito.
Mas eu não acreditava,
E juro, não esperava,
Tanta falta de RESPEITO.
 
Recife, 20 de julho de 2011.

POETA HÉLIO FERREIRA

AS ESTRADAS DO PAJEÚ

O povo da região de Afogados da Ingazeira tem sofrido com o descaso público com as estradas regionais. Muita gente de lá já fez manifesto, mas, parece que nosso governador não viu, não ouviu, não sentiu. Quando vejo os lamentos do povo do pajeú e a cara das estradas, fico “um tanto quanto envergonhado” de ter votado em Eduardo Campos, que faz de maneira geral uma boa administração, com desempenho que pode projetá-lo nacionalmente, mas, parece que se esqueceu do pajeú, celeiro da poesia e de tantos outros grandes valores. Pedindo permissão a alguns mestres da poesia que já fizeram alguns apelos e pedidos poéticos ao governador de Pernambuco, peço que deixem-me que agora, sem ter conhecimento de métrica e de poesia como eles, apenas de causa e efeito, fazer um desabafo em verso. Segue “ao nosso governador”:

NINGUÉM AJEITA A ESTRADA

Nem o deus da poesia
Nem promessa de beata
Nem açoite de chibata
Nem a própria rebeldia
Nem a força da alquimia
Nem assim foi eficaz
Ninguém mais sabe o que faz
De nada adianta nada
Ninguém ajeita a estrada
Nem o neto de Arraes

Nem o voto foi capaz
Nem a “politicaiada”
Ninguém dá jeito na estrada
Nem no neto de Arraes
Voto dado é voto jaz
Não desfaz está sem jeito
Se não foi dado direito
Só resta a decepção
Mais uns buracos no chão
A esperar novo pleito

Mas a cara do eleito
Que vai pra televisão
Não tem nenhum arranhão
Buraco ou ruga ou defeito
Com o riso todo satisfeito
Diz que vai ser muito mais
Diz o que fez e o que faz
Diz que é daqui pra melhor
Mas o sertão está pior
Do que uns tempos atrás

Petrolina/PE, 17/07/2011
Hélio Ferreira

MULHER QUE MUITO REBOLA
UM DIA PODE CAIR... (Ou no chão ou na lábia)

Usa tomara que caia
Toda mulher assanhada
De bunda arrebitada
Vai no caminho da praia
Ela roda tanto a saia
Que faz a saia sair
Que ela desiste vestir
O seu corpinho de mola
Mulher que muito rebola
Um dia pode cair

Se for usar fantasia
Pra dançar no carnaval
Só usa um fio dental
Mostrando sua euforia
Pula dentro da folia
Para o seu corpo exibir
Faz um bambolê bulir
Quebra cintura na argola
Mulher que muito rebola
Um dia pode cair

Não tem dia nem hora
É sempre no salto alto
Na buraqueira do asfalto
Na rua onde ela mora
Não tem problema, ignora
Se um buraco surgir
Seu salto vai resistir
Não quebra nem se atola
Mulher que muito rebola
Um dia pode cair

Nunca sofreu tropeços
Anda pra qualquer lugar
Da cabeça ao calcanhar
Está cheia de adereços
Que se ela botar preços
Vai ser loja de souvenir
Bota batom pra dormir
Não tira os brincos de angola
Mulher que muito rebola
Um dia pode cair

Desperta os olhares
Na rua quando passa
Quando sacode na praça
Joelhos e calcanhares
Não liga pros polegares
Nem as mãos do aplaudir
Se for para iludir
Num escuta nem corriola
Mulher que muito rebola
Um dia pode cair

Petrolina/PE, 24/07/2011
Hélio Ferreira

FESTA DE JABITACÁ 2011

QUINTAL DA CANTORIA TRÁS CONGRESSO DE VIOLEIROS

CONGRESSO EM HOMENAGEM AO QUINTAL DA CANTORIA ACONTECE NESTA QUINTA
São José do Egito realiza nesta quinta, dia 28, o Congresso de Violeiros do Pajeú e Cariri,  em homenagem ao 72º Quintal da Cantoria, que foi idealizado pelo Poeta e Cantor Delmiro Barros. O evento celebra os seis anos do Quintal da Poesia, sempre foi realizado no Marcellu's Bar.
 
 
A Programação começa às 8 da noite, com exposição de Cordéis e participação dos declamadores Iago Tales, Felizardo Moura, Nenê de Santa e  Mariana Teles. O espetáculo dos cantadores terá a apresentação de Nenê Patriota.Estão confirmadas as duplas Ivanildo Vila Nova e João Paraibano, Raimundo Caetano e Rogério Menezes; Valdir Teles e Jonas Bezerra, Raulino Silva e Sebastião Dias, Zé Viola e Afonso Pequeno, Adelmo Aguiar e Denilson Nunes.
 
Os prefeitos José Vanderlei (Brejinho)  e Adelmo Moura (Itapetim) , Evaldo Campos (Credipajeú), Antonio de Catarina, Antonio Andrade e  Zé Marcos estão entre os parceiros  do  evento. Ainda arretado com a Fundarpe, acusada de atrasar repasses de cachês, Delmiro Barros, organizador do evento, garante que o Quintal, orçado em R$ 14 mil não vai precisar de apoio do poder público. "O evento já existe desse jeito, sem esse tipo de patrocínio faz seis anos", disse. As informações são de Marcelo Patriota.
 
Por Nill Júnior