JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

terça-feira, 23 de novembro de 2010

VERSOS DE ALDO NEVES NO ENCONTRO DA "RABELADA" SÁBADO E DOMINGO, DIAS 19 E 20 DE NOVEMBRO DE 2010

O POETA ALDO NEVES FEZ ESSA OBRA PRIMA NO ALPENDRE DA CASA, DE SÍTIO, DE TEREZINHA RABELO...


ESSE ALPENDRE POR NÓS É VISITADO
E ESSA CASA TÃO SIMPLES FICOU BELA
ONDE O VENTO PENETRA NA JANELA
LAGARTIXAS PASSEIAM NO TELHADO
ENCONTREI UMA IMAGEM DO PASSADO
ENCOSTADO A UM CHIQUEIRO DE GALINHA
E BEM PERTINHO DA PORTA DA COZINHA
A PANELA POR FOGO JÁ TINGIDA
TUDO QUANDO FAREMOS NESTA VIDA
É EM TORNO DE DONA TEREZINHA
(ALDO NEVES)

... NA CALÇADA DE DONA TEREZINHA RABÊLO FOI ASSIM...

OUTRO ENCONTRO VAI SER MUITO CUSTOSO
MISTURANDO A RESSACA COM BEBIDA
VENDO A PRAÇA ENFEITANDO A AVENIDA
E COM DIRCEU NUM DISCURSO MAJESTOSO
ELE ALÉM DE POETA É CAPRICHOSO          
E O SEU PESO DE VERSOS DEU NO MEU
UMA ESTRELA SUBIU O CÉU DESCEU
N O SEMBLANTE ENRUGADO O CHORO INVADE
E TODO MUNDO SOLUÇA COM SAUDADE
NA SÁIDA DO POVO DE DIRCEU


MOTE: FICA O DIA MAIS BONITO
            NA PRESENÇA DE DIRCEU
GLOSA: ALDO NEVES






DIRCEU JÁ NASCEU FORMADO
NAS AULAS DA NATUREZA
VENDO UM CÃO QUE AMOLA A PRESA
SENTINDO UM PEBA ENCOVADO
O VENTO ESFRIANDO O PRADO
DEPOIS QUE AMANHECEU
MEIO DIA O SOL PENDEU
E UM NAMBU DEU UM APITO
FICA O DIA MAIS BONITO
NA PRESENÇA DE DIRCEU

QUEM NASCEU NA MINHA TERRA
OUVIU  CHOCALHO TOCANDO
JÁ VIU VAQUEIRO ABOIANDO
PERTO DO SOPÉ DA SERRA
VENDO UM DIA QUE SE ENCERRA
E DEPOIS QUE ESCURECEU
TRAVESSOU RIO  QUE ENCHEU
PENDURADO NUM CAMBITO
FICA O DIA MAIS BONITO
NA PRESENÇA DE DIRCEU

DIRCEU DEIXOU SUA CAMA
PARTIU COMO VETERANO
NÃO VAI PASSAR MAIS UM ANO
SEM VIR Á TUPARETAMA
ONDE O VERSO SE DERRAMA
IGUAL COPO QUE ENCHEU
QUE O DONO LHE ESQUECEU
MAIS DEPOIS FICOU AFLITO
FICA O DIA MAIS BONITO
NA PRESENÇA DE DIRCEU

SONETO DE ZÉ ADALBERTO


PISTOLEIRO!!!


CEGO DE GANÂNCIA QUE TÊM COMO GUIA
O DINHEIRO SUJO SEU MAIOR TRIBUTO
ANDA ACOBERTADO PELA COVARDIA
DERRAMANDO SANGUE E ESPALHANDO LUTO

APÓS CADA ATO DE SELVAGERIA
RETORNA AO MANDANTE RECEBE E ASTUTO
SAI DE BOLSO CHEIO E DE ALMA VAZIA
DEVENDO A JESUS E SEM PAZ UM MINUTO

ÁGIL NO GATILHO, FRIO NA TOCAIA
EM SUA EMBOSCADA NÃO HÁ QUEM NÃO CAIA
NÃO É AUTUADO, MAIS MATANDO ATUA

NAS ALTAS CALADAS AGE ÁS ESCONDIDAS
FECHANDO NEGÓCIOS, PONDO PREÇOS EM VIDAS
DEUS ESTÁ SABENDO QUANTO CUSTA A SUA...

SONETO E VERSOS DE MARIANA TELES






A poetisa fez para o seu pai, Valdir Telles, esa obra prima da poesia?




Hoje eu volto meu pai,buscando abrigo
Embalada por dores e tormentos
A saudade guiando os passos lentos
Que o corpo dirige ao lar antigo

Os fracassos meu pai,voltam comigo...
Na tempestade dos antigos ventos
Onde o meu pranto lavou os momentos
Que eu desejava pai,estar contigo...

Buscando a pureza que vem dos teus braços
Manchada na tinta da cor dos fracassos
Trago minha benção,que abraçar-te vai...

Com os olhos rasos,o pranto caindo
Os lábios fechados se abrem sorrindo
Contemplando a dádiva de chamar-te: PAI .

Quando a lua desfila,eu entro em cena
Dividindo com ela o mesmo brilho
O meu corpo refém de um andarilho
Que jurou me amar,talvez por pena
Eu que a ele entreguei de forma plena
A mais santa das minhas formosuras
Rasurando os perfis das escrituras
Selpultando o silencio em meu gemido
O silencio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

O cabelo hoje branco representa
O pincél prateado da idade
Uma brecha da minha mocidade
Se escondendo na casa dos setenta
Cada lua que morre,a dor aumenta
Derramando o meu pranto em doses puras
Eu que antes fui musa das costuras
Resta um bico mal feito em meu vestido
O silencio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

Eu não tive direito á um anél
Mas, a faixa de misse já foi minha
Eu que andei coroada por rainha
Hoje guardo a história de um bordel
O meu beijo que antes tinha mel
Eu de tanto oferta-lo fiz misturas
Que hoje em dia as bocas mais impuras
Cospem fel no meu lábio poluído
O silencio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

Restam ecos de sons em meus ouvidos
Na ressaca de antigas madrugadas
O meu corpo embalado por passadas
No compasso da dor meus gemidos
Os meus sonhos morreram proibidos
Enterrados em várias sepulturas
Entre as covas que guardam antigas juras
Onde o tempo jurado foi perdido
O silencio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

Na poeira da santa madrugada
Quando a noite se veste de negrume
O meu corpo despido de perfume
Adormece na beira da calçada
Na frieza da brisa serenada
No orvalho das matas mais escuras
Os meus dedos desfilam ás procuras
De um pedaço de corpo ainda despido
O silencio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

No altar dos pecados eu fui santa
Fiz do riso um portal pra minhas dores
Meu querer se perdeu dos meus amores
Ir buscá-lo pra mim,não adianta
Como a seca sepulta a cor da planta
A beleza morreu entre as canduras
Eu troquei a pureza nas loucuras
Num retalho de amor mal dividido
O silencio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

Em um templo de juras e promessas
No andor que carrega fantasias
Eu fui Eva num hedem de poesias
Uma atriz atuando em várias peças
Mas, ao fim do espetáculo as remessas
Da tristeza e do pranto fez misturas
Desenhando um capitulo de torturas
Que pra o púlblico de hoje é proibido
O silencio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras

Quando a noite se pinta em suas cores
O meu pranto ao descer,é mais ligeiro
Sob o claro da luz de um candeeiro
Eu acendo uma restra em minhas dores
Alguns versos narrando meus amores
Aliviam as minhas desventuras
Uma dose de dor banhando as juras
E um resto de sonho não vivido
O silencio da noite é que tem sido
Testemunha das minhas amarguras