JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

domingo, 10 de julho de 2011

FRASE DA SEMANA

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando, porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu. 
(Luiz Fernando Veríssimo)

SEMANA DOS POETAS (COLETÂNEA DE VERSOS)

A POESIA

A POESIA não morre,

do verso a força é suprema
E a rima é sangue que corre
Na veia-mãe do poema!

Todo POETA é um louco

Imensamente feliz.
Por muito que diga pouco,
Diz muito o pouco que diz.

Explicar a POESIA,

Ninguém consegue explicar.
É mais pesada que o chumbo,
É leve igualmente o ar ...
É fina como cabelo,
É bela como o luar!
Toca na alma da gente,
Fazendo rir ou chorar ...
Faz a tristeza morrer
E o sonho ressuscitar ...
A POESIA é tão santa
Que, quando um poeta canta,
Deus pára pra escutar!
E,para terminar meu hino,
A POESIA, seu menino,
Como tudo que é divino,
Não dá pra gente pegar ...

Se eu pegasse a POESIA,

De porta em porta eu saia,
Igual um mendigo faz,
Pedindo não, dando esmola,
Tocando a minha viola,
Cantando a CANÇÃO DA PAZ !

Grande poeta DEDÉ MONTEIRO

Sócio fundador da APPTA
14/03/06
"No sertão tem vaqueiro que dar grito

No boiato correndo lá na serra

No curral, tem uma cabra que berra

Porque quer amamentar seu cabrito

A natura faz um filme tão bonito

Como mãe generosa e protetora

A maior e melhor das genitora

Que faz tudo e não cobra um tostão

Valorize a cultura do sertão,

Feche as portas da mídia enganadora"

                                                         

Tem poeta dedilhando sua viola

Um cachorro latindo no terreiro

Tem um galo engordando no chiqueiro

E um pássaro cantando na gaiola

Um menino brincando com sua bola

A galinha da ninhada é protetora

Protegendo da raposa, à predadora

Escondendo os seus pintos no oitão

Valorize a cultura do sertão,

Feche as portas da mídia enganadora

                                                              

Dê valor ao o homem que é roceiro

Esqueçamos do programa do Gugu

Onde só se exibe corpo nu

E não mostra o poeta violeiro

Reconheça o aboio do vaqueiro

Não se iluda com essas emissoras

Que só bota a dançinha da vassoura

Não se escuta de viola um baião

Valorize a cultura do sertão,

Feche as portas à mídia enganadora”

                                                        

Acauã num pau seco a cantar

O roceiro com a cena desanima

Fala logo que a chuva vai ser fina

Pensa logo como é que vai lucrar

Esse ano a semente não vai dar

Vou perder quase toda a lavoura

Só Jesus com a chuva salvadora

Nos dá lucro de arroz, milho e feijão

Valorize a cultura do sertão,

Feche as portas à mídia enganadora  
Glosas:Jânio Leite 
Mote: Josa Rabelo


O poeta Paulo Rabelo estava num casamento em Iguaracy e percebendo a emoção do pai da noiva que não parava de chorar e, tendo o mesmo no jardim da sua casa um ninho de Beija-Flor.

Nesse ninho a Beija-tinha posto dois ovos que não vingaram e, posteriomente, pôs um ovo que vingou e nasceu um pequenino Beija-Flor. Quando a noiva foi saindo de casa, no mesmo momento, o Beija-Flor bateu asas e vou. Neste momento o Poeta Paulo Rabelo fez:



Minha Filha e o Beija-flor

Um beija-flor pequenino
sentou e depois partiu
nem de mim se despediu
adivinhando o destino
de um pai que virou menino
pra ser gigante no fim
o beija-flor fez assim
do quintal da minha casa
partiu levando na asa
mais da metade de mim.

vem de volta, traga aquela
que é minha eterna criança
a minha única esperança
é encontrar tu e ela
eu deixo aberto a janela
pode entrar devagarinho
não lhe faltará carinho
o teu voou terá escolta
tu trazendo ela de volta
meu peito será teu ninho
 

mas beija-flor tu marcou
pra sair na mesma hora
se o meu coração chora
é porque nada ficou
bateu a asa e voou
levando minha criança
só me restando a lembrança
de um balanço de rede.
Se meu choro mata a sede
o meu pão é a esperança.

a esperança de ver
meu beija-flor no jardim
minha filha perto de mim
a flor do meu bem querer
ai poderei dizer
que o tempo não foi perdido
depois de me ter trazido
minha filha e o beija-flor
será um bálsamo pra dor
de um coração sofrido.

mas esse é o caminho
toda carne tem seus ossos
nossos filhos não são nossos
dizia Padre Zezinho
os queremos bem pertinho
buscando a felicidade
mais quando chega a idade
temos que cair no laços
dos filhos dando seus passos
em buscar da liberdade.
   
Paulo Rabelo

QUEM NASCE PAJEÚ

TEM O “GEN” DA POESIA



Quem nasce aqui nesta terra

Já nasce  um abençoado

Tudo que fala é rimado

Vendo o dia que se encerra

As flores no pé da serra

Verseja de noite e dia

Trazendo mais alegria

Pra um vaqueiro sem lundu

Quem nasce no pajeú

Tem o “Gen” da poesia



Temos vaqueiro valente

Com o cheiro no gibão

Das madeiras do sertão

Quando passa a gente sente

Canta um aboio dolente

Quem escuta se arrepia

Causando uma nostalgia

Pr’àqueles que tão no sul

Quem nasce no pajéu

Tem o “Gen” da poesia



De Diomedes Mariano

A um José Marcolino

Qu’a sua canção é hino

Cantada de ano a ano

Dedé que o mais humano

Lembra Elizeu Ventania

Dos versos que se fazia

Com a inspiração de Xudu

Quem nasce no pajeú

Tem o “Gen” da poesia



A tríade dos Patriota

Que a todos nós encantou

Antonio Marinho Imperou

Louro foi trocadilhota

Nos versos de Jô se nota

Seu lirismo que irradia

O reco-reco da jia

As marcas de um tatu

Quem nasce no pajeú

Tem o “Gen” da Poesia

(Josa Rabelo)



Quem nasce aqui não se cala

Pois aqui na minha terra

Pode não falar de guerra

Mais de poesia fala

Ao em vez de rifle  e de bala

Tem a beleza do dia

Da matuta que sorria

Mexendo um tacho de angu

Que nasce no pajéu

Tem o gen da poesia

                          (Paulo Rabelo)