JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

domingo, 22 de maio de 2011

FRASE DA SEMANA

Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.

Roberto Shinyashiki

POETA DA SEMANA LÉO MEDEIROS

VALORIZE A CULTURA DO SERTÃO

FECHE AS PORTAS À MÍDIA ENGANADORA.
Mote de Josemar Rabelo


Quem detém a mídia nacional
Tem nas mãos o controle duma massa
Big brother, programa que não passa
De mais um que a globo tem banal;
Conteúdo sem graça e imoral
Mesmo assim inda existe seguidora
Que projeta a lente sedutora
Para o rumo dos olhos do bobão
Valorize a cultura do sertão
Feche as portas à mídia enganadora.


Com tristeza eu olho pro forró
De banda, bunda e baixa qualidade
Gonzagão faleceu isso é verdade
Mas deixou seguidores do seu pó;
Maciel e Petrúcio não estão só
O cordel é fonte inspiradora
A viola é grande defensora
do repente, do verso e da canção
Valorize a cultura do sertão
Feche as portas à mídia enganadora.


Dê um pulo e vá no Pajeu
Respirar o bom ar da poesia
Em Campina, assista cantoria
Em Recife, vá vê maracatu;
Se puder, corra pra Caruaru
No agreste que terra encantadora
Nossa gente humilde é produtora
Do que tem de mais belo nesse chão
Valorize a cultura do sertão
Feche as portas à mídia enganadora.


Autor: Léo Medeiros
Sobral, 04/09/2009.


Concretiza-se no fim de cada dia

A parte abstrata da saudade.
(mote Josemar Rabelo)


De manhã o sujeito deixa o lar
Com um cheiro da mãe dos seus filhinhos
Sai cantando igual aos passarinhos
No caminho que o leva a trabalhar;
Passa o dia no trampo a labutar
Sem esquecer da sua divindade
Vem pra casa cansado já é tarde
Mas encontra o seu lar com alegria
 Concretiza-se no fim de cada dia
A parte abstrata da saudade.

Léo Medeiros, Sobral, 29 de setembro de 2009


Estou preso nas grades da paixão

Só recebo visitas da saudade.
(Mote: Jânio Leite)


Sou um pobre rapaz apaixonado
Que reclama um bem que está ausente
Vivo a vida de modo descontente
Remoendo lembranças do passado;
Um minuto demora pra danado
Um só dia, é uma eternidade
Já não sei o que é felicidade
Sou amante da negra solidão
Estou preso nas grades da paixão
Só recebo visitas da saudade.

Coisa ruim é amar quem não merece
Entregar seu amor em mãos erradas
Depois ter que passar as madrugadas
Com joelhos no chão fazendo prece;
Dizendo: Oh meu Deus se eu pudesse
Ser mais forte do quê minha vontade
Como um pássaro ganhar a liberdade
E passar bem distante de alçapão
Estou preso nas grades da paixão
Só recebo visitas da saudade.


Glosas: Léo Medeiros
Sobral, 05 de outubro de 2009.


Eu fui criado comendo baião

Peixe assado e pirão de batata.
(Mote Evaristo Oliveira)


Eu recordo meu tempo de rapaz
Nas terras quentes do meu Seridó
Matando preá, caçando mocó
Que tempo feliz com meus velhos pais;
Não tinha riqueza, mas tinha a paz.
Invés de tênis usava alpercata
O meu brinquedo, um carro de lata
Chupava o dedo, puxando o cordão
Eu fui criado comendo baião
Peixe assado e pirão de batata.


Com distância de três léguas e meia
Carreguei água no velho jumento
No fim de semana o divertimento:
Jogar futebol no campo de areia;
Mamãe na mesa botava a ceia
Comida simples, gostosa e barata
No fim do dia pai dava uma prata
Comprava um doce, comia com pão
Eu fui criado comendo baião
Peixe assado e pirão de batata.


Glosas: Léo Medeiros
Sobral, 07 de outubro de 2009.

Mais um pão compartilhado

Na mesa farta da paz
(mote: Josemar Rabelo)


Viva, viva hoje é natal
Vamos todos celebrar
Sem ódio comemorar
Essa data especial;
Jesus Cristo, genial
Pôs seu nome nos anais
Pra nos salvar foi capaz
De morrer crucificado
Mais um pão compartilhado
Na mesa farta da paz.


Natal não é só presente
Na árvore dependurado
Nem só o peru assado
Cerveja ou bebida quente;
O natal diz que a gente
Deve amar os rivais
Perdoar e nunca mais
Se sentir rancorizado
Mais um pão compartilhado
Na mesa farta da paz.


O natal é tão marcante
Tão lindo, tão salutar
Que não importa o lugar
Ele é sempre triunfante;
O natal é tão brilhante
Que une os desiguais
E cristo injeta o gás
Na veia do humilhado
Mais um pão compartilhado
Na mesa farta da paz.


Glosas: Léo Medeiros
Sobral, 23/12/2009.
Feliz natal!


Nos braços da minha amada

Quase morri de carinho.
(Mote de Josemar Rabelo)


Há muito tempo passado
A data eu não vou citar
Conjuguei o verbo amar
Sem me queixar de pecado;
Vivi num reino encantado
Igualmente um canarinho
Que sai e volta pro ninho
Cantando pra namorada
Nos braços da minha amada
Quase morri de carinho.


Barreira não existia
Nosso viver era lindo
Ela vivia sorrindo
Eu tinha mais alegria;
A qualquer hora do dia
A noite, a tarde ou cedinho
Ela dizia: benzinho
A rede já está armada
Nos braços da minha amada
Quase morri de carinho.


O nosso amor era tanto
Que expressar, não consigo
O meu peito era um abrigo
Que alojava um encanto;
Meu pinho tinha mais canto
Meu pomar era verdinho
Seu cheiro tinha o gostinho
Da rosa mais perfumada
Nos braços da minha amada
Quase morri de carinho.


Glosas: Léo Medeiros
Sobral, 29/08/2009.


O crepúsculo do céu é tão bonito

Que até Deus se debruça para olhar
(mote: Zé de Cazuza enviado por Josemar Rabelo)


Todo dia a santa natureza
Sem cobrar um centavo de couver
Mostra ao mundo que enquanto ela quiser
Dar seu show, sem ligar para despesa;
De manhã se reveste de beleza
Nasce o dia tão lindo e salutar
À tardinha, o sol pega a baixar
Se escondendo num ciclo infinito
O crepúsculo do céu é tão bonito
Que até Deus se debruça para olhar!


Uma tocha de fogo amarelada
Vai queimando as últimas labaredas
Os preás se escondem nas veredas
Nesse instante se cala a passarada;
Violeiro já canta em disparada
O cenário é propício para amar
Beija-flor se abriga no pomar
Morre o dia, a noite dar um grito
O crepúsculo do céu é tão bonito
Que até Deus se debruça para olhar!


Glosas: Léo Medeiros
Sobral, 08 de fevereiro de 2010.


O QUE É QUE ME FALTA FAZER MAIS.



Ensinei Ronaldinho a jogar bola
Fui o mestre de Zico e Maradona
Seu Luiz aprendeu tocar sanfona
Bem depois que saiu da minha escola
Caboré no pescoço eu botei mola
Também fiz beija-flor voar pra trás
Conquistei cinco copas mundiais
Defendendo a nossa seleção
Inventei em Paris o avião
O QUE É QUE ME FALTA FAZER MAIS.


Projetei uma bomba nuclear
Acabei com a guerra no Iraque
Derrubei duas torres com um traque
E fiz isso somente pra testar;
Com Cabral comecei a desbravar
Esses solos de climas tropicais
Enfrentei num duelo Ferrabrás
À Sansão lhe dei força e valentia
Inventei o coqueiro da bahia
O QUE É QUE ME FALTA FAZER MAIS.


Léo Medeiros, Sobral, 27 de setembro de 2009

O sertão se acorda mais bonito

Com o aboio saudoso do vaqueiro
(Mote: Josa Rabelo)

De manhã no sertão que eu fui criado
De três horas pras quatro, papai ia
Caminhando com rumo à vacaria
Pra tirar o leitinho do seu gado;
O bezerro ficava enchiqueirado
Esperando a saída do leiteiro
Quando solto corria bem ligeiro
Pra mamar eu um úbere tão bendito
O sertão se acorda mais bonito
Com o aboio saudoso do vaqueiro.


O vaqueiro sujeito encarregado
Dos trabalhos diários da fazenda
Sai pra lida pensando em sua prenda
Vai soltando aboio apaixonado;
De gibão e perneira bem montado
No cavalo cortando o tabuleiro
Enfrentando terreno traiçoeiro
Seu valor, ninguém soma tenho dito:
O sertão se acorda mais bonito
Com o aboio saudoso do vaqueiro.


Glosas: Léo Medeiros
Sobral, 28 de outubro de 2009.

Quando a porta do peito se fechou

A saudade esqueceu a chave dela.
(Mote enviado por Aluisio Lopes – São José do Egito-PE)


Fiz tudo pra tirar do pensamento
Certo alguém que outrora me deixou
Chegou de mansinho e se alojou
Nesse peito com falso juramento.
Sem demora saiu o casamento
Nós juramos amor numa capela
O padre nos benzeu, eu beijei ela
Mas a jura com pouco se quebrou
Quando a porta do peito se fechou
A saudade esqueceu a chave dela.


Todas as fotos com ela, eu rasguei
Nossa cama depressa eu dei um fim
Arranquei todas as plantas do jardim
Suas vestes bonitas eu queimei;
Feito um louco no mundo viajei
Procurando em vão essa donzela
O meu peito carrega uma seqüela
Tão profunda que o tempo não curou
Quando a porta do peito se fechou
A saudade esqueceu a chave dela.


Glosas: Léo Medeiros
Sobral, 02 de outubro de 2009.