Era uma vez um Gibí
Rubro-Negro
E por
Geovane nada? E Pelo Sport tudo!!!
Geovane era
folclórico, era bancário, era eletricista, era rubro-negro da Praça da
Bandeira, era Sport Recife, era boêmio, era bebum; o que ele nunca deixou de
ser foi um cidadão tuparetamense, que se não pudesse ajudar, fazer o bem, o mal
também não faria ou traria para ninguém.
Sujeito
honesto de inteligência singular, profissional de mão cheia, entendia de
energia elétrica assim como gostava do Sport Club do Recife e ainda das suas
“biritadas periódicas”.
Um cara
pacifico, vivedor do mundo, Geovane era competente em sua investida, se fosse
voltada ao trabalho, ao Sport ou a cachaça. Quando ele se dedicava a uma desses
três, ninguém o faria melhor.
Pai de três
filhos e pai e mãe de dois, Geovane teve em Rita sua melhor chance da vida. Mas
o destino que trouxe-lhe um desproposito (o vício da embriaguês), se encarregou
de expurga-lhe a esposa, aproximá-lo do ostracismo e condená-lo a uma vida de
descrédito e solidão.
Os momentos
felizes: nas vitorias do seu time o Leão da Ilha ou nas “emendadas alcoólicas”,
quando se transpassava daquele homem trabalhador, profissional competente para
o “Bêbado”.
Divertido e
piadista, Geovane não deixava nada passar ao seu senso de humor, criava historias,
contava historias, viveu historias hilárias e quase inacreditáveis, todas
recheadas de situações inusitadas e divertidas.
Seu
cotidiano? A conversa informal com os amigos todas as noites, na esquina de
Cateta, a dedicação aos filhos que com ele ficaram, as torcidas pelo Sport, de
um homem simples, mas que era adornado por sinceridade, porque quem dele se
aproximava era de livre espontânea vontade, carinho ou até mesmo para sorrir um
pouco dos casos e causos, contados e vivenciados por ele.
Mas um dia o
jogo da vida chegou ao fim pra Geovane eletricista, Geovane do Sport, “Geovane
Bebão” ou “Gato Gibi”. De repente sem saber dos acréscimos que o tempo lhe
daria, seu time sai de campo, desfalca sua equipe familiar, a casa mal cuidada,
mas recheada de amor e carinho perdeu seu dono.
Renato e
Renan perderam seu pai, os amigos perderam um parceiro de gargalhadas, o
engenharia elétrica perde um conhecedor empírico, o Sport perde um dos
torcedores símbolos, a boemia perde um adepto e Tuparetama perde Geovane, um
multifaces de bom coração e de cidadania
exemplar.
Ao fecharmos
os olhos e abrir os nosso ouvidos, escuta-se baixinho um CASÁ, CASÁ, CASÁ; é a
turma da FUSACA, se despedindo de um Gibi Rubro-Negro.
Eduardo
Rabêlo