JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

domingo, 3 de julho de 2011

FUTEBOL DE RUA, QUEM BRINCOU, BRINCOU... QUEM NÃO BRINCOU....

Quem não jogou assim, perdeu essa época.

As 10 regras do Futebol de Rua, o verdadeiro futebol de macho!


1. A BOLA

A bola pode ser qualquer coisa remota ou aproximadamente esférica. Até uma bola de futebol serve. No desespero, usa-se qualquer coisa que role, como uma pedra, uma lata vazia ou a lancheira do irmão menor.


2. O GOL

O gol pode ser feito com o que estiver à mão: tijolos, paralelepípedos, camisas emboladas, chinelos, os livros da escola.

3. O CAMPO

O campo pode ser só até o fio da calçada, calçada e rua, rua e a calçada do outro lado e, nos grandes clássicos, o quarteirão inteiro.


4. DURAÇÃO DO JOGO

O jogo normalmente vira 5 e termina 10, pode durar até a mãe do dono da bola chamar ou escurecer. Nos jogos noturnos, até alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia.


5. FORMAÇÃO DOS TIMES

Varia de 3 a70 jogadores de cada lado. Ruim vai para o gol. Perneta joga na ponta, esquerda ou a direita, dependendo da perna que faltar. De óculos é meia-armador, para evitar os choques. Gordo é beque.


6. O JUIZ

Não tem juiz.

7. AS INTERRUPÇÕES

No futebol de rua, a partida só pode ser paralisada em 3 eventualidades:
a) Se a bola cair no quintal da vizinha chata. Neste caso os jogadores devem esperar 10 minutos pela devolução voluntária da bola. Se isso não ocorrer, os jogadores devem designar voluntários para bater na porta da casa e solicitar a devolução, primeiro com bons modos e depois com ameaças de depredação.
b) Quando passar na rua qualquer garota gostosa.
c) Quando passarem veículos pesados. De ônibus para cima. Bicicletas e Fusquinhas podem ser chutados junto com a bola e, se entrar, é Gol.

8. AS SUBSTITUIÇÕES

São permitidas s ubstituições nos casos de:
a) Um jogador ser carregado para casa pela orelha para fazer lição.
b) Jogador que arrancou o tampão do dedão do pé. Porém, nestes casos, o mesmo acaba voltando a partida após utilizar aquela aguá santa da torneira do quintal de alguém.
c) Em caso de atropelamento.


9. AS PENALIDADES

A única falta prevista nas regras do futebol de rua é atirar o adversário dentro do bueiro.


10. A JUSTIÇA ESPORTIVA

Os casos de litígio serão resolvidos na porrada, prevalece os mais fortes ou quem pegar uma pedra antes, rsrsrsrsrsrsrsrs

QUEM NÃO JOGOU ASSIM, PERDEU UM DOS MELHORES MOMENTOS DA VIDA.

"Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina." Cora Coralina


VOZES DO CAMPO LANÇA NOVO CD

"O poeta e a Lua” é o novo CD da Banda Vozes do Campo


O novo Cd da banda Vozes do Campo já está à venda. O mais novo trabalho chama-se "O poeta e a Lua". O disco que conta com as participações de Kelly Rosa e Galego do Pajeú vem recheado de novidades e músicas novas, contendo 12 faixas. A banda que vem ganhando espaço e fazendo sucesso em todo o Brasil, tocou no São João de Caruaru na última sexta-feira, dia 24 de junho.
Do blog do Itamar

PREVISÃO DO TEMPO

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CHUVAS DEVEM VOLTAR AO PAJEÚ NA PRÓXIMA SEMANA
A previsão da meteorologia é de que as chuvas devem voltar ao Pajeú a partir da próxima 3ª feira (05). Deverá chover em Afogados da Ingazeira, Iguaracy, Ingazeira e Tabira. Segundo os estudos climáticos, as chuvas deverão cair tambem na quarta e quinta-feira.
Postado Por: Aldo Vidal

O POETA DA SEMANA Pe. BRÁS IVAN

Brás Costa

Terra mãe, quanta falta me fizeste
Quantos dias sonhei poder rever-te
Cada vez que te deixo me investe
Uma febre com medo de perder-te.

O caráter que tenho tu me deste

Minha alma da tua é uma parte
Como posso esquecer de ti Nordeste
Se viver para mim é recordar-te.

Minha sina é de ti viver distante

Porém quando meus dias de errante
Terminarem, terei como jazigo

O teu ventre e depois de tão ausente

Poderei sepultar-me eternamente.
Onde foi sepultado o meu umbigo.

Brás Costa


("Tali Quali" Marcolino)
Mote: Brás Costa
Versos: Brás Costa

Fica sobre uma colina
Tem um terreiro espaçoso
Um pé de agalha frondoso
E uma vasta campina
La quando cai a neblina
E o chão fica molhado
Se sente o cheiro do gado
Se ouve o som do vem-vem.
Minha casa tambem tem
Um juazeiro de lado.

E' uma  casa singela
Com oito compartimentos:
Cozinha, quatro aposentos
Uma sala com janela,
Outra sala pra quê nela
O radio seja ligado
O oitavo é um "puxado"
Que a gente chama armazem.
Minha casa tambem tem
Um juazeiro de lado.

No aceiro do terreiro
Tem dois belos pés de pinha
No terreiro da cozinha
Tem um mal feito poleiro
Tem um pequeno barreiro
Que foi por meu pai cavado
Que fica com o chão rachado
Quando o inverno não vem.
Minha casa tambem tem
Um juazeiro do lado.

Esse casebre sem brilhos
Sem formas originais
Serviu de abrigo a meus pais
Depois a seus onze filhos
La se ouve os estribilhos
De sanhassú e golado
E dá pra assistir sentado
O sol se por no alem.
Minha casa tambem tem
Um juazeiro de lado.

Tem um juazeiro antigo
No oitão da casa minha
Na sua sombra a tardinha
Cansado encontrava abrigo
Nesse juazeiro amigo
Tem um segredo guardado:
Num dos seus galhos gravado
O nome de quem quis bem.
Minha casa tambem tem
Um juazeiro de lado.
Bràs Costa


Terra amada torrão onde meus pés
Se aprumaram pra meus primeiros passos
Testemunha de glórias e fracassos
Vitimada por mil secas cruéis.
Mas, pra nós sertanejos, inda és
Dos rincões, o mais belo e mais lembrado
Por seus filhos poetas, decantado
Para todos és chão, terra e auxílio
E pr’aqueles que vivem no “exìlio”
És lembrança chorosa do passado

Como posso esquecer as madrugadas
Nas moagens de cana nos engenhos
Tantas lutas, fadigas e empenhos
Das debulhas de milho nas latadas
Das bonitas manhãs ensolaradas
Adjuntos nas limpas de algodão
Buscas d’água num poço com galão
Almoçar feijão-verde com torresmo
Quem viveu essas coisas? Fui eu mesmo!
Nos meus anos de ouro no Sertão.

Quem não cala nas tardes sertanejas
Para ouvir o lamento do carão
Alternado no canto do cancão
Como fossem poetas em pelejas
Os badalos dos sinos nas igrejas
Convidando o caboclo a se benzer
O vermelho do sol no entardecer
Ir morrendo pras bandas do poente
Num teatro que Deus fez para a gente
Assistir esperando anoitecer.

Quando a noite, qual manto de viúva
Vem pintar o Sertão de negras cores
Aparecem os noturnos atores
Sapo, briba, guará, peba e saúva
Um matuto deitado, escuta a chuva
Que cai mansa nas telhas da palhoça
Quando o vento enfraquece, a chuva engrossa
Pensa então o caboclo emocionado:
Se eu pudesse ia agora pru roçado
Começar preparar a minha roça.

Meu Sertão, minha terra, meu regaço
O meu verso não é suficiente
Pra cantar o teu solo, a tua gente
Que trabalha e resiste sem cansaço
Não se assombra com seca nem mormaço.
Um cenário que Deus arquitetou
Eu aqui do lugar aonde estou
Apesar do progresso e do barulho
Mando um verso falando do orgulho
De Ser Tão sertanejo quanto sou.

Bràs Ivan

De Onde Meu Verso Nasce



Meu verso nasce enrolado

Nas ramas da gitirana

Depois que nasce o amarro

Com tira de imburana

Não faltam tiras nem versos

Sete dias por semana.



Eu vendo um rolo de cana

Se transformar em bagaço

Um vaqueiro destemido

De gibão, perneira e laço

Misturo tudo com rima

Nos muitos versos que faço.



E quando sinto o mormaço

No pingo do meio-dia

Uma cigarra estridente

S’acabando em cantoria

Pego os dois ingredientes

E transformo em poesia.



Quando o bacural vigia

Na cabeça da estaca

Um caçote perde a vida

Na presa da jararaca

Eu sinto que um verso nasce

E no meu peito se ataca.



Enquanto na arataca

Um preà se aperreia

Um bode “trupica”e cai

Por estar preso na peia

Sinto um magote de verso

Correndo na minha veia.



Enquanto na roça alheia

Menino rouba goiaba

A nuvem roxa de inverno

`As aguas do céu desaba

Eu colho versos da fonte

Cheia que nunca se acaba.





O cheiro forte da baba

D’uma vaca remuendo

Uma torre no nascente

Se no sertão ta chuvendo

Sinto na roça da alma

Um verso novo nascendo.



Quando vem amanhecendo

No terreiro da cozinha

Eu vendo um galo pedrez

Correndo atràs da galinha

Até isso entra em meus versos

Dando  graça a rima minha.



Ainda de manhãzinha

Mâe preparando o café

Meu pai batendo a enxada

Vovô cheirando rapé

Vendo essas coisas me inspiro

Faço verso sem dar fé.



Pescando de jereré

Caçando de baladeira

Pastorando a criação

Me balançando em porteira

Somente lembrando disso

Faço verso a tarde inteira.





Brocando uma capoeira

Esperando as trovoadas

Ouvindo um vaqueiro velho

Rouco cantando toadas

Assim comecei fazer

Minhas estrofes rimadas.







Enquanto nas madrugadas

Caçava peba e tatu

Com fogo, fumaça e vara

Eu derrubava um enxu

Lavava a alma com versos

Nas aguas do Pajeu.









E quando o mandacaru

Nos dava a flor da esperança

A seca ia-se embora

Dando lugar a bonança

Eu rabiscava sem jeito

Os meus versos de criança.





Quando era noite de dança

Atravessava os riachos

Para ver as sertanejas

Com lindas tranças e cachos

Melodiava meus versos

No toque dos oito-baixos.





E quando os ferventes tachos

Borbulhavam nas moagens

Deus bendizia com chuva

Altos, baixìos e vàrgens

Eu jà descrevia em versos

Essas bonitas imagens.





E quando as cinzas paisagens

Denunciavam o estio

Eu na luz de um candeeiro

De lata, gàs e pavio

Cantava a terra rachada

Do leito  seco do rio.





Um sertanejo bravio

Num serviço de emergência

Uma mâe com doze filhos

Sofrendo com paciência

Faziam com que meu verso

Ganhasse forma e essência.





Quando as mãos da Providência

Tinham compaixão do povo

Mandava chuva na terra

Como sinal de aprovo

Sentia um verso na alma

Começar nascer de novo.





Pra festa de ano novo

Quando pai caiava a casa

Mâe estirava o vestido

Num velho ferro de brasa

Sentia a rima crescendo

E o verso criando asa.





Quando na cacimba rasa

A seca prenunciava

Que estaria chegando

Sem dizer quando voltava

Eu sentia que calada

A minha alma rimava.





E quando a rama da fava

Marcava o cabão de milho

Um cheiro invadia a sala:

Angu, pamonha e sequilho

Assim nasceu meu repente

E disso meu verso è filho.





Ao ouvir um trocadilho

Do poeta lourival

Um padre fazendo verso

Na vigilia de natal

Dizia: quando eu crescer

Quero fazer um igual.





Vendo uma velha rural

Servindo de lotação

A vìrgem sendo exaltada

Num poema de Cancão

Nasceram assim no meu peito

Um monte de inspiração.





E quando a televisão

Não tinha lugar na sala

Vovò contava anedotas

Jà velha usando bengala

Ao lembrar disso minh’alma

Faz verso, soluça e cala.





E quando uma rosa exala

Cheiro excitando a abelha

Um pingo de chuva entra

Por uma brecha da telha

Faço um verso tão sofrido

Chega a rima saia vermelha.





S’a derradeira centelha

Do sol morre no poente

E o negrume da noite

Envolve o sertão da gente

Escuto a alma agitada

Gemer parindo repente.





E quando da terra quente

Se levantava o mormaço

Com um feixe de ração

Pesando em meu espinhaço

Eu fazia um verso inteiro

Rimando cada  pedaço.





Assim o verso que faço

Nasceu aonde eu nasci

Bebeu a agua barrenta

Do barreiro que bebi

E comeu o xerem quente

Com leite como eu comi.





Os versos que eu pari

Nunca chamarei de meus

Porque sò fiz o retoque

E alguns detalhes seus

Fiz eu o acabamento

Quem criou mesmo foi Deus.





Não os quero nos museus

(Passa-Tempo de granfino)

E nem ornados em ouro

Escritos em papel fino

Os quero escritos somente

Na alma do nordestino.

                                       (Brás Ivan)

FRASE DA SEMANA

Visite os amigos com frequência. O mato cresce depressa em caminhos pouco percorridos. 
                                                 (Provérbio Escandinavo)