JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

domingo, 24 de fevereiro de 2013

POETAS DA SEMANAS

João Paraibano e Severino  Feitosa glosando o mote:
O poeta é um ser iluminado
que faz verso com arte e sentimento.

João Paraibano
Cada verso que o repentista faz,
para mim tá presente em toda hora,
no tinido do ferro da espora,
na passada que vem dos animais,
na cor verde que tem nos vegetais
nas estrelas que têm no firmamento,
tá na cruz do espinhaço do jumento,
e no vaqueiro correndo atrás do gado.
O poeta é um ser iluminado
que faz verso com arte e sentimento.

Severino  Feitosa
O poeta é um gênio que crepita
no espaço azul esmeraldino,
percorrendo as estradas do destino,
sem saber o planeta aonde habita,
sua mente pra o canto é infinita,
cada verso que faz é seu sustento,
é quem sabe cantar o parlamento,
sem ter voto pra ser um deputado.
O poeta é um ser iluminado
que faz verso com arte e sentimento.

João Paraibano
Uma vida vivida no sertão,
uma fruta madura já caindo,
um relâmpago na nuvem se abrindo,
um gemido do tiro do trovão,
meia dúzia de amigos no salão,
nem precisa de um piso de cimento,
minha voz, as três cordas do instrumento,
o meu quadro de louco está pintado.
O poeta é um ser iluminado
que faz verso com arte e sentimento.

Severino  Feitosa
O poeta é um simples mensageiro,
que acaba uma guerra e um conflito,
ele sabe cantar o infinito,
todas pedras que têm no tabuleiro,
a passagem do fim do nevoeiro,
que ultrapassa o azul do firmamento,
que conhece o impulso desse vento,
todas as rosas que enfeitam o nosso prado.
O poeta é um ser iluminado
que faz verso com arte e sentimento.

João Paraibano
Foi mamãe que me deu a luz da vida
e me ensinou a viver da humildade,
eu nasci para ter felicidade,
porque toco na lira adquirida,
poesia me serve de bebida,
um concerto me serve de alimento,
uma pedra me serve de assento
e todo rancho de palha é meu reinado.
O poeta é um ser iluminado
que faz verso com arte e sentimento.

Severino  Feitosa
O poeta é uma criatura
que procura mostrar, no seu caminho,
toda uva do fabrico de vinho,
e toda planta que faz nossa fartura,
é quem sabe cantar a amargura
da pessoa, que está num sofrimento,
é quem sabe cantar o regimento
do quartel, que Jesus é delegado.
O poeta é um ser iluminado
que faz verso com arte e sentimento.
* * *

João Paraibano e Severino Feirosa glosando o mote:
A bandeja é necessária,
não tenha raiva de mim.

Severino Feitosa
Eu faço a transformação
da cantiga sertaneja,
para falar da bandeja,
que é a nossa salvação,
já circulou no salão,
pra nossa crise ter fim,
cantiga boa é assim
repercute em qualquer área.
A bandeja é necessária,
não tenha raiva de mim.

João Paraibano
Repentista é andorinha,
quando não voa, veleja,
necessito da bandeja
na presença sua e minha,
eu com dinheiro não vinha,
como estava liso, vim,
se eu não ganhar, acho ruim
saio pobre dessa área.
A bandeja é necessária,
não tenha raiva de mim.

João Paraibano
Não vamos perder a paz,
quando a renda não aumenta,
tem um que bota cinquenta,
um outro, cinco reais,
nós todos somos iguais,
entre o começo e o fim,
entre o grande e o mirim,
não vejo estrada contrária.
A bandeja é necessária,
não tenha raiva de mim.

Severino Feitosa
Porque o nosso repente
é a arte de viver,
não sonho com o poder
e nem de ser presidente,
já ganhei tanto presente,
que a crise teve fim,
se continuar assim
faço até reforma agrária.
A bandeja é necessária,
não tenha raiva de mim.

João Paraibano
Meu povo não seja ingrato,
entenda os dois menestréis,
se não tiver cem, seus dez
já enfeitam nosso prato,
se eu não poder ir de jato,
voando igual Zepelim,
pego a Itapemirim,
fora da rodoviária.
A bandeja é necessária,
não tenha raiva de mim.

Severino Feitosa
Não canto por outras zonas,
minha arte, é a cantoria,
eu vivo de poesia,
as musas são minhas donas,
não quero ir pra o Amazonas,
pra sofrer com maruim,
que eu não sou guaxinim,
para morrer de malária.
A bandeja é necessária,
não tenha raiva de mim.

João Paraibano
Meu povo por caridade
me perdoe que eu sou pedinte,
se não quiser me dar vinte
divida, dê-me a metade,
quem não tem propriedade,
pra plantar palma e capim
adule governo ruim,
pra fazer reforma agrária.
A bandeja é necessária,
não tenha raiva de mim.

Severino Feitosa
Eu vim mostrar o meu dom,
realizando esse show,
toda galera pagou,
pagou até o garçom,
esse exemplo é muito bom,
que ajuda ao nosso festim,
nossa casa é sempre assim,
sempre foi mais atuária.
A bandeja é necessária,
não tenha raiva de mim.
* * *
João Paraibano e Severino Feitosa glosando o mote:
Escutar cantoria sem beber
é dormir uma noite e não sonhar
.

João Paraibano
O poeta nasceu com tanto brilho,
que um verso que faz, de nada ensaia,
no momento que está levando vaia,
pensa ser nenhum tipo de elogio,
eu na noite que estou cantando frio,
quando um copo tiver para esquentar,
que é mais fácil o poeta se inspirar
no momento do álcool lhe aquecer.
Escutar cantoria sem beber
é dormir uma noite e não sonhar.

Severino Feitosa
Sem tomar uma dose de cinzano,
licor, dreher, whisky, rum, cachaça,
é ser músico, cantar em qualquer praça
e não ter um teclado e nem piano,
é fazer uma troca com cigano,
e um canudo do curso não levar,
dar um voto a um parlamentar
que não tem liderança no poder.
Escutar cantoria sem beber
é dormir uma noite e não sonhar.

João Paraibano
Eu não bebo só água de cabaça,
que do álcool também sou dependente,
se faltar uma dose de aguardente,
eu começo a tremer no meio da praça
se faltar uma dose de cachaça,
peço duas de whisky lá no bar,
quem está frio, só pensa em se esquentar
e a borracha não vai se encolher
Escutar cantoria sem beber
é dormir uma noite e não sonhar.

Severino Feitosa 
O repente na noite divertida,
pra o poeta que pega no instrumento
para mim só terá contentamento,
com direito a um copo de bebida,
mas não tendo eu comparo a sua vida
com um minuto tristonho de azar,
a mulher toda noite se zangar
não querer no seu corpo se aquecer.
Escutar cantoria sem beber
é dormir uma noite e não sonhar.

João Paraibano
Para um repentista de talento,
fazer verso sem ter uma bicada
é partir pra voltar no meio da estrada
é ver cobra esquecendo de São Bento
ou sair pra fazer o casamento,
levar chifre na porta do altar,
pegar sua semente pra plantar
ver o mesma no chão apodrecer.
Escutar cantoria sem beber
é dormir uma noite e não sonhar.



FOTE: BLOG BESTA FUBANA

RECEITA DA SEMANA


Lombinho à Mineira

Um jeito prático de fazer o prato típico de Minas

Ingredientes

  • 2k de lombinho
  • 3 limões
  • 1 colher de chá de alho picado
  • sal à gosto

Modo de preparo

Fazer pequenos furos com uma faca na carne inteira e temperar com bastante, limão, alho picado e uma boa pitada de sal. O tempero já é feito na assadeira que vai ao forno, e agora vc vai deixar descansando na geladeira por mais ou menos umas 4h (de preferência embalado em papel filme para não deixar cheiro na geladeira, nem ele pegar gosto de nada que você não queira).
Você vai pré aquecer o forno, colocar 1 dedo de água no tabuleiro e levar ao forno já bem quente em temperatura média. o único segredo é não deixar a água secar e ir regando de vez em quando.depois de mais ou menos 2h no forno ele vai começar a ficar mais moreninho por cima, aí chegou a hora de você virar a peça para que ele possa dourar embaixo também.

MENSAGEM DO SÉCULO

A Despedida de Gabriel Garcia Marquez

Gabriel Garcia Marquez retirou-se da vida pública por razões de saúde: Cancro linfático. Agora, parece que é cada vez mais grave. Enviou uma carta de despedida aos seus amigos que, graças à Internet, está a ser difundida. A sua leitura é recomendada porque é verdadeiramente comovedor este texto escrito por um dos Latino-americanos mais brilhantes dos últimos tempos.
 
 
'Se por um instante Deus se esquecesse de que sou uma marioneta de t rapo e me oferecesse mais um pouco de vida, não diria tudo o que penso, mas pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os outros param, acordaria quando os outros dormem. Ouviria quando os outros falam, e como desfrutaria de um bom gelado de chocolate! Se Deus me oferecesse um pouco de vida, vestir-me-ia de forma simples, deixando a descoberto, não apenas o meu corpo, mas também a minha alma. Meu Deus, se eu tivesse um coração, escreveria o meu ódio sobre o gelo e esperava que nascesse o sol. Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre as estrelas de um poema de Benedetti, e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à lua. Regaria as rosas com as minhas lágrimas para sentir a dor dos seus espinhos e o beijo encarnado das suas pétalas... Meu Deus, se eu tivesse um pouco de vida... Não deixaria passar um só dia sem dizer às pessoas de quem gosto que gosto delas. Convenceria cada mulher ou homem que é o meu favorito e viveria apaixonado pelo amor. Aos homens provar-lhes-ia como estão equivocados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se apaixonar! A uma criança, dar-lhe-ia asas, mas teria que aprender a voar sozinha. Aos velhos, ensinar-lhes-ia que a morte não chega com a velhice, mas sim com o esquecimento. Tantas coisas aprendi com vocês, os homens... Aprendi que todo o mundo quer viver em cima da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a encosta. Aprendi que quando um recém-nascido aperta com a sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo do seu pai, o tem agarrado para sempre. Aprendi que um homem só tem direito a olhar outro de cima para baixo quando vai ajudá-lo a levantar-se. São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas não me hão-de servir realmente de muito, porque quando me guardarem dentro dessa maleta, infelizmente estarei a morrer...'  
GABRIEL GARCIA MARQUEZ

FILME DA SEMANA

UM ATO DE CORAGEM


Sinopse 

John Q. Archibald (Denzel Washington) é um homem comum, que trabalha em uma fábrica e vive feliz com sua esposa Denise (Kimberly Elise) e seu filho Michael (Daniel E. Smith). Até que Michael fica gravemente doente, necessitando com urgência de um transplante de coração para sobreviver. Sem ter condições de pagar pela operação e com o plano de saúde de sua família não cobrindo tais gastos, John Q. se vê então numa luta contra o tempo pela sobrevivência de seu filho. Em uma atitude desesperada, ele então decide tomar como refém todo o setor de emergência de um hospital, passando a discutir uma solução para o caso com um negociador da polícia (Robert Duvall) e com um impaciente chefe de polícia (Ray Liotta), que deseja encerrar o caso o mais rapidamente possível.

FRASE DA SEMANA

“Não devemos contentar-nos em falar do amor para com o próximo, mas em praticá-lo"
Albert Schweitzer