JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

domingo, 6 de outubro de 2013

POETA DA SEMANA


JOÃO FURIBA



Foto: Paulo Carvalho

Poeta popular, violeiro repentista, João Batista Bernardo, o João Furiba nasceu em 04/07/1931, em Taquaritinga do Norte–PE.
É considerado um dos grandes repentistas nordestinos, tendo iniciado a carreira ainda na adolescência. Já arrebatou inúmeros troféus, em competições entre violeiros, tendo ficado em primeiro lugar em diversas ocasiões. O apelido “Furiba” segundo ele, quer dizer coisa sem importância, e foi dado por Pinto do Monteiro inspirado na figura magra e de baixa estatura de João. Foi um dos maiores e mais constantes parceiros de Pinto do Monteiro, enquanto este era vivo, e tornaram -se também grandes amigos apesar das farpas trocadas durante os desafios. O primeiro encontro dos dois grandes poetas é descrito da seguinte maneira:
“Lino Pedra Azul (também cantador de renome) teria agendado uma cantoria com Pinto, em Belo Jardim, mas em função de outros compromissos surgidos, pediu ao então rapazote João Batista que o substituísse. Ansioso e receoso, João que só veio a ser conhecido como Furiba anos depois, aceitou. Chegou no local e perguntou:
JF -   É o senhor que é seu Pinto?
PM -  Sou.
JF -   É que Lino me pediu pra vir lhe substituir na Cantoria…
PM -  Não sei se vai ter cantoria, não… ( disse Pinto sem acreditar que estava diante de alguém que pudesse enfrenta-lo )
Os promotores da cantoria chegaram perto de Pinto imploraram que o Gênio cantasse com o desconhecido João Batista…
Iniciaram o baião de viola. Cada um esperando que o outro iniciasse a sextilha.

Começaram… Lá pras tantas, Pinto termina a sextilha dizendo:

“Não sei que tem vaca magra come muito e não engorda”

Era uma referencia ao aspecto franzino e raquítico do Furiba, que respondeu:

“É porque feijão de corda já ta passando de cem, o milho tá muito caro farinha cara também, se Jesus não pisar no frei. Não vai escapar ninguém”

Ao terminar a sextilha, Pinto disse:
- Depois “nós conversa”, viu?.

A partir daquele momento, iniciaram uma das duplas mais  fecundas da poética voleira…
João Furiba também fez dupla com outros cantadores sempre demonstrando sua agilidade e competência na feitura dos improvisos. Cantando com João Cardoso este fez com os seguintes versos:

Furiba fui informado Que você lá em Tabira Pega frete, dá recado Varre a rua mas se vira Agora eu quero saber Se isso é verdade ou mentira?

Furiba respondeu:

Colega eu fiz em Tabira O meu recenseamento Seis mil e quinhentas casas Um colégio e um convento Comprei agora o BANDEPE A CISAGRO e o FOMENTO.

O conhecido cantador Ivanildo Vila Nova, cujo pai também era repentista, cantando com João Furiba terminou uma estrofe, dizendo:

Não conheço cantador Pra ser igual a mim.

Furiba respondeu dizendo:

Seu pai também foi assim Se dizia professor Falava com tantos “s “ Que parecia um doutor Cantou quarenta e seis anos Morreu sem ser cantador.
E assim é João Furiba, alegre, irreverente, criativo, poeta popular simplesmente. É um daqueles que faz a mais autêntica cultura nordestina. Alberto Oliveira (poeta e cordelista) afirma que João Furiba é um dos maiores poetas da história do repente brasileiro. Zelito Nunes, foi quem me apresentou a este extraordinário artista a quem eu muito admiro e prezo.

Pinto do Monteiro e João Furiba

Do livro de Zelito Nunes, “Pinto velho do Monteiro – um cantador sem parelhas”, apesar de o livro ser todo bom, tem trechos que achei bastante engraçado e que retratam o espírito puro e criativo do povo sertanejo encarar a vida mesma quando a situação não é das melhores. Uma dessas diz respeito a uma visita que o cantador João Furiba foi fazer ao poeta Pinto do Monteiro.
Pinto já se encontrava doente e sem enxergar quando Furiba chegou na porta de sua casa e, saudando o poeta, disse:

“Há tempo em que eu não vinha
nesta santa moradia
visitar o velho Pinto
Me traz tanta alegria
Que é mesmo que ter tirado
O bolão da loteria”

Pinto com muito bom humor, disse:
 
“Eu não imaginaria
que você chegasse agora
Com essa sua presença
Obtive uma melhora
Quer ver eu ficar bom mesmo
É quando você for embora

FILME DA SEMANA

O SANTO

  O Santo

 Sinopse:

Um garoto órfão recusa o nome dado a ele por um sacerdote e resolve chamar a si mesmo de Simon Templar. Já adulto (Val Kilmer), ele se torna um conhecido ladrão internacional que é um mestre nos disfarces e que assume nomes associados a santos. Desta vez ela foi contratado por Ivan Tretiak (Rede Serbedzija), um magnata e mafioso russo, que quer que ele roube a formula de fusão a frio desenvolvida por Emma Russell (Elisabeth Shue), uma bela e jovem cientista inglesa. Teoricamente falando, a fusão a frio permite uma nação aquecer seus cidadãos com apenas alguns litros de água, e Tretiak espera se tornar dentro deste contexto o grande líder que a Rússia precisa. Quando Simon terminar este serviço terá 50 milhões de marcos em sua conta na Suíça e vai então se aposentar, mas o notório ladrão não contava que iria se apaixonar por Emma Russell.

FRASE DA SEMANA

Não pode ser seu amigo quem exige seu silêncio. (Alice Walker)

RECEITA DA SEMANA

Receita de Baião de Dois

Baião de Dois

Ingredientes da Receita de Baião de Dois

250g de charque
150g de toucinho fresco
2 1/2 xícaras de feijão mulatinho limpo, lavado e escorrido
1 cebola grande picada
2 dentes de alho amassados
1 1/2 xícara de arroz limpo, lavado e escorrido
1/2 xícara de leite de coco
Sal e pimenta do reino a gosto

Como Fazer Baião de Dois

Modo de Preparo:
De véspera, coloque o charque em uma tigela grande, cubra com água e deixe de molho até o dia seguinte, trocando a água 2 a 3 vezes para eliminar o excesso de sal.
Escorra, lave em água corrente e corte em cubos pequenos, corte também o toucinho em cubos pequenos.
Coloque o toucinho em um panela, frite em fogo alto até dourar, escorra a gordura e reserve.
Junte o feijão e o charque, cubra com 2 litros de água e cozinhe até o feijão ficar quase macio, juntando mais água quente, se for necessário.
Coloque 2 colheres (sopa) da gordura reservada em uma panela, aqueça em fogo alto, acrescente cebola, alho, doure levemente, junte o arroz, refogue mexendo sempre até ficar bem soltinho.
Tire do fogo, acrescente à panela com feijão, junte leite de coco, misture bem, tempere com sal e pimenta a gosto e cozinhe, até o arroz ficar macio.