JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

terça-feira, 11 de novembro de 2008

MESMO ASSIM

Mesmo Assim
Vivemos um momento na face da Terra que, por vezes, parece que todos os valores morais estão em baixa.

E você, que está buscando construir suas mais nobres virtudes, em muitos momentos se sente enfraquecido pelo próprio mundo à sua volta.
Quando age com honestidade, comentam que você é tolo, que está remando contra a maré, em vez de fazer o que todo mundo faz. Mas se você quer ser grande perante sua consciência, seja honesto mesmo assim.
Se procura balizar seus atos na justiça, ouve que essa atitude é a de um alienado, vivendo num mundo em que vence sempre o mais forte. No entanto, seja justo mesmo assim.
Se está construindo um lar apoiado nas colunas sólidas da fidelidade, é comum ouvir gargalhadas insanas ou comentários maldosos a respeito do seu comportamento. Seja fiel mesmo assim.
Quando seu coração se compadece, diante dos infelizes de toda sorte, não falta a zombaria daqueles que pensam que cada um deve pensar em si próprio, ignorando os sofrimentos dos irmãos de caminhada. Tenha compaixão mesmo assim.
Se você dedica algumas horas do seu dia, voluntariamente, em favor de alguém, rico ou pobre, que precisa da sua atenção e do seu carinho, percebe as investidas da maldade daqueles que pensam que nos seus atos há uma segunda intenção. Seja fraterno e solidário mesmo assim.
Quando você age com sinceridade, com lealdade, é comum ser taxado de insensato, fugindo do comum em que muitos usam de subterfúgios mesquinhos para conseguir o que desejam. Seja sincero e leal mesmo assim.
Se, diante das circunstâncias do dia-a-dia, você revela sua fé em Deus e em Suas soberanas Leis, e é chamado de piegas ou crédulo, mantenha sua fé mesmo assim.
Se em face de tantos desatinos no campo da sensualidade e na falta de decoro que assola grande parte dos seres, você deseja manter-se íntegro e recatado e é chamado de louco mantenha-se íntegro e recatado mesmo assim.
Quando aqueles que se julgam acima do bem e do mal tentam apagar a chama da esperança que você acalenta no íntimo, afirmando que a esperança é a ilusão da mediocridade, mantenha a esperança mesmo assim.
E, por fim, mesmo que alguém tente roubar a sua coragem de continuar lutando e acreditando em dias melhores, mantenha sua coragem e continue acreditando mesmo assim.
Ao findar sua jornada terrestre, e só então, você poderá contemplar a ficha de avaliação do seu desempenho. Somente você será responsabilizado por seus atos. E tenha a certeza de que todos aqueles que tentaram desviá-lo do caminho reto não estarão lá para lhe dar apoio...
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Madre Teresa de Calcutá, dentre tantos conselhos preciosos que legou à humanidade, deixou um conselho especial para aqueles que desejam construir na intimidade as mais nobres virtudes, dizendo:
"Muitas pessoas são irracionais, ilógicas e egocêntricas. Ame-as, mesmo assim."
"Se você tem sucesso em suas boas realizações, ganhará falsos amigos e verdadeiros inimigos. Tenha sucesso, mesmo assim."
"O bem que você faz será esquecido amanhã. Faça o bem, mesmo assim."
"A honestidade e a franqueza o tornam vulnerável. Seja honesto, mesmo assim."
"Aquilo que você levou anos para construir, pode ser destruído de um dia para o outro. Construa, mesmo assim."
"Os pobres têm verdadeiramente necessidade de ajuda, mas alguns deles podem atacá-lo se você os ajudar. Ajude-os, mesmo assim."
"Se você der ao mundo e aos outros o melhor de si mesmo, você corre o risco de se machucar. Dê o que você tem de melhor, mesmo assim."

A DOR DO ABANDONO

A minha fé mais profunda é que podemos mudar o mundo pela verdade e pelo amor."
Mahatma Gandhi

A Dor do Abandono
Era uma manhã de sol quente e céu azul quando o humilde caixão contendo um corpo sem vida foi baixado à sepultura.

De quem se trata? Quase ninguém sabe.

Muita gente acompanhando o féretro? Não. Apenas umas poucas pessoas.

Ninguém chora. Ninguém sentirá a falta dela. Ninguém para dizer adeus ou até breve.

Logo depois que o corpo desocupou o quarto singelo do asilo, onde aquela mulher havia passado boa parte da sua vida, a moça responsável pela limpeza encontrou em uma gaveta ao lado da cama, algumas anotações.

Eram anotações sobre a dor...

Sobre a dor que alguém sentiu por ter sido abandonada pela família num lar para idosos...

Talvez o sofrimento fosse muito maior, mas as palavras só permitem extravasar uma parte desse sentimento, grafado em algumas frases:

Onde andarão meus filhos?

Aquelas crianças ridentes que embalei em meu colo, alimentei com meu leite, cuidei com tanto desvelo, onde estarão?

Estarão tão ocupadas, talvez, que não possam me visitar, ao menos para dizer olá, mamãe?

Ah! Se eles soubessem como é triste sentir a dor do abandono... A mais deprimente solidão...

Se ao menos eu pudesse andar... Mas dependo das mãos generosas dessas moças que me levam todos os dias para tomar sol no jardim... Jardim que já conheço como a palma da minha mão.

Os anos passam e meus filhos não entram por aquela porta, de braços abertos, para me envolver com carinho...

Os dias passam... e com eles a esperança se vai...

No começo, a esperança me alimentava, ou eu a alimentava, não sei...

Mas, agora... como esquecer que fui esquecida?

Como engolir esse nó que teima em ficar em minha garganta, dia após dia?

Todas as lágrimas que chorei não foram suficientes para desfaze-lo.

Sinto que o crepúsculo desta existência se aproxima...

Queria saber dos meus filhos... dos meus netos...

Será que ao menos se lembram de mim?

A esperança, agora, parece estar atrelada aos minutos... que a arrastam sem misericórdia... para longe de mim.

Às vezes, em meus sonhos, vejo um lindo jardim...

É um jardim diferente, que transcende os muros deste albergue e se abre em caminhos floridos que levam a outra realidade, onde braços afetuosos me esperam com amor e alegria...

Mas, quando eu acordo, é a minha realidade que eu vejo... que eu vivo... que eu sinto...

Um dia alguém me disse que a vida não se acaba num túmulo escuro e silencioso. E esse alguém voltou para provar isso, mesmo depois de ter sido crucificado e sepultado...

E essa é a única esperança que me resta...

Sinto que a minha hora está chegando...

Depois que eu partir, gostaria que alguém encontrasse essas minhas anotações e as divulgasse.

E que elas pudessem tocar os corações dos filhos que internam seus pais em asilos, e jamais os visitam...

Que eles possam saber um pouco sobre a dor de alguém que sente o que é ser abandonado...

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A data assinalada ao final da última anotação, foi a data em que aquela mãe, esquecida e só, partiu para outra realidade.

Talvez tenha seguido para aquele jardim dos seus sonhos, onde jovens afetuosos e gentis a conduzem pelos caminhos floridos, como filhos dedicados, diferentes daqueles que um dia ela embalou nos braços, enquanto estava na terra.

O QUE É DE FATO SIGNIFICATIVO

O que é de fato significativo?


O filho que muitas vezes não limpa o quarto e fica vendo televisão,
significa que...
está em casa!
A desordem que tenho que limpar depois de uma festa,
significa que...
estivemos rodeados de familiares e amigos!
As roupas que estão apertadas,
significa que...
tenho mais do que o suficiente para comer!
O trabalho que tenho em limpar a casa,
significa que...
tenho uma casa!

O que é de fato significativo?
As queixas que escuto acerca do governo,
significa que...
tenho liberdade de expressão!
Não encontro estacionamento,
significa que...
tenho carro!
Os gritos das crianças,
significa que...
posso ouvir!
O cansaço no final do dia,
significa que...
posso trabalhar!
O despertador que me acorda todas as manhãs,
significa que...
estou vivo!
Finalmente pela quantidade de mensagens que recebo,
significa que...
tenho Amigos pensando em mim!

"QUANDO PENSARES QUE A VIDA TE CORRE MAL...
LEIA OUTRA VEZ ESTA MENSAGEM!!!"

MÃE

MÃE
(Os Nonatos)


Mãe/ atuamos juntos na cena do parto/
Sem cobrar diária seu ventre foi quarto/
De hotel cinco estrelas pro conforto meu/
Mãe/ sagrada pessoa que só nos agrada/
Eu lhe dando tudo/ não seria nada/
Comparando a tudo/ que você me deu/

Mãe/

Mãe/ na grasça, desgraça, sorrindo ou chorando/
No luxo ou na lama perdendo ou ganhando/
Você me dá força, confiança e fé/
Mãe/ quando eu entro crise ou caio doente/
Todo mundo foge você está presente/
E estendendo os braços pra me ver de pé/

Mãe/

Mãe/ reserva de paz, fonte de energia/
Personagem ímpar, luz de estrela guia/
Alicerce humano, cem por cento forte/
Mãe/ rainha sem trono, guerreira sem farda/
Mulher com status de anjo da guarda/santa duas vezes/ na vida e na morte/

Mãe/

FRASES DE AMOR

FRASES DE AMOR

• Quem tentar possuir uma flor, verá sua beleza murchando. Mas quem apenas olhar uma flor num campo, permanecerá sempre com ela. Você nunca será minha e por isso terei você para sempre.
• A ausência diminui as pequenas paixões e aumenta as grandes, , da mesma forma como o vento apaga as velas e atiça as fogueiras. (François de La Rochefoucault)
• A dor do amor é tão forte quanto a do parto, porque deste nasce a vida, assim como do amor nasce a vontade de continuar a viver.
• A felicidade é uma palavra de dez letras. A minha resumi-se em quatro: VOCÊ.
• A felicidade não é uma estação onde chegamos mas uma maneira de viajar.(Margareth Rimbeuk)
• A maior de todas as artes é a arte de viver juntos.
• A mais bela ponte construída no planeta é a distância entre um olhar e outro. (Mário Prata)
• A mulher é igual sombra: Se correis atrás dela, foge-vos; Se fugis dela, corre atrás de você.( Alphonse Lamartine)
• A razão e o amor são eternos inimigos (Pierre Corneille)
• A vida só é vida, quando é vivida por duas vidas em uma só vida.
• Amor não se conjuga no passado; ou se ama para sempre, ou nunca se amou verdadeiramente.
• Apague com um sorriso a tristeza que existe no teu rosto. Assim não darás a quem te ama a tristeza de te ver chorar. E assim darás a quem te ama a alegria de te ver sorrir.
• As lágrimas não são aquelas que saem dos olhos mas aquelas que saem do coração e descem à alma.
• As mais lindas coisas da vida, não podem ser vistas nem tocadas mas sentidas pelo coração.
• Como são sábios aqueles que são tolos no amor.
• Covardes não são os homens que choram por amor, mas sim, homens que não amam por medo de chorar.
• Entre as diversas formas de mendicância, a mais humilhante e a do amor implorado. (Carlos Drumond de Andrade).
• Levantei pensando em você, não almocei pensando em você, não dormir porque estava com fome.
• O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem.

CRÔNICA DE ARNALDO JABOR

HOMENS (Arnaldo Jabor)
Foi lendo um monte de besteiras que as mulheres escrevem em livros sobre o 'universo masculino', que resolvi escrever esse e-mail.
Não tenho objetivo de 'revelar' os segredos dos homens, mas amigos, me desculpem.

Não se trata de quebrar nosso código de ética.

Isso vai ajudar as mulheres a entenderem os homens e, enfim, pararem de tentar nos mudar com métodos ineficazes.

Vou começar de sola.

Se não estiver preparada nem continue a ler.

E digo com segurança: o que escrevo aqui se aplica a 99,9% dos homens baianos e brasileiros (sem medo de errar).



1º Não existe homem fiel.

Vc já pode ter ouvido isso algumas vezes, mas afirmo com propriedade.

Não é desabafo.

É palavra de homem que conhece muitos homens e que conhecem, por sua vez, muitos homens.

Nenhum homem é fiel, mas pode estar fiel, ou porque está apaixonado (algo que não dura muito tempo - no máximo alguns meses - nem se iluda), ou porque está cercado por todos os lados (veremos adiante que não adianta cercá-lo. (Isso vai se voltar contra vc).

A única exceção é o crente extremamente convicto.

Se vc quer um homem que seja fiel, procure um crente daqueles bitolados, mas agüente as outras conseqüências.



2º Não desanime.

O homem é capaz de te trair e de te amar ao mesmo tempo.

A traição do homem é hormonal, efêmera, para satisfazer a lascívia.

Não é como a da mulher.

Mulher tem que admirar para trair; ter algum envolvimento.

O homem só precisa de uma bunda.

A mulher precisa de um motivo para trair, o homem precisa de uma mulher.



3º Não fique desencantada com a vida por isso.

A traição tem seu lado positivo.

Até digo, é um mal necessário.

O cara que fica cercado, sem trair é infeliz no casamento, seu desempenho sexual diminui (isso mesmo, o desempenho com a esposa diminui), ele fica mal da cabeça. Entenda de uma vez por todas: homens e mulheres são diferentes.

Se quiser alguém que pense como vc, vire lésbica (várias já fizeram isso e deu certo), ou case com um viado enrustido que precisa de uma mulher para se enquadrar no modelo social.

Todo ser humano busca a felicidade, a realização.

E a realização nada mais é do que a sensação de prazer (isso é química, tá tudo no cérebro).

A mulher se realiza satisfazendo o desejo maternal, com a segurança de ter uma família estruturada e saudável,com um bom homem ao lado que a proteja e lhe dê carinho.

O homem é mais voltado para a profissão e para a realização pessoal e a realização pessoal dele vêm de diversas formas: pode vir com o sentimento de paternidade, com uma família estruturada, etc.

Mas nunca vai vir se não puder ter acesso a outras fêmeas e se não puder ter relativo sucesso na profissão.

Se vc cercar seu homem (tipo, mulher que é sócia do marido na empresa) - o cara não dá um passo no dia-a-dia (sem ela) vc vai sufocá-lo de tal forma que ele pode até não ter espaço para lhe trair, mas ou seu casamento vai durar pouco, ele vai ser gordo (vai buscar a fuga na comida) e vai ser pobre (por que não vai ter a cabeça tranqüila para se desenvolver profissionalmente.(Vai ser um cara sem ambição e sem futuro).



4º Não tente mudar para seu homem ser fiel.

Não adianta.

Silicone, curso de dança sensual, se vestir de enfermeira, etc... nada disso vai adiantar.

É lógico que quanto mais largada vc for, menor a vontade do homem de ficar com vc e maior as chances do divórcio.

Se ser perfeita adiantasse, Julia Roberts não tinha casado três vezes.

Até Gisele Bunchen foi largada por Di Caprio - não é vc que vai ser diferente (mas é bom não desanimar e sempre dar aquela malhadinha).

O segredo é dar espaço para o homem viajar nos seus desejos (na maioria das vezes, quando ele não está sufocado pela mulher ele nem chega a trair, fica só nas paqueras, troca de olhares).Finja que não sabe que ele dá umas pegadas por fora.

Isso é o segredo para um bom casamento.

Deixe ele se distrair, todos precisam de lazer.



5º Se vc busca o homem perfeito, pode continuar vendo novela das seis.

Eles não existem nesse conceito que vc imagina.

Os homens perfeitos de hoje são aqueles bem desenvolvidos profissionalmente que traem esporadicamente (uma vez a cada dois meses, por exemplo), mas que respeitam a mulher, ou seja, não gastam o dinheiro da família com amantes, não constituem outra família, não traem muitas vezes, não mantêm relações várias vezes com a mesma mulher (para não criar vínculos) e, sobretudo, são muuuuuito discretos: não deixam a esposa (e nem ninguém da sua relação,como amigas, familiares, etc.) saberem.

Só, e somente só, um amigo ou outro DELE deve saber - faz parte do prazer do homem contar vantagem sexual.

Pegar e não falar para os amigos é pior do que não pegar.

As traições do homem perfeito geralmente são numa escapolida numa boite, ou com uma garota de programa (usando camisinha e sem fazer sexo oral nela), ou mesmo com uma mulher casada de passagem por sua cidade.

O homem perfeito nunca trai com mulheres solteiras.

Elas são causadoras de problemas.

Isso remete ao próximo tópico.



6º ESSE TÓPICO NÃO É PARA AS ESPOSAS. É PARA AS SOLTEIRAS OU AMANTES.

Esqueçam de uma vez por todas esse negócio de que homem não gosta de mulher fácil.

Homem adora mulher fácil.

Se 'der' de prima então, é o máximo.

Todo homem sabe que não existe mulher santa.

Se ela está se fazendo de difícil ele parte para outra.

A demanda é muito maior do que a procura.

O mercado ta cheio de mulher gostosa.

O que homem não gosta é de mulher que liga no dia seguinte.

Isso não é ser fácil, é ser problemática (mulher problema).

Ou, como se diz na gíria, é pepino puro.

O fato de vc não ligar para o homem e ele gostar de vc, não quer dizer que foi por vc se fazer de difícil, mas sim por vc não representar ameaça para ele.

Ele vai ficar com tanta simpatia por vc que vc pode até conseguir fisgá-lo e roubá-lo da mulher.

Ele vai começar a se envolver sem perceber.

Vai começar ELE a te procurar.

Se ele não te procurar era porque ele só queria aquilo mesmo.

Parta para outro e deixe esse de stand by.

Não vá se vingar, vc só piora a situação e não lucra nada com isso.

Não se sinta usada, vc também fez uso do corpo dele - faz parte do jogo; guarde como um momento bom de sua vida.



7º 90% dos homens não querem nada sério.

Os 10% restantes estão momentaneamente cansados da vida de balada ou estão ficando com má fama por não estarem casados ou enamorados; por isso procuram casamento.

Portanto, são máximas as chances do homem mentir em quase tudo que te fala no primeiro encontro (ele só quer te comer, sempre).

Não seja idiota, aproveite o momento, finja que acredita que ele está apaixonado, dê logo para ele (e corra o risco de fisgá-lo) ou então nem saia com ele.

Fazer doce só agrava a situação, estamos em 2008 e não em 1958.

Esqueça os conselhos da sua avó, os tempos são outros.



8º Para ser uma boa esposa e para ter um casamento pelo resto da vida faça o seguinte: tente achar o homem perfeito do 5º item e dê espaço para ele.

Não o sufoque.

Ele precisa de um tempo para sua satisfação.

Seja uma boa esposa, mantenha-se bonita, malhe, tenha uma profissão (não seja dona de casa), seja independente e mantenha o clima legal em casa.

Nada de sufocos, de 'conversar sobre a relação', de ficar mexendo no celular dele, de ficar apertando o cerco, etc.

Vc pode até criar 'muros' para ele, mas crie muros invisíveis e não muito altos.

Se ele perceber ou ficar sem saída, vai se sentir ameaçado e o casamento vai começar a ruir.

A última dica:



9º Se vc está revoltada por este e-mail, aqui vai um conselho: vá tomar uma água e volte para ler com o espírito desarmado.

Revoltar-se quanto ao que está escrito não vai resolver nada em sua vida.

Acreditar que o que está aqui é mentira ou exagero pode ser uma boa técnica (iludir-se faz parte da vida - se vc é dessas, boa sorte!).

Mas tudo é a pura verdade.

Seu marido/noivo/namorado te ama, tenha certeza, senão não estaria com vc, mas trair é como um remédio; um lubrificante para o motor do carro.

Isso é científico.

O homem que vc deve buscar para ser feliz é o homem perfeito do item 5º.

Diferente disso ou é crente, ou viado ou tem algum trauma (e na maioria dos casos vão ser pobres).

O que vc procura pode ser impossível de achar, então, procure algo que vc pode achar e seja feliz ao invés de passar a vida inteira procurando algo indefectível que vc nunca vai encontrar.

Espero ter ajudado em alguma coisa.

Agora, depois de tudo isso dito, cadê a coragem de mandar este e-mail para minha mulher??



(Arnaldo Jabor)

Lorotas e Lorotas

LOROTAS E LOROTAS

• O LUGAR QUE AS MULHERES SENTEM MAIS ORGASMO, É NA CHECHÊNCIA.
• CASAMENTO COM SAPATÃO NÃO DÁ PÉ.
• INDECISO É O DENTE DE CISO QUE DEMORA PRA NASCER.
• A MANICURE SÓ CONSEGUE TRABALHAR SE ALGUÉM DER UMA MÃO PRA ELA.
• COM DOZE ANOS GANHEI A PRIMEIRA MESADA DO MEU PAI, COM TREZE UMA CADEIRADA.
• AFOGAMENTO É UMA COISA QUE DEIXA A GENTE COM ÁGUA NA BOCA.
• PARA CORRESPONDER NO SEXO, O HOMEM TEM QUE DAR DURO.
• GINÁSTICA LOCALIZADA É AQUELA QUE É FEITA NA MESMA ACADEMIA.
• A VIDA EM MARTE DEVE SER UM MARTÍRIO.
• DENTISTA É UM PROFISSIONAL QUE NÃO GOSTA DE PERDER UMA BOQUINHA.
• ALGUMAS MULHERES NÃO TÊM PEITO PARA USAR SILICONE.
• É MUITO DIFÍCIL SE LIVRAR DE UMA MULHER FÁCIL.
• PANDEMÔNIO É PÃO QUE O DIABO AMASSOU.
• GAYS GOSTAM DE COMER CUSCUZINHOS.
• O HOMOSSEXUAL PASSIVO TEM QUE SE VIRAR PRA FAZER SEXO.
• BARÍTONOS SÃO CANTORES DE ÓPERA QUE CANTAM NOS BARES.
• AS VACAS MAIS MUSCULOSAS SÃO AS MALHADAS.
• MANADA É A REUNIÃO DE MUITOS IRMÃOS.
• CANIBAL DIABÉTICO NÃO PODE COMER PÉ DE MOLEQUE
• NO CEASA O PESSOAL SÓ FALA ABOBRINHAS.
• MULHER LIBERADA É AQUELA QUE JÁ CUMPRIU TODA PENA NA CADEIA
• GALPÃO É UMA PADARIA QUE GAL COSTA ACABOU DE ABRIR.
• CÉREBRO É UMA COISA QUE NÃO ME SAI DA CABEÇA.

SER

LEIA COM ATENÇÃO E REFLITA.
Ser

Não vale o que temos, nem o que sabemos, nem o que fazemos: vale o que somos.
Ser é a essência do indivíduo.
Um vaso pode ter moedas de ouro, pode fazer vista por sua beleza, mas ser barro ordinário. Outro pode estar enlameado, sujo e amassado,e, no entanto, ser de ouro puríssimo.
Inegável que o segundo vale mais que o primeiro.
Jamais esqueçamos que Herodes era rei, e Jesus, carpinteiro.
Que Nero era imperador e Paulo, prisioneiro.
Não é parecer, tampouco. Não é a opinião dos outros: é o que somos em nosso mais íntimo mundo espiritual.
Nem é o que ainda sentimos em nós, pois este sentimento, ao passar pelo eu inferior, pode transmudar-se em orgulho, banhar-se em nosso convencimento, enfeitar-se com a nossa vaidade e ficar totalmente retorcido.
Confesso que não saberia estabelecer um modo de sabermos o que o que somos, mesmo porque não há juiz em causa própria. Qualquer autojulgamento pode ser errôneo, ou, pelos menos, falho.
Mas talvez possamos ir, sabendo se estamos ficando melhores:
• Se verificamos que aquele constrangimento que sentíamos de um antigo adversário já está desaparecendo, dando lugar a uma simpatia tão franca e aberta como quando estamos diante de um amigo de longos anos;
• Se formos verificando que aqueles pensamentos que outrora surgiam em nossa mente diante de certas criaturas estão modificando e agora parecem pensamentos de santidade e piedade.
• Se aos poucos comprovamos que, diante da diabrura de uma criança, não mais sentimos aquela irritação antiga, mas, antes, nossa compreensão é mais clara e risonha, e sentimo-nos felizes com a felicidade da inocência;
• Se lentamente descobrimos que, ao darmos um escorregão, não mais somos assomados por aborrecimento, irritação ou raiva, mas que um sorriso espontâneo e sincero de bondade nos aflora aos lábios, vindo do coração;
• Se dia a dia percebermos que diante das coisas mundanas não nos emocionamos mundanamente, mas sentimos divinamente em nós a comoção do amor divino, através do mundo de Deus;
• Se suavemente notarmos que realmente nada somos e nada sabemos, e que tudo o que temos nós o recebemos do alto, como dádiva generosa; sabendo colocar-nos diante das coisas na posição exata, sem ressentir-nos quando formos passados para trás;
• E, finalmente, se aprendermos a receber injúrias e calúnias com a serenidade com a qual ouvimos um cão preso ladrar contra nós, não dando a menor importância, porque nada nos atinge.

E tudo se o verificarmos sem envaidecer-nos, isto é, sem que nos julguemos humildes...


(Autor desconhecido)

Do: amigo de vocês: JOSA RABÊLO

सेर फेलिज़

Ser Feliz é Uma Decisão
Uma senhora de 92 anos, delicada, bem vestida, com o cabelo bem penteado e um semblante calmo, precisou se mudar para uma casa de repouso.

Seu marido havia falecido recentemente e a mudança se fez necessária, pois ela era deficiente visual e não havia quem pudesse ampará-la em seu lar.

Uma neta dedicada a acompanhou.

Após algum tempo aguardando pacientemente na sala de espera, a enfermeira veio avisá-las que o quarto estava pronto.

Enquanto caminhavam, lentamente, até o elevador, a neta, que já havia vistoriado os aposentos, fez-lhe uma descrição visual de seu pequeno quarto, incluindo as flores na cortina da janela.

A senhora sorriu docemente e disse com entusiasmo: Eu adorei!

Mas a senhora nem viu o quarto... Observou a enfermeira.

Ela não a deixou continuar e acrescentou:

A felicidade é algo que você decide antes da hora. Se eu vou gostar do meu quarto ou não, não depende de como os móveis estão arranjados, e sim de como eu os arranjo em minha mente.

E eu já me decidi gostar dele...

E continuou: é uma decisão que tomo a cada manhã quando acordo. Eu tenho uma escolha, posso passar o dia na cama remoendo as dificuldades que tenho com as partes de meu corpo que não funcionam há muito tempo, ou posso sair da cama e ser grata por mais esse dia.

Cada dia é um presente, e meus olhos se abrem para o novo dia das memórias felizes que armazenei...

A velhice é como uma conta no banco, minha filha... De onde você só retira o que colocou antes.

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A lição de uma pessoa idosa e sem a visão dos olhos físicos é de grande profundidade e contém ensinamentos valiosos.

E o primeiro deles é que a felicidade é uma decisão pessoal.

Depende mais da nossa disposição mental do que das circunstâncias que nos rodeiam.

Cada pessoa tem, na intimidade, o potencial de armazenar as belezas que deseja ver em sua tela mental, ainda que ao seu redor a paisagem seja deprimente.

Para isso é preciso construir um mundo de felicidade nesse banco de lembranças que Deus ofereceu a cada um de seus filhos.

E quando se constrói um mundo de paz e felicidade, portas à dentro da alma, é possível compartilhar essa realidade com aqueles que nos cercam.

Assim é que se não temos em nossa vida os enfeites que desejamos, arranjemos tudo isso em nossa mente. É uma forma de ver as coisas com olhar positivo e otimista.

Além disso, como toda criação começa na mente, é bem possível que venhamos a concretizar esse sonho alimentado na alma.

Se você ainda não havia pensado nessa possibilidade, pense agora.

Comece, sem demora, a depositar felicidade na conta do banco das suas lembranças, para poder resgatar sempre que desejar.

Se você abrir a janela, pela manhã, e seus olhos físicos puderem ver apenas paisagens deprimentes, abra as janelas da alma e contemple um jardim em flor.

Respire fundo e sinta o perfume de jasmim, de rosas e cravos, ouça o canto dos pássaros que voam, ligeiros, pelo ar.

Perceba a brisa acariciando seu rosto, e curta a melodia dos grilos e cigarras que cantam para alegrar suas horas.

Decida ser feliz, ainda que seja uma felicidade que só você pode sentir. E lembre-se sempre: a felicidade não depende de como as coisas estão arranjadas, mas de como você as arranja na sua mente.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base na história da Sra. Maurine Jones, contada por Cheri Pape disponível no site: http://www.soberrecovery.com/forums/showthread-9941.html
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sexta-feira, 16 de maio de 2008

NA ROLETA DA PAIXÃO/ MEU PRÊMIO SERÁ SAUDADE

Mote: NA ROLETA DA PAIXÃO
MEU PRÊMIO SERÁ SAUDADE (Josa Rabelo)

Não tenho sorte no amor
Não tenho sorte na vida
Não tenho sorte na lida
Não tenho raiva e rancor
Se apaixonado eu for
Por minha cara metade
Ela por infelicidade
Machuca meu coração
Na roleta da paixão
Meu prêmio será saudade

Se por amor faço repente
De repente ela me deixa
Na deixa, eu faço queixa
Na queixa fico doente
Enfermo não é contente
No campo e/ou na cidade
E ela só por vaidade
Mexe com minha emoção
Na roleta da paixão
Meu prêmio será saudade

O nosso amor começô
Desde quando era menino
Já se traçou o destino
Deste homem sofredô
No palco da vida atò
Na peça da amizade
Eu buscava na verdade
No amor ser campeão
Na roleta da paixão
Meu prêmio será saudade

Glosa: Josa Rabêlo

quinta-feira, 15 de maio de 2008

PEDRA OU VIDRAÇA OU VICE VERSA

PEDRA OU VIDRAÇA OU VICE-VERSA!!
É incrível a falta de memória aliada à hipocrisia das pessoas, principalmente, no meio político.
Como é que alguém só aparece para defender os direitos dos outros quando está na oposição.
Joel, porque você não criticava, quando da gestão de vocês, a realização de festas? contratos de Bandas Musicais? Salário mínimo para todos os servidores?
Não me venha com a desculpa que é oposição, de que não tinha ninguém como "você" para fazer oposição. Joel, oposição tem que haver sim é salutar pra democracia, desde que seja uma oposição consciente, que não bata de frente com os interesses dos aliados e/ou oposicionistas. Quando você critica e emperra o desenvolvimento da cidade você está sendo, no mínimo, incoerente com os que em você depositaram confiança.
Joel, você tem uma grande capacidade legislativa, mas como disse noutro comentário que fiz no seu blog, você sairía-se melhor se averigua-se o que você vai colocar no ar, na tribuna do Povo.
SDS. Poéticas e Pajeuzeiras
Josa Rabêlo

sábado, 10 de maio de 2008

O QUE É QUE ME FALTA FAZER MAIS ?

O QUE É QUE ME FALTA FAZER MAIS
(Josa Rabêlo)

Viajei por este mundão inteiro
Naveguei os sete mares que existe
Alegrei a quem eu encontrei triste
Monte Everest, eu conquistei primeiro
Fui criador do primeiro de janeiro
Do calendário dos dias atuais
Conheço todas as florestas tropicais
Descobri o planeta de Plutão
Ensinei a Luiz fazer Baião
E o que é que me falta fazer mais?

A espada de Joana D’arc eu forjei
De Tomas Edson fui colaborador
Ensinei Rui Barbosa ser orador
Os concílios da católica organizei
Em Nicéia e Trento me formei
Pra defender esses dogmas atuais
Reuni Sacerdotes e Cardeais
Para que ao povo trouxessem sua Luz
Fiz tudo isso em nome de Jesus
E o que é que me falta fazer mais?

Já cantei em todo esse arrebol
Dei em tudo que é poeta violeiro
Ensinei a Pinto do Monteiro
Fui inventor da camisa cachecol
Para o Brasil eu trouxe Futebol
Junto a Charles Muller bom rapaz
Nesse esporte o Brasil tem bom cartaz
Tem o título de Penta-Campeão
Fui assistente do grande Felipão
E o que é que me falta fazer mais?

Do Filósofo Sócrates, Conselheiro
De Cristóvão Colombo, Capitão
Da estória de Maria e João
Escrevi e ganhei logo o primeiro
Prêmio que um poeta estrangeiro
Queria ganhar e esforçou-se até de mais
Fui tutor de Dom Pedro sofri demais
Antes dele assumir esta nação
E na empreita Bonifácio deu-me mão
E o que é que me falta fazer mais?

De Alexandre, o Grande, fui Guerreiro
Na Roma dos Césares , Senador
Do império Britânico, Opositor
E na África do Sul cheguei primeiro
Do Mahatman eu fui seu conselheiro
Ajudei esse santo até demais
A livrar seu País pregando a Paz,
Usando o diálogo e consciência
Fazendo uso da não violência
E o que é que falta fazer mais?




Com Lutter King marchei mais d”uma vez
Defendendo sua tese em questão
De lutar pelo Negro, seu irmão
Dei a ele de conselho mais de três
Mais o próprio dos conselhos se desfez
Defedendo os assuntos principais
Contra os preconceitos raciais
E até hoje o seu nome é lembrado
Grande mártir que foi assassinado
E o que é que falta fazer mais?

Naveguei com os fenícios há
Mais de 10 mil anos que passô
E a Santos Dumont o inventô
D’uma máquina que andava pelo ar
Ajudei esse homem quando na
Criação do avião pra ser capaz
De entrar pra história e nunca mais
Ser esquecido devido a invenção
Batizei-o de O Pai da Aviação
E o que é que me falta fazer mais?

Quando eu descobri penicilina
Essa criação eu não patenteei
A febre amarela eu erradiquei
Fui um mestre, um às da medicina
Contra a ditadura estive sempre em cima
Dos palanques passei para os jornais
Pra mulheres fui motivos de ais
E pra minha missão ficar completa
Inventei eu de um dia ser poeta
E o que é que me resta fazer mais?

terça-feira, 6 de maio de 2008

Terra amada torrão onde meus pés
Se aprumaram pra meus primeiros passos
Testemunha de glórias e fracassos
Vitimada por mil secas cruéis.
Mas, pra nós sertanejos, inda és
Dos rincões, o mais belo e mais lembrado
Por seus filhos poetas, decantado
Para todos és chão, terra e auxílio
E pr’aqueles que vivem no “exìlio”
És lembrança chorosa do passado

Como posso esquecer as madrugadas
Nas moagens de cana nos engenhos
Tantas lutas, fadigas e empenhos
Das debulhas de milho nas latadas
Das bonitas manhãs ensolaradas
Adjuntos nas limpas de algodão
Buscas d’água num poço com galão
Almoçar feijão-verde com torresmo
Quem viveu essas coisas? Fui eu mesmo!
Nos meus anos de ouro no Sertão.

Quem não cala nas tardes sertanejas
Para ouvir o lamento do carão
Alternado no canto do cancão
Como fossem poetas em pelejas
Os badalos dos sinos nas igrejas
Convidando o caboclo a se benzer
O vermelho do sol no entardecer
Ir morrendo pras bandas do poente
Num teatro que Deus fez para a gente
Assistir esperando anoitecer.

Quando a noite, qual manto de viúva
Vem pintar o Sertão de negras cores
Aparecem os noturnos atores
Sapo, briba, guará, peba e saúva
Um matuto deitado, escuta a chuva
Que cai mansa nas telhas da palhoça
Quando o vento enfraquece, a chuva engrossa
Pensa então o caboclo emocionado:
Se eu pudesse ia agora pru roçado
Começar preparar a minha roça.

Meu Sertão, minha terra, meu regaço
O meu verso não é suficiente
Pra cantar o teu solo, a tua gente
Que trabalha e resiste sem cansaço
Não se assombra com seca nem mormaço.
Um cenário que Deus arquitetou
Eu aqui do lugar aonde estou
Apesar do progresso e do barulho
Mando um verso falando do orgulho
De Ser Tão sertanejo quanto sou.

Bràs Ivan

Também nasci no sertão
Onde o sol nasce bonito
Onde a terra é seca e quente
E rimar é quase um rito
A musa que beija a face
Beija tres vezes quem nasce
Em São José do Egito.
(Brás Ivan)
Pra chorar encontrei outro motivo
Quando achei do engenho a velha porta
No oitão uma ingazeira morta
Decretava o fim definitivo
Cabisbaixo, tristonho e pensativo
Vim embora de novo pra cidade
Recordar é viver! Isso é verdade
Não poder viver mais é que não presta.
No lugar do engenho hoje só resta
Os escombros de dor e de saudade.
Do engenho herança dos meus pais
Do qual eu deveria ser herdeiro
Restam só os tijolos do bueiro,
Alguns cacos de telhas, nada mais.
Lá num canto de cerca ainda jaz
A moenda sem mais utilidade
Me responda poeta por bondade
Se existe tristeza como esta.
No lugar do engenho hoje só resta
Os escombros de dor e de saudade.
Eu quase me esquecia
Mas você rapidamente
Me advertiu dizendo:
Poeta cante pra gente!
Vou atender seu apelo
Que o sobrenome Rabelo
E sinônimo de repente. (Braz Ivan)
De Onde Meu Verso Nasce

Meu verso nasce enrolado
Nas ramas da gitirana
Depois que nasce o amarro
Com tira de imburana
Não faltam tiras nem versos
Sete dias por semana.

Eu vendo um rolo de cana
Se transformar em bagaço
Um vaqueiro destemido
De gibão, perneira e laço
Misturo tudo com rima
Nos muitos versos que faço.

E quando sinto o mormaço
No pingo do meio-dia
Uma cigarra estridente
S’acabando em cantoria
Pego os dois ingredientes
E transformo em poesia.

Quando o bacural vigia
Na cabeça da estaca
Um caçote perde a vida
Na presa da jararaca
Eu sinto que um verso nasce
E no meu peito se ataca.

Enquanto na arataca
Um preà se aperreia
Um bode “trupica”e cai
Por estar preso na peia
Sinto um magote de verso
Correndo na minha veia.

Enquanto na roça alheia
Menino rouba goiaba
A nuvem roxa de inverno
`As aguas do céu desaba
Eu colho versos da fonte
Cheia que nunca se acaba.


O cheiro forte da baba
D’uma vaca remuendo
Uma torre no nascente
Se no sertão ta chuvendo
Sinto na roça da alma
Um verso novo nascendo.

Quando vem amanhecendo
No terreiro da cozinha
Eu vendo um galo pedrez
Correndo atràs da galinha
Até isso entra em meus versos
Dando graça a rima minha.

Ainda de manhãzinha
Mâe preparando o café
Meu pai batendo a enxada
Vovô cheirando rapé
Vendo essas coisas me inspiro
Faço verso sem dar fé.

Pescando de jereré
Caçando de baladeira
Pastorando a criação
Me balançando em porteira
Somente lembrando disso
Faço verso a tarde inteira.


Brocando uma capoeira
Esperando as trovoadas
Ouvindo um vaqueiro velho
Rouco cantando toadas
Assim comecei fazer
Minhas estrofes rimadas.



Enquanto nas madrugadas
Caçava peba e tatu
Com fogo, fumaça e vara
Eu derrubava um enxu
Lavava a alma com versos
Nas aguas do Pajeu.




E quando o mandacaru
Nos dava a flor da esperança
A seca ia-se embora
Dando lugar a bonança
Eu rabiscava sem jeito
Os meus versos de criança.


Quando era noite de dança
Atravessava os riachos
Para ver as sertanejas
Com lindas tranças e cachos
Melodiava meus versos
No toque dos oito-baixos.


E quando os ferventes tachos
Borbulhavam nas moagens
Deus bendizia com chuva
Altos, baixìos e vàrgens
Eu jà descrevia em versos
Essas bonitas imagens.


E quando as cinzas paisagens
Denunciavam o estio
Eu na luz de um candeeiro
De lata, gàs e pavio
Cantava a terra rachada
Do leito seco do rio.


Um sertanejo bravio
Num serviço de emergência
Uma mâe com doze filhos
Sofrendo com paciência
Faziam com que meu verso
Ganhasse forma e essência.


Quando as mãos da Providência
Tinham compaixão do povo
Mandava chuva na terra
Como sinal de aprovo
Sentia um verso na alma
Começar nascer de novo.


Pra festa de ano novo
Quando pai caiava a casa
Mâe estirava o vestido
Num velho ferro de brasa
Sentia a rima crescendo
E o verso criando asa.


Quando na cacimba rasa
A seca prenunciava
Que estaria chegando
Sem dizer quando voltava
Eu sentia que calada
A minha alma rimava.


E quando a rama da fava
Marcava o cabão de milho
Um cheiro invadia a sala:
Angu, pamonha e sequilho
Assim nasceu meu repente
E disso meu verso è filho.


Ao ouvir um trocadilho
Do poeta lourival
Um padre fazendo verso
Na vigilia de natal
Dizia: quando eu crescer
Quero fazer um igual.


Vendo uma velha rural
Servindo de lotação
A vìrgem sendo exaltada
Num poema de Cancão
Nasceram assim no meu peito
Um monte de inspiração.


E quando a televisão
Não tinha lugar na sala
Vovò contava anedotas
Jà velha usando bengala
Ao lembrar disso minh’alma
Faz verso, soluça e cala.


E quando uma rosa exala
Cheiro excitando a abelha
Um pingo de chuva entra
Por uma brecha da telha
Faço um verso tão sofrido
Chega a rima saia vermelha.


S’a derradeira centelha
Do sol morre no poente
E o negrume da noite
Envolve o sertão da gente
Escuto a alma agitada
Gemer parindo repente.


E quando da terra quente
Se levantava o mormaço
Com um feixe de ração
Pesando em meu espinhaço
Eu fazia um verso inteiro
Rimando cada pedaço.


Assim o verso que faço
Nasceu aonde eu nasci
Bebeu a agua barrenta
Do barreiro que bebi
E comeu o xerem quente
Com leite como eu comi.


Os versos que eu pari
Nunca chamarei de meus
Porque sò fiz o retoque
E alguns detalhes seus
Fiz eu o acabamento
Quem criou mesmo foi Deus.


Não os quero nos museus
(Passa-Tempo de granfino)
E nem ornados em ouro
Escritos em papel fino
Os quero escritos somente
Na alma do nordestino.
(Brás Ivan)



Desafio entre o Reverendo Brás e João Rolim

Brás
João Rolim tu tens sido até feliz
Nas pelejas que tens participado
Mas, comigo o rojão é mais pesado
Já passei do meu tempo de aprendiz
As proezas que até agora fiz
Dão a prova de minha competência
Reconheço a sua inteligência
Mas, não corro, não temo nem vacilo
Se quiser pelejar diga o estilo
Ou o tema de sua preferência.

João
Eu não sei qual a tua sapiência
Mas terás o castigo que mereces
Pegue o terço e comeces tuas preces
Pois de mim não terás sobrevivência
Já tomei a devida providência
Pegues leite e mistures com mastruz
Sou carrasco coberto com capuz
Vim trazendo mil galhos de urtiga
Pra fazer tu secares a bexiga
Vou te dar três lapadas numa cruz

Brás
O teu verso é opaco, o meu reluz
Tua rima é quebrada, a minha inteira
Já venci no repente Zé Limeira
Otacílio Batista e Zé da Luz
Tu terás que comer muito cuscuz
Pra fazeres um terço do que fiz
Derrotei Lourival, Dimas,Diniz,
Xudu, Pinto, Cancâo, Jó e Valdir
Vila-Nova, Amâncio e Moacir.
E eu era somente um aprendiz.

João
Nossa! Nunca fiquei, assim, feliz
Com trezentos mil nomes de poetas
Menestréis, pais das rimas mais completas
Nossos deuses de versos de raiz!
Tão mais fácil serei a geratriz
Colocando teus versos lá pra trás
É melhor, pois ganhando de "seu" Brás
Serás tu, mais trezentos mil perdidos
Vão ficar todos loucos, sacudidos
Com mal sonhos, comigo, o ferrabrás!

Brás
Vou mostrar a você como se faz
Desafio em Martelo Agalopado
Quem estuda comigo sai formado
Com mestrado nas rimas principais
Os alunos, porém, não são iguais
Nem maiores que os mestres do repente
Pra você respeitar minha patente
Vou lhe dar uma surra extravagante
Pra você aprender de hoje em diante
Nunca mais afrontar cabra-valente

João
Sou Netuno, do mar, com meu tridente
Castigando tu'alma de bastardo
O maior dos felinos: leopardo
Que te ataca com sangue no meu dente
Sou o sol que renasce no oriente
E sou lua se pondo do outro lado
A patente que tens é de soldado
Já eu sou o maior dos generais
Sou, das rimas, o pai de todos pais
Tu és filho e serás meu deserdado

Brás
Dos poetas que têm me enfrentado
Dois deixaram o Brasil rapidamente
Um deixou de cantar e virou crente
Um deixou a mulher virou viado
Dois ficaram sem voz, um aluado
Hoje pede esmola na esquina
Três deixaram a terra nordestina
Peguei um "poetinha" amador,
Dei-lhe tanto um dia em Salvador
Que correu, foi morar em Teresina.

João
Capei um, de machão, virou menina
Descambei seu reinado faz-de-conta
Não aceito nenhuma desafronta
E o poeta aprende essa doutrina
Eu prescrevo-te dose de morfina
Pra acabar com a dor que te agonia
Eu comi teu sobejo de poesia
Digeri e caguei tudo rimado
Nesse chão vou deixar tudo adubado
Pra nascer minha bela dinastia

Brás
Teu reinado eu já sei como seria
Um castelo pequeno de areia
A rainha, uma rapariga feia
A princesa uma puta da Bahia
Um cavalo-de-pau por montaria
General, um cachorro vira-lata
Por exercito uma praga de barata
Refeição será bosta de besouro
Quatro "bilas" quebradas o teu ouro
Um rebôlo de pedra a tua prata.

João
Rapariga, donzela, até beata
Todas provo, com fúria e com paixão
Meretriz da Bahia ou Maranhão
São acordes pra minha serenata
Sou cavalo-de-pau que se desata
Um cachorro-sem-dono a viajar
Sou barata que vai te envenenar
Alquimista com prata em toneladas
Transformando teus versos em latadas
E latadas num belo recitar






Brás
Sou as cores do manto de Iemanjar
Sou o traço da linha do Equador
Sou a ponta do bico do condor
Sou a luz prateada do luar
O gemido da ema a soluçar
Contemplando as centelhas do sol posto
Para vate pequeno e indisposto
Ou pseudo-poeta como tu
Sou malvado que nem mandacaru
Não lhe sombra fresca nem encosto

João
Sou poeta, sou teu sincero oposto
Rezo às graças de Nossa Mãe Maria
A Jesus, eu pra sempre cantaria
A Satã, jogo pragas no seu rosto
Jogo o doce no mar, mudando o gosto
E depois tempestade no sertão
Sou a lava explodindo do vulcão
Injeção pra curar qualquer doença
Minha marca que trago de nascença
É bater em poeta fanfarrão

Brás
Com poetas da tua posição
Pelejar é jogar verso no mato
Não consegues fazer um verso exato
Faltam métrica, rima e oração
Um poeta da minha condição
Cuja rima é perfeita, o verso belo
Nem devia escutar esse donzelo
E deixar que o povo lhe esqueça
Onde diabos estava com a cabeça
Quando te convidei para o duelo?

João
Vou marchando e teus versos atropelo
Como cinco mil homens numa guerra
Essa briga, veremos que se encerra
Quando tu se quebrares em farelo
Eu cansei de tua rima e te afivelo
Passo a rédea, castigo e deixo manco
Dou-te uns chutes certeiros no teu flanco
Que até hoje, tu mijas puro sangue
Faço para que todo o povo mangue
E só chorem de rir quando te espanco

Brás
No meu time você fica no banco
Sem direito a chutar nenhuma bola
Serás sempre reserva e eu cartola
Serei sempre estrada e tu barranco
Onde quer que te escondas te arranco
Onde quer que tu corras vou atrás
Vou lhe dar uma surra tão voraz
E depois do serviço concluído
Tu dirás orgulhoso e comovido
Minha gente, hoje apanhei de Bràs!

João
Sou o tiro de cruz no satanás
Meteoro caindo no teu bucho
Sou a 12 cheinha de cartucho
Disparando na frente e por detrás
Sou valete, rainha, rei e ás
Dum baralho, marcado e bem certeiro
Sou a benção almejada por romeiro
Quando reza uma prece a Padim Ciço
Sou o vinho francês, queijo suíço
Cascavel com meu bote traiçoeiro

Brás
A cigana roubou o teu dinheiro
Predizendo teu dom de menestrel
Tô pensando que essa cascavel
Não agüenta meu carcará guerreiro
Vou lhe dar uma chance companheiro
De correr antes que você se acabe
Você quer um lugar, mas, não lhe cabe
No partido dos grandes do repente
Vá passar anador pra dor de dente
Deixe aqui, cantoria pra quem sabe.

João
Deixa tu, e meu verso leia e babe
Pois voltei com mais força que Sansão
Sou Rolim, meu primeiro nome é João
Corra logo, antes que você desabe
Todo grito de dor bem mais lhe cabe
Zé Limeira uma vez me disse bem:
"João Rolim, esse Brás não é ninguém
É melhor tu parar, se não Brás chora
Não mais perca seu tempo, vá embora
Pois tu és cantador pra mais de cem"

Brás
Joao Rolim você sabe muito bem
Que comigo o buraco é mais embaixo
Tenho verso guardado e desencaixo
Faço os meus e empresto a quem não tem
Mas, você se atraveu fazer desdém
Numa frase que Limeira propôs
Es mais fraco que água de arroz
O teu verso é suado e sem sentido
Se Limeira não tivesse morrido
Meteria o cacete em todos dois

João
Tu conhece, seu Brás, carro-de-bois,
Que se vê no sertão de meu nordeste?
Pois eu sou um vaqueiro tão da peste
O melhor, com certeza, de nós dois
Pois afirmo, pro mundo, que não sois
Nem mugido que dá esse animal
Aliás, eu menti, tu, afinal
És um deles, que puxa a chicotadas
Dou-te pisa sem medo das chifradas
E tu levas, e eu João, vou magistral

Brás
Eu conheço de certo esse animal
Não me ofende uma tal comparação
Já que os bois são a força do sertão
E motores da industria rural
Já você também mora no curral
Mas tem outra função e outro plano
Passa o dia no pasto sem ter dano
Sendo que o que dais por serventia
Cinco litros de leite em cada dia
E um bezerro parido todo ano.

João
Eu já soube que és paraibano
Da cidade que brota cordelistas
Mas não chegas aos pés do teus artistas
Pois nas rimas, pra ti, sou desumano
Sou cearense-soteropolitano:
Da Bahia amada onde eu nasci
Pôs-me forte sua tribo Guarani
Sob o sol escaldante eu me criei
Mas meu versos, seu Brás, eu lapidei
Nas belezas do belo Cariri
João

Brás
João Rolim eu agora entendi
Que brigar com você é sem futuro
Toda vez dou de cara contra o muro
Pois rimar ruim assim eu nunca vi
Faça um curso intensivo por ai
Depois marque comigo uma porfia
Te ensino também geografia
Pra saber Pernambuco aonde è
Que eu nasci, cabra besta! em São José
Capital mundial da poesia

João
Aprender matemática, agronomia,
Ou história, ciências e francês
Estudar geometria, português
Bioquímica e até filosofia
Isso tudo, querendo eu bem faria
Sem suar, só por pura brincadeira
Mas escola da trova condoreira
Não se vê em qualquer rincão perdido
Pois aqui o seu verso é suprimido
Por matuto da brenha catingueira

Brás
O meu verso se inspira na rendeira
De mãos grossas rendendo a branca lã
No orvalho gelado da manhã,
É mais quente que boca de caieira
E você não achando uma maneira
Para ao menos de longe me seguir
Começou a tentar me agredir
Dando coice e rinchando como um jegue
Me afrontar,tudo bem, você consegue
Me vencer, é difícil conseguir.

João
Tudo bem, eu não vou mais te ferir
Já que tu não consegues segurar
Eu começo outro verso pra brincar
Só espero que largues de mentir
Pois comigo não vais sobressair
Sente aí, aprecie o cantador
Há mil anos que faço a tua dor
Já que sou o bisneto dos três "pês"
Eu herdei de Joaca* o que tu lês
Não confundas mal-feito com primor

Brás
Posso até respeitar o teu valor
Se fizeres um verso com sentido
Porém tudo de teu que tenho lido
È sem cheiro, sem forma e sem sabor
No teu verso também eu quero por
Cinco letras: um "D" de duvidoso
Acrescento um "V" de vergonhoso
Eis aí a razão por que me temes:
É por que o teu verso tem 3 "Émes"
Mutilado, medíocre e mentiroso.

João
Eu achei o teu verso duvidoso
Pois falaste de três "émes" completos
Pode vir com antigos alfabetos
Que eu até fico mais que curioso
Mas os "pês" de meu verso astucioso
São honrados por todo meu parente:
Pegues, passes, pareças pertinente
Pois, pateta, precisas pesquisar
Poetinha pedir pra pelejar?
Porque paras, perdido plenamente?

Brás
Com você tenho sido complascente
Mas,agora acabou a brincadeira
Ou você se apruma na fileira
Ou se lasca comigo no repente
Vai ser esse o rojão daqui pra frente
Eu na frente e você correndo atrás
Você tenta, se esforça mas, não faz
Acordado o que eu faço dormindo
Tô chegando e você nem tá partindo
Sento aqui e te espero um pouco mais.

João
Teu navio não se ancora neste cais
Dos mais belos, temidos do repente
Eu nasci lá na terra do sol quente
Meus cordéis são maiores e imortais
Tu verás nestes teus tempos finais
Que poeira é seu único companheiro
Pois eu sei que és último e eu primeiro
Sou maior, seu cabrinha, sai daqui
Tenho a força da tribo Kariri
Que criou minha rima em Juazeiro

Brás
O meu verso forjei no tabuleiro
Cada estrofe que faço é de um talho
Já a sua é feita de retalho
Até hoje não vi um verso inteiro
Me rebaixo pra ser seu companheiro
Mas você nem assim me acompanha
Quanto mais se esforça mais apanha
Vai à missa, se benze e faz promessa,
Ler romance,cordel,se interessa,
Pra ganhar a peleja,mas, não ganha.

João
Essa tua frescura não me arranha
Pois eu sou cordelista muito macho
Colho versos que nascem neste cacho
Da mais bela natura da montanha
Saiba, Brás, que comigo é na inhãnha*
Meus retalhos são mais que os teus vestidos
Pra cabrinhas mal-feitos e exibidos
Que vieram pensando em pelejar
Vá de reto e aprenda qual seu lugar
Pois aqui seus martelos são feridos

Brás
È tortura demais pra meus ouvidos
Essa tua cantiga retalhada
Parte bem, mas, bem perto da chegada
Se ver logo uns três versos perdidos
Os teus erros são todos conhecidos
São de métrica, rima e oração
Apesar disto tudo ainda são
Sem sentido, sem pé e sem cabeça
Até hoje não vi um que mereça
Um minuto de minha atenção





João
Eu confesso: teu verso é sem noção
Nunca esteve entre os grandes do repente
No Martelo eu sou muito mais decente
Já tua sina é viver na contramão
Sou a fúria carnívora do leão
Que trás sangue por entre suas presas
Avoante que vê todas belezas
Lá de cima, num vôo ao firmamento
Tenho o verso mais lindo em nascimento
Enfeitado com mantos de riquezas

Brás
Vou agora somar tuas fraquezas:
Verso torto quebrado pelo meio,
Rima fraca franzina sem recheio,
Orações sem contexto e sem belezas.
Se não fosse umas duas safadezas
Entre os versos os dismetrificando
As estrofes seriam como um bando
De elefantes na loja Cristal
É assim o teu fraco recital
É assim que até hoje vens cantando

Dinheiro do Santo
Nosso sertão tem histórias
Que até o diabo duvida
De desventuras, de glórias,
De coisas da outra vida.
Essa que eu vou contar
Aconteceu num lugar
Pequenino,pobre e feio
Porém de gente decente
De cabra honesto e valente
Era Riacho do Meio.

Naquele tempo o distrito
Tinha uma igreja pequena
Para se cantar bendito
No mês que tinha novena
O povo todo acorria
Quando a igreja abria
E alguém o terço puxava
Outro levava um dinheiro
Para o santo milagreiro
E aos seus pés depositava.

Um frade tinha doado
À capela do distrito
Um santo muito afamado
Por nome São Benedito
O santo era poderoso
E logo ficou famoso
Porque mostrou muita raça
Quem rezava e lhe pedia
Nem bem da igreja saia
Já tinha alcançado a graça.

Todo tipo de promessa
O povo vinha fazer
O santo mais que depressa
Não tardava em atender
Pedido de todo jeito
Pra se livrar de defeito,
Pro ano ser bom de inverno
Moça velha se casar
Ladrão deixar de roubar
E se livrar do inferno.

O santo logo ganhou
O titulo de padroeiro
O padre a missa rezou
Para o santo milagreiro
E o povo na capela
Reza, acendia vela
Depois cantava um bendito
Para o santo padroeiro
E não faltava dinheiro
Nos pés de São Benedito.

No ano quarenta e três
Teve uma seca infeliz
Choveu um quarto de mês
Dos sertões aos cariris
E Antonio Cabugé
Que inda hoje vivo é.
Sem ver mais nuvens no céu
E a lavoura perdida
Resolveu fazer partida
De Barra de São Miguel.

E foi procurar trabalho
Logo em Riacho do Meio
Arrumou um quebra-galho
Para fazer um esteio
E foi por ali ficando
Sempre,sempre trabalhando
Todo serviço enfrentava
Lutava a semana inteira
Quando era dia de feira
Umas cachaças tomava.

Antonio era um rapaz
Que lhes dizer eu preciso
Não era doido demais,
Nem tinha muito juízo
Mais era trabalhador
Honesto e respeitador
Todos lhe queriam bem
Era bem visto na rua
Tomava a cachaça sua
Sem fazer mal a ninguém.
Quem parte do cariri;
Um lugar que chove pouco
E vem parar por aqui
Só pode ser mesmo louco.
Pois se lá è ruim que dobra
Aqui é pior e sobra
Padece da mesma falha
Pra quem vem de São Miguel
É sair do fogaréu,
Pra entrar numa fornalha.

Antonio è feito dum talho
Que hoje não se usa mais
Não tem medo de trabalho
Mandou, pagou, ele faz
Sua palavra é um tiro
Até o ultimo suspiro
Sustenta a palavra dada
Mesmo ninguém nunca viu
De norte a sul do Brasil
Antonio com enrolada.


Antonio um dia tomou
Umas bicadas a mais
Porque ele misturou
Cana com vinho São Brás
Não era de embriagar-se
Mas sem que ele notasse
Perdeu o rumo dos astros
E fico na ocasião
Como se diz no sertão:
Fazendo dum pé, dois rastros.

Antonio então resolveu
Que queria outra bicada
Porem logo percebeu
Que no bolso, tinha nada
Ficou meio encabulado
Porque já tinha alisado
E não tinha uma ruela
Saiu andando sem norte
E por azar ou por sorte
Se viu dentro da capela.

Quando Antonio olhou de lado
Viu a imagem do santo
E ficou admirado
Quando também viu o tanto
De dinheiro velho e novo
Que era oferta do povo
Para o santo poderoso
Nisso Antonio levantou-se
Da imagem aproximou-se
E disse em tom respeitoso:

Boa tarde cidadão
Sô Antôio Cabugè
Moro perto do grotão
Trabaio pra João Coité
Recebo toda sumana
Quero tumar uma cana
Mas tô mei disprivinido
Percibi sua bondade
E tomei a liberdade
Di li fazer um pidido:

Da pru sinhô me arrumar
Do muito cobre que tem
Cinco minrés preu tumar
Uma ali no armazém?
Podi imprestar sem sobrosso
Que sabu despois do armoço
Assim que eu receber
O meu pequeno ordenado
Podi ficar sossegado
Que eu vem aqui lhe trazer.


Comigo não tem perigo
Do sinhô num receber
Pode escrever o que eu digo
Depois espere pra ver
Se eu tenho palavra ou não
Pois daqui pru Riachão
Meu nome é limpo na praça
E se o sinhô mim emprestar
Garanto de li pagar
Di sabu que vem num passa.
São Benedito ficou
Calado e indiferente
Ele consigo pensou:
Quem cala é por que consente.
Ficou na ponta dos pés
Pegou os cinco minrés
Despediu-se gentilmente
Com o dinheiro emprestado
Entro no bar de Conrado
Tomou mais uma aguardente.

Tinha um guarda na capela
Rezando na sacristia
Escutou toda novela
Que Antonio ao santo dizia
E resolveu esperar
Se ele vinha pagar
Como tinha prometido
E depois achou por bem
Não contar nada a ninguém
Sobre o que tinha ocorrido.

Antonio voltou pra roça
Trabalhou feito um jumento
Sempre a noite na palhoça
Lembrava do juramento
E consigo ia pensando:
Eita, tá quage chegando
O dia do ordenado
Compru um sandaio prus pés
E levo os cinco minrés
Daquele homi educado.

Quando enfim chegou o dia
Que Antonio tinha marcado
Pegou a justa quantia
E partiu meio apressado
Quando foi na rua entrando
De longe foi avistando
Meio sem acreditar
Pois sim! era Cazuzinha
Seu irmão menor que vinha
Da Barra lhe visitar.


Se entreteram meia hora
Num constante blablablà
Antonio lhe disse: Agora
Fique aqui que eu volto já
Vou acertar um negoço
Pois me esquecer eu não posso
E hoje é o dia certo
Depois da conta acertada
Nós toma uma bicada
Ali no bar de Adaberto.

Quando ele ia saindo
O guarda se aproximou
Onde o senhor está indo?
Zangado lhe perguntou.
Deixe dessa veiaquisse
Não foi o senhor que disse
Que hoje pagava o santo
Pois pegue os cinco minrés
E vá botar nos seus pés
Você sabe onde è o canto.

Quando Antonio aquilo ouviu
Ficou dispranaviado
Pra igreja se dirigiu
Sem responder ao soldado
A porta tava encostada
Deu lhe logo uma pesada
Foi tabua pra todo lado
Sem que ninguém lhe impedisse
Pegou o dinheiro e disse:
Toma ai cabra safado.

Por certo você pensava
Que eu não vinha lhe pagar
Me diga se precisava
Você o guarda mandar
Cobrar essa minxaria
Saiba que essa quantia
Para mim não vale nada
Comigo você foi raso
Eu inda tava no prazo
Você que fez paiaçada.
Ao ouvir o lambassé
O sacristão perguntou
O que è isso Cabugé,
Por que a porta quebrou?
Antonio lhe disse: nada!
Eu e esse camarada
Tamu acertando uns pendido
Fique fora da manobra
Se não o cacete sobra
Também pru seu pé do uvido.


E partiu feito um leão
Pra cima de Benedito
Lhe agarrou o sacristão
Uma velha deu um grito
Juntou gente pra danado
O cacete foi pesado
Não ficou um banco em pé
Por mais gente que juntasse
Não tinha quem sigurasse
A fùria de Cabugé.

Quem chegava pra apartar
Um bufete recebia
Com raiva, pra se vingar
Com pancada respondia
E a briga ia aumentando
E sempre gente chegando
Homem, mulher e menino
Quebraram com uma vassoura
A caixa da difusoura
E toraram a corda do sino.

No meio da confusão
Quebraram a chapa de Noca
Acertaram um bufetão
Na filha de Zé de Doca
Depois rasgaram o vestido
De Zefa de zé cumprido
Inda hoje ela tem mágoa
Ligeira como um foguete
Pra se livrar do cacete
Saiu correndo de anágua.

E nisso banco voava
E na parede batia
Um deles quase acertava
Nossa Senhora da Guia
No meio da bagaceira
Um pedaço de cadeira
Acharam por bem jogá-lo
Mesmo em São Jorge, patrão
Que ficou sá o dragão
E um taco do cavalo.

Quebrou-se o confessionário
De um coice que Antonio deu
O pobre São Januário
De um golpe que recebeu
Começou a balançar
Não tendo onde se apoiar
Espatifou-se no chão
Jogaram um pau em Abreu
Trincou São Judas Tadeu
Quebrou São Sebastião.


Tinha uma imagem indefesa
De São José e Jesus
Jogaram um taco de mesa
Acertou logo na luz
Depois atingiu o santo
Foi caco pra todo canto
O fuzuê foi bonito
A santaiada quebrada
Só quem não levou pancada
Foi mesmo São Benedito.

A bagunça se desfez
Quando a policia chegou
Todo mundo pro xadrez!
O delegado frisou.
Algemaram todo mundo
Somente José Raimundo
Filho de Nhô Nicolau
Invés de ir pra cadeia
Passou foi semana e meia
Na cama do Hospital.
Liberaram cabugé
Depois de alguns contatos
Porque nenhum um doido é
Responsável por seus atos
Liberaram todo mundo
Depois também Zé Raimundo
Teve alta do hospital
Riacho do Meio aos poucos
Apesar dos muitos loucos
Ia voltando ao normal.

Indireitaram a capela
Madaram imendar os santos
Bendito louvado seja!
Dizia o povo entre prantos
Sempre entoando bendito
Louvando São Benedito
Que do furdunço escapou
Já tem outra imagem até
De Jesus e São José
No lugar da que quebrou.

O vigário novamente
Fez a inauguração
E disse:daqui pra frente
É pra prestar atenção
Quando quiserem brigar
Procurem outro lugar
Pra fazer esse serviço.
Vão bagunçar noutros cantos
Que aqui sobrou foi pros santos
Que não têm nada com isso.


Antonio voltou pra lida
Tocou a vida pra frente
Manerou com a bebida
Mas inda toma aguardente
Continua sem preguiça
Vez enquando vai à missa
Reza pra Santo Expedito,
São José do Ribamar
Mas, não quer nem escutar
O nome São Benedito.
Bràs Ivan,
Suiça, maio de 2007.

Eu cantando já fui fenomenal
Comecei quando ainda era menino
Bati muito no velho Zé Faustino
Açoitei Cancão, Pinto e Lourival
Ivanildo me viu e passou mal
Moacir ao me ver correu pra trás
venci mais de duzentos festivais
E Geraldo onde me ver se espanta
No lugar onde eu chego ele não canta
E o que é que me falta fazer mais


Na Igreja fiz grande intervento
Todo mundo aceitou a minha idéia
Convoquei os Concílios de Nicéia
Dois em Constantinopla e um em Trento
Só se é Papa com meu consentimento
E sou eu quem elege os Cardeais
Os discursos que Bento sempre faz
Lhes dizer a verdade agora devo.
Ele os ler, mas, sou eu que os escrevo
E o que é que me falta fazer mais.

Este ano eu fui prêmio Nobel
Acabei os conflitos da Irlanda
Pus um fim na guerrilha de Uganda
Fiz aquele inferno virá céu
E dali eu parti pra Israel
E depois reuni-me com o Hamás
Prometeram a mim viver em Paz
Sem ofensa, sem rixa e sem ataque
Amanhã parto cedo pro Iraque.
E o que é que me falta fazer mais.
(Braz Ivan)

Todo dia assim que amanhece
Eu elevo a Deus uma oração
E movido de força e emoção
Eu elevo a Deus a mesma prece:
Quem me dera Senhor que eu tivesse
Na Recife, gigante hospitaleira
Guardiã da cultura alvissareira
Capital do estado e nosso orgulho.
Ah meu Deus! se amanhã já fosse julho
Pr'eu rever a "Veneza brasileira".

Ir à praia sentir a doce aragem
Temperar a garganta com pitù
Com caldinho de peixe e sururu
Contemplando do mar sua paisagem
Ir do Pina até Boa Viagem
Pra rever a pracinha e sua feira
Ir à Igreja rezar pra padroeira
E fugir um momento do barulho.
Ah meu Deus! se amanhã ja fosse julho
Pr'eu rever a "Veneza brasileira".

Quem me dera, sem ter pressa nenhuma
Contemplar a paisagem calma e linda
Num domingo de sol na Sé de Olinda
Pra comer tapioca e tomar uma.
Ir à praia e pisar na branca espuma
E depois caminhar na orla inteira
Ver a onda gigante vir ligeira
E bater de encontro ao pedregulho.
Ah meu Deus! se amanhã ja fosse julho
Pr'eu rever a "Veneza brasileira".

Er’eu dormindo e sonhando
Que « tava » no Pajeù.
Ouvi um som parecido
Com um baião de viola
Vi um pé de castanhola
Um umbuzeiro florido
Vi um boi esmorecido, Um menino com lundu
Vi um pé de mulungu
A seca desafiando:
Er’eu dormindo e sonhando
Que “tava” no Pajeú”.


Eu vi num dia de feira
Um cego desafinado
Tocando um velho teclado
Só cantando “roedeira”
Também vi na “salgadeira”
Um matuto semi-nu
Com um “quartim” de pitù
Jà quase se embriagando.
Er’eu dormindo e sonhando
Que “tava” no Pajeú.

Eu fui a Serra escutar
Na linda igreja da penha
O povo cantando: “Venha
Trazer paz para o meu lar”
Vi Marcolino cantar
A “Fulô do Cumaru”
“Feira de Caruaru”
Gonzagão interpretando.
Er’eu dormindo e sonhando
Que “tava” no Pajeú.

Me vi em vários lugares:
Afogados, Mirandiba
Calumbi e Carnaíba
Respirando doces ares,
Sempre provando em seus bares
“Tira-gosto” de tatu
Ou “tira-gosto” de umbu
Se grana estava faltando.
Er’eu dormindo e sonhando
Que estava no Pajeú.



Percorrendo o longo rio
Sem barcos, mapas e setas
Encontrei vários poetas
Cantando em desafio
Vi um poeta bravio
Desafiando Xudu
Vi Dimas, jò, Zé Lulu
E Louro trocadilhando.
Er’eu dormindo e sonhando
Que “tava” no Pajeú.


Quase senti os odores
De muçambê e jasmim
Quase vi Itapetim
A terra dos cantadores
Vi a igreja de Flores,
Uma safra de cajo,
Ia comendo um bejù,
Mas, aì, fui acordando.
Er’eu dormindo e sonhando
Que “tava” no Pajeú.

Acordei e me dei conta
Que estava muito distante
Mas, inda estou confiante
Qu'esta tristeza tramonta
Verei o sol que desponta
Como fosse um príncipe nú
Quero juntar eu e tu,
E nòs no mesmo lugar.
Quero dormir e sonhar
ESTANDO no Pajeú.

Bràs, Suiça, 21 de abril de 2008
Algumas sextilhas do poeta aldo Neves na cantoria de inauguração de sua viola, na Pousada do Vale, no dia 16/02/2008.
Eu puxei antigamente
Jumento pelo estovo
Vendo pai fazendo cerca
E minha mãe juntando ovo
Daria tudo que tenho
Pra ser criança de novo



Sextilha (A paisagem Nordestina)
A paisagem nordestina
Primeiro a chuva caindo
Segundo a terra molhada
Terceiro a flor se abrindo
Quarto um açude sangrando
Quinto a pastagem surgindo
(Aldo Neves)
Mais sextilhas da cantoria:

Pra o homem que é vigilante
O seu sofrer continua
Que só tem por companhia
A solidão e a lua
Cuida da casa dos outros
E anoite cuida da sua

Nessa hora na calçada
Cochila um ébrio deitado
O silêncio faz visita
Na cela d’um carcerado
E a natureza me obriga
Viver sonhando acordado

A noite acolhe os fantasma
Um detento forra a cela
A lua nasce embassada
Por trás da nuvem amarela
Se a viola é minha cruz
Vou ter que carregar ela.

Eu comparo a mocidade
Com a aurora prateada
Velhice cadeia triste
Com sua porta fechada
Que o delegado dos anos
Ver tudo mas não faz nada

Quando o inverno começa
Toda tristeza se esconde
Uma casaca de couro
Canta e outra responde
E a cheia arranca um caniço
E vai deixar não sei aonde.

Quando chove no sertão
Fica tudo diferente
A compesa solta, a agua,
Cobra e humilha o cliente.
Deus quando manda é de grasça
Não cobra nada da gente

A enchente empurra as varas
Pra desmanchar o caniço
As abelhas fazem mel
Se enganchar no cortiço
Quem se criou no sertão
Sabe o que é tudo isso
(Aldo Neves)

Admiro a sabiá
Por ser uma ave bela
Faz o ninho poe e choca
E quer o filho perto dela
E tem mãe que mata a criança
Pra não dá trabalho a ela.
(Dió de Santo Izidro)
Numa missa em Tuparetama, na missa do dia dos pais em agosto 2006, o poeta Aldo Neves fez:

Decassílabo
Jesus cristo tem sido até agora
Protetor de ateus e de pagãos
Me entrego senhor em tuas maõs
Tando aqui ou andando mundo afora
Ele a ajuda a que ri e a quem chora
Porque é paciente e bom amigo
Me livrando da treva e do perigo
É o mestre do mundo e da igreja
E por mais longe senhor que eu esteja
Com certeza eu alcanço o teu abrigo

Sextilha
Quando chove no sertão
Se acabam todos os horrores
As abelhas fazem mel
Tirando o néctar das flores
E a capina é o cenário
Do filme dos cantadores
Mote: FICOU FELIZ O SERTÃO
COM A CHUVA NOVAMENTE (Josa Rabêlo) dia 10 de junho/2007
Com medo de um perdigueiro
Corre um preá pra coivara
E uma rolinha se ampara
Na sombra de um juazeiro
Na sangria de um barreiro
Canta um cururu contente
Deus deixa a cigarra ausennte
E dá lugar pra o carão
Ficou feliz o sertão
Com a chuva novamemte

Quando a terra está molhada
No curral as vacas mugem
Camponês tira a ferrugem
Do gume da sua enxada
Levanta de madrugada
Já vai escolher semente
E não vai fcar um vivente
Sem plantar milho e feijão
Ficou feliz o sertão
Com a chuva novamente

Quem tinha arrumado a mala
Não vai sair do sertão
Na zuada do trovão
Toda cigarra se cala
No riacho a água embala
Levando o que tem na frente
Parecendo uma serpente
Se arrastando pelo chão
Ficou feliz o sertão
Com a chuva novamente

A nuvem sofre um desmaio
Deixando o céu colorido
O trovão dá estampido
Como quem faz um ensaio
Um pe´de apara-raio
Se balança lentamente
Não se parece com gente
Mas dá ligeira impressão
Ficou feliz o sertão
Com a chuva novamente

No riacho a água sobra
Levando as folhas da serra
Deus une o céu com a terra
Quando a chuva se desdobra
Pra se esconder de uma cobra
Sai um sapo velozmente
E num relâmpago do nascente
Deus tira a foto do chão
Ficou feliz o sertão
Com a chuva novamente
(Aldo Neves)

O poeta Aldo Neves, no mote de Josa Rabêlo:

VALORIZE A CULTURA DO SERTÃO,
FECHE AS PORTAS À MÍDIA ENGANADORA.

Valorize o caboclo nordestino
O gibão, o vaqueiro e sua cela;
O curral o mourão e a cancela,
O chocalho que é boca de sino.
Dê valor ao caboclo campesino
Que é o homem sofrido da lavoura.
E por aí já tem mais de uma emissora
Que não sabe quem foi um Gonzagão,
VALORIZE A CULTURA DO SERTÃO,
FECHE AS PORTAS À MÍDIA ENGANADORA.

Dê valor a um carão de madrugada,
Que não é um doutor mas advinha.
E vinte pintos seguir uma galinha
E ela só, tomar conta da ninhada.
E um trovão estralar de madrugada
Sem contato com os fios da emissora.
E a formiga cortar sem ter tesoura
Estragando a lavoura do feijão.
VALORIZE A CULTURA DO SERTÃO,
FECHE AS PORTAS À MÍDIA ENGADORA


Camponez quando acorda sabe a hora
Com o galo que é seu seresteiro
Com o sapo cantando no barreiro
E com o sol enfeitando a branca aurora
Um riacho jogando água pra fora
Sem ter canos que sirva de adutora
Inda tem nessa terra encantadora
A sanfona, o chapéu e o gibão
VALORIZE A CULTURA DO SERTÃO
FECHE AS PORTAS PRA MÍDIA ENGANADORA


O poeta do pé da serra – Aldo Neves, (Aldo de Luiz Terto), fez esses versos em homenagem aos 48 de convivência de João Martins e Dona Nilza.

São quarenta e oito anos
De muita felicidade
Do lado de dona Nilza
Prazer e honestidade
Do lado de João Martins
Safadeza e falsidade.

João Martins pediu que o poeta não acabasse com ele e o poeta fez:

São quarenta e oito anos
De convivência e respeito
Aonde existe bons planos
A união faz efeito
E nem na loto se ganha
Um homem bom desse jeito

Na Exposição de Animais de Tuparetama vendo a lua sair cheia e bonita Josa Rabêlo pediu ao poeta Aldo Neves que fizesse um verso pra ela, a lua.

A lua no Céu Vagueia
Como um barco que flutua
Inspirando o seresteiro
Jogando os raios na rua
Tudo que o poeta é
Só deve a Deus e a lua

Pra lua sair bonita
Deus é quem abre a janela
E o quadro azul do espaço
A natureza pincela
Num sei quem é mais bonita
Se a noite ou se é ela
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
SEXTILHAS
O homem tira da terra
O pão pra botar na mesa
Sem precisar poluir
O rio e nem a represa
Deus vira as costa pr’àqueles
Que ferem a natureza

Mote: ESCUTEI A ROQUEIRA DO TROVÃO
AVISANDO O SERTÃO VAI SER MOLHADO
(Joaquim Filó)

O sertão quando a terra está molhada
A enchente no rio faz rumores
As abelhas brincando com as flores
Sertanejo se acorda à madrugada
Meia noite uma serra é aguada
Com um chuveiro depois de destrancado
Carro pipa de tanque enferrujado
E a cigarra esquecida do verão
Escutei a roqueira do trovão
Avisando o sertão está molhado




Uma nuvem se forma no nascente
Com a força do vento se balança
Jitirana nas cercas fazem trança
Canta os sapos felizes na enchente
Para a terra Deus manda esse presente
Tantas vezes e nada tem cobrado
E as formigas trabalham no roçado
Igual gente fazendo procissão
Escutei a roqueira do trovão
Avisando o sertão está molhado

Quando sobra fartura o pobre enrica
E recupera de novo a esperança
E um moleque com fome encosta a pança
Na panela melada de canjica
Vai embora o verão, o carão fica
Pra cantar quando o rio está de nado
E o nordeste só cheira a milho assado
Nas fogueiras de noite de São João
Escutei a roqueira do trovão
Avisando o sertão está molhado

O cenário enfeitando a capoeira
Sol o tempo querendo ele desmancha
E um enxame de abelhas se arrancha
Num buraco de um pau de aroeira
Na segunda o matuto vai à feira
Contar que fez no seu roçado
E o fantasma da seca encarcerado
Sem querer Deus botou-lhe na prisão
Escutei a roqueira do trovão
Avisando o sertão está molhado
(Aldo Neves)

É Terezinha, a mulher
Que aqui a gente ama
Não me guardou no seu ventre
Não me teve em sua cama
Mas é a segunda mãe
Que tenho em Tuparetama

Seu eu fosse parente dela
Cuidava com muito zelo
Tirava as rugas do rosto
Voltava a cor do cabelo
E sem dúvida era um puxa-saco
De Terezinha Rabelo



No teu beijo, Deus bota uma mistura
Que imitá-lo eu acho tão custoso
O teu beijo pra mim, é mais gostoso,
Que uma manga depois que está madura.
Porque que ele pra mim tem mais doçura
Que o miolo da própria melancia
Eu beijei o teu rosto e, não sabia,
Que o teu cheiro ficava em minha face
Se o teu beijo matasse quem beijasse
Eu beijava sabendo que morria
(Aldo Neves)

Nas eleições de 2000 em Tuparetama, o grupo adversário de Sávio Torres, usou da falta de respeito na hora da retirada de uma placa que continha a foto de Sávio Torres. O Poeta Aldo Neves, nas eliçoes de 2004 no ato da colocação da mesma placa fez...

Essa placa tem sido até agora
Grande vítima dos que lhe escoltaram
Quatro anos de dores já passaram
E a tristeza da gente foi embora
O prefeito tem sido até agora
Protetor de inveja e de maldade
Sávio Torres o povo tem vontade
De levá-lo ao palanque da mudança
Que pra gente é um pingo de esperança
Contra um mar de mentira e falsidade

segunda-feira, 5 de maio de 2008

NÃO EXISTE APOSENTADO/NA PROFISSÃO DE VALENTE - Mote: Josa Rabêlo - Glosa: Pedro Fernandes

Josa, este mote teu veio através da glosa do poeta
Wellington Vicente.
Fiz o que pude.


Sinhô Pereira aceitou
Virgulino no seu bando
Depois passou-lhe o comando
A capitão lhe elevou
De Lampião batizou
Depois dum combate quente
Do seu fuzil estridente
Saia um fogo danado
Não existe aposentado
Na profissão de valente.

No cangaço, Jurity
Volta seca, mergulhão
Corisco, Belo, Azulão
Zé sereno e Bem-ti-vi
Cabeleira e jabuti
Sabino Gomes, Vicente
Jararaca, o inclemente
Em vida foi enterrado
Não existe aposentado
Na profissão de valente.

Foi Jurema e Zé balbino
Ezequiel e Cacique
combater em Xique Xique
aonde morreu Levino
Em Sousa foi Virgulino
Baleado gravemente
Em angicos cruelmente
Ele foi atraiçoado
Não existe aposentado
Na profissão de valente

Antonio Benício era
Fugitivo da polícia
Formou a sua milícia
Bravo que só uma fera
mas a historia exagera
dizendo qu’ ele era crente
não maltratava indigente
mas foi amaldiçoado
não existe aposentado
na profissão de valente.

Lembro que em caruaru
Tinha uma figura estranha
chamado mãe de pantanha
preto da cor de urubu
e viciado em pitu
Um latrocida indecente
Foi abatido de frente
D'uma escola no “salgado”
Não existe aposentado
Na profissão de valente.

Ser valente não implica
Ser um mero desordeiro
ser manso como um cordeiro
covardia não indica
valente significa
na hora aga tá presente
não acuse injustamente
só brigue se obrigado
não existe aposentado
na profissão de valente.

Não confunda valentia
Com um transtorno mental
Sujeito anti social
uma psicopatia
Toda armação ele cria
Calculista e envolvente
Nenhum remorso ele sente
Se preso vai conformado
Não existe aposentado
Na profissão de valente.

Receba amigo, um conselho
Tolerante se conserve
A sua vida preserve
Até andando de joelho
A vida é um grande espelho
As faltas que há n’agente
Se refletem fielmente
Pra onde tenha apontado
Não existe aposentado
Na profissão de valente.

Pedro Fernandes de Araújo
João Pessoa, 25/03/2008.

domingo, 4 de maio de 2008

Verso elogiando os versos do poeta Pedro Fernandes:

Sua poesia tem cheiro,
Tem doce, tem melodia
É rica de harmonia,
É nosso chão por inteiro.
Tem a arte do violeiro
Cantando com alegria
Uns versos que arrepia
Tem o sabor de umbu
Quem nasce no pajeú
Tem o "gen", da poesia.

Josa Rabêlo
Ao mano Paulo Rabelo
Muita paz, prosperidade
Que é sua nova idade
Lhe traga mudança e zelo
Muda a cor do seu cabelo
No abrir dessa cortina
Quarenta e cinco lhe ensina
A paciência e alegria
Quarenta e cinco de rima
Noventa de poesia


É muita felicidade
Ter um irmão como tu
Um vate do pajeú
Exemplo de irmandade
Que o dobro da tua idade
Consigas com tudo em cima
Mesmo que esfrie o clima
Vai na força e valentia
Quarenta e cinco de rima
Noventa de poesia

Poeta, a vida só presta
Devido tua existência
E ela na sua essência
Pra vc faz uma festa
A mim nada mais me resta
Vendo o verde da campina
E a Natureza Divina
Saúda mais este dia
Quarenta e cinco de rima
Noventa de poesia

Ao mano Paulo Rabelo, com o carinho de quem te ama muito. És o meu ícone de irmandade, solidariedade, companheirismo e, acima de tudo, um exemplo de amigo. Parabéns mano meu, que Deus te abençoe!!!!!





Versos em resposta ao poeta Brás Ivan:

Eu fiquei muito contente
com'esta resposta tuaj
á estoquei aguardente
já olhei a fase da lua
que é linda no mês de agosto
pra servir de tira-gosto
para a poesia sua
(Josa Rabelo)

Nosso encontro no Riacho
Vai ter pinga no batente
Vai ter Saudade matada
Vou ficar muito contente
É um sonho realizado
Ter o vigário de lado
Nos ofertando o repente
(Josa Rabelo)

ANIVERSÁRIO DA POETIZA TAÍZA MARCOLINO
Neste dia especial
É vermelho no calendário
O sol é mais reluzente
Canta feliz o canário
A natureza sorrí
Desejando para ti
Um feliz Aniversário.
(Josa Rabelo) 15:23 (19 minutos atrás)

Depois de várias viagens a Afogados da Ingazeira, sem diária e passando um fome de lascar, resolvi fazer esse pedido a minha chefe:

APELO À UMA DIÁRIA

Caríssima Chefe reveja
A minha Situação:
Saio de casa e na bandeja
Não tem um “taco” de pão,
Nem queijo, nem ovos estrelados;
Vou embora a Afogados
Com uma “fome do cão”.


Eu pego meu matulão
Às 06:15 sigo em frente,
Com uma fome danada,
Sem colocar nada entre o dente.
Consulte seu coração,
Dê-me o dinheiro de um pão,
Já dá pra ficar contente.

Até pra fazer repente
A dificuldade aumenta.
A fome que passo lá
Minhas pernas não sustenta.
Do jeito que passo fome,
A minha vista se some,
E o meu corpo não agüenta.

Me diga: Como é que “güenta”
Um vivente neste Estado?
Chego entre uma e duas horas
Já bastante enfadado.
Não “tô” com gripe aviária
Por favor dê-me uma diária
Pr’eu não ficar internado.
(Josa Rabêlo, 28/04/06)

PARABÉNS A TATIANA RABÊLO

Hoje o dia é especial
me diga se tu já vens
Comemorar esse dia?
E quantos anos tu tens?
Se o destino nos compete
Então vamos pra Josete
Pra te darmos parabéns

Venha você, traga Pedro
Que eu estarei sem "lundu"
Se acabar a cerveja
A gente toma Pitú
O aniversário é seu
Mas o presente é meu
Pois gosto muito de TU.

Quando foi teus 15 anos?
Será se dá pra lembrar?
Não se importe com a passagem
Dos anos que a vida dá
A vida boa é aquela
Que faz bem a dono dela
Vamos é comemorar.
(Josa Rabelo)

No aniversário do “Dr. Petrônio Chalega, e, sendo sabedor que o mesmo tem aversão a casamento eu fiz:

“ Petrônio teus 24
Anos foi bem passado
Dez de menino ruim
Quatro de cabra safado
O resto de enxerimento
Tens raiva de casamento
Não casas nem amarrado.

Pra ver Petrônio casado
O mundo tem que mudar
Padre casar só de um
O diabo santificar
Encontra “nim” de canção
E a camisa de João
Cordeiro se abotoar.
(Josa Rabelo)




Aniversário de Raquel Rabelo

A PASSAGEM DOS ANOS...

...Dez de uma infância linda
Mais cinco de alegria
Cinco mais de mocidade
Com mais cinco de nostalgia
Cinco de sonhos e planos
Mais um completa esse dia.
(Josa Rabelo)


O único Soneto que fiz, pra minha mulher, ela perdeu aí eu fiz este outro (Pé-Quebrado)

SONETO ESQUECIDO

Um soneto que fiz foi esquecido
Não lhe deram o valor que merecia
Seu contexto no tempo foi perdido
Acabando de vez minha alegria

Quando soube, fiquei enlouquecido
Como pode alguém não dá valia
A um soneto bem feito e merecido
Demonstrando meu amor em poesia?

Mas procuro lembrar meu sentimento
E insisto em manter o meu intento
De fazer um soneto sem saber

Só espero que fique na lembrança
Um retrato fiel de esperança
Da homenagem que fiz para você
(Josa Rabelo) 15:23 (19 minutos atrás)

Neto estava com uma ressaca danada e perguntou-me como curaria essa danada... Eu disse:

Pra curar uma ressaca
Eu necessito somente
D’uma cerveja gelada
Num dia de sol bem quente
Olhando a morena bela
Sentada na minha frente.
(Josa Rabelo) 15:23 (19 minutos atrás)

No meu sertão chovedor
Pássaro canta com alegria
Galo canta, pinto pia,
Tudo é lindo e tem valor
Meu cavalo corredor
No campo corre trotando
E um poeta improvisando
Vendo o dia amanhecer
Mas como é bonito ver
O Pajeú transbordando

Rio perene de outrora
Passou anos de agonia
Há tempos não mais corria
As águas que corre agora
As geibaras traz a tora
Que já estava empatando
O seu leito assoriando
Vendo a hora ele morrer
Mas como é bonito ver
O pajeú transbordando

Nos meus tempos de menino
Tomava banho de rio
Mas senti um cala frio
Quando previ seu destino
"Inda bem, pedir o tino
Do que tava advinhando
Jesus que é mais humano
Mandou chuva pra valer
Mas como é bonito ver
O pajeú transbordando
Josa Rabêlo
A vida a cada momento, a cada instante, nos ensina que quanto mais aprendemos, temos muito, muito mais a aprender. Como disse o poeta Gonzaguinha, "VIVER E NÃO TER A VERGONHA DE SER FELIZ, CANTAR E CANTAR E CANTAR A BELEZA DE SER UM ETERNO APRENDIZ".
É no compasso de ETERNOS APRENDIZES, que devemos tocar nossa vida em frente. É aprendendo com os erros que crescemos moral e espiritualmente em busca de dias melhores pra gente e para àqueles que nos cercam, que convivem conosco!!!
Hoje, domingo, 04/05/2008, faço eu, uma reflexão sobre a vida, sobre as oportunidades perdidas, que não voltam mais, e as oportunidades aproveitadas, graças a Deus, que nos deixam contentes e com ânimo para enfretar as "entepéries" que o mundo nos trás.
Em que mundo estamos, em que pais matam filhos, filhos ameaçam e matam seus pais...Mundo estranho esse, já que somos provenientes do amor de Deus por todos nós. Mundo onde lobos com peles de cordeiro invadem e infestam as Religiões, fazendo uma verdadeira lavagem cerebral para proveiyo próprio.Padres Pedófilos, um celibado insano, imposto "A bem da Igreja", já que não consta nos mandamentos de Jesus. Um dia desses eu vi numa entrevista na TV onde um senhor disse uma coisa interessante que serve de reflexão: DEUS NOS CRIOU E NOS DEU O LIVRE ARBÍTRIO, AS RELIGIÕES NOS TROUXERAM AS GAIOLAS. Ora, se você analisar bem a fundo, você vai perceber que é o que realmente acontece... Hipócritas à frente de Religiões, gente sem o mínimo de conhecimento bíblico teológico, interpretando a Bíblia ao pé da letra e, fazendo uso disso para enriquecimento ilícito e, pasmem, até para tirar proveito sexual. Um pastor, na "sua análise" Bíblica, cometia adultério "provando" que era bíblico. O que acontecia era que ele lia erroneamente uma palavra da Bíblia suprimindo o acento agudo (´) da palavra ADÚLTERO, onde ele lia "ADULTERO", totalmente ao contrário da siginificação de Adúltero. Esse é só um exemplo de muitos e muitos que aproveitam da boa fé do povo em detrimento a seus interesses e "intenções".
Portanto, tomemos cuidado com esses "pregadores de meia-tigela e, peçamos proteção a Deus. Sempre que possível, ajude aos outros pois, para sermos SERVIDOS temos que SERVIR antes e "A DESPEITO DE UMA DISCPLINA RIGOROSA ESTEJA SEMPRE EM PAZ COM DEUS, PRINCIPALMENTE, NÃO SIMULE AFEIÇÃO NEM SEJA DESCRENTE DO AMOR. PORQUE MESMO DIANTE DE TANTA ARIDEZ E DESENCANTO ELE (O AMOR)É TÃO PERENE QUANTO A RELVA. (HORA DO ANGELUS)
QUE DEUS PROTEJA E ABENÇOE A TODOS!!!!!!!
(Josa Rabêlo)

sexta-feira, 2 de maio de 2008

VERSOS DIVERSOS

NO LUGAR DO ENGENHO HOJE SÓ RESTA
OS ESCOMBROS DE DOR E DE SAUDADE (Joel Gomes)

Quando vou no meu sítio passear
Eu recordo os meus tempos de infância
No meu peito a bater com inconstância
A saudade d’àquele meu lugar
Eu recordo os meus bois sempre a rodar
Vinha gente do campo e da cidade
Tinha gente de tudo que era idade
A moagem pra gente era uma festa
No lugar do engenho hoje só resta
Os escombros de dor e de saudade

O aroma gostoso da fervura
Da garapa, a ponto de aprontar
A rapadura, a melhor do meu lugar
Começava quando a noite “inda” era escura
De manhã se comia rapadura,
Alfinim, muito queijo e, à vontade
As mulheres do campo com vaidade
Paquerando uns garotos pel’uma fresta
No lugar do engenho hoje só resta
Os escombros de dor e de saudade

Boi Craúna e Estrela era os meus
Preferidos pra lida do sertão
Nunca ouve um trabalho que eles não
Enfrentassem com a força de um deus
Sempre foram lembrados pelos seus
Bons trabalhos e pela lealdade
Desses dois resta a marca da verdade
Que o engenho até hoje lhes empresta
No lugar do engenho hoje só resta
Os escombros de dor e de saudade
(Josa Rabelo)

Vendo a foto da rosa que a mãe de Taisa Marcolino plantou próximo à janela do seu quarto...

....A Rosa perto do quarto
Grande "responsa" assume
Estando ao lado de ti
Tem a essência do lume
Expressa encanto e nobreza
É a própria realeza
Tem mais beleza e perfume
mais um pé-quebrado do amigo,
Josa Rabêlo

HOMENAGEM AO PROF. E ADVOGADO JOSÉ RABÊLO

Homenagem do poeta Dedé Monteiro ao Professor e Advogado José Rabêlo de Vasconcelos

Quem passou pela vida em brancas nuvens
E em plácido repouso adormeceu
Quem sentiu o fio da desgraça
Quem passou pela vida e não temeu
Foi espectro de homem, não foi homem
Só passou pela e não viveu


Mas tu ,Rabelo,tu viveste tanto,
Fizeste tanto, tanto te doaste,
Que, mesmo em vista de algum desencanto,
Seguiste em frente, não te acovardaste.

Vestindo toga de demônio e santo,
No mais terrível divinal contraste
Foste guerreiro do riso e do pranto
Todas as lutas sem temor lutaste

Se a poesia perde uma menestrel
Perde o direito um gênio bacharel
E o magistério um mestre sem igual.

Enquanto a gente sofre, chora e sente,
O céu gargalha sobre a dor da gente
Por que recebe um santo genial.
(Dedé Monteiro)

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Jóias raras dos geniais: Ivanildo Vila Nova e Geraldo Amâncio, pelos idos dos anos 70, trabalho em vinil...

... No sertão quando o chão está molhado
Corre água nas veias de um regato
Pula a onça da furna corre o gato
E um cavalo galopa estrupiado
Um garrote atravessa um rio de nado
Uma cobra se acoa com um canção
A cantiga saudosa do carão
Faz lembrar o lugar que fui nascido
Entre as telas do filme colorido
Que Deus fez para o cinema do sertão

No sertão quando é bem de manhãzinha
O sertanejo se acorda na palhoça
Chama o filho mais velho e sai pra roça
E a mulher toma conta da cozinha
Faz um fogo de lenha e encaminha
Munguzá, feijão quente e fava pura
E depois de fazer esta mistura
Sai faceira igualmente uma condessa
Com o quibuque de barro na cabeça
E vai levar aos heróis da agricultura

No sertão quando rompe a alvorada
No oitão do terreiro um frango pia
Uma cobra valente engole gia
Na floresta desperta a passarada
A cantar uma canção tão afinada
Que parece uma orquestra universal
Um piru dá três volta no quintal
Um cabra nas cabras puxa os seios
Um vaqueiro esvazia os peitos cheios
De uma vaca leiteira no curral

É preciso ter muita paciência
Guardar milho num quarto empaiolado
Sustentar a criação com alastrado
N’uma terra que tem pouca assistência
Trabalhar no serviço de emergência
Esperando o inverno que não vem
Insistir, crer em Deus e passar bem
Manter sempre a família tão unida
Do chão seco arrancar o pão da vida
Sertanejo faz isso e mais ninguém




A riqueza do pobre nunca passa
D’um pote que mata a sua sede
Uma enxada nuj canto de parede
Dois chapéus: um de palha outro de maça
Um cambito tingido de fumaça
Uns dez filhos que tem sua aparência
A esposa que é mãe da paciência
Se chorar ou sofrer não se maldiz
E ele às vezes é muito mais feliz
Que um rico ladrão de consciência

terça-feira, 8 de abril de 2008

ABERTURA

Estou iniciando o meu Bloger. Espero compartilhar com todos de conhecimentos, fazer novas amizades e, acima de tudo, compatilhar poesias, livros, músicas etc.

QUEM NASCE PAJEÚ
TEM O “GEN” DA POESIA

Quem nasce aqui nesta terra
Já nasce um abençoado
Tudo que fala é rimado
Vendo o dia que se encerra
As flores no pé da serra
Verseja de noite e dia
Trazendo mais alegria
Pra um vaqueiro sem lundu
Quem nasce no pajeú
Tem o “Gen” da poesia

Temos vaqueiro valente
Com o cheiro no gibão
Das madeiras do sertão
Quando passa a gente sente
Canta um aboio dolente
Quem escuta se arrepia
Causando uma nostalgia
Pr’àqueles que tão no sul
Quem nasce no pajéu
Tem o “Gen” da poesia

De Diomedes Mariano
A um José Marcolino
Qu’a sua canção é hino
Cantada de ano a ano
Dedé que o mais humano
Lembra Elizeu Ventania
Dos versos que se fazia
Com a inspiração de Xudu
Quem nasce no pajeú
Tem o “Gen” da poesia

A tríade dos Patriota
Que a todos nós encantou
Antonio Marinho Imperou
Louro foi trocadilhota
Nos versos de Jô se nota
Seu lirismo que iradia
O reco-reco da jia
As marcas de um tatu
Quem nasce no pajeú
Tem o “Gen” da Poesia
(Josa Rabelo)


Mote do poeta Paulo Rabêlo

TROCO A VIDA DE CASADO
POR MEIA VIDA DE PAZ

O homem quando é bem moço
Tem disposição de sobra
Pois ainda não tem sogra
Na vida não faz esforço
Depois cai num calabouço
Dali não sai nunca mais
Deixando a casa dos pais
Pra viver amargurado
TROCO A VIDA DE CASADO
POR MEIA VIDA DE PAZ
(Josa Rabelo)

Depois de saber que o amigo Jânio Guedes vem pra passar a semana santa eu fiz...
Venha mesmo, e venha sem lundu
Se der sol eu preparo logo um toldo
Duas caixas de vinho e chá de boldo
Seis e meia garrafas de pitu
Dez laranjas e um cento de umbu
Um luar bem bonito e, no batente
Seresteiro de voz meiga e dolente
Muita farra e muita alegria
Um poeta inspirado em poesia
e uma noitada de versos e de repente
(Josa Rabêlo)