JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

POESIA, SEMPRE VIVA, SEMPRE NOVA!

A fraqueza é um artifício
que leva alguém, sem escalas,
a abrir as portas do vício
e não saber mais fechá-las!...
Hermoclydes S. Franco/RJ
Por exemplo, cantando eu nada sinto
sobre a história de Roma, Grécia e Creta,
mas na hora que escuto um bom poeta
um repente me surge com instinto,
me inspiro vendo um boi correr faminto
a procura de um saco de ração,
uma porca sumir sem ter razão
e esconder por um tempo a sua cria;
eu só sinto o sabor da poesia
quando eu canto essas coisas do sertão.
Júnior Adelino/PB
NINHO ROUBADO.
Cancão/PE

Aquela rolinha do meu sombrião
sem o seu ninho, seu primeiro leito
já cantou tanto que feriu o peito
sem saber dos filhos, o lugar que estão.

Percorre, às vezes toda vastidão
volta de novo a reparar direito
de galho em galho, a espreitar com jeito
procura ainda, mas procura em vão.

Assim a pobre e infeliz rolinha
levando as horas a gemer sozinha
eriça as penas, depois as sacode.

Ela não chora porque não tem pranto
se ela tivesse choraria tanto...
mas sem ter pranto quer chorar não pode.


--
Rachel Rabelo
"O amor mora nos pequenos detalhes; e revela-se nas mais sutis manifestações sinceras de cuidado..."