JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

domingo, 28 de agosto de 2011

FRASE DA SEMANA

"A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio". 
(Martin Luther King)

POETA DA SEMANA

VELAS, BEBADOS, PUTAS, CORNOS E POETAS


AS QUATRO VELAS


Quatro velas ardiam sobre a mesa,
E falavam da vida e tudo o mais.
A primeira, tristonha: “Eu sou a PAZ,
Mas o mundo não quer me ver acesa…”

A segunda, em soluços desiguais:
“Sou a FÉ! Mas é triste a minha empresa:
Nem de Deus se respeita a Realeza…
Sou supérflua, meu fogo se desfaz…”

A terceira sussurra, já sem cor:
“Estou triste também, eu sou o AMOR…
Mas perdi o fulgor como vocês…”

Foi a vez da ESPERANÇA – a quarta vela:
“Não desiste ninguém! A Vida é bela!
E acendeu novamente as outras três!

Dedé Monteiro
Tabira, 12/02/2009


OS QUATRO BÊBADOS

Quatro bêbados bebiam numa mesa,
E falavam da vida e tudo em fim.
O primeiro dizia: “Eu bebo assim,
Pra poder afogar minha tristeza”…

O segundo, engolindo uma de gim,
Diz: “a cana é quem faz minha defesa…
Se não fosse a bebida, essa beleza,
Minha vida seria muito ruim!

O terceiro, morrendo de ressaca,
Diz: eu sinto a matéria muito fraca,
Vou parar de beber essa semana!

Grita o outro: “não faça essa desgraça,
Mande abrir mais um litro de cachaça
Que é pra gente morrer bebendo cana!

Gonga Monteiro
Tabira, 18/02/2011


AS QUATRO PUTAS

Quatro putas falavam em um bar
Sobre a vida que era muito dura...
A primeira, cheinha de frescura,
Diz assim: “Eu vou me aposentar!

A segunda, morrendo de chorar,
Diz pra outra: “Ninguém mais me segura,
Tô com um metro e cinquenta de altura
E a balança acabou de se quebrar.

A terceira, já com sessenta anos,
Disse as outras: “Restaram desenganos,
Ninguém mais quer três velhas prostitutas...

Veio a quarta, a que era cafetona,
E, lembrando dos tempos bons de zona,
Deu coragem de novo às outras putas.

Felipe Júnior
Recife, 03 de março de 2011


OS QUATRO CORNOS

Quatro cornos sentados numa praça
Lamentavam por ter desilusões.
O primeiro lembrando as traições:
- Eu me vingo das pontas na cachaça.

O segundo chorava da desgraça
E dizia: não perco as ilusões.
Se a mulher preferiu ter Ricardões
Isso é fase, mas sei que logo passa.

O terceiro chifrudo, o mais matreiro:
O que importa é a mulher trazer dinheiro
Pra o que falam de mim, nunca liguei.

Já o quarto cornão, foi taxativo:
- Quando a minha me trai sou vingativo.
Eu arranjo outro bofe e vou ser gay.

Ismael Gaião -  Condado/PE


OS QUATRO POETAS

O primeiro poeta com as velas
Deu um show de poesia com certeza
O segundo num bar ouve na mesa
Depois narra dos bêbados as sequelas

Outro escuta das putas as mazelas
Comentar sobre os ossos do oficio
E escutando dos cornos o suplício
Chega outro e relata tais procelas

Como é dura a vida dos poetas
No afã de cumprirem suas metas
Desmanchando-se em versos, quem diria

Juntam: bêbados, cornos, velas, putas
Em estrofes bem simples, mas astutas
Transformaram isso tudo em poesia

Carlos Aires
Carpina/PE,

A QUARTA VELA
(Sobre a LUZ de DEDÉ MONTEIRO no soneto AS QUATRO VELAS)

São sonetos tão belos assim

Como os que Dedé Monteiro faz
Com essa luz, só dada aos geniais,
Vem iluminar a poesia em mim.

Paz, fé, amor e esperança enfim

Quatro velas parecendo iguais.
Vem Dedé a quarta vela e traz
A luz, que a poesia, não pode ter fim...

E o poeta como a quarta vela!

  E a esperança se mantém acesa
Pra iluminar outras luzes na mesa,

Pra iluminar Deus na sua janela!

Traz luz de poesia e faz a vida bela
Quando a "Luz" maior ilumina a grandeza.

Carpina/PE, 01.03.2009

Hélio Ferreira