JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

domingo, 30 de outubro de 2011

FRASE DA SEMANA

"Não há progresso sem mudança. E, quem não consegue se mudar a si mesmo, acaba por não mudar coisa alguma".
(George Bernard Shaw)

POETA DA SEMANA

EU



(Marcos Maia)






O meu olhar se perde na lembrança.


Vivo o presente, mas tenho meu passado


como uma marca, no peito sou marcado,


pra no futuro lembrar com segurança.






Fiz com o amor um pacto, uma aliança


que ele me tenha sempre e ao meu lado


conduza o meu destino apaixonado.


Que eu nunca fique só, sem esperança.






E nesse meu presente o meu destino


é rota de emoção. Sou eu menino


sonhando, descobrindo o que fazer.






Meu tempo é força, é minha mente


capaz de renascer. É a semente


que lá plantei e agora vou colher.






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Soneto para um Brasileiro


(Marcos Maia)






Nobre poeta, o mundo anda tristonho


pelos caminhos que ele construiu


e em cada canto, um canto já ruiu


deixando o mundo triste e medonho.






A natureza perdeu o olhar risonho


mas ainda está presente, não fugiu.


O céu, que o homem tanto poluiu


ainda é infinito, ainda é sonho...






Porém aqui na terra, os habitantes


destroem a vida e as coisas importantes.


Sociologicamente, pior fato não há






Valores do viver e a dignidade


que não se zela mais e a sociedade


acostumou-se assim e assim será.






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Invés de mim


(Marcos Maia)






Eu sou um pouco de tudo


que se fez recentemente.


Girau de esconder causos


e lixos, que se guarda em casa


com preguiça de jogar fora.






Sou flor de mussambê


que rompe estação,


na lama e no beco,


e quando seca a flor, joga


sementes no chão, que nasce.






Sou um ator quer espera o texto.


Uma sombra na coxia que assusta


o diretor e a platéia o pede e o quer.


Sou vento dentro de casa, que






ninguém sabe de onde veio.


Sou coisa feita, que se tem


e se quer distante da sala de visitas.


Sou o sonho de quem quer dormir






e sente insônia. Sou eu mesmo!!!


Um pouco de tudo, um todo do nada.


Um jeito esquisito que se acopla


e que faz a vida andar, sem fila...


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PAPAI NOEL (1)


Marcos Maia






Papai Noel, aqui muita criança


vive na rua, também, pedindo esmola.


Várias não têm direito a uma escola,


outras perderam o resto de esperança.






Quando é Natal e a sua imagem avança


dando presentes a sua corriola


e o pobre sem brinquedos na sacola


só ganha a ilusão, não tem lembrança.






Então Papai Noel, não alimente


a ganância comercial e indecente


que relega os mais pobres à sua sorte.






Nos deixe em paz, não crie mais fantasia


que frustra, que maltrata e angustia


pode ficar ai, no Pólo Norte.


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Retrato do pecado






Sempre que passa por perto de mim


eu fico observando a sua vinda.


Seios perfeitos, corpo, cara linda...


Um jeito de andar que não tem fim.






Quando aparece relembra um querubim


e em cada perna uma imagem finda


numa taça de amor a que se brinda


como se eu fosse a saia de cetim.






E quando segue a vista se aprofunda


nas suas ancas que vão formar a bunda;


fenomenal retrato do pecado.






E no duelo ardente dos quadris


o meu olhar insiste em ser feliz,


embora sendo, assim, mal-educado.






(Marcos Maia)






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Distúrbio mental






Hoje me peguei a procurar


estrelas em pleno dia,


como se não soubesse


que elas estão dormindo.






E se não houvesse noite,


como eu saberia das estrelas?






Talvez o sol me dissesse,


pela falta do encanto.


E nós iríamos procurá-las


sempre de dia... (marcos Maia)