JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

VERSOS MAGNÍFICOS


O poeta Diomedes Mariano glosando o mote:

O embalo da vida só termina

no semáforo do último cruzamento.

Disse:


Quando o carro do tempo vem ligeiro,

fumaçando o motor, faltando luz,
assustando as pessoas que conduz,
pondo em pânico o mais calmo passageiro,
nessa hora aparece um patrulheiro,
conduzindo um talão de apontamento,
autuando o chofer em dez por cento,
do que o código dos anos determina,
o embalo da vida só termina
no semáforo do último cruzamento.

Sebastião Dias e Geraldo Amâncio glosando o mote:

"Tem muito o que se contar

De uma casa abandonada."

Sebastião Dias


Solidão apavorante

No centro da noite pasma
Gargalhada de fantasma
Que arrepia o visitante
Gira uma sombra ambulante
Consigo mesma assombrada
Grito de alma penada
Pedindo pra se salvar
Tem muito o que se contar
De uma casa abandonada.

Geraldo Amâncio


Quem vai ali perde a calma

O sobrosso lhe acompanha
Escuta uma voz estranha
Ouve gente bater palma
Tem impressão que uma alma
Nessa casa é hospedada
Gritando de madrugada
Mandando a dona voltar
Tem muito o que se contar
De uma casa abandonada.

Solidão desaparece
Quando alguém se faz presente,
A tristeza fica ausente
Quando alegria aparece,
A paz reina, vive e cresce
Quando morre a triste guerra.
No mundo tudo se encerra...
Mentira mata a verdade,
“Eu mato a dor da saudade
Voltando pra minha terra!”

Vinícius Gregório

O poeta Pedro Bandeira disse:

Admiro demais o ser humano

que é gerado num ventre feminino
envolvido nas dobras do destino
e calibrado nas leis do Soberano
quando faltam três meses para um ano
a mãe pega a sentir uma moleza
entre gritos lamúrias e esperteza
nasce o homem e aos poucos vai crescendo
e quando aprende a falar já é dizendo:
quanto é grande o poder da Natureza.

O poeta Onézimo Maia disse:

Fico feliz quando canto

Meus versos de improviso;
Os dedos chutando as cordas,
Os lábios com ar de riso;
Sopra o vento do repente
Raspando o chão do juízo.

O poeta Pinto do Monteiro disse:

Sendo com calma eu aceito,

com desaforo eu respondo,
porque minha natureza
é como a do maribondo:
nem que morra machucado,
meu ferrão eu não escondo.

DO BLOG NA CACIMBA DA POESIA
DO POETA LUCIANO PEDROSA