JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

domingo, 7 de agosto de 2011

QUER QUER? QUEM QUER?

<<< Estrofe do Dia >>>
É comum encontrar homem casado
que só vive implorando a viuvez,
quando perde a mulher não passa um mês
sem ficar novamente apaixonado;
antes mesmo do luto ter passado
vai a tudo que é baile namorar,
compra nova mobília e monta o lar
e na igreja faz novo juramento,
todo mundo acha ruim o casamento
mas ninguém quer morrer sem se casar!
Palmeiras Guimarães/PE

UMA TROVA INTERESSANTE!!! RSRSRSRS

Um pesadelo medonho
que o genro nunca esqueceu:
a sogra surgiu-lhe em sonho
dizendo que não morreu...
Edmilson Ferreira Macedo/MG
 

SEMANA DOS POETAS (COLETÂNEA DE VERSOS)



ORACÃO DE UM PAI CORUJA

SENHOR,
Põe tua benção sobre as minhas duas
Filhas queridas, que a sorrir me deste.
Elas são minhas, mas também são tuas
Sou pai humano, Tu és Pai Celeste!

O mundo é cheio de medidas cruas,
Assustadoras ao primeiro teste...
São muito duras as lições das ruas
Para quem de poucas forças se reveste.

Dá que elas possam no passar dos anos,
Usar as armas da experiência
Contra as ciladas deste mundo errado.

Perdão se os sonhos q’ue transformo em planos
Foram ditados pela consciência
De um pai coruja muito apaixonado

(DEDÉ MONTEIRO)


Mãe!
Atuamos juntos na cena do parto
sem cobrar diária, seu ventre foi quarto
de hotel cinco estrelas, pra conforto meu
Mãe!
Sagrada pessoa, que só nos agrada
eu lhe dando o mundo, não seria nada
comparando a tudo que você me deu
Mãe!
Na graça ou desgraça, sorrindo ou chorando
no luxo ou na lama, perdendo ou ganhando
você me dá força, confiança e fé
Mãe!
Quando eu entro em crise, ou caio doente
todo mundo foge, você tá presente
me estendendo os braços, pra me ver de pé
Mãe!
Reserva de paz, fonte de energia
personagem impar, luz de estrela guia
alicerce humano, 100% forte
Mãe!
Rainha sem trono, guerreira sem farda
mulher com status, de anjo da guarda
Santa duas vezes, na vida e na morte.

Sem mamãe

Hoje é o dia em que o filho, a toda hora,
Presenteia e festeja a mãe querida,
Como eu fiz tantos anos... mas, agora,
Já não tenho o "luar" da minha vida.

Ó mamãe, nesta data colorida,
O universo respira eterna aurora!
E eu respiro do ocaso a dor pungida
Da saudade infinita da senhora.

Não há nada tão belo e comovente
Como um filho entregando o seu presente
E abraçando a razão de sua paz,

Nem mais triste que um órfão como eu,
Procurando essa JÓIA que perdeu,
Sem poder abraçá-la nunca mais.

Dedé Monteiro, 1994.


Mulher, satanás divino
Dedé Monteiro

Ser mulher não é somente
Vestir saia e nada mais.
É ser guerreira, é ser gente,
É ter direitos iguais
E de mão dadas co’ o homem,
Lutar a luta da paz!

Mulher não quer só boneca,
Paquera, noivo ou marido.
Quer também pegar na rédeas
Deste mundo pervertido
E transformá-lo num troço
Que preste pra ser vivido.

Ser mulher é dizer basta
Ao terror do preconceito.
É exigir que a justiça
Acorde, saia do leito!
E mostre que a igualdade
É nosso maior direito!

A mulher não quer provar
Que só vale o que ela pensa.
Ela quer mostrar ao mundo
Que a maldade não compensa,
Que a violência já era,
Que a paz faz a diferença!

Ser mulher não é querer
Deixar o homem na lama;
É querer crescer com ele,
Dividir progresso e fama;
Ser respeitada e querida
E, pra colorir a vida,
Trocar o suor da lida
Nas alegrias da cama!

É por isso que eu aplaudo
Esse satanás divino,
Pois sei que o mundo depende
Do coração feminino.
Sem seu charme e seu sorriso,
A terra, este “paraíso”,
Vira um “inferno” qualquer...
Quer saber o que eu que eu acho?
Que o mundo, de cima a baixo,
Pode até prestar sem macho,
Só não presta é sem mulher!

Mais um pão compartilhado
Na mesa farta da paz
 (mote: Josemar Rabelo)

Viva, viva hoje é natal
Vamos todos celebrar
Sem ódio comemorar
Essa data especial;
Jesus Cristo, genial
Pôs seu nome nos anais
Pra nos salvar foi capaz
De morrer crucificado
Mais um pão compartilhado
Na mesa farta da paz.

Natal não é só presente
Na árvore dependurado
Nem só o peru assado
Cerveja ou bebida quente;
O natal diz que a gente
Deve amar os rivais
Perdoar e nunca mais
Se sentir rancorizado
Mais um pão compartilhado
Na mesa farta da paz.

O natal é tão marcante
Tão lindo, tão salutar
Que não importa o lugar
Ele é sempre triunfante;
O natal é tão brilhante
Que une os desiguais
E cristo injeta o gás
Na veia do humilhado
Mais um pão compartilhado
Na mesa farta da paz.

Glosas: Léo Medeiros
Sobral, 23/12/2009.

Feliz natal!

O preço de um pão roubado
(Welton Melo)

Sou um negro, doutor; sou só um negro
Cuja vida deu rumo distorcido
E apesar de dispor dessa aparência
Acredite doutor não sou bandido.
Eu conheço da vida os cativeiros
Sou mais um dentre tantos brasileiros
Que pernoitam na rua e esmolam um pão
Meu destino doutor foi infeliz
Fui forçado a fazer o que não quis
E fui taxado na rua de ladrão

Fui na frente de todos humilhado
Algemado igualmente a um bandido
Entre socos, tabefes, pontapés...
Por PMs doutor eu fui detido
E por ser mais um filho da pobreza
Me negaram o direito de defesa
E impuseram que eu próprio me calasse
Quando eu fui explicar por que roubei
Fui ao chão com um tabefe que levei
Que chegou a cortar a minha face

Me trouxeram pra cá e aqui estou
Vim aqui pra prestar depoimento
Por um erro que eu mesmo cometi
porem nunca neguei um só momento
Se o senhor como eu já for um pai
Tenho toda certeza de que vai
Entender o porquê que pratiquei
Fui errado doutor não vou negar
Mas um pai que tivesse em meu lugar
Roubaria do jeito que eu roubei

Vi meu filho de fome passar mal
Me dizendo:Papai quero comer!
Eu senti-me impotente seu doutor
Vendo aquilo sem ter o que fazer
Levantei-me dali, pedi esmola
Mas o povo ao passar nem dava bola
Planejei em por fim na própria vida
Me senti como um trem fora do trilho
Pois não tem dor maior que ver um filho
Te implorar por um prato de comida



Quando vi o meu filho agonizando
Aumentou inda mais minha agonia
Sem pensar levantei-me seu doutor
E correndo eu entrei na padaria
De nervoso suo lavava a mão
Vi os pães que ficavam no balcão
E lembrei do meu filho já morrendo
Me senti como ave em cativeiro
E num ato total de desespero
Dei de garra do pão ,sai correndo


Apesar de correr já era tarde
Vi meu filho sem vida ali no chão
Abracei o seu corpo pequenino
Foi ai que ouvi voz de prisão
E o que houve depois eu já falei
Me humilharam bastante,apanhei
E agora me encontro nesse estado
Só o senhor põe um fim nesta novela
Ou me tira pra sempre desta sela
Ou me deixa pagando um pão roubado

As algemas que prendem minha mão
Ferem a honra de alguém trabalhador
Que nem mesmo o senhor me libertando
Vai poder reparar toda essa dor
Mas doutor com a sua competência
Por favor ponha a mão na consciência
E se possível me livre desta teia
O caráter de alguém não se converte
Se achar que estou certo me liberte
Do contrario me deixe na cadeia 

(Sim senho! Eu sou matuto)
Welton