JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

domingo, 31 de março de 2013

POETA DA SEMANA

 

 

 “ZÉ CARDOSO - Natural de Encanto, Rio Grande do Norte, com mais de 30 anos de carreira, é um dos mais premiados repentistas nordestinos, apresentando em Limoeiro do Norte um programa de rádio de grande audiência, juntamente com o poeta Antônio de França.”




Já o site http://limoeirodonorte.blogspot.com/2009/10/poeta-repentista-ze-cardoso-e.html trás o seguinte:

“O poeta repentista Zé Cardoso, natural de Limoeiro do Norte, foi homenageado com uma comenda de honra ao mérito, em cantaria, confeccionada pelo artista Gledson Vitor. A referida homenagem faz alusão à comemoração dos 50 anos de lançamento do programa Violas e Violeiros, veiculado pela Radio Vale do Jaguaribe, cuja programação foi iniciada em 1959.
A honraria foi entregue pelo presidente da comissão organizadora do evento, Tonheiro Mendes.
Durante a homenagem, o programa Violas em Desafio, veiculado pela Rádio Educadora, apresentado pelo violeiro Cardoso, foi destacada pela representatividade na região.”




Aqui algumas pérolas do nosso verdadeiro poeta popular...



Você corre, mas não passa
Um palmo na minha frente
(Zé Cardoso e Raimundo Caetano)

Eu já vi você beber
Cinqüenta e Um com Cinzano
E agora vem Caetano
Ser crente pra reverter
Não é, mas poderá ser
Que esse povo, geralmente
Só inventa de ser crente
Depois que bebe cachaça
Você corre, mas não passa
Um palmo na minha frente
(Zé Cardoso)


Faça tudo que eu fiz se quiser ser
Cantador respeitado e Campeão

Para ser o poeta que estou sendo
Foram léguas e léguas de estrada
Minha luta já é marca registrada
Tudo quanto plantei estou colhendo
Nem que a mídia não esteja me querendo
Me trocando por ET ou por Lobão
Eu esqueço que tem televisão
E venho até o teatro lhe dizer
Faça tudo que eu fiz se quiser ser
Cantador respeitado e campeão
(Zé Cardoso)



Um dos momentos mais geniais da nossa cantoria nacional foi o encontro Zé Cardoso com Sebastião Dias o site http://diegoplay.flogbrasil.terra.com.br/foto215685.htmlExplica esse momento assim...

“O poeta Zé Cardoso cantando com Sebastião Dias... e depois de sofrer uma humilhação no final do verso, Sebastião dizendo q era doutor e q tava perdendo tempo cantando com ele... Ai Zé Cardoso, analfabeto disse: Aprendi a cantar sem professor, com a graça de deus eu sou completo, vc vem me chamar de analfabeto exibindo seu diploma doutor, no congresso q eu for competidor vou ganhar de vc de 10 à 0.... Bastião eu vou lhe ser muito sincero, SE EU DEIXAR DE CANTAR Ñ SOU FELIZ, SER POETA EU SOU PQ DEUS QUIS, SER DOUTOR EU Ñ SOU PQ Ñ QUERO!!!!”




"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!!!!"

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Zé Cardoso - Ser Doutor...

Aprendi a cantar sem professor
Com a graça de Deus eu sou completo
Você vem me chamar de analfabeto
Exibindo o diploma de doutor
No congresso que eu for competidor
Vou ganhar de você de dez a zero
Seu doutor eu vou ser muito sincero
Se eu deixar de cantar não sou feliz
Ser poeta eu sou porque Deus quis
Ser doutor não sou porque não quero.


1. Você corre, mas não passa
Um palmo na minha frente
(Zé Cardoso e Raimundo Caetano)

Eu já vi você beber
Cinquenta e Um com Cinzano
E agora vem Caetano
Ser crente pra reverter
Não é, mas poderá ser
Que esse povo, geralmente
Só inventa de ser crente
Depois que bebe cachaça
Você corre, mas não passa
Um palmo na minha frente
(Zé Cardoso)

2. Faça tudo que eu fiz se quiser ser
Cantador respeitado e Campeão

Para ser o poeta que estou sendo
Foram léguas e léguas de estrada
Minha luta já é marca registrada
Tudo quanto plantei estou colhendo
Nem que a mídia não esteja me querendo
Me trocando por ET ou por Lobão
Eu esqueço que tem televisão
E venho até o teatro lhe dizer
Faça tudo que eu fiz se quiser ser
Cantador respeitado e campeão
(Zé Cardoso)

3. Cantador pra cantar na minha frente
Deus não faz, nunca fez, nem vai fazer

Pra topar o "terror riograndense"
Zé Viola talvez que não aceite
Moacir diga não, Valdir enjeite
Se Geraldo souber talvez dispense
Vilanova sabendo que não vence
Chega a carta, ele abre e não quer ler
Louro Branco com medo de perder
A desculpa é "não vou porque sou crente"
Cantador pra cantar na minha frente
Deus não faz, nunca fez, nem vai fazer
(Zé Cardoso)


Poeta Zé Cardoso.

RECEITA DA SEMANA

Estrogonofe de frango diferente

  • Ingredientes
  • 1/2 kg de peito de frango sem osso
  • 1 vidro pequeno de cogumelos
  • 1/2 lata de milho
  • 3 colheres de catchup
  • 2 colheres de extrato de tomate
  • 1/2 vidro de requeijão
  • 1 caixinha de creme de leite
  • 1 cebola grande
  • 2 dentes de alho
  • 1 pitada de noz moscada
  • 1 cubinho de caldo de galinha
  • sal a gosto

Modo de Preparo

  1. Pegue o peito de frango, corte o em cubinhos e reserve
  2. Em seguida pique a cebola em quadradinhos e frite-a em 2 colheres de óleo, quando ela estiver bem morena mas não queimada, acrescente o alho amassado, coloque o frango
  3. Abaixe o fogo e cubra-o de água, acrescente o caldo de galinha
  4. Depois de 10 minutos cozinhando coloque o extrato de tomate, o catchup, o milho e o cogumelo
  5. Deixe mais 5 minutos, coloque a noz moscada no fogo desligue e em seguida misture o creme de leite e o requeijão
  6. Sirva com arroz branco e batata palha

FRASE DA SEMANA

"Justificar tragédias como "vontade divina" tira da gente a responsabilidade por nossas escolhas".
(Umberto Eco)

sexta-feira, 29 de março de 2013

BALAIO CULTURAL


SONETO DO POETA PAULO RABÊLO


Poeta Paulo Rabêlo


Sempre Com Você



Estarei com você no sonho terno
No pesadelo estarei se for preciso
Estarei com você se for inferno
Estarei com você se paraíso.


Nas manhãs mais românticas de inferno
Estarei com você no seu sorriso
Mas se o pranto pra te servi de terno
O teu lenço será meu improviso


Se um dia, a caso em teu caminho
Tu sentires fome de carinho
Minha pele será teu alimento

Se não tiver ninguém ao seu redor
E a caso pensares que estais só,
Estarei com você no pensamento.

(Paulo Rabêlo)

ABSURDO, INACEITÁVEL, DEPRIMENTE E VERGONHOSO!!!!

Mesa de glosas na praça e o registro em cartório da APPTA

Após a notícia do cancelamento do evento Mesa de Glosas da Praça em Tabira que nos foi dada ontem pelo Poeta Dudu Morais e após conversarmos, fiquei matutando aqui, como poeta também de coração e advogado, os motivos para esta atitude.
Após ver o belíssimo texto questionador do Poeta Alexandre Morais e com mais informações sobre o cancelamento do evento decidi expressar uma opinião a respeito e, licença poeta, mas, vou pegar a deixa do teu mote:
"SE É POESIA, É DA MINHA CONTA.”.
Pelo que entendi dos diálogos em Tabira, com membros da APPTA, Alexandre Morais e Dudu Morais, o evento foi cancelado pelo fato de a APPTA ter 'registrado o cartório' o evento Mesa de Glosas na Praça e se recusado a 'liberar' a realização do evento porque 'tiraria o brilho' (sic) de uma que a APPTA pretende realizar em setembro.
Sobre isso tenho duas observações a fazer, reitero, como advogado e como poeta de coração.
Em primeiro lugar, desconheço qualquer instituto legal que dê validade jurígena a esse registro.
Trata-se de uma manifestação popular, de domínio público. Assim como é a Ciranda; A roda de capoeira; A embolada na praça; O mamulengo; A declamação e a mesa de glosas.
É como se tentassem apoderar-se da arte, da livre manifestação artística, cultural. Isso, ao que me parece, a priori, é crime contra a liberdade de expressão.
Art. 5º, IV da Constituição Federal
(...)
"IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;"
Em segundo lugar, como manifestação espontânea e livre da nossa mais fina cultura popular, a poesia cartesiana brasileira não pode receber censura jurídica, administrativa ou de qualquer outra espécie.
Como visto não cabe a uma associação pretender arvorar-se de Deus da Poesia e do Direito para impedir poetas de fazer poesia, por nenhum instituto social, ou mesmo, por intermédio de política.
Não há lei que impeça o poeta de fazer e dizer e expressar e reunir-se pra fazer poesia. Nem há lógica que explique como uma mesa de glosas realizada em março 'tiraria o brilho' de outra a ser realizada em setembro.
Também não é sensato a uma associação cuja finalidade é promover a poesia, fazer o oposto ao que se propõe e tentar inviabilizar que eventos como a Mesa de Glosas na Praça aconteça.
Foge totalmente ao objetivo da associação. É ilegal. Antiético. Estúpido e sem fundamento político nenhum.

Torço para que a parte sensata da APPTA volte atrás desta decisão ridícula e cumpra sua função de promover a poesia. Do contrário, perderá respeitabilidade e até mesmo responder judicialmente por esta INSENSATEZ.
Pedro Torres Filho
Advogado e Poeta

quinta-feira, 28 de março de 2013

O PÃO DA FRATERNIDADE

Deus ouviu um pedido e uma promessa
Que em dois mil e dois, Vovó o fez
Atendeu, decretou deu validez,
E encheu a barragem bem depressa!
O inverno se deu sem muita pressa
Mas dá múltiplos frutos ano a ano,
Da promessa o almoço que foi plano
Aos carentes tornou-se tão real,
Que Vovó toda véspera de Natal
Parte o pão que ganhou do soberano!

(LIMA JR.)

TRÂNSITO LOUCO EM TABIRA

O PREFEITO SEBASTIÃO DIAS TEM QUE TOMAR UMA MEDIDA URGENTE EM RELAÇÃO AO TRÂNSITO LOUCO DE TABIRA.
ANDAR PELAS RUAS DE TABIRA É UM VERDADEIRO SUFOFO, MOTORISTA E MOTOCICLISTAS NÃO RESPEITAM OS TRANSEUNTES, OS PEDESTRES. TÊM RUAS, A EXEMPLO DA RUA DA FARMÁCIA, ACESSO A PRAÇA GONÇALO GOMES, ONDE TEM UMA PLACA DE PROIBIDO ACESSO `A RUA, NINHUÉM RESPEITA, SENDO QUE INVADEM AS CALÇADAS, ULTRAPASSANDO OS CARROS, COM MOTOS. HOJE, NA SUBIDA DA RODOVIÁRIA, ACESSO À PRAÇA PEDRO PIRES, IA EU PELA CALÇADA, VINHA UM INSANO NUM FIAT, PASSOU TÃO PERTO DE MIM QUE O RETROVISOR, DIREITO, BATEU NO MEU RELÓGIO.
O BECO DA LOJA DE EDGLEI, ACESSO QUE DÁ EM FRENTE Á CASA DE JOSELITO É OUTRO ABURDO... NAS IMEDIAÇÕES DESTE BECO TEM UM P.A DO BRADESCO, ONDE JOVENS, ADULTOS E IDOSOS UTILIZAM ESTE P.A E, QUANDO VEM UM CAMINHÃO, NÃO FICA MAIS QUE UM PALMO PARA RASPAR NAS PARADES.
EU TENHO CONVERSADO COM SECRETÁRIOS, VEREADORES E CIDADÃOS SOBRE ESTE PROBLEMA E SOUBE ATRAVÉS DOS VEREADORES ARISTÓTELES MONTEIRO E MÁRIO AMARAL QUE JÁ ESTÁ EM TRAMITAÇÃO UM PROJETO PARA SE CORRIGIR ESTE ABSURDO NA TERRA DAS TRADIÇÕES... ESPERO QUE SEJA CORRIGIDO PRA ONTEM, POIS A MEDIDA É MAIS DO QUE NECESSÁRIA E URGENTE!!
JOSA RABELO

A POESIA NÃO TEM DONO!!!!

EU ESTOU MUITO DECEPCIONADO COM A POSIÇÃO TOMADA, POR ALGUNS MEMBROS DA APPTA - TABIRA, EM RELAÇÃO À MESA DE GLOSA ORGANIZADA PELA SECRETARIA MUL. DE CULTURA. É QUE NÃO CHEGARAM A UM CONSENSO... COMENTA-SE QUE APPTA REGISTROU EM CARTÓRIO "A MESA DE GLOSA"... ESQUECE-SE ALGUNS MEMBROS DA APPTA, QUE A POESIA É LIVRE, É UNIVERSAL, NÃO TEM DONO E, EM CONSEQUÊNCIA, ESTÃO REMANDO CONTRA ´"A MARÉ" DA DIVULGAÇÃO E VALORIZAÇÃO DA MESA DE GLOSA, QUE CONSIDERO UM DOS MAIS BELOS E POÉTICOS EVENTO DA POESIA NORDESTINA, PAJEUZEIRA.
NÓS QUE GOSTAMOS E ADMIRAMOS A POESIA, DEVEMOS TOMAR CUIDADO PARA QUE O SUCESSO NÃO NOS SUBA À CABEÇA E CONFUNDAMOS A ESSÊNCIA POÉTICA, DIVINA E MAGISTRAL DA POESIA.

P.S.: ESTA É MINHA OPINIÃO, NÃO SOU DONO DA RAZÃO E ESTOU ABERTO AO DIÁLOGO!!!!!

JOSA RABELO

domingo, 24 de março de 2013

UM SHOW INESQUECÍVEL


INESQUECÍVEL, MAGNÂNIMO ESPETACULAR, GRANDISO, CONTAGIANTE, INESQUECÍVEL.





Circuito Pernambuco Multicultural




A cidade de Tabira foi contemplada, pela terceira vez, com o Balé Cultural de Pernambuco, Sérgio Boi e o Cangaço, Santana O Cantador e Flávio Leandro, foram os responsáveis pela beleza e animação do evento.
Ontem, sábado, dia 23 tivemos 02 Shows Magníficos com Quinteto Violando, cantando os maiores sucessos do Rei Luiz Gonzaga e Alceu Valença, que deu o Maior Show que este blogueiro já presenciou.










Alceu cantou, brincou e contagiou, de forma impressionante, o grande público presente. Alceu é simplesmente FÁNTÁSTICO, ele interage, de forma ímpar, com as pessoas presentes, comandando com gritos uníssonos e harmônicos, canta sério com o público parado, vidrado e concentrado na música e, de repente ele contagia a todos com a sua simplicidade e dom Divino, é um ABENÇOADO POR DEUS!!!!









POR ISTO CONCLUO COM UM RESUMO DO SHOW:
MAGNÂNIMO, ESPETACULAR, GRANDISO, CONTAGIANTE, INESQUECÍVEL.

POETA DA SEMANA

Manoel Xudu, um gênio do povo

 

             Tenho grande simpatia e empatia com os personagens que tenham contribuído de alguma forma para o coletivo, que tenham dedicado suas vidas por uma idéia, uma causa, ou tenham consagrado sua inteligência à execução de uma arte. Os que se distinguem, os excepcionais, esses merecem a imortalidade. Os grandes artistas populares quase sempre são esquecidos por não terem traquejo social, prestígio ou militância política. Que devemos prestigiar nossos valores, de ontem e de hoje, é inquestionável. Organizei um livreto com o propósito de levar a cabo a missão de preservar um pouco da obra do grande Manoel Xudu, esse filho de São José dos Ramos que foi um dos maiores artistas que se conheceu na arte de improvisar versos ao som de uma viola.
Eu mal havia completado dezessete anos, e já freqüentava as barracas que vendiam cachaça, galinha torrada e macaxeira, na beira da linha, em Itabaiana. Essas barracas permaneciam abertas a noite toda, nas segundas-feiras, véspera da grande feira de Itabaiana, para onde convergiam centenas de matutos de toda região. Eram redutos de violeiros e emboladores de coco, que passavam a noite bebendo e divertindo a matutada. Foi ali onde conheci Manoel Xudu, a quem devo o favor da minha iniciação nos segredos da belíssima arte do improviso, a sextilha, o setessílabo, o decassílabo, a gemedeira, o mourão perguntado, o martelo alagoano, o mote, o tema e outros detalhes do mundo mágico dos cantadores repentistas. A cultura na sua mais pura forma de ser, os magníficos poetas repentistas com seus jogos de palavra e seu raciocínio veloz em torneios semânticos que, às vezes, duravam dias e noites.
Manoel Xudu merece constar na galeria dos grandes artistas populares do Brasil. Esse fenômeno da poesia popular divulgou em versos geniais os valores sociais, políticos, religiosos, culturais e econômicos de sua terra, nas tradicionais cantorias que foram, durante muito tempo, a educação informal principalmente das comunidades do campo.

             O saber do povo, a bem da verdade, sempre foi olhado com desconfiança pelas elites dirigentes. No entanto, hoje a obra de Manoel Xudu é estudada por pesquisadores da cultura popular. Louve-se a iniciativa da prefeitura de São José dos Ramos, de editar este livreto com o que de melhor produziu o poeta e foi gravado pela memória de alguns admiradores, além de versos de folhetos de cordel, como é exemplo a “Peleja de Manoel Xudu com Zezé Lulu”, publicado na íntegra neste opúsculo. Conhecendo-se a má vontade dos esquemas oficiais, quando se trata de apoio à produção artística e cultural dos pobres, damos graças aos deuses do Parnaso por São José dos Ramos ter um prefeito, Azenildo Ramos, amante da poesia e da cultura popular, ele que investiu na divulgação da história da vida e obra desse poeta simples, reconhecido hoje como um dos maiores repentistas de todos os tempos no Nordeste.
             Em um festival de poetas no Clube Astrea, em João Pessoa, pediram uma definição de poesia. Manoel Xudu saiu-se com este improviso:
“Poesia tão linda e soberana
E tão pura, tão branca igual a um véu...
Está na terra, no mar, está no céu
E no pelo que tem a jitirana.
Ela está em quem vive a cortar cana
Quando volta pra casa ao meio dia...
Está num bolo de fava insossa e fria
Que um pobre mastiga com lingüiça.
Está na paz, no amor e na justiça
O mistério da doce poesia.
Fábio Mozart
O Poeta Eduardo Rabello garimpou essa pedra rara:
Admiro 100 formigas
Um besouro carregando
40 puxa na frente
40 atrás empurrando
E as 20 que vão em cima
Pensam que estão ajudando

Manoel Xudú  

Manoel Xudú

Mamãe pediu-me um beijo
Fui correndo e lhe dei dois
Ela sorriu de contente
Perdi a conta depois.

xx


Mamãe que me deu papa
Me deu leite, me deu bolo
Deu chupeta, deu consolo
Doce, bolacha e garapa
Um dia me deu um tapa
Mas depois se arrependeu
Deu um beijo onde bateu
Acabou-se a inchação
Quem perdeu mãe tem razão
De chorar porque perdeu.

Poeta Manoel Xudú

O CLUBE DO REPENTE vai todo mês homenagear um poeta, contando suas histórias e seus brilhantes versos, esse quadro vai se chamar: "OS IMORTAIS DA POESIA". Esse mês o homenageado é o grande poeta Manoel Xudu Sobrinho, Manoel Xudu, ou, simplesmente, Xudu, nasceu em São José de Pilar-PB em 15 de março de 1932 e faleceu em 1985, em Salgado de São Félix, onde residia.

Num recinto, onde Xudu deleitava a assistência com uma bonita cantoria, entra um bêbado com um copo de cerveja, o conduz à boca do festejado cantador, e pôe-se a repetir:

- Comiiiiiiiigo ôce beeebe e caaanta, tá me ouvindo?

Impaciente, o parceiro de Xudu adverte-o:

Você abusa demais,
Já estou sem paciência.

E Xudu completou:

Deixe de tanta imprudência,
Deixe eu findar a peleja,
Como é que eu posso cantar,
Tocar e beber cerveja?
Quem tem três gostos é cachorro
Que corre, late e fareja.


Em outra cantoria o poeta Furiba entregou-lhe esta deixa:

Vê-se o pequeno saguim
Pulando de pau em pau

Xudu respondeu:

Admiro o pica-pau
Trepado num pé de angico,

Pulando de galho em galho
Tocô, tocô, tico, tico,
Nem sente dor de cabeça,
Nem quebra a ponta do bico.


Manoel Filó, admirável poeta, descrevendo com Xudu a vida dos pássaros, terminou uma sextilha assim:

Pra tão longe a ave voa,
De volta não erra o ninho.

Xudu, arrematando:

A arte do passarinho
Nos causa admiração:
Prepara o ninho de feno,

No meio bota algodão
Para os filhotes implumes
Não levarem um arranhão.


Postagem: Robério Vasconcelos
Fonte: Livro de Zé de Cazuza "POETAS ENCANTADORES"
Foto: Arquivo pessoal.

FILME DA SEMANA


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  • Sinopse
    França inicio do século 18. Órfão, criado pelos mestres de armas Cocardasse e Guarnição, o Jovem Lagardére, desafia para um duelo o Duque Nevers. Ele perde, mas seu atrevimento e segurança cativa o Duque que o chama a seus serviços. Nevers e Inès, se casam em segredo, pois Cayus, o pai da bela jovem. Prometeu sua mão ao príncipe de Gonzague, primo de Nevers. Furioso ao descobrir, Gonzague decide se livrar do rival e de sua filha Aurora, que Inès acaba de dar a luz. Acompanhado de mercenários, ele prepara uma armadilha para Nevers e o mata covardemente. Antes de morrer, Nevers confia seu segredo a Lagardère, que chega para socorrê-lo tarde demais. Lagardère jura vingar seu melhor a migo e cuidar da pequena Aurora. Após 16 anos, Gonzague, que ainda deseja se casar com Inès, a convence de que o assassino do marido e seqüestrador da filha é Lagardère e promete encontrar a menina. O duelo final de espadas de Lagardère e Gonzague, está cada vez mais próximo de acontecer.