JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

domingo, 7 de abril de 2013

POETA DA SEMANA


Diomedes Laurindo de Lima (Dió)




Conhecido como Diomedes Mariano, o DIÓ é poeta, repentista, embolador (amador), declamador, escritor, humanista e cidadão brasileiro. Filho de José Antonio Laurindo (em memória) e Maria José Laurindo de Lima, nasceu em 19 de fevereiro de 1964 no sítio Barra-Solidão/PE.
Inspirado nos folhetos de cordel que seu pai comprava nas feiras e sua mãe lia para ele e seus irmãos, ouvindo programas de cantoria nas rádios Pajeú de Afogados da Ingazeira, Rural de Caicó-RN, Espinhara de Patos-PB e outras mais, descobriu seu talento para recitar e fazer versos aos oito anos de idade.
Residiu na zona rural até os dez anos, onde dividia seu tempo entre os afazeres da roça e os estudos, vindo a concluir o primário na Escola Luiz Carolino de Siqueira com a professora Virgínia Oliveira.
Pouco tempo depois, mudou-se para Afogados da Ingazeira, onde reside até os dias atuais.
Desde então encantava a todos com seus versos improvisados. Já na fase adulta participou de mais de 60 Festivais de Violeiros, conquistando premiação em todos eles.
Como declamador esteve presente em inúmeros recitais, em várias cidades do nordeste como Petrolina, Campina Grande, João Pessoa, Teresina, Recife, Caruaru, Arcoverde e Maceió. Com o seu talento obteve grande destaque nos festivais de Brasília e São Paulo.
Diomedes também cantou com poetas famosos como Ivanildo Vila Nova, João Paraibano, Sebastião Dias, Sebastião da Silva, Moacir Laurentino, Geraldo Amâncio, Diniz Vitorino, Severino Feitosa, Valdir Teles, Zé Viola, Os Nonatos e outros gênios da cantoria.
O Poeta divide seu tempo entre suas cantorias e seus afazeres de comerciante, trabalhando no "Borbão" há quase 30 anos, loja que faz parte de sua história. Por curtos períodos trabalhou, também, numa churrascaria de Helvécio Mariano, na Praça Mons. Arruda Câmara e no Escritório de Contabilidade de João Mariano, seus tios.
Em Afogados da Ingazeira cursou o ginasial e o 2º grau no Ginásio Mons. Pinto de Campos, tendo como diretor o sr. Luiz Alves dos Santos. Essa, única escola onde estudou desde que foi pra cidade, e onde concluiu seus estudos.
Esse multi artista tem dois CDs gravados. O primeiro em parceria com João Paraibano, intitulado "Esse é o sertão cantado por quem melhor lhe conhece". O outro, com Sebastião Dias, "Violeiros do Pajeú".
Teve participação, também, em inúmeros CDs e DVDs de Festivais de Cantoria com diversos artistas. Ressaltamos, também, trabalhos gravados por nomes expressivos da Cantoria como Ivanildo Vila Nova, João Paraibano, Edezel Pereira, Valdir Teles, Raimundo Caetano, Val Patriota e Delmiro Barros, entre outros.

Filosofia de Vida
"Andar sempre de cabeça erguida para não tropeçar nos obstáculos da própria sombra"


O Coreto da Pracinha

Muita gente recorda que havia, / 
No coreto cantado em prosa e verso, / 
Um ilustre celeiro, um universo, / 
De pessoas dotadas de alegria, / 
JÚLIO BOY, BEL NAZÁRIO, 
que hoje em dia, / 
Já habitam nos planos divinais, / 
Um ANTÔNIO MARTINS que ainda faz, / 
Uso de uma cadeira que lá tinha, / 
Só restou no Coreto da Pracinha, / 
A
  Cadeira de Ferro e nada mais
A cadeira de ferro foi assento, / 
Pra LULU e PIROCA de seu NÉ, / 
Para ANTÔNIO LALAU, que hoje é, / 
Inquilino de Deus no firmamento, / 
Para NÊGO o poeta cem por cento, / 
Declamando seus versos imorais, / 
ALMIR PIRES, na época um bom rapaz, / 
SÍLVIO CRUZ, TADEUZÃO, IVO E BOMBINHA, / 
Só restou no Coreto da Pracinha, / 
A Cadeira de Ferro e nada mais.
CLÓVIS e CARLOS de DÓIA, a dupla ia, / 
Todo dia ao coreto dar plantão, / 
Com AÍLTON e OSVALDO de SIMÃO, / 
Outra dupla da mesma parceria, / 
Seu MANOEL, dono da barbearia, / 
Atendia os clientes principais, / 
GENI dono do bar vendia aos quais, / 
Serra Grande, Alcatrão, Brahma e Sardinha, / 
Só restou no Coreto da Pracinha, / 
A Cadeira de Ferro e nada mais.
Todo fim de dezembro era o lugar, / 
Preferido dos grandes dançarinos, / 
No forró embalado onde os meninos, / 
Iam todos dispostos a dançar, / 
Senhor HERMES, no seu primeiro andar, / 
Contratava atrações para os casais, / 
Nesse tempo LUÍS era rapaz, / 
E ZÉ de HERMES mais novo que LOURDINHA, / 
Só restou no Coreto da Pracinha, / 
A Cadeira de Ferro e nada mais.
Como tudo na vida leva fim, / 
O “coreto” se foi nessa enxurrada, / 
Resta só a cadeira preservada, / 
Por ANTÔNIO MARTINS que disse a mim, / 
Podem vir com Ouro, com Marfim, / 
Com Topázio, Brilhante ou com Reais, / 
Que não troca e também não se desfaz, / 
Não tem nada que compre a cadeirinha, / 
Só restou no Coreto da Pracinha, /  
A Cadeira de Ferro e nada mais.

O Coreto passou mas sua história, / 
Não passou nem tampouco passará, / 
E a cadeira, este marco ficará, / 
Como peça sublime exposta a glória, / 
Como toda existência é transitória, / 
De madeiras, cerâmicas e metais, / 
Ficará a cadeira nos anais, / 
De quem sabe a importância que ela tinha, / 
Só restou no Coreto da Pracinha, / 
A Cadeira de Ferro e nada mais.
Hoje resta a saudade traiçoeira, / 
Que ataca, destrói, que dilacera, / 
Perturbando o senhor LULU PANTERA, / 
ZÉ de GÓES, TOTA FLOR, CHICO VIEIRA, / 
Quem fez uso excessivo da cadeira, / 
Nas diversas manhãs dominicais, / 
Ao lembrar do passado se desfaz, / 
Ante a dor da saudade que espezinha, / 
Só restou no Coreto da Pracinha, / 
A Cadeira de Ferro e nada mais.
Diomedes Mariano
Afogados da Ingazeira-PE, 25/01/2011

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Rádio Pajeú – 51 anos de existência

Parabéns PAJEÚ, rádio querida,
Por cinquenta e um anos de existência,
Liderando as pesquisas de audiência,
Como sendo de fato a mais ouvida.
Por Dom Mota esta rádio foi trazida,
Já sabendo que vinha pra ficar,
Desde a hora que ela entrou no ar,
Até hoje estamos festejando,
Que ela vem instruindo e educando,
Divulgando a Cultura Popular.

Quatro horas em plena madrugada,
Nossa rádio se acorda sonolenta,
Mas ao som do forró a rádio esquenta,
Acordando o Sertão sem cobrar nada,
Em seguida mantém sempre informada,
Sua extensa e atual programação,
O orgulho maior para o Sertão,
Que já se acostumou a  desfrutar,
De uma Rádio católica, popular,
A serviço da nossa região.

Parabéns para rádio e pra quem faz,
Esta programação imorredoura,
Para todos que fazem a emissora,
Que de fato são profissionais,
Quanta coisa deixada para trás,
Por heróis que aqui se efetivaram,
Deram muito de si, mas se mudaram,
A convite de Cristo ao céu subiram,
Nosso imenso obrigado aos que partiram,
Nosso abraço fraterno aos que ficaram!

Diomedes Mariano
Afogados da Ingazeira-PE, 2010
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Aventuras

Fui bastante sincero com você, // 
Dei um pouco de crédito às suas juras, // 
Nosso tempo foi curto, mas rendeu, // 
Atrações, sensações, ânsias, loucuras, // 
Apesar dos receios e temores, // 
Como dois estreantes amadores, // 
Tendo medo das próprias aventuras.
O bulício da brisa nos lençóis, // 
O espelho do sol nos azulejos, // 
 Os impulsos dos tensos corações, // 
Superaram  a muralha dos desejos, // 
Testemunha dos fatos ocorridos, // 
A parede guardou nos seus ouvidos, // 
Os estalos sutis dos nossos beijos.
Nada mais importava além daquilo, // 
Paz, afeto, carinho e harmonia, // 
No seu colo macio eu me deitava, // 
Nos meus braços, você adormecia, // 
Nossa única intenção era de amar, // 
Como a água foi feita para o mar, // 
Fomos feitos pra nós naquele dia.
Nossa estada foi breve, mas foi bela, // 
Foi vivida com muita intensidade, // 
Era o dia do fico, mas eu fui, // 
Obrigado a partir contra vontade, // 
Sem que um pouco de graça visse em nada, // 
Como abelha sem favo, embriagada, // 
Nos resíduos do cálice da saudade.
Deixei marcas de mim pelo seu corpo, // 
O formato da face no seu seio, // 
Ao encontro da minha boca úmida // 
Sua boca faminta também veio, // 
 Ao quebrarmos os recordes da censura, // 
Onde houver uma história de aventura, // 
O capítulo da nossa ? está no meio ?

Quase um sonho, mas foi realidade, // 
 Durou pouco demais, mas deu prazer, //
Você foi, você é, você será // 
O motivo maior do meu viver, //
Seiva doce, da fruta proibida,// 
A história de amor por nós vivida, //
Vai ser muito difícil de esquecer.
Diomesde Mariano
Afogados da Ingazeira-PE
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Madalena Vieira Brandão

Quem nunca escutou falar, 
em BETO DE MADALENA?
a estrela sai de cena,  
pro descendente ficar,
ZEFINHA, vai lamentar, 
ZÉ, chorar a orfandade,
em ANTÔNIO, a dor invade, 
em FÁTIMA, a tristeza é plena,
PRA O CÉU, SE FOI MADALENA, 
PRA NÓS SÓ RESTA A SAUDADE.
Nossos pêsames a todos os familiares
Diomedes Mariano
Afogados da Ingazeira-PE, 7 de abril de 2010

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Cem Anos de Doutor Hermes

Doutor Hermes faz parte da doutrina, / 
Que ensina o cristão a ser fiel,
O seu pai foi chamado de Manoel, / 
Sua mãe se chamou Capitulina,
Conseguiu ingressar na medicina, / 
E pouco tempo depois de se formar,
Preteriu o Recife pra morar, / 
No sertão onde o povo o ama tanto,
PARABÉNS DR. HERMES DE SOUZA CANTO,
POR CEM ANOS DE HISTÓRIA PRA CONTAR.

Doutor Hermes podia, mas não quis, / 
Em Recife exercer a profissão,
Escolheu um recanto do sertão, / 
Pra poder abrigar-se e ser feliz,
De diploma na mão, a história diz, / 
Trinta e oito era o ano, eu vou lembrar,
Em Tabira chegou pra trabalhar, / 
Quando ainda chamava-se Espírito Santo,
PARABÉNS DR. HERMES DE SOUZA CANTO,
POR CEM ANOS DE HISTÓRIA PRA CONTAR.

Por ali enfrentou sol e poeira, / 
Mas a força do homem ninguém mede,
Só três anos depois veio pra sede, / 
A querida Afogados da Ingazeira,
Esta mesma cidade hospitaleira, / 
Com uns tempos, passou a governar,
Atendeu o chamado popular, / 
Seu mandato seu deu com grande encanto,
PARABÉNS DR. HERMES DE SOUZA CANTO,
POR CEM ANOS DE HISTÓRIA PRA CONTAR.

Fixou residência na terrinha, / 
Adotou o sertão pernambucano,
Pai de Vânia, Hermes Júnior e Luciano, / 
E o esposo de Dona Terezinha,
Cidadão de postura, homem de linha, / 
Nunca foi um cristão de se negar,
Seus favores por tudo que é lugar, / 
São lembrados por nós, por todo canto,
PARABÉNS DR. HERMES DE SOUZA CANTO,
POR CEM ANOS DE HISTÓRIA PRA CONTAR.

Do político, o instinto sonhador, / 
Do cristão, a postura e a grandeza,
Como chefe da prole, uma certeza, / 
O marido fiel, bom genitor,
Qualidade sublime no doutor, / 
Que atendeu tanta gente sem cobrar,
Pondo Deus, no seu jeito de curar, / 
Tendo fé no divino Espírito Santo,
PARABÉNS DR. HERMES DE SOUZA CANTO,
POR CEM ANOS DE HISTÓRIA PRA CONTAR.

Neste dia em que ele completou, / 
De janeiros vividos, uma centena,
A família irmanada entrou em cena, / 
Pra brindar a centena que chegou,
Luciano não veio, mas mandou, / 
Uma estrela divina lhe guiar,
Afogados se uniu pra lhe abraçar, / 

E eu me encontro feliz do mesmo tanto,
PARABÉNS DR. HERMES DE SOUZA CANTO,
POR CEM ANOS DE HISTÓRIA PRA CONTAR.

Diomedes Mariano
Afogados da Ingazeira-PE, 19 de março de 2010

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Consolação

PAJEÚ, LEITO DAS ÁGUAS /  
QUE MATAM A SEDE DO POVO
QUISERA EU VER-TE TRAZENDO  /  
NOSSA ESPERANÇA DE NOVO,
MAS INFELIZMENTE AMIGO,  /  
O QUE FIZERAM CONTIGO
QUEM TIVER CORAÇÃO CHORA,  /  
 TROCARAM O LÍQUIDO, NO MATO
E EM PROFUNDO ANONIMATO  /  
TU TE ENCONTRAS AGORA.

CONHEÇO POUCO DE TI  /
MAS OUVI ALGUÉM FALAR
QUE FOSTE UM CARTEIRO AUTÊNTICO  /  
LEVANDO CARTAS AO MAR,
HÁ TRINTA ANOS ATRAS,  /  
HOJE NÃO NAVEGAS MAIS
RUMO AQUELA DIREÇÃO,  /  
ALGUÉM ROUBOU TEU EMPREGO,
TEU ORGULHO, TEU SOSSEGO  /  
SÓ TE RESTA A SOLIDÃO.

ONDE FOI ÁGUA SOMENTE  /  
HOJE O MATO TOMA CONTA
OS ESGOTOS TE INSULTAM  /  
TEU POVO TE CAUSA AFRONTA,
INTERDITARAM TEU LEITO  /  
FOSTE ESQUECIDO DE UM JEITO
PERANTE AOS ACOMODADOS,  /  
PARECE QUE TUA GLÓRIA
NÃO FAZ PARTE DA HISTÓRIA  /  
QUE TANTO ORGULHA AFOGADOS.

RIO DAS GLÓRIAS PASSADAS  /  
DOS LINDOS BANCOS DE AREIA
O SANGUE DOS MISERÁVEIS  /  
CONTAMINOU TUA VEIA,
ESTÁS CANSADO E DOENTE,  /  
MESMO ASSIM SEGUES EM FRENTE
SEM RECLAMAR DE NINGUÉM,  /  
QUEM TE PREFERIU ASSIM,
ANTES DE VER O TEU FIM  /  
TALVEZ TENHA FIM TAMBÉM.
Diomedes Mariano
Afogados da Ingazeira-PE, 14 de Março de 2001


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 Estrofes improvisadas
 LUTAR PELO BEM COMUM,
CADA QUAL TEM SEU DIREITO,
FAZER O BEM É VIRTUDE,
SER TRISTE NÃO  É  DEFEITO,
O MAR DOS OLHOS SÓ SANGRA
SE CHOVER DENTRO DO PEITO.
PACIÊNCIA, A MELHOR ARMA,
PRA SE FAZER USO DELA,
O CRISTÃO SÓ  SE DESARMA,
QUANDO SE SENTIR SEM ELA.

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Ser tão Sertanejo

Ser tão sertanejo é valorizar
Os nossos costumes e as nossas raízes,
Não sentir vergonha das mãos calejadas,
Da pele tostada pelas cicatrizes.
Ser tão sertanejo é ser bravo e forte,
Respeitar a vida, não temer a morte,
Ter a paciência por Deus exigida.
Ser tão sertanejo é ser como nós,
Na letra, na música, no verso e na voz,
Divulgando a arte nos palcos da vida.
Diomedes Mariano
Afogados da Ingazeira-PE

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O Primeiro Encontro
Afogados terra amada, / 
Mãe que cada filho ama,
Princesa que enche os olhos, / 
De quem por seu nome chama,
Minha terra centenária, / 
Quanta passagem lendária,
Vivenciamos aqui, / 
Aonde quer que a gente vá,
Teu nome conosco irá, / 
Nas lembranças por aí.
Como esquecer, por exemplo, / 
Do coreto da pracinha,
Do boi de Hermes, e do bar / 
De Panca e de Mariquinha,
Casal nobre e educado, / 
Que com zelo e com cuidado,
Cuidava da clientela, / 
O bar, casa de encontro,
Onde qualquer desencontro, / 
Era discutido nela.
Ao som de uma boa música, / 
Muita cerveja gelada,
Reginaldo Goladinha, / 
Foi quase o rei da Golada,
Tota e Luis Capacete, / 
Patrocinavam o banquete,
Pra Finfa e pra Pé de Banda, / 
E Zé Panqueta sempre atento,
Pra que seu atendimento, / 
Ganhasse mais propaganda.
Jailson, Ednaldo e Bila, / 
Já tinham horário marcado,
Murilo e Cácio, os da casa, / 
Jamais chegavam atrasados,
Dida, Ceíca e Zumbinha, / 
Outra trindade que vinha,
Para os encontros do bar, / 
E entre palestra e piada,
Haja cerveja gelada, / 
E muita conversa no ar.
Mariquinha vez em quando, / 
Querem mais um tira-gosto?
Esse eu prometo trazer, / 
Sem alterar o imposto,
Logo Carrinho de Lica, / 
Frente a frente com Ceíca,
Dava uma enorme risada, / 
Enquanto que Suetone,
Lembrava o velho Marcone, / 
Do som, o rei da zoada.
Carrinho de Possidônio, / 
Era outro assíduo freguês,
Mima e Marcelo Boíba, / 
Chegava um de cada vez,
Zé Cotelo o mais querido, /
 Boêmio e Extrovertido,
Sempre chamava atenção, / 
Nosso Luizinho Onça,
Ficava igual “mosca sonsa” / 
Depois de cada pifão.
Antônio Martins na época, / 
Não era poeta ainda,
Mas já contava piada, / 
Seu estoque não se finda,
E assim a farra crescia, / 
Independente do dia,
De semana ou feriado. / 
Entre a lembrança e a glória,
Aquele bar fez história, / 
Em todo o nosso passado.
Quatro amigos importantes, / 
Participavam da cena,
Um, Toninho Venceslau, / 
Outro, Renato Macena,
Além de Marcos Porróia, / 
Branco de Otávio outra jóia,
Da tropa bem dirigida, / 
Estas quatro criaturas,
Hoje lembram as aventuras, / 
Do outro lado da vida.
Dos mais diversos assuntos, / 
As mesas do bar ouvia,
De resultado de jogo, / 
A romance que nascia,
De casamento acabado, / 
De colega reprovado,
De fofocas na igreja, / 
De tudo via-se no ar,
Só não podia faltar, / 
Tira gosto e nem cerveja.
De calote de colega, / 
De pai que dava cavaco,
De quem via os espetáculos, / 
Entrando pelo buraco,
Tudo era divertimento, / 
Durante aquele momento,
Nós tínhamos a impressão, / 
Que o tempo não passava,
E a juventude brincava, / 
De criança em nossa mão.
Mas tudo na vida passa, / 
E este bar passou também,
Hoje Dona Mariquinha, / 
Não despacha mais ninguém,
Cada um da gente cresceu, / 
Buscou o destino seu,
Seguiu sua direção, / 
Mas não conseguiu tirar,
As aventuras do bar, / 
Da sua imaginação.
Hoje Dona Mariquinha, / 
Recebe a nossa homenagem,
Como uma mulher guerreira, / 
Que nunca faltou coragem,
Dentro da sua mobília, / 
Formamos uma família,
Unida, amiga e vizinha, / 
Por isso a gente envelhece,
E com certeza não esquece, / 
Das farras e de MARIQUINHA.
Assim surgiu a ideia, / 
De Jailson e também minha,
Criar o primeiro encontro, / 
Lá do bar de Mariquinha,
Nos unimos novamente, / 
Só não como antigamente,
Sem responsabilidade, 
Pra neste encontro marcado,
BRINDARMOS NOSSO PASSADO, / 
REATIVANDO A SAUDADE.
 
“SAUDADE É TUDO QUE FICA, DAQUILO QUE NÃO FICOU"
Diomedes Mariano
Afogados da Ingazeira-PE, dezembro/2009

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O Rio está vivo, ainda
Nosso Pajeú querido,/ Rio dos mais respeitados,
Que quando cheio espelhava, / O rosto de Afogados,
Quem foste tu, quem tu és? / Foste um dos fortes pajés,
Impondo enorme respeito, /És hoje um índio cansado,
Tendo um sentimento ilhado, / Na solidão do teu leito.
Não conto as vezes que ouvi, / Tua garganta bradando,
E a tua água barrenta, / Descer nos desafiando,
Espumas amareladas, / Brutalmente carregadas,
Pela braveza da enchente, / E os remansos como poltros,
Dando empurrões uns nos outros, / Querendo chegar na frente.
Quantas barreiras quebrastes, / Ao longo dos anos teus,
Quando acolhias as águas, / Vindas das latas de Deus,
Quanta vazante dormia, / Sob o líquido que descia,
Pulsando na tua veia, / Em busca do oceano,
E a gente passava um ano, / Prá ver de novo a areia.
Lembro Pajeú querido, / O teu passado exemplar,
Quando um poeta cantou, / Teu trajeto rumo ao mar,
Inspiraste cantadores, / E aos olhos dos pescadores,
Assombração e ciúme, / A tua enchente causava,
E o Chico se encarregava, / De transportar teu volume.
Quantas crianças nadavam, / Nas margens das águas tuas,
Quantas vezes revoltado, / Invadiste algumas ruas,
Logo depois que invadias, / Arrependido tu ias,
Recuando de mansinho, / Assumindo as próprias culpas,
Como quem pede desculpas, / Por ter errado o caminho.
E hoje velho cacique, / Estás muito diferente,
Como um guerreio ferido, / Pela tua própria gente,
Por onde a água correu, / A baronesa cresceu,
A fedentina aumentou, / Com isto a poluição,
Por Ter te pego a traição, / Veio prá luta e ganhou.
Hoje acumulam lixos, / Como mato, arame e fio,
Estão vomitando esgotos, / Na boca do pobre rio,
Que se encontra transformado, / Tanto entulho acumulado,
Por onde o líquido correu, / Vamos salvar nosso irmão,
Que está de vela na mão, / Mas ainda não morreu.
Já é hora de fazermos, / Uma limpeza em geral,
Prá devolver ao rio, / A beleza natural,
Conservá-lo por inteiro, / Torná-lo o velho guerreiro,
Que atualmente não é, / Cartão postal de Afogados,
E nós, orgulhosos curvados, / Aos pés do nosso pajé.
Diomedes Mariano
Afogados da Ingazeira-PE

OS GIRASSÓIS DA RÚSSIA


  • Sinopse
    Os Girassóis da Rússia, uma das mais belas histórias de amor do cinema. Dirigido pelo mestre Vittorio De Sica, este clássico romântico tornou-se um dos maiores sucessos da dupla Sophia Loren e Marcello Mastroianni. Emocione-se com a história de um casal separado pela Segunda Guerra. Após anos sem notícias, ela viaja para a Rússia em busca do marido, atravessando cidades e campos de girassóis. Quando enfim ela o encontra, percebe que algo mudou entre eles. Com linda fotografia do grande Giuseppe Rotunno e música inesquecível de Henry Mancini, Os Girassóis da Rússia é um filme indispensável.

RECEITA DA SEMANA

Almôndega à parmegiana (porpeta) 

Ingredientes

  • 500 g carne moída
  • 1 cebola média ralada
  • 2 colheres de sopa de catchup
  • 2 colheres de sopa shoyo sakura
  • 1/2 xícara de presunto ralado
  • 1 ovo batido
  • 1 xícara de chá de farinha de rosca
  • Óleo para fritar
Molho:
  • 2 colheres de sopa de azeite
  • 1 cebola ralada
  • 6 tomates processados
  • 1 ramo de manjericão
  • 250 g mussarela ralada

Modo de Preparo

  1. Para as almôndegas misture em um recipiente a carne, a cebola, o catchup e o sakura
  2. Faça bolinhas recheando-as com presunto
  3. Passe no ovo, na farinha e frite sob imersão até ficarem douradas e reserve
  4. Para o molho aqueça o azeite em uma panela e refolgue a cebola, junte os tomates processados e cozinhe até encorpar
  5. Então arrume as almôndegas num refratário, cubra-as com o molho, salpique as folhas de manjericão e disponha a mussarela por cima
  6. Leve ao forno médio (180º graus) pré-aquecido até derreter

FRASE DA SEMANA

"A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro".
 (Albert Einstein)