JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

quinta-feira, 26 de maio de 2011

ALDO NEVES



O Poeta Aldo Neves ia passando defronte à casa do Poeta Maquinhos da Serrinha, quando foi convidado à festa e, como sempre, fez:

A SERRINHA FOI TRISTE MAIS AGORA
TÁ VOLTANDO A SORRIR DE NOVAMENTE
MANOEL MARQUES VIVEU COM TANTA GENTE
E NO CHAMADO DE DEUS JÁ FOI EMBORA
INDA TEM UM GIBÃO E UMA ESPORA
ONDE VADO BRINCOU COM SEUS VIZINHOS
E NESSA TARDE ENCONTREI DOIS PASSARINHOS
QUE ESVOAÇAM NA ALTA IMENSIDADE
E O ALPENDRE DA CASA DA SAUDADE
SEDE ESPAÇO PRA FESTA DE MARQUINHOS

NORDESTINAMENTE FALANDO

NORDESTÊS - Hélio Crisanto

Copo pequeno é caneco
Porco novo é bacuri
Namoro agora é xaveco
Diarreia é xiriri
Briga pequena é arenga
Mulher sem futuro é quenga
Bunda também é baiti


Tirar onda é caningar
Vitamina é fortidão
Fazer pouco é caçoar
Frexar é aporrinhação
Carro velho é cafuringa
Tudo que fede é catinga
Fazer bico é viração


Cabra pequeno é baé
Colisão é barroada
Quem salta dá cangapé
Mulher grávida é amojada
Beber liso é pirangueiro
Briguento é imbuanceiro
Cuspe no chão é goipada


Frouxo se diz que é folote
Gado novo é um capão
Toutiço aqui é cangote
Munganga é malcriação
Rede pequena é tipóia
Enrrolagem é tramoia
Furdunço é confusão


Vento frio é cruviana
Xique-xique é marrabu
Bala e bombom é bagana
Comida ruim é angu
Tibungar é dar mergulho
Pedante quem tem orgulho
Ficar triste é jururu




Já cansei de miunçar
Chega de cavilação
Que esse nosso linguajar
E essa nossa falação
É o retrato da cultura
Mostrando literatura
Das coisas do meu sertão.

DO BLOG DE FELIPE JR

PAULA FERNANDES

 CLICK AQUI>http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=1NJUfig_tmA#t=18s
DESMANTELOS DE ZÉ LIMEIRA
                                                         Por Pedro Fernando Malta


Quem vem lá é Zé Limeira,
Cantô de força vulcânica,
Prodologicadamente
Cantô sem nenhuma pânica,
Só não pode apreciá-lo
Pessoa semvergonhânica.


Meu nome é José Limeira,
Cantô que não é pilhérico,
Mais já sofreu d’alguns males,
Foi atacado de histérico,
Chame logo a junta médica,
Faça o exame cadavérico.


Esse é Lourisvá Batista,
Que é Batista Lourisvá,
É filho da cobra preta,
Neto da cobra corá,
Tanto faz daqui pra ali ,
Como dali pra acolá


Às tantas da madrugada,
O vaqueiro do Prefeito
Corre alegre e satisfeito
Atrás da vaca deitada,
Deitada e bem apojada
Com a rabada pelo chão…
A desgraça de Sansão
Foi trair Pedro Primeiro…
O aboio do vaqueiro
Nas quebradas do Sertão


Frei Henrique de Coimbra,
Sacerdote sem preguiça,
Rezou a Primeira Missa
Na beira duma cacimba.
Um índio passou-lhe a pimba,
Ele não quis aceitá
E agora veve a berrá
Detrás dum pau de jureme…
O bom pescador não teme
As profundezas do mar


Frei Henrique descansou
Nas encosta da Bahia,
Depois fez a travissia
Pra chegá onde chegou,
Pegou a índia, champrou,
Ela não pôde falá,
Assou carne de jabá,
Misturou com queroseme…
O bom pescador não teme
As profundezas do má


A noite vinha saindo
Pru dentro da ventania,
Vi o rastro da cutia
Na minha rede dormindo,
A tremela foi caindo,
Gritei pelo meu ganzá,
Anum preto, anumará,
Só gosto de nega feme…
O bom pescador não teme
As profundezas do má


Minha mãe era católica
E meu pai era católico,
Ele romano apostólico,
Ela romana apostólica,
Tivero um dia uma cólica
Que chamam dor de barriga,
Vomitaro uma lumbriga
Do tamanho dum farol,
Tomaro Capivarol,
Diz a tradição antiga


Minha avó, mãe de meu pai,
Veia feme sertaneja,
Cantou no coro da Igreja,
O Major Dutra não cai,
Na beira do Paraguai
Vovó pegou uma briga,
Trouve mamãe na barriga,
Eu vim dentro da laringe,
Quage me dava uma impinge,
Diz a tradição antiga


Não sei onde fica esse tá de oceano,
Nem sei que pagode vem sê esse má…
Eu sei onde fica Teixeira e Tauá,
Que tem meus moleques vestido de pano…
A minha patroa é quem traça meus prano,
Cem culha de milho inda quero prantá,
Farinha, lugume, feijão e jabá,
Com mói de pimenta daquela bem braba,
Valei-me São Pedro, Limeira se acaba,
Cantando galope na beira do má.


O navi navega só
Como a muié nos espeio
Pru dentro do mar vermeio
Que sai lá no Moxotó
O poeta vive só.
A lua tem mais calô,
O jardim logo murchô,
Quage morri da patada…
Nos olhos da minha amada
Brilham estrelas de amor


Peço licença aos prugilos
Dos Quelés da juvenia
Dos tofus dos audiacos
Da Baixa da silencia
Do Genuino da Bribria
Do grau da grodofobia


Eu sou corisco pastando
No vergel da vantania
Oceano disdobrado
No véu da pilogamia
No dia trinta de maio
Pelei trinta papagaio
Santo Deus, Ave-Maria.


Heleno, que bicho é esse
Que tem fala de homem macho?
Parece um tatu quadrado
Cum cinturão no espinacho
É uma coisa tão pouca
Mas ninguém sabe se a boca
Fala pro riba ou pro baixo


Lá na Serra do Teixeira
Nasci, sendo bem criado
Na Alemanha os japonês
Já sabe lê um bucado
Conheço esse mundo inteiro
Fica tudo no estrangeiro
Do Teixeira do outro lado






Eu me chamo Zé Limeira
Cantadô que tem ciúme
Brisa que sopra da serra
Fera que chega do cume
Brigada só de peixeira
Mijo de moça sorteira
Faca de primeiro gume

Os Hemisférios do prado
As palaganas do mundo
Os prugis da Galiléla
Quelés do meditabundo
Filosomia Regente
Deus primeiro sem segundo


Canto repente no Norte
Arranco feijão no Sul
Toco fogo no paul
Não tenho medo da morte
Uma mulata bem forte
Uma novilha parida
Uma sala bem comprida
Um cangote, duas perna
Poço, cacimba e cisterna
Tenho saudade da vida


Viajou Nossa Senhora
Naquele passado dia,
Perto duma travissia
Descansou sem ter demora.
Cortou de pau uma tora
Debruçada sobre o vento.
Ali, naquele momento,
São José sartou do jegue,
Jesus passou-lhe um esbregue.
Diz o Novo Testamento.


Gritou Dom Pedro Primeiro
No tempo da monarquia:
Jesus, filho de Maria.
Trovão do mês de janeiro,
São Pedro sendo o porteiro
Da capela de Belém.
Thomé comendo xerém
Com sarapaté de figo.
Se eu não me casar contigo.
Não caso com mais ninguém

DO BLOG DE FELIPE JR.