JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

TUPARETAMA EM DESTAQUE

PROTESTO DOS SEM-ÁGUA EM TUPARETAMA: COMO FOI, POR QUE FOI E QUE VIRÁ DEPOIS?

DO TÁRCIO VIU ASSIM 2

A crise do abastecimento de água na região tem provocado reclamações, mobilização dos usuários da COMPESA e alguns protestos em diversas cidades, todas afetadas pela grande estiagem dos últimos anos. Infelizmente não há previsão de chuva para o próximos meses, os mananciais e fontes de abastecimento já secaram ou secarão em breve e a perspectiva é de um quadrimestre nada animador. 

O racionamento de água já existe e deve aumentar ainda mais, não há outra alternativa. Pelo menos até a tão prometida e esperada conclusão da adutora do Pajeú. O problema maior não é o racionamento, é sua logística, a falta de planejamento e a já demonstrada incapacidade técnica e estrutural da COMPESA para enfrentar uma crise tão severa. Se em tempos de “bonança” de água a COMPESA já não dava conta da manutenção do sistema das cidades (são comuns a quebra de bombas e o vazamento em tubulações) imagine agora com tantas cidades dependendo de sistemas ultrapassados e limitados como o de Tuparetama. 

Foi essa dependência e esse limitação do sistema local que gerou, na manhã dessa terça-feira (10/09), o primeiro grande protesto do ano na cidade. Moradores de ruas sem abastecimento de água há mais de 20 dias cansaram de aguardar passivamente atenção da empresa e protestaram diante do escritório local. Revoltados com a falta de água em suas casas e cientes da retirada diária de cerca de 15 carros pipas para Itapetim, Brejinho e Santa Terezinha, os moradores questionavam por que há água para abastecer diariamente esses pipas e não há água para abastecer suas ruas há mais de 3 semanas. 

Um dos líderes do protesto explicou: "Não somos contra a retirada de água para essas cidades, certamente lá a situação é pior do que aqui, mas não é justo que a gente fique sem água por mais de 20 dias. Se é um rodízio nós também temos direito à água, senão o que se vê é a COMPESA descobrindo um santo para cobrir outro”. 

O protesto teve seu momento mais forte quando, diante da falta de explicações e de soluções da gerência regional, manifestantes cortaram fora a mangueira e a encanação que servem para abastecer os carros pipas. Diante dos ânimos exaltados da população, os funcionários da Compesa temendo depredação no escritório, solicitaram a presença de policiais, mas não houve confrontos nem agressões de qualquer parte. 

Enfim, está evidente que a Compesa precisa encontrar estratégias imediatas para enfrentar a situação do abastecimento das cidades da região sem que seja preciso tirar a água da boca de um para colocar na boca de outro. E isso implica em racionamento PARA TODOS.

Quanto a racionamento, ele até tem seu lado positivo, ao nos educar para o uso racional e reduzido deste bem tão precioso que é a água. Sim, somos muito mal educados e extremamente imbecis quando se trata da questão do consumo de água. Ainda agora é possível encontrar pessoas que, indiferentes à seca e falta d’água, lavam com água tratada e potável suas calçadas, seus quintais, automóveis, etc. Basta lembrar outro exemplo comum de desperdício, as constantes descargas em bacios sanitários, jogando ralo abaixo mais de 10 litros de água tratada a cada descarga.