JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

POETA HESDRAS SOUTO

Jovens poetas de Tuparetama - Hesdras Servulo

REFLEXÕES DE UM POETA

Poesia de Vinícius - O poeta

Talvez não seja tão bom
Ser poeta nessa vida
Talvez seja até sofrida
A vida com esse dom...
afirmo isso em bom som:
... Alegria nos renega!
É que o poeta se entrega,
Sente a dor de todo mundo,
Tem sempre um choro profundo
Que no seu peito se apega.

Saudade é sempre pior
No coração do poeta.
Alegria é nossa meta,
Mas a tristeza, é maior.
Eu sinto a dor do menor,
Abandonado e sem brilho...
Sinto a dor do andarilho,
Sinto do velho a idade,
Eu sinto até da saudade
Da mãe que perdeu o filho.

Eu sinto a dor de quem ama
Mas não pode ser amado.
Eu sofro multiplicado
Quando a paixão não me inflama.
Eu sinto o queimar da chama
De quem sente solidão...
Sinto a fome de um irmão
Que a muito tempo não come,
Eu sinto a praga da fome
Que atrapalha o meu Sertão!

Poeta já nasce feito
Com seu destino traçado
Já nasce predestinado
A sentir dor no seu peito.
Deus nos criou desse jeito:
Uma raça diferente!
Sinto a dor de toda gente
Que não tem sonho, nem meta...
Sinto até, como poeta,
A dor que o poeta sente.

Poeta no dia-a-dia
Tem sentimento apurado
Só que não sofre calado,
Descarrega em poesia!
Tenta encontrar alegria,
Mas só tristeza lhe afeta.
Possui a vida inquieta
Mas mesmo assim é valente,
Pois com toda dor que sente
Não deixa de ser poeta!

Apesar de toda dor
Caso outra vez eu nascesse,
E Jesus me concedesse
Escolher o meu labor,
Minha escolha sem temor
Não era ser diferente.
Mesmo com essa dor pungente
Que se instala no meu peito
Eu queria satisfeito
Ser poeta novamente!

Vinícius Gregório


DO BLOG: (SER) TÃO POETAS

O QUE SERÁ????

O QUE SERÁ? (Chico Buarque de Holanda)

O que será que será? 
Que andam suspirando pelas alcovas?
Que andam sussurrando em versos e trovas?
Que andam combinando no breu das tocas?
Que anda nas cabeças e anda nas bocas?
Que andam acendendo velas nos becos?
E estão falando alto pelos botecos
E gritam nos mercados que com certeza
Está na natureza. 
Será, que será?
O que não tem certeza, nem nunca terá!
O que não tem concerto, nem nunca terá!
O que não tem tamanho...

O que será? Que Será? 
Que vive nas idéias desses amantes
Que cantam os poetas mais delirantes
Que juram os profetas embriagados
Está na romaria dos mutilados
Está na fantasia dos infelizes
Está no dia a dia das meretrizes
No plano dos bandidos, dos desvalidos
Em todos os sentidos. 
Será, que será?
O que não tem decência, nem nunca terá!
O que não tem censura, nem nunca terá!
O que não faz sentido...

O que será? Que será?
Que todos os avisos não vão evitar
Porque todos os risos vão desafiar
Porque todos os sinos irão repicar
Porque todos os hinos irão consagrar
E todos os meninos vão desembestar
E todos os destinos irão se encontrar
E mesmo o padre eterno que nunca foi lá
Olhando aquele inferno vai abençoar!
O que não tem governo nem nunca terá!
O que não tem vergonha nem nunca terá!
O que não tem juízo...