JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

quarta-feira, 31 de março de 2010

ANIVERSÁRIO DA TUPÃ FM


FESTA DE 1º ANIVERSÁRIO DA RÁDIO TUPÃ FM, 104,9 TUPARETAMA - PE


Sexta , dia 23/04/10, às 21:00h: Felipe & Luan, no Central Bar, de Edvan Paulino e Marlene Leite;

- Sábado, dia 24/04/10, às 17:00h: Felipe & Luan, na Lanchonete Nova Opção de Tânia & Geová;

- Domingo dia 25/04/10, ás 09:00h, Missa de Ação de Graças, na Igreja Matriz, celebração do Pe. Claudvan,

Depois da Missa no Academia Bar E Restaurante:

- Lanç. do cd de Denilson Nunes

- Lanç. do cd de Antenor Cazuza

- Lanç. do cd de Vozes do Campo

- Lanç. do Livro de Zé de Cazuza

ATRAÇÕES:

- Acorde Matuto

- Denilson Nunes

- Galego do Pajeú

- Cici Guimarães

- Vozes do Campo

- Adelmo Aguiar

- Ivanildo de França ( Negão)

- Romero Perazo

- Antenor Cazuza

- Afonso Pequeno

- Cristiano Fagner

- Rodrigo do Acordeon

- Banda Paulo Rocha

- Hércules

- Felipe & Luan

- Paulo Barba e Jairinho

- Cia de Danças de Tuparetama

DECLAMADORES:

- PAULO RABELO

- JANIO LEITE

- FELIZARDO NUNES

- CÍCERO MORAIS

- ZÉ DE CAZUZA

- DOMÊNICO PERAZZO

- GUSTAVO DE BEIJO

domingo, 28 de março de 2010

60 ANOS DE LOURDINHA SOUZA



60 anos passados

Com vida de qualidade.

Muitas amizades feitas,

Ao passar de cada idade,

Lourdinha, Antonio te ama

E hoje Tuparetama,

Deseja-te felicidade.



Que a tua felicidade

Seja sempre repartida

O seu jeito de ser...

Nos oferece guarida...

Te desejo de coração,

Muita paz, muita união

E muitos anos de vida.


Do amigo: Josa Rabelo

Tuparetama, 24 de março de 2010.

quinta-feira, 25 de março de 2010

TUPARETAMA

Venham ver minha cidade...
Como é pacata e singela..
E eu tenho a felicidade
De viver morando nela
(Pedro Torres Tunu)

quarta-feira, 24 de março de 2010

JOSA RABÊLO, APARECIDA ALVES, MARIANNA LAYS & MARYA FERNNANDA

MINHA FAMÍLIA, MINHA VIDA!

Homenagem a Lourdinha Souza

HOMENAGEM AOS 60 ANOS DE LOURDINHA SOUZA



60 anos passados

Com vida de qualidade.

Muitas amizades feitas,

Ao passar de cada idade,

Lourdinha, Antonio te ama

E hoje Tuparetama,

Deseja-te felicidade.



Que a tua felicidade

Seja sempre repartida

O seu jeito de ser...

Nos oferece guarida...

Te desejo de coração,

Muita paz, muita união

E muitos anos de vida.







Do amigo: Josa Rabelo

Tuparetama, 24 de março de 2010.

ESSA ACONTECEU COM PAULO rOCHA

Uma vez o rio deu uma enxente daquelas que vinha água pro meio da rua.


Do outro lado do rio, tinha um longo corredor de aveloz, e bem no final morava Zé Môco, irmão de Olindina de Cícero Bante.

Na enxente do rio formou-se um buraco que tomava a passagem pelo corredor, algumas pessoas se arriscavam passar, agarradas nas estacas da cêrca.

SEu Paulo normalmente ia dormir na casa de Preta, que ficava logo depois da casa de Zé Môco.

Ele tomou umas PITÚ e a noite foi pra lá. No dito buraco escorregou e deu trabalho pra se levantar, saiu todo molhado, lama até a cintura...

Dia seguinte disse essa sextilha nó Hotel de Olindina, na presença de Zé Môco



- Eu tomei um cachaça

saí daqui quase louco,

pé aqui, pé acolá

fazendo da estrada um ôco

quase que morro afogado

no buraco de Zé Môco.



Zé, saltou do tamborete dizendo: te dana, no meu buraco mesmo não !!!!



Um abraço, poeta!!!
Pedro Fernandes

terça-feira, 23 de março de 2010

VALORIZE A CULTURA DO SERTÃO / FECHE AS PORTAS À MÍDIA ENGANADORA

VALORIZE A CULTURA DO SERTÃO / FECHE AS PORTAS À MÍDIA ENGANADORA.





Mote de Josemar Rabelo



Quem detém a mídia nacional

Tem nas mãos o controle duma massa

Big brother, programa que não passa

De mais um que a globo tem banal;

Conteúdo sem graça e imoral

Mesmo assim inda existe seguidora

Que projeta a lente sedutora

Para o rumo dos olhos do bobão

Valorize a cultura do sertão

Feche as portas à mídia enganadora.











Com tristeza eu olho pro forró

De banda, bunda e baixa qualidade

Gonzagão faleceu isso é verdade

Mas deixou seguidores do seu pó;

Maciel e Petrúcio não estão só

O cordel é fonte inspiradora

A viola é grande defensora

do repente, do verso e da canção

Valorize a cultura do sertão

Feche as portas à mídia enganadora.











Dê um pulo e vá no Pajeu

Respirar o bom ar da poesia

Em Campina, assista cantoria

Em Recife, vá vê maracatu;

Se puder, corra pra Caruaru

No agreste que terra encantadora

Nossa gente humilde é produtora

Do que tem de mais belo nesse chão

Valorize a cultura do sertão

Feche as portas à mídia enganadora.





Autor: Léo Medeiros

TRIBUTO A PAULO ROCHA

Parado na esquina, a rua deserta,
O vento soprava estranhos rumores,
Reflexo de luzes, de porta entreaberta,
Parecia o recado de alguns trovadores.

Naquela esquina e sem hora certa
Cantavam canções e expressado amores
Dando aos corações um sinal de alerta
Despertando musas para os sonhadores

Lembrei um passado já muito distante
Me veio a lembrança de um semelhante
Que viveu comigo na deserta rua

Fazendo serestas ao luar de prata
Embalando sonhos e em serenata
Vivendo ilusões ao claro da lua

Sebastião Siqueira ( Beijo)

sexta-feira, 19 de março de 2010

Chuva no dia de São José

A NATUREZA ANUNCIA
UM ANO BOM DE FARTURA
MOTE: JOSA RABÊLO
GLOSA: ALDO NEVES

Todo sertanejo deve
Acordar à madrugada
E amolar a sua enxada
Com uma lima, fina e leve
Sem caneta Deus escreve
Na capa da terra dura
E a poeira se mistura
Com chuva que o céu envia
A natureza anuncia
Um ano bom de fartura

No mote do Grande e Inesquecível Manoel Filó

Geme o cedro no centro da floresta
Escutando o machado trabalhar

O poetas Aldo Neves disse:

A floresta soluça com tristeza
Esse crime é banal, ninguém controla
Chico Mendes foi vítima da pistola
Por querer defender a natureza
Uma ave só canta, tando presa,
E quando um dia o seu dono lhe soltar
Não encontra motivos pra cantar
derrubaram seu palco não tem festa
GEME O CEDRO NO CENTRO DA FLORESTA
ESCUTANDO O MACHADO TRABALHAR

APOSENTADORIA DE GUILHERMINA RABELO (PROFESSORA)

Quem estudou com Guilé
Dos anciãos aos guris
Pela pessoa que é
Por tudo quanto ela diz
E quem passou em suas mãos
Tem um futuro Feliz
(Poeta Aldo Neves)

Aniversário de Raquel Gomes

Raquel é uma pessoa
Por todo mundo querida
E eu desejo para ela
Uma existencia comprida
Que a sorte siga os seus passos
Nas caminhadas da vida

Que ela seja uma mãe de paciência
Como foi e tá sendo até agora
Que o mal que lhe ronda vá embora
E que Deus dê muitos anos de existência
Toda mãe necessita de assistência
De medalha, de taça e de troféu
Ela em vida de Deus ganhou o céu
Nos ouvindo ela está, em viva voz
Parabéns pra família e todos nós
Neste dia, nesta festa de Raquel.

DO FLERTE AO CASAMENTO

DO FLERTE AO CASAMENTO
Luis Fernando Veríssimo

FLERTE
É quando ela é toda sorrisos e, você, cheio de nove-horas e gentilezas.
Ficam naquela conversa mole por mais de 10 minutos, riem de qualquer bobagem que
um fala pro outro. E, quando ela anda, você crava os olhos naquele belo traseiro,
imaginando coisas...
Isto é um flerte. Este é um estágio do relacionamento, que só tem vantagens.
Você a chama para sair, a noite toda é só de risadas e bons momentos.
Mas, depois do primeiro amasso, isso já vira um...

CASO
Esta é outra etapa gostosa.
Começa a rolar um sexozinho, mas nada muito adiantado, porque, afinal, ela não é
qualquer uma.
Daí, já pinta aquele negócio de ligar um pro outro a cada 15 minutos, só pra dizer que está com saudades.
Começam a sair mais constantemente e rola aquele papo de 'Temos um relacionamento'.
Mas se esse relacionamento durar mais de 1 mês, pronto, aí já é um...


NAMORO
Isto significa que você não pode mais comer ninguém, além dela.
Nem mesmo dar uns beijinhos ou olhar pra traseira de outra.
Tem que ligar todo dia, mesmo se não estiver com saudades, senão....
Sair sábado com os amigos? Esqueça!
Rever as amigas? Pior ainda!
Nesta fase, você ainda está apaixonado e aceita tudo que ela faz, pede e fala.
Tudo gira em torno dela: horários, passeios, amigos, turmas...
E quando menos espera, aquela deusa maravilhosa, a mulher da sua vida, a mais
perfeita descrição de um ser humano, te põe um cabresto, coloca as esporas e monta em você.
Isto vai te deixar mal, desanimado, triste... Mas, como você gosta dela, aceita tudo.
Até a idéia de comprar as alianças. É quando você acaba, quase sem perceber, num...

NOIVADO
Pois é... Agora você já se comprometeu com Deus e o mundo.
Se não casar, fica com fama de hipócrita, sem-vergonha, mau caráter, aquele que só queria se aproveitar da coitadinha....
E pra não passar por isso, acaba aceitando o...

CASAMENTO
Fudeu. Agora, não tem mais tempo pra nada, a não ser trabalhar pra ganhar dinheiro e dar uma vida confortável pra ela, que vai gastar tudo no seu cartão de crédito.
Pior que isso, só se tiver filhos. Aí, vai ter que trabalhar dobrado, ou triplicado, quadriplicado, dependendo do tamanho da prole.
Quanto ao sexo, pesquisas demonstram que:


Anos de Casamento / N° de relações Mensais (em média)
1 ano = 27 relações
2 anos = 23 relações
3 anos = 18 relações
4 anos = 12 relações
5 anos = 8 relações
6 anos = 5 relações
7 anos = 3 relações
8 anos = 2 relações
9 anos = 1 relação

oferecemos-lhe um modelo de carta
para você se despedir de sua esposa:

'Cara ex-esposa,
Como você não tem tempo pra falar comigo e este assunto a irrita com facilidade, relato nesta carta as seguintes estatísticas:
Durante o ano passado, tentei seduzi-la 365 vezes, obtendo êxito em apenas 36 vezes.
Abaixo, exponho os motivos do meu fracasso:


Motivo / Vezes
Podia acordar as crianças = 48
Fazia frio = 26
Fazia calor = 34
Você estava cansada = 43
Estava com dor de cabeça = 27
Estava com o estômago cheio = 36
Estava de mau humor = 49
Estava naqueles dias = 36
Estava com o esmalte fresco = 30
TOTAL = 329

E mesmo nas 36 vezes que obtive êxito, a relação não foi satisfatória porque:
Você disse que eu terminei muito rápido = 10
Tive de lhe acordar para dizer que tinha acabado = 12
Você me deu um joelhada no saco = 01
Broxei quando você comentou que o teto do quarto precisa de uma pintura = 02
Pensei que você tinha morrido, já que não se mexia = 11
TOTAL = 36

Um abraço do seu ex-marido,

GUGU EM TUPARETAMA

Gugu Liberato ao lado dos pernas de pau no quadro que faz sucesso na Record.

Na manhã desta quinta-feira (18), uma multidão, formada por mais de três mil pessoas, aguardou a chegada de Gugu Liberato à cidade de Tuparetama, no Sertão de Pernambuco. Na ocasião, o apresentador da Rede Record gravou o quadro “De Volta pra o Meu Aconchego”, com a família de Maria Madalena.

Gugu e a família chegaram em um ônibus padronizado e foram recebidos com muita festa, logo na entrada da cidade. No palco, o prefeito do município, Sávio Torres (PTB), também recepcionou os novos moradores da cidade. O político fez a entrega simbólica da chave da cidade e anunciou que doaria cestas básicas, até o final do ano, e que a Secretaria de Obras, do município, arranjaria emprego para a família de Madalena. Depois do pronunciamento de Sávio, Madalena pôde rever a sua mãe, Dona Teresinha, que emocionada, agradeceu a Gugu. “É uma grande satisfação pra nossa terra, e um motivo de orgulho, pois nossa cidade hoje está mudada e no caminho do desenvolvimento", disse o prefeito.


Após a recepção calorosa do público, os antigos moradores de São Paulo, foram até a casa de Dona Teresinha, na Zona Rural do município. Depois da visita, achando que iria comprar móveis, para viver no local, a família voltou à cidade e foi levada ao novo lar. A casa custou R$ 60.000,00 e foi reformada em sete dias.


Maria é casada e têm nove filhos, cinco meninas e quatro meninos, o mais velho, Wanderson Matheus, tem 15 anos. Ele disse que não esperava que a família fosse ganhar uma casa. “Nós não sabíamos de nada, achávamos que viríamos morar na casa da minha avó”, disse emocionado.


A família vivia em São Paulo, há três anos, e perdeu tudo após um incêndio na casa onde morava. Depois do incidente, pais e filhos passaram a viver na casa de um tio de Maria. Os felizardos foram contatados há 15 dias e não escreveram para o programa. Segundo Wanderson, a história foi conhecida, pela produção, depois de uma reportagem.


Com informações de Jean Phillip e Marcello Patriota

terça-feira, 16 de março de 2010

segunda-feira, 15 de março de 2010

MANO MEU

O poeta Paulo Rab~elo fez no meu aniversário...

... MANO MEU

"Passa os anos da vida e o que fica
são momentos vividos com prazer
E a razão de viver se justifica
Pelo amor que eu sinto por você

Tu és parte de mim que multiplica
E eu não sei o que Deus irá fazer
Se um de nós que morrer quem é que fica?
se eu e tu, somos dois em um só ser

És minha alma gêmea, carne e unha
E os momentos vividos é testemunha
Que o caminho que andas também trilho

Toda dor que sofreres é a minha
E a distância entre nós é tão pouquinha
Que não sei se sou pai, irmão ou filho"

VERSOS DE JOÃO PARAIBANO

"Joaõ Paraibano disse:
Me lembro da minha mãe
Dentro do quarto inquieta
Passando o dedo com papa
Nessa boca analfabeta
Sem saber que um dedo rude
Tava criando um poeta"

"Nuitas cenas são revistas
Na hora crepuscular
O bico de um peito cheio
Proíbe um pagão chorar
A casca do fruto racha
A voz do silêncio é baixa
Mas dá pra Deus escutar"

Valdir teles disse:

"Pai vinha de Saõ José
Com uma bolsa na mão
Minha mãe abria a bolsa
Me dava a banda de um pão
Porque se desse o pão todo
Faltava pro meu irmão"

Sâo José do Egito é condenada/ A viver sem ter pasta pra cultura

SÃO JOSÉ DO EGITO É CONDENADA

A VIVER SEM TER PASTA PRA CULTURA



São José, Centenária e tão querida

Berço amigo dos Poetas do Repente

Precisamos agir urgentemente

Pra criarmos nossa Pasta Preferida

Não podemos aceitar esta Medida

Que nos faz ver aberta a “sepultura”

Logo a NOSSA, das artes, a mais PURA

Dentre outras, se vê abandonada

São José do Egito é Condenada

A viver sem ter Pasta pra Cultura



Terra onde habitou os “FARAÓS”

Do repente da Tríade Patriota

Nem se vê nem se ouve uma nota

De apreço a quem deu tanto a todos nós

Quem tomou essa medida tão algoz,

Tão medonha e tão sem compostura

Faço aqui um apelo a Prefeitura

Crie logo essa Pasta desejada

São José do Egito é Condenada

A Viver sem ter Pasta pra Cultura



Onde está a capital da poesia?

De um povo alegre e competente?

Que não faz um protesto veemente

Contra esta decisão vil e fria?

São José não terá mais alegria

A visão do futuro está escura

Peço aqui a quem faz Legislatura

Corrijam logo essa ação desmiolada

São José do Egito é Condenada

A Viver sem ter Pasta pra Cultura.

Mote: Felipe Jr.
Glosa: Josa Rabelo

sábado, 13 de março de 2010

HOMENAGEM A OLINDA

Poetas,

Pernambuco inteiro está de parabéns pelo aniversário de Olinda e Recife!

Recife com dois a menos,
Olinda com dois a mais,
Vizinhas quanto aos terrenos,
Irmãs no clima e na paz.
Tire fora os disparates
Da confusão dos mascates
E veja as belezas suas:
Uma dupla especial,
Um povo fenomenal
E o mar aplaudindo as duas!

Meu abraço!

Dedé Monteiro

SONHO DE SABIÁ (CANÇÃO)

Sonho de Sabiá ( Cancão)



Um sabiá diligente
Voou pela vastidão
Mas por inexperiente
Caiu em um alçapão.
Depois de aprisionado
Ficou mais martirizado
Pensando no seu filhinho.
Implume sem alimento
Exposto a chuva e ao vento
Sem poder sair do ninho

Deram-lhe por seu abrigo
Uma pequena gaiola
Num casebre de um mendigo
Que só comia de esmola.
Só vivia cochilando
Com certeza imaginando
Sua liberdade santa.
Ia cantar não podia
Que a sua voz se perdia
Logo ao sair da garganta

Tornou-se a pena cinzenta
No rigor do seu castigo
Na saleta fumarenta
Da casa do tal mendigo.
Triste sempre arrepiado
Neste viver desolado
Ia um mês. vinha outro mês,
Assim completou um ano
Sentindo seu desengano
Nunca cantou uma vez.


Depois uma tarde inteira
O pobre do passarinho
Sonhou que ia à palmeira
Onde tinha feito o ninho.
Olhava em frente às campinas
Via por traz das colinas
A natureza sorrindo.
Ao sentir a liberdade
Pensou ser realidade
Sem saber cantou dormindo.

Depois sonhou que voltava
A terra dos braunais
Por onde sempre cantava
Junto aos outros sabiás.
Voava nas ribanceiras
Pousava nas laranjeiras
Olhando o clarão do dia.
Voava através do monte
Voltava a beber na fonte
Que todas manhãs bebia.

No sonho via as favelas
Criadas nos carrascais
Voou baixo, pousou nelas,
Cantou os seus madrigais
Voltou, colheu os orvalhos,
Que gotejavam dos galhos
Dos frondosos jiquiris.
Alegre abria a plumagem
Pra receber a bafagem
Das manhãs do seu país.



Foi a terra dos palmares
Atravessou toda flora
Voou por todos lugares
Que tinha voado outrora.
Passou pelos mangueirais
Entre outros sabiás
Cantou sonora canção.
O seu som melodioso
Estava mais pesaroso
Devido a sua emoção.

Viu a vinda do inverno
Nos quadrantes da paisagem
Ouviu o sussurro terno
Do bulício da folhagem.
Cantou todo arrebol
O brilho morno do sol
Morrendo nos altos cumes.
Sentia quando cantava
Que seu coração chorava
Com mais tristeza e queixumes.

Sonhou catando sementes
Num campo vasto e risonho
Se sentia tão contente
Que sonhou que fosse um sonho.
Olhava pra vastidão
Tocava em seu coração
Um regozijo profundo
Todas delícias sentia
Às vezes lhe parecia
Vivendo fora do mundo.



Voou por entre os verdores
Atravessou as searas
Cantou pelos resplendores
Das manhãs frescas e claras.
Passou pelo campo vago
Bebeu das águas do lago
Posou sobre os arvoredos.
Entrou pelo bosque escuro
Aí sonhou um futuro
Tão triste que teve medo.

Depois sonhou que estava
Trancado em uma gaiola
Ouvindo alguém que cantava
Na porta pedindo esmola.
Ao despertar de momento
Reparou seu aposento
Ouviu falar o mendigo.
Fechou os olhos pensando
Sentiu seu íntimo chorando
No rigor do seu castigo.

Ainda em vão procurava
Sair daquela prisão
Seu olhar denunciava
Piedade e compaixão.
Ao pensar na liberdade
A mais pungente saudade
Devorava o peito seu
Assim o cantor da mata
Ferido da sorte ingrata
No outro dia morreu.

Uma cortesia do amigo: Josa Rabêlo

Versos dos Nonatos

JÓIAS RARAS DO REPENTE DOS NONATOS, VERDADEIRA OBRA PRIMA DA POESIA:

Em dezembro: o sol lindo, clima quente;
Em janeiro: o vilão da seca morre,
Um rosário de pingo d’água escorre
No pescoço do rio formando enchente.
A mãe terra despida, de repente,
Um tecido de flor faz seu pijama
Cururu na lagoa escolhe a cama,
Pra fazer sem sabão bolha de espuma
O nordeste se enfeita e se perfuma
Quando o pranto da nuvem se derrama.

O relâmpago se acende pra dá show
Camponês sem castelo vira rei
Quando a voz do trovão diz: eu cheguei!
O fantasma da fome diz: já vou!
Abra a boca de um silo que lacrou
Enche a cuia e não pesa em quilograma
Põe na cova, com um mês tem folha e grama
Quem plantou grão por grão colhe de ruma
O nordeste se enfeita e se perfuma
Quando o pranto da nuvem se derrama

Chove dez, quinze dias todo mês
Qu’a goteira da casa enche os canecos
Com excesso de água os açudecos
Ameaçam romper-se de uma vez
O capim cresce a ponto que uma rês
Sem curvar o pescoço alcança a grama
E quanto mais o bezerro suga a mama
Mas o peito com leite se avoluma
O nordeste se enfeita e se perfuma
Quando o pranto da nuvem se derrama

Do buraco as formigas vem pra fora
Os besouros, terreiro nenhum cabe.
Quando o céu engravida a nuvem sabe
Que vai da luz de chuva a qualquer hora
Um lençol de neblina envolve a flora
Mexe a gruta um pirão de areia e lama
A montanha esfumaça sem ter chama
Dá até pra pensar que a terra fuma
O nordeste se enfeita e se perfuma
Quando o pranto da nuvem se derrama


Contra a fome a fartura é um escudo
Que não pega zinabre nem ferrugem
O baixio coberto de babugem
Mais parece um tapete de veludo
Quem nos tempos da seca topou tudo
Vendo a chuva mudando o panorama
Vai dizer ao patrão findou-se o drama
Nunca mais planto roça de três ruma
O nordeste se enfeita e se perfuma
Quando o pranto da nuvem se derrama

Vê-se o raio cobrir-se de centelha
O terreno rochoso fica mole
A garganta da bica toma um gole
Quando a flecha da chuva alveja as telhas
Produz mais a indústria das abelhas
Pelo céu nevoeiro se esparrama
Quem tem casa de taipa se reclama
Se a parede entortar só Deus apruma
O nordeste se enfeita e se perfuma
Quando o pranto da nuvem se derrama

Quando o vento da chuva não vem manso
Quem tem medo de vento um pranto joga
Na traquéia do rio a cheia afoga
Um balseiro no meio de um remanso,
Berra um bode assombrado, nada um ganso
E se tremendo com o frio um boi se “acama”
E a enchente barrenta cor de Brahma
O que encontra arrumado, desarruma
O nordeste se enfeita e se perfuma
Quando o pranto da nuvem se derrama


No período que a chuva não se some
Fauna e flora se salvam dos maus tratos
O carão adivinho ganha status
A peitica agourenta perde o nome
O trator da fartura enterra a fome
A ferida da seca desinflama
E o terreno que a flor não embalsama
Nem precisa adubar que Deus estruma
O nordeste se enfeita e se perfuma
Quanto o pranto da nuvem se derrama




Nordestino que larga o rancho seu
E a morar no sudeste se obriga
Quando chega em São Paulo a mulher liga
Homem volte pra casa que choveu!
Ele mais saudosista do que eu
Reafirma que vem num telegrama
Quem nasceu no nordeste ao sertão ama
E em São Paulo... Nem morto se acostuma
O nordeste se enfeita e se perfuma
Quando o pranto da nuvem se derrama

De encapelo uma torre se levanta
Pra que o povo na roça não se queixe
Engolindo água nova nada o peixe
Sem limite de altura cresce a planta
Dando graças a Deus o pássaro canta
Parecendo um artista de programa
Vendo a chuva lavar o último grama
De poeira existente em sua pluma
O nordeste se enfeita e se perfuma
Quando o pranto da nuvem se derrama.

(Os Nonatos, 6º Desafio Nordestino de Violeiros).

Versos do Poeta Aldo Neves

Algumas sextilhas do poeta aldo Neves na cantoria de inauguração de sua viola, na Pousada do Vale, no dia 16/02/2008.
Eu puxei antigamente
Jumento pelo estovo
Vendo pai fazendo cerca
E minha mãe juntando ovo
Daria tudo que tenho
Pra ser criança de novo



Sextilha (A paisagem Nordestina)
A paisagem nordestina
Primeiro a chuva caindo
Segundo a terra molhada
Terceiro a flor se abrindo
Quarto um açude sangrando
Quinto a pastagem surgindo
(Aldo Neves)
Mais sextilhas da cantoria:

Pra o homem que é vigilante
O seu sofrer continua
Que só tem por companhia
A solidão e a lua
Cuida da casa dos outros
E anoite cuida da sua

Nessa hora na calçada
Cochila um ébrio deitado
O silêncio faz visita
Na cela d’um carcerado
E a natureza me obriga
Viver sonhando acordado

A noite acolhe os fantasma
Um detento forra a cela
A lua nasce embassada
Por trás da nuvem amarela
Se a viola é minha cruz
Vou ter que carregar ela.

Eu comparo a mocidade
Com a aurora prateada
Velhice cadeia triste
Com sua porta fechada
Que o delegado dos anos
Ver tudo mas não faz nada

Quando o inverno começa
Toda tristeza se esconde
Uma casaca de couro
Canta e outra responde
E a cheia arranca um caniço
E vai deixar não sei aonde.

Quando chove no sertão
Fica tudo diferente
A compesa solta, a agua,
Cobra e humilha o cliente.
Deus quando manda é de grasça
Não cobra nada da gente

A enchente empurra as varas
Pra desmanchar o caniço
As abelhas fazem mel
Se enganchar no cortiço
Quem se criou no sertão
Sabe o que é tudo isso
(Aldo Neves)

Admiro a sabiá
Por ser uma ave bela
Faz o ninho poe e choca
E quer o filho perto dela
E tem mãe que mata a criança
Pra não dá trabalho a ela.
(Dió de Santo Izidro)
Numa missa em Tuparetama, na missa do dia dos pais em agosto 2006, o poeta Aldo Neves fez:

Decassílabo
Jesus cristo tem sido até agora
Protetor de ateus e de pagãos
Me entrego senhor em tuas maõs
Tando aqui ou andando mundo afora
Ele a ajuda a que ri e a quem chora
Porque é paciente e bom amigo
Me livrando da treva e do perigo
É o mestre do mundo e da igreja
E por mais longe senhor que eu esteja
Com certeza eu alcanço o teu abrigo

Sextilha
Quando chove no sertão
Se acabam todos os horrores
As abelhas fazem mel
Tirando o néctar das flores
E a capina é o cenário
Do filme dos cantadores
Mote: FICOU FELIZ O SERTÃO
COM A CHUVA NOVAMENTE (Josa Rabêlo) dia 10 de junho/2007
Com medo de um perdigueiro
Corre um preá pra coivara
E uma rolinha se ampara
Na sombra de um juazeiro
Na sangria de um barreiro
Canta um cururu contente
Deus deixa a cigarra ausennte
E dá lugar pra o carão
Ficou feliz o sertão
Com a chuva novamemte

Quando a terra está molhada
No curral as vacas mugem
Camponês tira a ferrugem
Do gume da sua enxada
Levanta de madrugada
Já vai escolher semente
E não vai fcar um vivente
Sem plantar milho e feijão
Ficou feliz o sertão
Com a chuva novamente

Quem tinha arrumado a mala
Não vai sair do sertão
Na zuada do trovão
Toda cigarra se cala
No riacho a água embala
Levando o que tem na frente
Parecendo uma serpente
Se arrastando pelo chão
Ficou feliz o sertão
Com a chuva novamente

A nuvem sofre um desmaio
Deixando o céu colorido
O trovão dá estampido
Como quem faz um ensaio
Um pe´de apara-raio
Se balança lentamente
Não se parece com gente
Mas dá ligeira impressão
Ficou feliz o sertão
Com a chuva novamente

No riacho a água sobra
Levando as folhas da serra
Deus une o céu com a terra
Quando a chuva se desdobra
Pra se esconder de uma cobra
Sai um sapo velozmente
E num relâmpago do nascente
Deus tira a foto do chão
Ficou feliz o sertão
Com a chuva novamente
(Aldo Neves)

O poeta Aldo Neves, no mote de Josa Rabêlo:

VALORIZE A CULTURA DO SERTÃO,
FECHE AS PORTAS À MÍDIA ENGANADORA.

Valorize o caboclo nordestino
O gibão, o vaqueiro e sua cela;
O curral o mourão e a cancela,
O chocalho que é boca de sino.
Dê valor ao caboclo campesino
Que é o homem sofrido da lavoura.
E por aí já tem mais de uma emissora
Que não sabe quem foi um Gonzagão,
VALORIZE A CULTURA DO SERTÃO,
FECHE AS PORTAS À MÍDIA ENGANADORA.

Dê valor a um carão de madrugada,
Que não é um doutor mas advinha.
E vinte pintos seguir uma galinha
E ela só, tomar conta da ninhada.
E um trovão estralar de madrugada
Sem contato com os fios da emissora.
E a formiga cortar sem ter tesoura
Estragando a lavoura do feijão.
VALORIZE A CULTURA DO SERTÃO,
FECHE AS PORTAS À MÍDIA ENGADORA


Camponez quando acorda sabe a hora
Com o galo que é seu seresteiro
Com o sapo cantando no barreiro
E com o sol enfeitando a branca aurora
Um riacho jogando água pra fora
Sem ter canos que sirva de adutora
Inda tem nessa terra encantadora
A sanfona, o chapéu e o gibão
VALORIZE A CULTURA DO SERTÃO
FECHE AS PORTAS PRA MÍDIA ENGANADORA


O poeta do pé da serra – Aldo Neves, (Aldo de Luiz Terto), fez esses versos em homenagem aos 48 de convivência de João Martins e Dona Nilza.

São quarenta e oito anos
De muita felicidade
Do lado de dona Nilza
Prazer e honestidade
Do lado de João Martins
Safadeza e falsidade.

João Martins pediu que o poeta não acabasse com ele e o poeta fez:

São quarenta e oito anos
De convivência e respeito
Aonde existe bons planos
A união faz efeito
E nem na loto se ganha
Um homem bom desse jeito

Na Exposição de Animais de Tuparetama vendo a lua sair cheia e bonita Josa Rabêlo pediu ao poeta Aldo Neves que fizesse um verso pra ela, a lua.

A lua no Céu Vagueia
Como um barco que flutua
Inspirando o seresteiro
Jogando os raios na rua
Tudo que o poeta é
Só deve a Deus e a lua

Pra lua sair bonita
Deus é quem abre a janela
E o quadro azul do espaço
A natureza pincela
Num sei quem é mais bonita
Se a noite ou se é ela
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
SEXTILHAS
O homem tira da terra
O pão pra botar na mesa
Sem precisar poluir
O rio e nem a represa
Deus vira as costa pr’àqueles
Que ferem a natureza

Mote: ESCUTEI A ROQUEIRA DO TROVÃO
AVISANDO O SERTÃO VAI SER MOLHADO
(Joaquim Filó)
Glosa: Aldo Neves

O sertão quando a terra está molhada
A enchente no rio faz rumores
As abelhas brincando com as flores
Sertanejo se acorda à madrugada
Meia noite uma serra é aguada
Com um chuveiro depois de destrancado
Carro pipa de tanque enferrujado
E a cigarra esquecida do verão
Escutei a roqueira do trovão
Avisando o sertão está molhado




Uma nuvem se forma no nascente
Com a força do vento se balança
Jitirana nas cercas fazem trança
Canta os sapos felizes na enchente
Para a terra Deus manda esse presente
Tantas vezes e nada tem cobrado
E as formigas trabalham no roçado
Igual gente fazendo procissão
Escutei a roqueira do trovão
Avisando o sertão está molhado

Quando sobra fartura o pobre enrica
E recupera de novo a esperança
E um moleque com fome encosta a pança
Na panela melada de canjica
Vai embora o verão, o carão fica
Pra cantar quando o rio está de nado
E o nordeste só cheira a milho assado
Nas fogueiras de noite de São João
Escutei a roqueira do trovão
Avisando o sertão está molhado

O cenário enfeitando a capoeira
Só o tempo querendo ele desmancha
E um enxame de abelhas se arrancha
Num buraco de um pau de aroeira
Na segunda o matuto vai à feira
Contar o que fez no seu roçado
E o fantasma da seca encarcerado
Sem querer Deus botou-lhe na prisão
Escutei a roqueira do trovão
Avisando o sertão está molhado

De manhã quando o sol enfeita a barra
Uma flor se desprende e cai do galho
Camponês recomeça o seu trabalho
Sem ouvir a cantiga da cigarra
À tardinha as gangarras fazem farra
Com o milho depois de pendoado
E a enchente parece um aleijado
Sem andar se arrastando pelo chão
Escutei a roqueira do trovão
Avisando o sertão está molhado

Passa a brisa de leve o chão bafeja
Deixa a terra bastante perfumada
Bate a água na telha compassada
Como o sino tocando na igreja
Se transforma a paisagem sertaneja
Com o mato depois de enfolhado
Parecendo um quadro desenhado
Que Deus fez sem triscar nem com a mão
Escutei a roqueira do trovão
Avisando o sertão está molhado

O trovão ribombando serra à baixo
Parecendo com um tiro numa guerra
Uma chuva bem leve molha a terra
Desce a água correndo prá um riacho
Uma jia cantando chama um macho
Como quem diz: Adeus, Muito obrigado!
Um rosário de barro avermelhado
Forma um círculo enfeitando o cacimbão
Escutei a roqueira do trovão
Avisando o sertão está molhado
(Aldo Neves)

É Terezinha, a mulher
Que aqui a gente ama
Não me guardou no seu ventre
Não me teve em sua cama
Mas é a segunda mãe
Que tenho em Tuparetama

Seu eu fosse parente dela
Cuidava com muito zelo
Tirava as rugas do rosto
Voltava a cor do cabelo
E sem dúvida era um puxa-saco
De Terezinha Rabelo
(Poeta Aldo Neves)



No teu beijo, Deus bota uma mistura
Que imitá-lo eu acho tão custoso
O teu beijo pra mim, é mais gostoso,
Que uma manga depois que está madura.
Porque que ele pra mim tem mais doçura
Que o miolo da própria melancia
Eu beijei o teu rosto e, não sabia,
Que o teu cheiro ficava em minha face
Se o teu beijo matasse quem beijasse
Eu beijava sabendo que morria
(Aldo Neves)

Nas eleições de 2000 em Tuparetama, o grupo adversário de Sávio Torres, usou da falta de respeito na hora da retirada de uma placa que continha a foto de Sávio Torres. O Poeta Aldo Neves, nas eleiçoes de 2004 no ato da colocação da mesma placa fez...

Essa placa tem sido até agora
Grande vítima dos que lhe escoltaram
Quatro anos de dores já passaram
E a tristeza da gente foi embora
O prefeito tem sido até agora
Protetor de inveja e de maldade
Sávio Torres o povo tem vontade
De levá-lo ao palanque da mudança
Que pra gente é um pingo de esperança
Contra um mar de mentira e falsidade

Quem não recorda o Exu
Tem por lembrança o Museu
E quando Gonzagão morreu
Enlutou o Pajeú
Seu gibão de couro cru,
Ninguém veste o seu gibão
E tocava o pássaro carão
Na sanfona prateada
Eita saudade danada
Das festas de São João

Cada um tem um destino
Pra cumprir depois que nasce
Ah se Gonzagão voltasse
Pra tocar feito um menino
Até José Marcolino
Fez letra pra Gonzagão
E foi vítima de colisão
Com uma vaca na estrada
Eita saudade danada
Das festas de São João


Chá de êndrio e prá stress
E pra controlar a pressão
De boldo é pra o intestino
Ou sopro no coração
De laranja é pra quem leva
Cassete na eleição na eleição

Essa campanha de agora
A outra eleição retatra
De manhã tem movimento
À noite tem carreata
Que voto é igual veneno
Se for demais também mata

Vamos votar no 14
Pra não mudar o partido
Quem vota no 22
Além de está perdido
Vai passar mais quatro anos
Chorando e arrependido





O partido do 14
Com os votos que ele tem
Fez com que o 22
Dele virasse refém
Sávio virou Mick Tison
Não tem mais dó de ninguém

Sávio é prova de fogo
Vencê-lo a parada é dura
Vai passar mais 04 anos
Comandando a prefeitura
E essa gripe do 14
Virou mal que não tem cura

Quem acompanha o partido
É pra obter sucesso
Que Sávio prossiga assim
Mais uma vez eu lhe peço
Tuparetama não sai
Do caminho do progresso

Versos do poeta Felipe Jr.

SE PUDESSE EU COMPRAVA A MOCIDADE
NEM QUE FOSSE PAGANDO À PRESTAÇÃO.
Meu passado foi bem aproveitado
Tive força, vigor e sensatez...
Eu contava feliz a cada mês
Doze moças que havia namorado.
Hoje em dia ninguém vejo ao meu lado,
Meu futuro ficou sem direção.
Quando vem essa tal recordação
Eu suspiro dizendo com saudade:
“Se pudesse eu comprava a mocidade
Nem que fosse pagando à prestação”.

Assisti sorridente a cada cena
Todo o filme da minha juventude,
A beleza se fez minha virtude
Quando tinha ao meu lado Madalena.
No meu peito restou essa Safena
Não é musa pra ter no coração,
Porém ter é sinal de obrigação
Se quiser pouco mais longevidade,
Se pudesse eu comprava a mocidade
Nem que fosse pagando à prestação.

Quando moço não quis saber de estudo,
Permiti que o meu tempo fosse vago.
Hoje vejo que o tempo fez estrago...
Tornou nada o meu tempo (ou quase tudo).
Desse tempo o punhal pontiagudo
Fez sangrar sem dar valorização,
Pois quem tinha esse dom jogou no chão,
E eu falei para o tempo: “Majestade,
Se pudesse eu comprava a mocidade
Nem que fosse pagando à prestação”.

Mas passado não volta nunca mais,
O que é bom pouco a pouco se dissolve...
Pega o tempo, carrega e não devolve
Deixa claro cumprindo os seus ‘sinais’.
Eu sou contra essas leis universais...
Deveria pra cada cidadão
Existir outra chance, aí então
Ele iria escrever com mais vontade:
“Tô comprando de volta a mocidade
Nem que seja pagando à prestação”.


Poeta Felipe Júnior
da União dos Cordelistas de Pernambuco
Reencontro Materno

Àquela que irei me encontrar um dia... Iderci Nunes Felipe

Minha mãe fez despedida
Quando ainda era criança,
Acabou-se a esperança
Que eu tinha pra minha vida.
Mas pra minha mãe querida,
Eu prometi pela luz
Que Deus-Pai é quem conduz...
E ao chegar a morte bela,
Vou ficar bem junto dela
Na morada de Jesus.

E eu quando lhe encontrar,
Vou dizer coisas que um dia
Esta minha poesia
Não pôde bem expressar.
Então Deus vai me falar:
“Meu filho, me dê a cruz...
Teu sentimento traduz
O amor que tens por ela,
Podes ir pra junto dela
À morada de Jesus”.

E neste encontro de brilho
Vou ver minha mãe sorrindo...
Vindo a mim e me pedindo:
“Me dê um abraço, meu filho.
Vamos seguir este trilho,
Tirar do rosto o ‘capuz’,
E não agir contra a luz
Da divindade singela.
Eis a Casa santa e bela...
A Morada de Jesus”.

Então direi: “Pai amado,
Eu lhe dou muito obrigado...
Já completei minha sina.
Não agüentei a saudade...
Por isso que por vontade
Vou ter mais felicidade
Com a minha mãe divina”.

Obrigado, meu Deus!


Poeta Felipe Júnior
da União dos Cordelistas de Pernambuco

Nossa historia de amor é um segredo
Sabe Deus, eu e ela e mais ninguém.

Começou o namoro no portão,
Depois fui ao pai dela apresentado,
Quando eu vi já me havia apaixonado
Pela moça que atou meu coração.
Eu sai da mais tensa escuridão,
E passei a avistar um novo além.
Ela quer e eu a quero como alguém
Que desfruta o amor sem está com medo.
Nossa historia de amor é um segredo
Sabe Deus, eu e ela e mais ninguém.

Minha vida ficou bem mais florida...
Eu vi bem que o amor não é brinquedo.
Nossa história de amor é um segredo
E é assim que será por toda a vida.
A paixão sempre foi correspondida
E o amor entre nós já se mantém,
Por que não fazer o que me convém?
Vou falar confiante ao pai dela:
“Seu doutor, o amor que eu tenho a ela
Sabe Deus eu e ela e mais ninguém”

Poeta Felipe Júnior




SE PUDESSE EU COMPRAVA A MOCIDADE
NEM QUE FOSSE PAGANDO À PRESTAÇÃO.


Meu passado foi bem aproveitado
Tive força, vigor e sensatez...
Eu contava feliz a cada mês
Doze moças que havia namorado.
Hoje em dia ninguém vejo ao meu lado,
Meu futuro ficou sem direção.
Quando vem essa tal recordação
Eu suspiro dizendo com saudade:
“Se pudesse eu comprava a mocidade
Nem que fosse pagando à prestação”.

Assisti sorridente a cada cena
Todo o filme da minha juventude,
A beleza se fez minha virtude
Quando tinha ao meu lado Madalena.
No meu peito restou essa Safena
Não é musa pra ter no coração,
Porém ter é sinal de obrigação
Se quiser pouco mais longevidade,
Se pudesse eu comprava a mocidade
Nem que fosse pagando à prestação.

Quando moço não quis saber de estudo,
Permiti que o meu tempo fosse vago.
Hoje vejo que o tempo fez estrago...
Tornou nada o meu tempo (ou quase tudo).
Desse tempo o punhal pontiagudo
Fez sangrar sem dar valorização,
Pois quem tinha esse dom jogou no chão,
E eu falei para o tempo: “Majestade,
Se pudesse eu comprava a mocidade
Nem que fosse pagando à prestação”.

Mas passado não volta nunca mais,
O que é bom pouco a pouco se dissolve...
Pega o tempo, carrega e não devolve
Deixa claro cumprindo os seus ‘sinais’.
Eu sou contra essas leis universais...
Deveria pra cada cidadão
Existir outra chance, aí então
Ele iria escrever com mais vontade:
“Tô comprando de volta a mocidade
Nem que seja pagando à prestação”.



Poeta Felipe Júnior,
da União dos Cordelistas de Pernambuco

Versos do poeta Abel Araújo

Nada é pior do que,
ver a casa destruída;
visitar um irmão preso,
rezar pra mãe falecida,
do pai não saber o nome,
um filho chorar de fome
e a casa não ter comida.

Abel Araújo

Oh meu Deus após essa vida inteira,
renascendo eu não quero ser chique,
o berço só uma casa de pau-a-pique,
por obstreta eu quero uma parteira.
por ambulância, uma burra pantinzeira,
por leite em pó, quero caldo de feijão.
na hora do parto, em vez de cirurgião,
uma benzedeira, mulher de camponês.
Ou meu Deus se eu nascer outra vez,
eu te peço me mande pro sertão.

Vindo outra vez, Deus peço, por favor:
deixe eu ser sensível a uma poesia,
me ensine a gostar mais de cantoria,
deixe que meu pai seja um lavrador.
Deixe-me sentir o cheiro duma flor,
antes da chuva esfreguar ela no chão.
ou mande renascer Luiz, rei do baião,
ou mande quem faça, isso que ele fez.
Oh meu Deus se eu nascer outra vez,
eu te peço , me mande pra o sertão.

Mote e glosa: Abel Araújo

Quem tem um barraco por morada,
e quem ver o esgoto em sua rua,
quem dorme com mosquito, pele nua,
quem tem uma mãe desempregada.
Quem já teve uma irmã estuprada,
quem já fez cobertas de jonais,
e não sabe quem são os seus pais,
se não fizer crime, o troço tá errado.
A ganância dos homens tem gerado,
batalhão de futuros marjinais.

O dinheiro do juro do banqueiro,
o resto de obra superfaturada,
a propriedade que não é tributada,
os milhões de renda de artilheiro.
As divisas evaídas de doleiro,
por falha de nossas leis fiscais.
Depois falta pra pagar policiais,
e um sistema carcerário ultrapassado.
A ganância dos homens tem gerado,
batalhões de futuros marjinais.

Mote: domínio público.
Glosa: Abel Araújo

A criança é tão sincera,
em seu riso e seu olhar.
Que vendo uma criança,
com sua mãe resmongar,
sem tempo, hora e norma,
no mínimo é uma forma,
que Deus usa pra falar.
(ABEL ARAÚJO)

A alma vai mastigando,
um pedaço de oração,
para ver se Deus tem pena,
e a alma ganha o perdão.
(pedaço duma sextilha de Sebastião Dias)

No lugar do engenho hoje só resta,
os escombros da dor e da saudade.

O tempo foi perverso e destruiu,
aquela coisa que vivi de escutar,
a madeira virou lenha de queimar,
a junta de bois, faminta sucumbiu.
A parede velha,veio a chuva,ela ruiu,
cana não tem naquela propriedade,
e rapadura estão fazendo na cidade,
mas rapadura, industrial, não presta.
No lugar do engenho hoje só resta,
os escombros da dor e da saudade.

Mote: Rafael Moura
Glosa: Abel Araúj

Versos do poeta Janio Leite

Mais um ano de vida completado
E o filme do tempo se passando
As saudades que sinto do passado
E o futuro ansioso, eu esperando

Os momentos bonitos vou guardando
Mas dos tristes não quero ser lembrado
Só os bons quero viver recordando
Mas os ruins quero morto e enterrado

Lembro sempre a família e os amigos
Que em todos momentos estão comigo
Seja fácil ou difícil a situação

E a todos vocês eu agradeço
O carinho, o afeto e o apreço
Vocês moram todos no meu coração

Janio Leite
Poeta eu lhe agradeço
Não sei nem se eu mereço
Tanto carinho e apreço
Mas obrigado poeta
Melhor não podia ser
Tá com compadre e você
Comemorar com prazer
Mais uma data completa

Obg meu amigo poeta, SDS poeticas...
Janio Leite
Cada dia que passa em minha vida
Sinto o tempo afastar você de mim
Se o destino quiser que seja assim
Minha dor vai ser grande e desmedida

No peito se abre uma ferida
Sem achar uma cura pra seu fim
Se é assim que Deus quer, ô coisa ruim
Aceitar essa amarga despedida

Os melhores momentos dessa história
Ficarão para sempre na memória
Pois de ti eu vou sempre recordar

Consciência eu tenho de não ter
Mas queria pelo menos lhe dizer
Foste o erro que mais gostei de errar.

Jânio Leite

Poeta mudei as duas ultimas linhas dos dois tercetos, achei q assim ficaria melhor, SDS poéticas, um xero na familia......
"No sertão tem vaqueiro que dar grito
No boiato correndo lá na serra
No curral, tem uma cabra que berra
Porque quer amamentar seu cabrito
A natura faz um filme tão bonito
Como mãe generosa e protetora
A maior e melhor das genitora
Que faz tudo e não cobra um tostão
Valorize a cultura do sertão,
Feche as portas da mídia enganadora"

Tem poeta dedilhando sua viola
Um cachorro latindo no terreiro
Tem um galo engordando no chiqueiro
E um pássaro cantando na gaiola
Um menino brincando com sua bola
A galinha da ninhada é protetora
Protegendo da raposa, à predadora
Escondendo os seus pintos no oitão
Valorize a cultura do sertão,
Feche as portas da mídia enganadora

Dê valor ao o homem que é roceiro
Esqueçamos do programa do Gugu
Onde só se exibe corpo nu
E não mostra o poeta violeiro
Reconheça o aboio do vaqueiro
Não se iluda com essas emissoras
Que só bota a dançinha da vassoura
Não se escuta de viola um baião
Valorize a cultura do sertão,
Feche as portas à mídia enganadora”

Acauã num pau seco a cantar
O roceiro com a cena desanima
Fala logo que a chuva vai ser fina
Pensa logo como é que vai lucrar
Esse ano a semente não vai dar
Vou perder quase toda a lavoura
Só Jesus com a chuva salvadora
Nos dá lucro de arroz, milho e feijão
Valorize a cultura do sertão,
Feche as portas à mídia enganadora
Jânio Leite


Sertanejo se alegra com o roçado
E uma mesa repleta de fartura
Tem pamonha, tem canjica e rapadura
Queijo, Leite, coalhada e milho assado
No curral muito gordo tem seu gado
E se olha para o céu está cinzento
Uma nuvem com água traz sustento
Pra quem tava numa grande agonia
Quando chove no sertão há alegria
É a certeza que teremos alimento

Uma chuva se forma no nascente
O roceiro se anima com a cena
Fala para a mulher sua pequena
Este ano tem fartura para a gente
Só Deus mesmo nosso pai onipotente
Que pra ele fiz até um juramento
Se chuvesse e acabasse o sofrimento
Eu rezava uns pai nosso e ave maria
Quando chove no sertão há alegria
É a certeza que teremos alimento

Desculpa poeta pelos pés quebrados...

Saudações poéticas, Janio Leite 16/04/2008




exagerei na aposta
desse jogo tão maldito
que chega fiquei aflito
quando obtive a resposta
tem hora que voce gosta
de quem só tem falsidade
quem lhe gosta de verdade
só recebe ingratidão
na roleta da paixão
meu premio será saudade


entreguei a voce o meu amor
eu pensei que contigo era feliz
mas comigo viver voce nao quis
viverei carregando esta dor
so me resta aceitar o dissabor
porque fostes fazer essa maldade
nunca vi tamanha crueldade
que fizestes com um pobre coração
Estou preso nas grades da paixão
Só recebo visitas da saudade

Poeta Josa, fiz esse mote e quero um verso seu nele viu....

Janio Leite











Cada traço e detalhe do teu ser
Mesmo longe sou capaz de decifrar
Perfeição inocente e singular
Com beleza incapaz de conceber

Se pudesse, como ti, outra nascer
Pois seria do criador abusar
Perfeição só Deus mesmo pra criar
Não teria como outra ele fazer

A receita que lhe fez já foi rasgada
Pra não ser-te novamente copiada
Porque nada pode a ti ser comparado

Você tem a pureza de uma santa
Uma beleza que a qualquer um encanta
Se tornando um dos ser mais cobiçado

Janio Leite, 21/05/2008






No sertão a fartura está sobrando
Os barreiros e açudes estão cheios
As cigarras procuram outros meios
Pra viver, que de seca não está dando
Que agora o carão quem está cantando
Sertanejo se alegra com o roçado
Já se acha pamonha e milho assado
Em qualquer uma casa do sertão
Escutei a roqueira do trovão
Avisando o sertão está molhado

Só Jesus nosso pai onipotente
Pra botar todo verde na folhagem
Ver sangrar as lagoas e barragem
E os rios descer botando enchente
Trazer muita alegria para a gente
Que o inverno já estava demorado
Mas agora o terreno está molhado
Pra o roceiro fazer a plantação
Escutei a roqueira do trovão
Avisando o sertão está molhado


Janio Leite, 28/05/2008

Versos do Poeta Laci Chaves

Laci:
Nela jamais acredido
Aceitei em minha morada
Mesmo sendo mais furada
Que tábua de pirulito
Levei chifre, chute e grito
Mas hoje sou cobra criada
Vou lhe encher de porrada
De mulher tenho é um feixe
DIFÍCIL É PEGAR O PEIXE
DEPOIS DA ISCA ESTRAGADA.

Você manchou o papel
Não honrou o matrimônio
Robou o meu patrimônio
Logo na lua de mel
Depois foi dançar o CRÉU
Bebeu, caiu na calçada
Mulher bandida e safada
É melhor que o cabra deixe
DIFÍCIL É PEGAR O PEIXE
DEPOIS DA ISCA ESTRAGADA.

Dei-lhe tudo que podia
Desde o perfume ao sapato
Mas seu coração ingrato
Me pagou com covardia
Não a quero hoje em dia
Tenho outra namorada
Se está abadonada
De você mesma se queixe
DIFÍCIL É PEGAR O PEIXE
DEPOIS DA ISCA ESTRAGADA.

MOTE: José Ivan
GLOSA: Laci Chaves,
SJJaguaribe - Ce. 08/07/2008

Laci:
Fui rever a minha primeira escola
Onde eu aprendi o alfabeto
Num recando estava o projeto
Da carteira que pús minha sacola
Na cantina encontrei a caçarola
Toda suja de tisna no fogão
Recordei do cuscuz e o do baião
O mingau que tomava feito papa
VEIO O VENTO DA NOITE E DEU UM TAPA
BEM NA CARA DA MINHA SOLIDÃO.

Procurei minhas antigas paqueras
Todas elas já tinham se casado
A casinha que nasci e fui criado
Hoje no canto só encontrei crateras
Não podendo voltar aquelas eras
Solucei, verti lágrimas pelo chão
De joelho rezei uma oração
E com o dedo eu desenhei um mapa
VEIO O VENTO DA NOITE E DEU UM TAPA
BEM NA CARA DA MINHA SOLIDÃO.

Mote: Wellington
Glosa: Laci
SJJaguaribe-Ce, 08/06/2008.










Sei que morrendo não vivo
Ter vida é ser criativo
Atrás da morte não corro
Só a Deus peço socorro
Não acredito no Papa
Pastor vive na garapa
Tenho pena dos ateus
A VIDA PERTENCE A DEUS
DA MORTE NINGUÉM ESCAPA.

Só existe um Salvador
Religião tá sobrando
Falços profetas pregando
Iludindo o pecador
Leio a Bíblia com amor
Interpreto até a capa
A terra é nosso mapa
No céu só entra os SEUS
A VIDA PERTENCE A DEUS
DA MORTE NINGUÉM ESCAPA.

Mote: Hugo Araújo
Glosa: Laci Chaves, 14/05/2008.
SJJaguaribe - Ce.

Laci:
Entre todos os amores
Que criou o pai eterno
Somente o amor materno
É dígno de seus valores
Nas alegrias e nas dores
Na chegada ou na saída
Na subida ou na descida
Com seu amor nos ampara
MÃE É A JÓIA MAIS CARA
QUE UM FILHO POSSUI NA VIDA.

Em um amor conjugal
Pode haver traição
Irmão brigar com irmão
Isso é muito natural
Mas em termo mundial
Toda mãe é cocebida
Encontrar uma fingida
Se tiver é coisa rara
MÃE É A JÓIA MAIS CARA
QUE UM FILHO POSSUI NA VIDA.

Ela é a única pessoa
Que podemos confiar
Coso seu filho errar
Na mesma hora perdoa
Entrega à Deus, abençoa
E acolhe em sua guarida
Por mais que seja a ferida
Dentre pouco instante sara
MÃE É A JÓIA MAIS CARA
QUE UM FILHO POSSUI NA VIDA.

Um beijão pra todas mamães por esse dia maravilhosa!
Laci Chaves, 11/05/2008 - SJJaguaribe-Ce.

Laci:
Dia 1° de Junho - 50 Anos da Emancipação Política de São João do Jaguaribe.
Eis aí minha homenagem!
SONETO: "São João, Meio Século"

És tu São João um pequeno jardim
Berço amado dos nossos ancestrais
Terras férteis de verdes carnaubais
Tens aroma das pétalas de jasmim.

Foste outrora das Virgens e Jandoim
Como conta nas páginas dos anais
Um refúgio nas vilas e arraiais
Dos indígenas, imigrantes e mirim.

Hoje és uma cidade pequenina
Onde o rio Jaguaribe se inclina
Temperando a tua trajetória

Neste chão onde a luta predomina
Os teus filhos de forma genuína
Comemoram "MEIO SÉCULO" a tua glória.

Autor: Laci Chaves, 06/05/2008.

Laci:
Maio é mês de Maria
Maria mãe de Jesus
Jesus que morreu na cruz
Para nos salvar um dia
Deus na sua engenharia
Fez a MULHER que destaco
Fez o HOMEM um ser tão fraco
Só em ver mulher profana
SE MULHER FOSSE BANANA
EU QUERIA SER MACACO.

Deus criou os animais
Os homens com seus reflexos
Mas nas atrações dos sexos
Somos irracionais
Eu mesmo gosto demais
De ver mulher sem casaco
Um blusinha de taco
Um sorte meio sacana
SE MULHER FOSSE BANANA
EU QUERIA SER MACACO.

Posso passar por tarado
Claro que tenho respeito
Mulher de um corpo bem feiro
No mínimo deixa-me excitado
Sou casado e não viado
Não meto a mão em buraco
Mas se cair no meu saco
Só respeito mãe e mana
SE MULHER FOSSE BANANA
EU QUERIA SER MACACO.

Mote e Glosaas de: Laci Chaves
03/05/2008. SJJaguaribe - Ce.

Fez João de barro pedreiro
O jumento motorista
O macaco trapezista
O carão cancioneiro
Tetéu com o sono maneiro
Periquito "Patriota"
Papagaio poliglota
Dois profetas: sapo e jia
FOI DEUS QUEM PÔS MAESTRIA
NO VÔO DE UMA GAIVOTA.

Fez o socó pescador
A garça uma enfermeira
A galinha de parteira
O ganso ver um pastor
O canário torcedor
O camaleão desbota
Burra não é idiota
Transa, sequer, toma cria
FOI DEUS QUEM PÔS MAESTRIA
NO VÔO DE UMA GAIVOTA.


Mote: Wellinton Vicente
Glosa: Laci Chaves.
SJJaguaribe - Ce, 22/04/2008

Laci:
Deus o nosso Pai Supremo
Deu-me a vida completa
Ainda me fez poeta
Por isso a nada temo
Posso sofrer mas não gemo
Posso chorar de paixão
Mas quando canto um baião
Esqueço todo sofrer
SE A POESIA MORRER
PODE COMPRAR MEU CAIXÃO.

Virou uma psicose
O meu dom de poesia
Sonho a noite, canto ao dia
Essa musa é minha dose
É minha metamorfose
Meu alimento, meu pão
Basta eu cantar u'a canção
Pra qualquer dor dissolver
SE A POESIA MORRER
PODE COMPRAR MEU CAIXÃO.

Mote: Marconiza
Glosa: Laci Chaves, 15/04/2008.
SJJaguaribe - Ce.

Lembro do ipê florado
Numa noite de Natal
Que o ato sexual
Foi por nós dois explorado
Eu fiquei apaixonado
E você ficou tão assim
Que toda noite é afim
De ir pra o pé de ipê
DOU UM DOCE SE VOCÊ
UM DIA ESQUECER DE MIM.

Mote: Wellington Vicente
Glosa: Laci Chaves, 13/04/2008.
SJJaguaribe - Ce.

Lembro daquele barranco
Qando tu se atrepava
E eu de baixo oiava
O fundim do biquim branco
Tu se assentava num banco
Mermo de frente pra eu
Com meus ói cor de pneu
Vendo tua carça azú
ÊITA! PARECE QUE TU
NUNCA ARREPARAVA N'EU!

Laci Chaves, complementando a poesia matuta de: Wellington Vicente.

Laci:
Roberto Carlos fez fita
Com músicas de emoções
Mas passou por depressões
Ao perder Maria Rita
Uma pessoa erudita
Que tem Jesus como guia
Mesmo perdendo Maria
Não perdeu o seu talento
TEM QUE HAVER SOFRIMENTO
PARA FLUIR POESIA.

O Nordeste é região
De poeta afamado
Como Benoni Conrado
Compositor de canção
O próprio Sebastião
Na UTI quase morria
Um Elizeu Ventania
Sem visão cantava o vento
TEM QUE HAVER SOFRIMENTO
PARA FLUIR POESIA.

Ivanildo Vila Nova
Também ficou depressivo
Mulheres foram o motivo
Que quase o levou a cova
Ele passou pela prova
Que ninguém não gostaria
Mas seu grau de Cantoria
Ainda é de cem por cento
TEM QUE HAVER SOFRIMENTO
PARA FLUIR POESIA.

MOTE: poeta XEXÉU
GLOSA: Laci chaves, 31/03/2008.
SJJaguaribe - Ce.

Laci:
AQUI NO MEU CEARÁ
QUANDO NÃO É OITO É OITENTA.

Tá feio o negócio aqui
Viu-se no jornal local
No Jornal Nacional
A cheia no Cariri
Tem caído chuva ali
De forma tão violenta
A lavoura não aguenta
Cidade alagada está
AQUI NO MEU CEARÁ
QUANDO NÃO É OITO É OITENTA.

Em Lavras da Mangabeira
No interior do Estado
A enchente do Salgado
Inundou toda ribeira
Com água na cominheira
Até prédio se arrebenta
Desabrigado lamenta
Vendo tudo se acabar
AQUI NO MEU CEARÁ
QUANDO NÃO É OITO É OITENTA.

Em ano de escassez
Sem chuva na região
Morre animais no sertão
Perde a planta o camponês
Ao contrário dessa vez
Chuva de mais atormenta
A vizinhança comenta
Oh meus Deus o que será
AQUI NO MEU CEARÁ
QUANDO NÃO É OITO É OITENTA.

Laci Chaves, 27/03/2008.
SJJaguaribe - Ce.

O mundo se lembra bem
Tanto sangue derramado
O Iraque no passado
O tal de Sadan Russen
Não tinha dó de ninguém
Mandou matar muita gente
Morreu merecidamente
Como Judas enforcado
NÃO EXISTE APOSENTADO
NA PROFISSÃO DE VALENTE

Minha primeira morada
Foi numa casa de barro
Um jumento era meu carro
Minha sombra uma latada
Minha rede era armada
Com uns cordões dados nóis
E eu olhando os rochinóis
Fazendo ninho no oitão
CADA PEDAÇO DE CHÃO
GURDOU UM POUCO DE NÓS.

Nossa roça de legumes
Onde íamos trabalhar
O pau d'arco ao florar
Nos cobria de perfumes
À noite os vaga-lumes
Só pariciam faróis
Iluminando os cipós
Das matas do meu sertão
CADA PEDAÇO DE CHÃO
GURDOU UM POUCO DE NÓS.

Mote: Wellington Vicente
Glosa: Laci Chaves
SJJaguaribe-Ce, 20/03/2008

Também no meu Ceará
Seu sertão possui fartura
Temos mel de rapadura
Caldo de cana, aluá
Farofa num aguidá
Lá na casa dos meus pais
E os verdes carnaubais
Oxigenando o vento
O SERTÃO É CEM POR CENTO
DEZ PRA MIM TÁ BOM DEMAIS

Eu tentei fazê-la bem feliz
Infelizmente ela fez tudo ao contrário
Para ela não passei de um otário
Que zombou de mim o quanto quis
Me disseram que ela hoje diz
Tou pagando por tudo acontecido
Ele era pra ser o meu marido
Mas comi e depois cospi no prato
O CIÚME É A PEDRA NO SAPATO
DESTE AMOR QUE NÃO FOI CORRESPONDIDO.

A mulher que amei sem me amar
Não mais quero, mas ela agora quer
Que eu deixe minha atual mulher
Pra com ela de novo começar
Hoje essa que tenho no meu lar
Deu-me um filho, minha vida faz sentido
Eu seria um mau agradecido
Se a deixasse ou jogasse ela no mato
O CIÚME É A PEDRA NO SAPATO
DESTE AMOR QUE NÃO FOI CORRESPONDIDO.

MOTE: Marconiza
GLOSA: Laci Chaves.
Laci:
Uma esposa carinhosa
Um filho tão amoroso
Sou Poeta corajoso
Canto verso, faço prosa
Minha sogra é uma rosa
Minha mãe é uma estrela
Sou feliz em poder vê-la
Essa família unida
"SE EU NÃO TIVESSE ESSA VIDA
PEDERIA A DEUS PRA TÊ-LA."


Nossa vida é cheia de mistérios
Nenhum ser é capaz de desvendar
Os trajetos que vamos caminhar
São além de obscuros, muito sérios
Os Teólogos apontam seus critérios
Vidente, de vez em quando aparece
Evangélico iludido permanece
E o Católico só fala em Aparecida
O SEGREDO DA VIDA ESTÁ NA VIDA
SÓ QUE O DONO DA VIDA NÃO CONHECE.

Do passado sabemos o que fomos
Do futuro é perdido alguém falar
No presente podemos confirmar
A imagem que nesse mundo somos
Da origem dos nossos cromossomos
A ciência sem dúvida esclarece
Mas o Espírito Imortal que fortalece
Só o incrédulo do seu poder duvida
O SEGREDO DA VIDA ESTÁ NA VIDA
SÓ QUE O DONO DA VIDA NÃO CONHECE.

Assim prosseguimos nossos dias
Envolvidos num mundo de ilusões
Nos desfrutes das novas gerações
Que se afogam num mar de fantasias
Livros "Bíblicos" são as mercadorias
Que o comércio da fé nos oferece
Da palavra de Deus o povo esquece
Salvação é uma coisa indefinida
O SEGREDO DA VIDA ESTÁ NA VIDA
SÓ QUE O DONO DA VIDA NÃO CONHECE.

Músicas em carros de som
Painéis, slogans e fotos
Nesta disputa de votos
Todo político é do bom
Até a voz muda o tom
O papo é descontraído
Blusas e bonés de partido
Viram farda do povão
EM ÉPOCA DE ELEIÇÃO
TODO POBRE É CONHECIDO.

As palavras homem honesto
Sou amigo do eleitor
Estou nessa por amor
São FRASES de manifesto
Dão com a mão, fazem gesto
Como é que tá meu querido?
Cochicha em todo ouvido
Promessas têm de montão
EM ÉPOCA DE ELEIÇÃO
TODO POBRE É CONHECIDO.

Sou amigo do senhor
Quando de mim precisar
Pode ir me procurar
Seja lá que hora for
Ganha o voto do eleitor
Deixa o coitado iludido
Mas pra ficá-lo esquecido
Basta o fim da apuração
EM ÉPOCA DE ELEIÇÃO
TODO POBRE É CONHECIDO.

Mote e Glosas de:
Laci chaves, 21/08/2008.
São João do Jaguaribe-Ce.





Vou modificar só um pouquinho seu mote por causa da junção das rimas, tá!
MANTER UMA POSTURA SOBERANA
E NÃO PENSAR QUE A LUTA ESTÁ PERDIDA.

Precisamos viver com auto estima
Pois a vida é cheia de espetáculos
Superamos diversos obstáculos
E só com garra se chega lá em cima
Nosso corpo é uma matéria-prima
Nosso espírito assegura nossa vida
Quem é fraco desiste na saída
Quem é forte supera e não profana
MANTER UMA POSTURA SOBERANA
E NÃO PENSAR QUE A LUTA ESTÁ PERDIDA.

Vencedor é aquele que batalha
Derrotado é o que se acovarda
O que busca o seu Anjo da Guarda
No final sai beijando a medalha
Apesar que a vida é muito falha
Enfrentemos com a cabeça erguida
Só Deus pode curar qualquer ferida
E só a fé moverá a força humana
MANTER UMA POSTURA SOBERANA
E NÃO PENSAR QUE A LUTA ESTÁ PERDIDA.

Mote: Clóris Andrade
Autor: Laci Chaves, 09/11/2008.
SJJaguaribe _ Ce.

Quando você se ausenta
Sinto tamanha tristeza
Minha alma fica presa
Meu coração se lamenta
Seu corpo é quem me sustenta
Sua face é meu piano
Sem o seu calor humano
A minha matéria esfria
A SUA AUSÊNCIA DE UM DIA
GERA SAUDADE DE UM ANO.

MOTE: Raphael Moura
Laci Chaves, 07/11/2008.
SJJaguaribe - Ce.

Ela é a mulher que mais desejo
Vou lutar pra trazê-la novamente
Não suporto seu jeito atraente
Enlouqueço na hora que lhe vejo
Seu suor, a doçura do seu beijo
O sorrizo que só seus lábios têm
Perfeição Deus não botou em ninguém
Mas que ela é PERFEITA até no sono
OU COM DONO, OU SEM DONO, EU SEREI DONO
DA MULHER QUE MAIS AMO E QUERO BEM.

Eu não sei se é loucura ou ilusão
Esse amor que carrego do passado
Eu só sei que ficou irraizado
Nas entranhas de um pobre coração
Acho até que virou obsessão
Pois sem ela viver mais não convém
Junto dela se DEUS me mandar cem
Tiro ela e as outras eu abadono
OU COM DONO, OU SEM DONO, EU SEREI DONO
DA MULHER QUE MAIS AMO E QUERO BEM.








Se um dia eu alcançar essa proeza
Nunca mais soltarei das minhas mãos
Vou dar uma cunhada à meus irmãos
A meus pais uma nora com certeza
Vou tratá- la em forma de princesa
E ser seu príncipe pra sempre, fim, amém
Eu não sei se menino ela inda tem
Mas eu pego um que tenho e depois CLONO
OU COM DONO, OU SEM DONO, EU SEREI DONO
DA MULHER QUE MAIS AMO E QUERO BEM.

Autor: Laci Chaves, Um Poeta Apaixonado! hehehehehe...
22/11/2008, São João do Jaguaribe - Ce.

Nunca matei nem roubei
Nem desonrei sem assumir
Nunca ganhei pra mentir
Ou infringir qualquer lei
O roubo que pratiquei
Confessei logo o Autor
Roubei uma linda flor
E botei na minha guarida
NA MINHA FOLHA CORRIDA
SÓ CONSTA CRIMES DE AMOR.

Pra meus pais sou um bom filho
Pra meu filho eu sou bom pai
Um irmão meu jamais cai
Jogado por mim num trilho
Pra minha esposa sou brilho
Pra meus sogros um beija-flor
Pra cunhados um professor
Pra meus amigos a VIDA
NA MINHA FOLHA CORRIDA
SÓ CONSTA CRIMES DE AMOR.

Se alguém enloqueceu
Eu enlouqueci também
Se roubei o amor de alguém
Esse alguém roubou o meu
Entre o roubo meu e seu
No Tribunal do Senhor
Jesus foi meu Promotor
E ela foi absorvida
NA MINHA FOLHA CORRIDA
SÓ CONSTA CRIMES DE AMOR.

Mote de: Valdir Teles
Glosas: Laci Chaves, 24/11/2008.
SJJaguaribe -Ce.

Hoje estou na detenção
Cumprindo esse regime
Por ter cometido o crime
De roubar seu coração
Não estou pagando em vão
Pois fui covarde e safado
No dia do meu jurado
Vou depor a seu favor
NO TRIBUNAL DO AMOR
SOU O RÉU E SOU CULPADO.

Você era uma criança
E eu já maior de idade
Tirei sua virgindade
Prometendo-lhe aliança
Mas Deus com sua balança
Pesou meu erro dobrado
Porque lacre violado
Lasca lá quem diabo for
NO TRIBUNAL DO AMOR
SOU O RÉU E O CULPADO.

Eu me pergunto por quê
Essa atração me consome
Só sei falar no seu nome
Só sei ouvir seu CD
O pior é que você
Tá me deixando tarado
Sei que tara é pecado
Mas vou morrer pecador
NO TRIBUNAL DO AMOR
SOU O RÉU E O CULPADO.

Laci Chaves, 25/11/2008.
SJJaguaribe - Ce. (Agora virei fã de Louro Branco, hehehehehehehe)

No dia que um pobre morre
É mesmo que um bezerro
Cinco pessoas no enterro
Pra bem longe o povo corre
Um rico num carro porre
Vira e morre num buraco
Até Padre puxa saco
Vem no local e celebra
A CORDA SEMPRE SÓ QUEBRA
DO LADO QUE É MAIS FRACO.

Um barão pode comprar
Carro importado e mansão
Passear de avião
Sem a despesa pagar
Se um agricultor andar
Numa BIZ caindo o taco
O povo chama velhaco
E de motoqueiro peba
A CORDA SEMPRE SÓ QUEBRA
DO LADO QUE É MAIS FRACO.

Uma atriz de novela
Pode até com dez transar
Ninguém acha isso vulgar
Batem é palmas pra ela
Mas se uma da favela
Inventar de dar o cassaco
Há logo um balacobaco
Fica igual mosca em pereba
A CORDA SEMPRE SÓ QUEBRA
DO LADO QUE É MAIS FRACO.

Atenção! Fiz de improviso essas estrofes hoje, enquanto uma jovem exclamava
esse ditado popular... A CORDA SÓ QUEBRA DO LADO MAIS FRACO...

Dentro da América Latina
Poeta comigo cai
Desde o Chile ao Uruguai
Paraguaio e Argentina
No Brasil virei rotina
No Peru meu astro brilha
Na Colombia em sextilha
Já provoquei até morte
EU CANTANDO SOU MAIS FORTE
DO QUE FURACÃO NA ILHA.

No Continente Africano
Lá o meu repente é prático
No Continente Asiático
Europeu e Americano
Duvido é um ser humano
Vencer-me em qualquer trilha
Geraldo com Maraviiiilha
Só não apanhou por sorte
EU CANTANDO SOU MAIS FORTE
DO QUE FURACÃO NA ILHA.

Mote: Gildo Aires
Glosas: Laci Chaves.

Meu passado que o tempo carregou
Só lembrança restou-me como prenda
Do engenho que tinha na fazenda
E da junta de bois que pai comprou
Muito caldo de cana mãe tomou
Nós nascemos saudáveis de verdade
Nessa época mel tinha qualidade
Seu sabor era a do suor na testa
NO LUGAR DO ENGENHO HOJE SÓ RESTA
OS ESCOMBROS DE DOR E DE SAUDADE.
(Laci Chaves)

Versos do poeta Wellington Vicente

Foi Deus quem pôs maestria,
No vôo de uma gaivota."

(Mote de Ademar Macedo)

Deu imponência ao leão
E agilidade ao gato,
Deu nadadeiras ao pato,
Rapidez ao gavião,
Pôs um luar no sertão
Duma cor que não desbota,
Deu à semente que brota
Uma auréola de magia.
Foi Deus que pôs maestria
No vôo de uma gaivota.

Deus, Javé ou Jeová
Deu fidelidade ao cão,
Autonomia e visão
Ao predador carcará,
Pôs mau odor no gambá,
Fez do pavão um janota,
Pôs o mocó numa grota
Como habitante e vigia.
Foi Deus que pôs maestria
No vôo de uma gaivota.

Deu notas ao sabiá,
Magia ao uirapuru,
Deu feiúra ao cururu
E valentia ao guará,
Dentição forte ao preá,
À cotia e à marmota,
Marreco seguir a rota
Voando em noite sombria.
Foi Deus que pôs maestria
No vôo de uma gaivota.

Autor: Wellington Vicente.
Porto Velho, 20/04/2008.

Uma banda do meu peito
Não consegue te esquecer.

Sempre que os nossos olhares
Fixaram a mesma seta
Meu coração de poeta
Voou por vários lugares.
Olhando aqueles luares
Que a paixão pôde trazer
Eu não consigo entender
A razão de tanto efeito.
Uma banda do meu peito
Não consegue te esquecer.

Guardo comigo a caneta
Com o teu nome gravado:
É tesouro conservado
Dentro da minha gaveta.
Eu vivo como estafeta
Da tropa do bem-querer
Como não posso te ver
Deito e não durmo direito.
Uma banda do meu peito
Não consegue te esquecer.

Já tentei por vários meios
Aproximar-me de ti:
Disfarçar-me de gari,
Ser o homem dos correios.
Para conter os anseios
De querer e não poder,
Só está faltando eu ser
Um candidato a prefeito.
Uma banda do meu peito
Não consegue te esquecer.

Autor: Wellington Vicente
Porto Velho, 13/04/2008.

Ao poeta Zé Vicente da Paraíba.

“Ah! Que saudades que tenho...”
Um grande vate dizia.
Guardo na mente o desenho
Da terra que me deu cria.
Nesta viagem me lanço
Inda recordo o balanço
Que eu pedi pra Sinhá
E ela com seu trabalho
O pendurou em teu galho
Meu velho pé de jucá!

Quando Sinhá me embalava
Eu sentia a liberdade
Igual a quem viajava
Montado em felicidade.
O teu galho retesado
Como mãe que tem cuidado
Com o pequeno piá
E eu sorrindo a valer
Parecia te entender
Meu velho pé de jucá.

Hoje estás envelhecido,
Teu caule, outrora viçoso,
Já está todo ruído
Pelo cupim furioso.
Teus galhos, meu grande amigo!
Já não servem de abrigo
Ao canoro sabiá
E eu de ti recordando
Sinto a velhice chegando
Meu velho pé de jucá.

Mote: Zé Ilton
Glosas: Wellington Vicente
Porto Velho, 13/12/07.
Tem que haver sofrimento
Pra poesia fluir.

(Mote do repentista Xexéu)

Às amigas: Fátima Marcolino, Taíza, Clóris, Irene, Cida, Gitana, Marconiza, Marivalda, Neide, Neidinha, Pétala, Aparecida Cavalcanti, Rosimere, Alda e Wendy.

Xexéu, grande repentista,
Com sua alma inquieta
Disse que todo poeta
Tem um “quê” de masoquista.
Pelo seu ponto de vista
Fui a campo conferir:
Vi que a rima é elixir
Para combater lamento.
Tem que haver sofrimento
Pra poesia fluir.

Fui folhear os anais
Do poeta Castro Alves,
De Casimiro e Gonçalves,
Patativa e Luís Vaz.
Percebi que são iguais
Nas maneiras de agir:
Quando a dor vem afligir
A cura vem do talento.
Tem que haver sofrimento
Pra poesia fluir.

Relendo as composições
Dos poetas pioneiros
Transformo os meus desesperos
Em meras recordações.
Minhas antigas paixões
Já não podem me ferir,
As musas mandam seguir
Nas asas do pensamento.
Tem que haver sofrimento
Pra poesia fluir.

Autor: Wellington Vicente.
Porto Velho, 30/03/2008.

Fiz isso sem precisão,
Avalie se precisar.

(Mote de Daudeth Bandeira)

À cidade de Altinho-PE (terra que me criou).

Moleque, ainda em Altinho
Fui treloso na ribeira
Com a minha baladeira
Matei muito passarinho.
Nas terras do meu padrinho
Eu inventei de entrar
Por gaiatice soltar
O gado na plantação.
Fiz isso sem precisão,
Avalie se precisar.

O meu pai, velho vaqueiro,
(Porque caí duma burra)
Pegou-me e deu-me uma surra
Com vara de marmeleiro.
Eu, moleque presepeiro,
Quis da surra me vingar,
À noitinha fui cortar
As correias do gibão.
Fiz isso sem precisão,
Avalie se precisar.

O padre Pedro Solano,
Pároco da minha cidade,
Com toda a sua bondade
Batizou este ente humano.
Anos depois o decano
Necessitou viajar
E eu, chofer do lugar,
Cobrei a mais do ancião.
Fiz isso sem precisão
Avalie se precisar.

Autor: Wellington Vicente.

João Pessoa-PB, 16/01/2008

NÃO EXISTE APOSENTADO
NA PROFISSÃO DE VALENTE.

O grande Antônio Silvino
“Governador do sertão”
Antecedeu Lampião
No cangaço nordestino
Porém um dia o destino
Pôs no caminho um tenente
E o bravo combatente
Foi pra Recife algemado
Não existe aposentado
Na profissão de valente.

A Bíblia diz que Sansão
Recebeu forças de Deus
E centenas de Filisteus
Pereceram em sua mão
Mas um dia o coração
Sentiu algo diferente
Dalila, covardemente,
O fez ser capturado.
Não existe aposentado
Na profissão de valente.

Já Virgolino Ferreira
O famoso Lampião
Combatia um batalhão
Sem se afastar da trincheira
Uma informação certeira
Trouxe a volante potente
Mas existe quem comente
Que morreu envenenado.
Não existe aposentado
Na profissão de valente.

Mote: Josemar Rabelo
Glosas: Wellington Vicente.
Porto Velho, 24/03/2008.

CADA PEDAÇO DE CHÃO
GUARDOU UM POUCO DE NÓS.

A todas as Marias, fictícias ou não, que povoam as mentes dos Josés.

Ô! Mocidade fugaz,
Passaste como uma enchente
Imprimindo em minha mente
Recordações imortais.
Fui à casa dos meus pais
E ao sítio dos meus avós.
Maria ouvi tua voz
Ecoando no grotão!
Cada pedaço de chão
Guardou um pouco de nós.

Deitei-me sobre o lajedo
Onde a gente namorava
E o nosso amor brotava
Na rigidez do rochedo.
A lua guarda o segredo
Do que ocorreu após
E o rio em sua foz
Entoava uma canção.
Cada pedaço de chão
Guardou um pouco de nós.

Vi na tábua da porteira
As nossas iniciais
Envelhecidas demais
Pelo pincel da poeira.
Inda existe a ingazeira
Junto à cerca de aveloz,
Lembrei dos teus caracóis
Aquecendo a minha mão.
Cada pedaço de chão
Guardou um pouco de nós.

Autor: Wellington Vicente
Porto Velho, 11/03/2008.

PARABÉNS, POETA!

Fiz um rosário rimado
Para me dar proteção.

(Aproveitando a idéia de Fátima Marcolino para homenagear o Dia da Poesia).

Descobri que meu remédio
Está nos versos que faço,
A rima dar-me um abraço
Chega e desaloja o tédio.
Passo na frente do prédio
De uma antiga paixão,
Mas a tal recordação
Não me deixa desolado.
Fiz um rosário rimado
Para me dar proteção.

Saudades da minha terra
Sempre atormentam demais
Dos meus irmãos, dos meus pais,
Do meu belo pé-de-serra.
Do profeta que não erra
Com a sua previsão,
Do Padim Ciço Romão
Com o seu santo cajado.
Fiz um rosário rimado
Para me dar proteção.

Daquela paixão primeira
Que tanto marcou a gente
Parecendo um ferro quente
Numa brasa de aroeira.
Daí, faço uma barreira
Que serve de contenção
E a minha improvisação
Deixa o meu corpo fechado.
Fiz um rosário rimado
Para me dar proteção.

Autor: Wellington Vicente
Porto Velho, 15/03/2008.

É pororoca de versos
Na cachoeira da mente.

(Adaptação de um mote de Josemar Rabelo)

Quando estou a meditar
Sobre pequenos problemas
Um riacho de poemas
Pede para desaguar
Na imensidão do mar
Que detém tanto Repente
E a tristeza aparente
Some por vales diversos.
É pororoca de versos
Na cachoeira da mente.

Tudo enfim se ilumina
E aquela saudade boa
Num instante sobrevoa
Minha nação nordestina.
Meu ego já se inclina,
Meu olhar fica contente
E a bênção de Zé Vicente
Livra-me dos maus e perversos.
É pororoca de versos
Na cachoeira da mente.

Autor: Wellington Vicente
Porto Velho, 02/05/2008.

NA ROLETA DA PAIXÃO
MEU PRÊMIO SERÁ SAUDADE.

(JOSEMAR RABÊLO)

Uma famosa cigana
Leu as minhas digitais
E disse: - Pelos sinais
Querem só a tua grana.
Evite a mulher mundana
Repleta de falsidade,
Senão a diversidade
Invade o teu coração!
Na roleta da paixão
Meu prêmio será saudade.

A partir da profecia
Daquela sábia mulher
Eu namorei a Esther,
Marta, Marcela e Maria.
Inda conquistei Sofia
E Maria Soledade
Porém naquela amizade
Só encontrei traição.
Na roleta da paixão
Meu prêmio será saudade.

Nunca mais tive sossego
Pois minhas novas conquistas
Foram todas egoístas
E só queriam chamego.
Eu que queria o emprego
Do meu amor e bondade
Não encontro quem me agrade
E me dê o coração.
Na roleta da paixão
Meu prêmio será saudade.


Autor: Wellington Vicente
Porto Velho, 06/05/2008.

Negue tudo, mas não negue
Meu direito de amar.

(Asa Branca do Ceará)

Jure que quando me avista
Seu peito não acelera
Que nunca encarou “de vera”
Esse jogo de conquista
Diga pro seu analista
Que só quer me humilhar
Fale que ao me ligar
A ligação não prossegue
Negue tudo, mas não negue
Meu direito de amar.

Diga que seus sentimentos
Nunca passam de rompantes
Que os melhores instantes
São apenas fingimentos
Fale que nos aposentos
Nunca conseguiu entrar
Sustente que ao me beijar
Nunca se sentiu entregue
Negue tudo, mas não negue
Meu direito de amar.

Autor: Wellington Vicente
Porto Velho, 23/03/2008

Quando parte um poeta o céu se anima
Por ganhar mais um anjo iluminado.

* Em memória do meu pai, POETA ZÉ VICENTE DA PARAÍBA, pela sua passagem ao Plano Superior em 09 de maio de 2008.

Muitas saudades!!!

Quando O Ser Divinal faz a chamada
Avisando que a viagem terminou
A matéria sofrida e castigada
Fica livre do espírito que voou.
Os lamentos dos entes mais queridos
São até muitas vezes confundidos
Com os cânticos dum Arcanjo destacado
Que anuncia do palco lá de cima:
Quando parte um poeta o céu se anima
Por ganhar mais um anjo iluminado.

A beleza das rimas eterniza
Mais um nome no lar dos imortais,
Vem a musa com carinho e suaviza
O que foi, até pouco, muitos ais.
Numa Esfera sem dores e mentiras
Querubins vão tocando as suas liras
Em louvor ao aedo anunciado
E a terra em respeito muda o clima.
Quando parte um poeta o céu se anima
Por ganhar mais um anjo iluminado.


Autor: Wellington Vicente.

Toda casa de taipa abandonada
Guarda um grito de fome dentro dela.

(Mote de Ademar Macedo)

*Em visita ao sítio Sobradinho em Altinho-PE.

Visitando o torrão dos meus avós
Vi que o tempo havia destruído
Um pequeno casebre protegido
Pela sombra duma cerca de aveloz.
À direita inda havia uns mororós
Como que emoldurando uma aquarela,
No terreiro um pedaço de gamela,
Um ferrolho e um cabo de enxada.
Toda casa de taipa abandonada
Guarda um grito de fome dentro dela.

No monturo daquela moradia
Avistei uns arreios de vaqueiro,
Uma canga, uma vara de carreiro,
Um balaio emborcado, uma bacia.
Eu diante de tanta nostalgia
Fui sentindo um entalo em minha goela
E chorando passei pela cancela
Com a alma mais triste e mais pesada.
Toda casa de taipa abandonada
Guarda um grito de fome dentro dela.

Autor: Wellington Vicente.
Altinho-PE, 21/05/2008.
POETA DO NORTE.

Aos amigos Prof. Sebah e Taíza Maria.

Meu Pernambuco adorado!
Meu bravo Leão Dourado!
Muito jovem te deixei,
Mas trago as tuas paisagens
Como capa das imagens
Mais belas que avistei.

Pelo passado de glória
És hoje o pai da História,
Berço de Joaquim Nabuco
E os primeiros guerreiros
Defendendo os brasileiros
São teus filhos, Pernambuco!

Nos famosos arraiais
Onde o guerreiro voraz
Sangrava honrando o teu chão
Negros e índios (soldados)
Lutavam escutando os brados
De Henrique e Camarão.

Parti daí muito cedo
Mas aprendi no degredo
Ser como és: Muito forte.
Obedecendo ao destino
De migrante nordestino
Virei Poeta do Norte!

Autor: Wellington Vicente.
Porto Velho, 06 de maio de 2008.

*Participe da comunidade “POETA ZÉ VICENTE DA PARAÍBA”.

Mote: Veio o vento da noite e deu um tapa
Bem na cara da minha solidão.


Visitando o Torrão que me criou
Numa certa madrugada triste e fria
Assisti a uma sessão de nostalgia
Que a tela do tempo me mostrou.
Só o vento, solidário, acompanhou
As imagens que revi do meu sertão,
Meu passado foi revisto em edição,
Minha infância foi mostrada em cada etapa.
Veio o vento da noite e deu um tapa
Bem na cara da minha solidão.

Fui revendo o meu tempo de menino:
A cartilha, o caminho da escola,
O meu carro de lata, a minha bola,
O boi de barro, invenção de Severino*,
Um cordel endeusando Virgolino,
Que pra quem não conhece é Lampião,
Vi papai escrevendo uma canção
E mamãe preparando uma garapa.
Veio o vento da noite e deu um tapa
Bem na cara da minha solidão.

Autor: Wellington Vicente.
Porto Velho, 08 de maio de 2008.
*Severino Vitalino (filho do Mestre Vitalino e meu amigo do Alto do Moura, Caruaru-PE).

DEFINIÇÃO DE SAUDADE.

À poetisa Fátima Marcolino.

A saudade é como espinho
Que entra e não quer sair
Infecciona o peito
Quando se tenta extrair
De dia fica acordada
De noite não quer dormir.

Autor: Wellington Vicente.
Porto Velho, 10/06/2008.

Cai a chuva no colo do roçado
Germinando o pendão da esperança.

(Mote de Vanilson de Souza Silva)

Uma prece que chegou ao Pai Eterno
Do roceiro mais contrito do sertão
Faz com que O Divino olhe pro chão
E mande abrir as torneiras do inverno
E o que foi até pouco aquele inferno
Vira logo um recanto de bonança,
Pois a fé quando chega à balança
Pesa mais que o prato do pecado.
Cai a chuva no colo do roçado
Germinando o pendão da esperança.


É daí que a terra entra no cio
Esperando a semente no seu ventre,
A lagoa pede ao sapo que concentre
Mais coaxos no grande desafio.
Os peixinhos desovam pelo rio,
A devota reza mais e não se cansa,
À noitinha, vem a lua e também lança
Um sorriso ao lugar abençoado.
Cai a chuva no colo do roçado
Germinando o pendão da esperança.

Autor: Wellington Vicente.

Porto Velho, 14.06.2008

Êita! Saudade danada
Das festas de São João.

Do forró ainda puro,
Sem sintomas de lambada,
Da espiga retirada
Do milharal do monturo,
Do bacamarte pé-duro
Ribombando no grotão,
Chamando a população
Para a dança na latada.
Êita! Saudade danada
Das festas de São João.

Daquele aroma brejeiro
Das moças da minha terra,
Do povo do pé da serra
Que chamava o sanfoneiro.
A cota vinha primeiro
E tal contribuição
Garantia que o baião
Fosse até de madrugada.
Êita! Saudade danada
Das festas de São João.

Das promessas de amor
Regadas à aguardente,
Da morena sorridente
Paquerando o tocador,
Do matutinho cantor,
(Parecendo o Azulão),
Imitando o Gonzagão
Entoando uma toada.
Êita! Saudade danada
Das festas de São João.

Autor: Wellington Vicente.
Porto Velho, 19 de junho de 2008.

A ARTE DE REPENTISTA,
ALÉM DE SER TÃO SINGELA.
NÃO É DEUSA MAS É SANTA,
NÃO É MULHER MAS É BELA.
NÃO DAR BEIJO, NEM FAZ SEXO,
MAS EU ME CASEI COM ELA.

Autor: Vicente Reinaldo.



Pois pinte a sua aquarela
Com as tintas do Repente
Seja andarilho do verso
Faça improviso pra gente
Para ficar parecido
Com o que foi Zé Vicente.

Autor: Wellington Vicente.

Acenda a sua fogueira
Com a brasa da saudade!

(Mote da amiga Fátima Marcolino)

Nossa Fátima Marcolino
Deu um mote sugestivo
E achei mais um motivo
Pra dizer que o nordestino
Longe do chão agrestino
Enfrenta a disparidade
Ninguém calcula a metade
Da lembrança da ribeira.
Acenda a sua fogueira
Com a brasa da saudade!

Só quem passou ou está
Passando por esta fase
Pode calcular a base
Das recordações de lá.
Quem saiu de Quixadá,
Caruaru, Soledade,
Altinho, Sumé, Trindade,
Afogados da Ingazeira.
Acenda a sua fogueira
Com a brasa da saudade!

Aproveite este São João,
Enfeite bem o terreiro,
Ouça Jackson do Pandeiro,
Jacinto Silva, Azulão,
Marinês e Gonzagão,
A mais alta sumidade,
Espalhe pela cidade
O som da música brejeira.
Acenda a sua fogueira
Com a brasa da saudade!

Autor: Wellington Vicente.
Porto Velho, 23 de junho de 2008.

Está com o fundo rasgado
O saco do querer mais.

(Final de sextilha de João Paraibano enviada por Josa Rabêlo)

O cruel Capitalismo
Com suas garras potentes
Transforma os bons ambientes
Em arenas de egoísmo
Enterra todo o civismo
E raízes culturais
Rasga todos os anais
Que retrataram o passado.
Está com o fundo rasgado
O saco do querer mais.

Nossos jovens brasileiros
Grande massa alienada
Esquecem a cultura herdada
E copiam os estrangeiros
Até mesmo os forrozeiros
Presentes nos arraiais
Perderam as credenciais
Do Baião e do Xaxado.
Está com o fundo rasgado
O saco do querer mais.

Na política, nem se fala
O poder do vil metal
Troca o antigo ideal
Pelo “miolo” da mala
Nas reuniões da sala
As câmeras mostram demais
Que os políticos rivais
Comem do mesmo bocado.
Está com o fundo rasgado
O saco do querer mais.

Autor: Wellington Vicente.
Porto Velho, 30.06.08.





HAJA SAUDADE NA GENTE!

Ao Poeta Zé Marcolino.

Desceu do Serrote Agudo
Labaredas de saudade
E Zé na eternidade
Vive acompanhando tudo
O fole de Zé Bicudo
Toca aquele xote quente
E o cantador de repente
Num martelo agalopado
Canta bastante inspirado:
-Haja saudade na gente!

A lacuna que deixou
Ninguém preencheu ainda
A saudade nunca finda
E a dor nunca passou
Hoje a Fátima lembrou
Do seu amado parente
Eu liguei pra Zé Vicente
Narrando o acontecido
Ele falou, comovido:
-Haja saudade na gente!

Autor: Wellington Vicente, Porto Velho, 28/06/2007.









Dorme a cinza da fogueira
Esperando o Carnaval.

(Mote do amigo Junior do Bode, de Olinda-PE).

No derradeiro floreio
Da sanfona pé-de-bode
A morena se sacode
E naquele balanceio
O meu olhar fica cheio
De emoção sem igual
Como sou sentimental
Digo a minha companheira:
- Dorme a cinza da fogueira
Esperando o Carnaval!

Quando a sanfona se cala
Parece que a Natureza
Sopra um sopro de tristeza
Pelos recantos da sala
O forrozeiro se abala
Pelo fim do arraial
Aí vem um vendaval
De saudade matadeira.
Dorme a cinza da fogueira
Esperando o Carnaval.

E os adornos juninos
Já vão sendo retirados
Muitos deles disputados
Por dezenas de meninos
Nossos irmãos nordestinos
Que vieram ao festival
Lamentam pelo final
Mas voltam à terra estrangeira.
Dorme a cinza da fogueira
Esperando o Carnaval.

Autor: Wellington Vicente.
Porto Velho, 03/07/08.


Vou conduzindo a canoa
Com o remo que possuo.

(Mote enviado pela amiga Clóris, a quem dedico estas glosas).

Imitando os beiradeiros
Vou abrindo os meus caminhos
Por entre os redemoinhos,
Barrancos e aguaceiros,
Sei evitar atoleiros,
Piso maneiro onde atuo,
Se a tromba é forte, recuo
E me sustento na proa.
Vou conduzindo a canoa
Com o remo que possuo.

Até os botos conhecem
O meu jeito de remar
E só de me acompanhar
Parece que se envaidecem.
Aos humanos que merecem
Eu sempre ajudo e influo
Mas evito e não incluo
Idéia de má pessoa.
Vou conduzindo a canoa
Com o remo que possuo.

Carrego em minha boroca,
Desde o dia do batismo,
Uma cuia de otimismo
Para qualquer pororoca.
Se um sentimento me toca
Sendo bom, eu acentuo,
Se for tristeza, diluo
Com poesia da boa.
Vou conduzindo a canoa
Com o remo que possuo.

Autor: Wellington Vicente.
Porto Velho, 08/07/2008.














Ninguém consegue prender
A alma do cantador.

(Mote do poeta Abel Araújo).

Nasceu pra viver voando
Ou atravessando rios
Enfrentando desafios
Nas pelejas porfiando
Ninguém sabe desde quando
Este pássaro voador
Vive igualzinho um condor
Sendo e gostando de ser
Ninguém consegue prender
A alma do cantador.

São marinheiros da rima
Em cada porto um poema
Em cada estrofe um esquema
Parindo uma obra-prima
A viola é sua lima
E como mestre escultor
Põe contornos numa dor
E a transforma em prazer
Ninguém consegue prender
A alma do cantador.

Seu canto não tem Fronteira
E nem respeita Divisa
O seu verso mobiliza
O pessoal da ribeira
Mas também canta na feira,
Na morada do doutor,
Pregando o mesmo teor
Eternizando o dizer:
- Ninguém consegue prender
A alma do cantador!

Autor: Wellington Vicente
Porto Velho, 07/07/2007.

Com a invenção da internet
O Mundo está sem porteira.

(Mote do poeta Zeca Domingos).

Virgem Maria! Doutor!
Agora inventaram um “trem”
Que um cabra de Belém
(Se for muito falador)
Fala com o de Salvador,
De Cabrobó ou de Feira,
Um matuto de Pesqueira
Ver um monge no Tibet.
Com a invenção da internet
O Mundo está sem porteira.

Sem precisar de carteiro
Eu escrevo aqui agora
E as letras vão embora
Sem nunca errar o roteiro.
É um troço tão ligeiro,
De pontaria certeira,
Que guardei na cristaleira
A minha antiga Olivetti.
Com a invenção da internet
O Mundo está sem porteira.






Uma ruma de notícias
Eu leio aqui todo dia,
É falando em carestia
Em favelas, em milícias,
Em incursões das polícias
Lá no morro da Mangueira,
Até Maria Ferreira
Diz: - Agora tô na Net!!!
Com a invenção da internet
O Mundo está sem porteira.

Autor: Wellington Vicente.
Porto Velho, 12/07/2008.

A sua ausência de um dia
Gera saudade de um ano.

(Mote do poeta Pedro Fernandes).

Eu nunca havia sentido
Uma dor tão sufocante
Faltou fôlego, num instante
Vi que estava perdido.
Perguntei a um conhecido
Irmão gêmeo dum cigano.
Ele falou: - Olha mano!
Tua saudade deu cria!
A sua ausência de um dia
Gera saudade de um ano.

Nunca vi tanta potência
Num choque de solidão
Senti a alta tensão
Da força da sua ausência.
Pedi logo providência
Ao diretor veterano
Que acionou um plano
Para me dar garantia.
A sua ausência de um dia
Gera saudade de um ano.

Sem você sou passarinho
Sem espaço pra voar,
Um cantador sem cantar,
Uma Asa Branca sem ninho,
Caminheiro sem caminho,
Pescador sem oceano,
Um Waldick Soriano
Desterrado da Bahia.
A sua ausência de um dia
Gera saudade de um ano.

Autor: Wellington Vicente.
Porto Velho, 13/07/2008




Um arco-íris se deita
Na paisagem do Sertão.

(Mote de Fátima Marcolino).

Uma nuvem no horizonte,
Parecendo uma cortina,
Vai jogando uma neblina
No cocuruto do monte.
No pé da serra defronte
Já se escuta o trovão
E o gado come ração
Numa cocheira bem feita.
Um arco-íris se deita
Na paisagem do Sertão.

O vento frio arrepia
As folhas do umbuzeiro,
Um dedicado vaqueiro
Tange a vaca que deu cria.
Um matutinho assovia
Uns acordes de baião,
A vovó prepara o pão
Sem precisar de receita.
Um arco-íris se deita
Na paisagem do Sertão.

Um violeiro ponteia
Seu estimado instrumento,
Lá no terreiro um jumento
Vem se espojar na areia.
A aranha tece a teia,
O velho faz oração,
O Autor da Criação
Vendo tudo se deleita.
Um arco-íris se deita
Na paisagem do Sertão.

Autor: Wellington Vicente.
Porto Velho, 21/07/2008.

Voltei pra sentir o cheiro
Das terras do meu sertão.

(Mote: Jonas de Antônio de Hilário. Enviado por Josa Rabêlo)


- Saudade é coisa do “Fute!”
Já dizia a minha avó.
Senti na garganta um nó
Quase perco o azimute.
Abandonei o Orkut,
Embarquei no avião,
Doido pra rever o chão
Que ouviu meu choro primeiro.
Voltei pra sentir o cheiro
Das terras do meu sertão.

Fui percorrer os locais
Onde passei minha infância
Comprovei que a distância
Provoca danos letais.
Procurei pelos meus pais
Só revi um, outro não.
Fui chorar lá no oitão
A contemplar o terreiro.
Voltei pra sentir o cheiro
Das terras do meu sertão.

Os amigos que deixei
Não revi nem a metade
Uns partiram pra cidade
Outros, onde estão não sei.
Mas ainda perguntei
Por Maria Conceição
Que levou meu coração
E não sei seu paradeiro.
Voltei pra sentir o cheiro
Das terras do meu sertão.

Glosas: Wellington Vicente.
Porto Velho, 12/08/2008.








Os legítimos repentistas
Estão desaparecendo.

(Asa Branca do Ceará)

Asa Branca, um cantador
Preservando a tradição
Dos aedos do sertão
Disse pra mim: - Glosador!
Busque em seu interior
Os versos que estão querendo
Que o povo fique sabendo
O que houve com os artistas.
Os legítimos repentistas
Estão desaparecendo.

Pelo estágio da morte
Passaram Antônio Marinho,
Pinto, Xudu, Canhotinho
E Passarinho do Norte.
Zé Limeira foi um forte
Com seu estilo estupendo
Sem querer acabou sendo
Precursor dos vanguardistas.
Os legítimos repentistas
Estão desaparecendo.

Asa Branca* e Expedito,
Aristo e José Barbosa
Estão recitando glosa
No sarau do Infinito.
Eu quase não acredito
Mas sofri um golpe horrendo,
Vi Zé Vicente dizendo:
- Fale para os cordelistas!
Os legítimos repentistas
Estão desaparecendo.

Glosas: Wellington Vicente.
Porto Velho, 17/08/2008.




A cada légua que ando
Sinto duas de saudade.

(Mote de Raphael Poeta)

Ah! Meu tempo de menino!
Pena que não voltas mais
Para trocar os meus ais
Pelo riso genuíno.
Mas por ordem do Destino
Minha jovialidade
Partiu com a vitalidade
Que me mantinha cantando.
A cada légua que ando
Sinto duas de saudade.

Quantas festas, quantas danças,
Quantas conquistas vividas
Hoje parecem feridas
Inflamadas nas lembranças.
O tempo cortou as tranças
Das musas da minha idade.
Hoje vago na cidade
Nas esquinas me escorando.
A cada légua que ando
Sinto duas de saudade.







Os meus amigos de outrora,
Parceiros dos festivais,
Uns já nem existem mais
Outros foram morar fora.
Mas eu vou pedir agora
A quem ler esta verdade
Repassem à comunidade
As mágoas que estou passando!
A cada légua que ando
Sinto duas de saudade.

Autor: Wellington Vicente.
Porto Velho, 19/08/2008.

Todo dia eu bebo um gole
Da cachaça da saudade!!!

(Mote de Raphael Moura)

Sou vítima do saudosismo
Da minha terra adorada
E de “lapada” em “lapada”
Virei refém do alcoolismo.
Uns dizem que é bucolismo
Isto que sempre me invade,
Outros dizem: - Na verdade,
Tu és um sujeito mole!
Todo dia eu bebo um gole
Da cachaça da saudade!!!

Já ingressei no AA
Por conselhos dos meus pais,
Mas os laços fraternais
Não me seguraram lá.
Mudei para Gravatá,
Aquela bela cidade,
Mas pra minha ansiedade
Não há clima que console.
Todo dia eu bebo um gole
Da cachaça da saudade!!!

No livro do meu passado
Cada página que folheio
Só avisto o devaneio
De quem não é mais lembrado
E isso tem me deixado
Quase à marginalidade,
Pois a minha liberdade
De vez em quando escapole.
Todo dia eu bebo um gole
Da cachaça da saudade!!!

Glosas: Wellington Vicente.
Porto Velho, 21/11/2008

Eu sou é conservador
Na arte da cantoria.

(Mote enviado pela amiga Clóris Andrade)

*Aos poetas-repentistas.

Nos modernos festivais
Para sair premiado
Precisa ser escolado
Em sistemas digitais,
Em câmbios nacionais,
Entender de mais-valia,
Mas tanta “sabedoria”
Não rima com cantador.
Eu sou é conservador
Na arte da cantoria.

Não cantem sobre “internete”,
“PC”,”chip”, “megabaite”,
“CPU”, “Pen-draive”, “saite”,
“HD”, “mause”, “disquete”.
Porque quem assim compete
(Pode até ganhar um dia),
Mas tira da poesia
O seu mais rico primor.
Eu sou é conservador
Na arte da cantoria.

Cantem os termos do Sertão:
Canga, canzil e fueiro,
Cabeçalho, tamoeiro,
Macambira, cansanção,
Facheiro, rompe-gibão,
Muganga, arenga e avia,
Imbuança e ingresia,
Coquista e aboiador.
Eu sou é conservador
Na arte da cantoria.

Autor: Wellington Vicente.
Porto Velho, 12/11/2008.

No Tribunal do Amor
Sou o réu e sou culpado.

(Mote de Josemar Rabelo)

Perdi em última instância
Em tudo que recorri,
Pois o peito que feri
Foi um amor da infância.
Devido a minha arrogância
Deixei esse amor de lado,
Hoje estou sendo julgado
Sem direito a defensor.
No Tribunal do Amor
Sou o réu e sou culpado.

Pois cada lágrima vertida
Por esse amor tão antigo,
Foi agravante no artigo
Da sentença proferida.
No momento que foi lida
Notei que cada jurado
Tinha me considerado
Como o pior malfeitor.
No Tribunal do Amor
Sou o réu e sou culpado.

A cada dia que vivo
Na prisão da consciência
Vejo que há evidência
Do alegado motivo
Que fez de mim um cativo
Sem que eu seja um celerado.
Só o Santo advogado
Pode escutar meu clamor.
No Tribunal do Amor
Sou o réu e sou culpado.

Autor: Wellington Vicente.
Porto Velho, 25.11.2008.







Saudade não é peixeira
Mas corta o peito da gente.

(Mote enviado pelo amigo Adevaldo)

Tem corte sem sangramento
Por ter seu fio invisível
Mas já sei que é terrível
O dano do ferimento.
Uns dizem que é sentimento
Que só quem sabe é quem sente,
Uns sentem, só brevemente,
Outros, pela vida inteira.
Saudade não é peixeira
Mas corta o peito da gente.

A ferida provocada,
Dependendo do motivo,
Não encontra curativo
Para deixá-la sanada.
Quando está quase sarada
Tem recaída freqüente,
Não há doutor que oriente
Uma cura verdadeira.
Saudade não é peixeira
Mas corta o peito da gente.

Não serve a Penicilina,
Mercúrio ou Merthiolathe,
Nem Bezetacil que trate
A infecção ferina.
A danada contamina
Quando entra na corrente
É auto-suficiente
Pra produzir choradeira.
Saudade não é peixeira
Mas corta o peito da gente.

Autor: Wellington Vicente.
Porto Velho, 16/07/2008.


A minha saudade é tanta
Que eu nem sei dizer o tanto.

(Mote de Asa Branca do Ceará)

Sete letras importantes,
Mas que só traduzem ais,
Contendo quatro vogais
E também três consoantes.
É o terror dos amantes
E produtora de pranto.
O seu poder causa espanto
Que só pneu de jamanta.
A minha saudade é tanta
Que eu nem sei dizer o tanto.

Até achava bonita
Esta palavra saudade
Por não sentir de verdade
A sua força esquisita.
Hoje a minha mente aflita
Vive acuada num canto
Sentindo o peso do manto
Que de noite se agiganta.
A minha saudade é tanta
Que eu nem sei dizer o tanto.

Como dizia o poeta:
- Saudade por ser mulher
Conhece todo o mister
Daquilo que nos afeta.
A sua invisível seta
Tem a magia do encanto,
Só quem sente sabe o quanto
Dói o peito e a garganta.
A minha saudade é tanta
Que eu nem sei dizer o tanto.

Autor; Wellington Vicente.
Porto Velho, 05/12/2008.

CENAS NOTURNAS

*Inspirado nos versos de Damião Metamorfose: “Isso tudo aconteceu enquanto você dormia”.

Uma coruja agourava
Na galhada de um jambeiro,
No boteco um seresteiro
Seu violão dedilhava,
A prostituta passava
Em busca da freguesia,
Um velho marujo ouvia
Uma canção do Alceu.
Isso tudo aconteceu
Enquanto você dormia.

A “campana” era montada
Na entrada da favela,
Um rádio tocava aquela
Canção do Noite Ilustrada,
Uma luzinha acanhada
Vinda da borracharia
Denunciava o vigia
Dormindo sobre um pneu.
Isso tudo aconteceu
Enquanto você dormia.

Um choro lá no berçário
Anunciava um vivente,
Outro virava cliente
Do agente funerário,
A velha no seu rosário
Agradecia à Maria
E o diário trazia
O que de fato ocorreu.
Isso tudo aconteceu
Enquanto você dormia.

Autor: Wellington Vicente.
Porto Velho, 10/12/2008.

MENSAGEM DE ANO NOVO.

Quem quer vencer faz assim.

(Mote do poeta Matias Neto)

Exerça a fraternidade,
Pratique a filantropia,
Ignore a covardia,
Cultive sempre a verdade,
Dê desprezo à falsidade,
Ore ao Senhor do Bonfim,
Regue sempre o seu jardim
Com as gotas da bonança,
Conserve sua esperança.
Quem quer vencer faz assim.

Distribua mais abraços,
Relembre os momentos bons,
Viva alimentando os dons,
Dê rumo certo aos seus passos,
Tire exemplos dos fracassos,
Não cultue o que é ruim,
Seja reto até o fim,
Tenha bondade em seus atos,
Nunca alimente boatos.
Quem quer vencer faz assim.

Não inveje quem trabalha
(Trabalhe do mesmo tanto!)
Não blasfeme contra santo,
Se falhar, corrija a falha,
Seja leal na batalha,
Amigo em qualquer festim,
Um conselheiro em motim,
Justo em toda decisão,
Exemplo pra cada irmão.
Quem quer vencer faz assim.

Autor: Wellington Vicente.
Porto Velho, 24/12/2008

A alma tem que pagar
O crime que a carne fez.

(Mote do poeta Bira Marcolino)

Quando Adão comeu o fruto
Que Jeová proibiu,
No mesmo instante surgiu
Nosso primeiro estatuto.
Satanás, de gênio bruto,
Com terrível sordidez,
Fez de Eva o seu indez
Só para o homem pecar.
A alma tem que pagar
O crime que a carne fez.

Do Éden foi excluído
Nosso casal pioneiro
Por ter quebrado o primeiro
Mandamento recebido.
Apesar de comovido,
Deus falou só uma vez:
- Agora, meu camponês,
Tu vais ter que trabalhar!
A alma tem que pagar
O crime que a carne fez.

Até hoje os nossos atos
Determinam as nossas penas,
Nossas preces são apenas
As remissões nos contratos,
Lenitivos para os fatos
Contrários à honradez,
Cada hora, dia e mês
Deus não pára de contar.
A alma tem que pagar
O crime que a carne fez.

Autor: Wellington Vicente.
Porto Velho, 09/01/2009.