JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

terça-feira, 4 de maio de 2010

VERSOS, DIVERSOS VERSOS

TODO DIA EU MEDITO COM SAUDADE


MINHA INFÂNCIA VIVIDA NO SERTÃO



Sebastião Dias



Hoje eu posso dizer que eu sou feliz,

todo dia eu me lembro, quando acordo,

do sertão que vivi e eu recordo,

o jumento, a cangalha e os barris,

uma canga, a correia e seus canzis,

quatro deles prendendo o barbatão,

o azeite oleando o meu cocão,

eis os números da minha identidade.

Todo dia eu medito com saudade

minha infância vivida no sertão.



Raimundo Caetano



Não me esqueço da árdua trajetória,

todo dia saindo pra o trabalho,

com a roupa molhada de orvalho,

com a mão estirada à palmatória,

esse é um pedaço da história,

que eu não posso prender na minha mão,

mas se eu for remexer meu coração,

inda dá pra salvar mais da metade

Todo dia eu medito com saudade

minha infância vivida no sertão.



* * *



Sebastião da Silva e Moacir Laurentino improvisando com o mote:



SINTO A ÚLTIMA ESPERANÇA SE QUEIMANDO

NA FOGUEIRA DA SECA NORDESTINA



Sebastião da Silva



Outro mote bonito aqui está,

vem falando de crise e sequidão

e nessa seca que há no meu sertão,

Piauí, Pernambuco, Ceará,

não se ouve o cantar do sabiá,

do canário de crista da campina,

e a cigarra também não faz buzina,

não tem ave do campo mais cantando.

Sinto a última esperança se queimando

na fogueira da seca nordestina.



Moacir Laurentino



Essa dura e cruel situação,

da maneira que muita gente está

Paraíba, Sergipe e Ceará,

Rio Grande, Alagoas, Maranhão,

tá despida toda vegetação,

não tem mais folha verde na campina,

essa seca cruel e assassina,

com sol quente que vêm lhe sapecando.

Sinto a última esperança se queimando

na fogueira da seca nordestina.

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