JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

domingo, 9 de outubro de 2011

POETAS DA SEMANA

Repente tecnológico para seu deleite


A letra desta peça raríssima, obra da dupla de repentistas 'Os Nonatos', composta por Raimundo Nonato, da Paraíba, e Nonato Costa, cearense foi a vencedora do Desafio de Cantadores em 2005. Eis então o inusitado e criativo decassílabo cujo mote é 'O planeta movido a internet é escravo da tecnologia'.

O PLANETA MOVIDO A INTERNET É ESCRAVO DA TECNOLOGIA

O visor como tela de TV,
O teclado acessível como book
Pra maiúsculo ou minúsculo é Caps 'Look' (Lock)
Pra mandar imprimir é Control P
Com o micro'' Sansung e LG
E os programas que a Apple financia
A indústria da datilografia
Nunca mais vai fazer máquina Olivetti
E o planeta movido a internet
É escravo da tecnologia

Quem se pluga em milésimo de segundo
E se conecta ao portal e seus asseclas
Basta apenas tocar numa das teclas
Que o visor nos transporta a outros mundos
Desde a terra dos solos mais fecundos
Ao espaço onde o vácuo se inicia
Quem formata depois cola,  copia
E prende o mundo na grade de um disquete
O planeta movido a internet
É escravo da tecnologia

A indústria se autodestruindo
Descartou o compacto e LP
Veio o surto da febre do CD  
Mal chegou e já está saindo
MD não há mais ninguém pedindo
Nu''a DAT gravar ninguém confia
Fita BASF tem pouca serventia
E ninguém quer mais nem ver videocassete
E o planeta movido a internet
É escravo da tecnologia

Brasil SAT é mais uma criação
Que nos nossos vizinhos deu insônia
O Sivam espiona a Amazônia
Evitando que haja outro espião
É por via satélite a transmissão
Que não tem transmissão por outra via
Uma antena seqüestra a sintonia
Pra DirecTV, Sky e Net
O planeta movido a internet
É escravo da tecnologia

Transatlânticos no mar fazem cruzeiros
E pelos micros das multinacionais
Hoje tem conferências virtuais
Com os executivos estrangeiros
O email é correio sem carteiros,
Tanto guarda mensagem como envia
Os robôs usam chip e bateria
E videogame é brinquedo de pivete
E o planeta movido a internet
É escravo da tecnologia

Cibernética na prática e no papel
Deixa os seres online e ganham IBOPE
Com Word tem Palm e laptop
E ainda mais PowerPoint e Excel
É possível quem mora em Israel
Pelo Messenger teclar com a Bahia
Se os autômatos ganharem rebeldia
Tenho medo que a máquina nos delete
O planeta movido a internet
É escravo da tecnologia

Pra prever terremotos e tufões
Os sismógrafos têm números numa escala
E o trem-bala é veloz como uma bala
Numa linha arrastando dez vagões
No Japão e na China as construções
Já suportam tremor e ventania
Torre, ponte, edifício, rodovia
São perfeitos do jeito da maquete
E o planeta movido a internet
É escravo da tecnologia

Nosso pouso na lua foi suave,
Um robô foi a Marte e se deu bem
Estão querendo ir ao Sol, mas o Sol tem
De calor um problema muito grave
Mas a NASA não tem espaçonave
Que suporte essa carga de energia,
Se for feita de fibra, se desfia,
E de alumínio o monstrengo se derrete
O planeta movido a internet
É escravo da tecnologia


Motorola trocou técnica e conselho,
Nokia e Siemens galgaram patamares
Já estão fora de moda os celulares
que têm câmera e visor infravermelho
Reduzindo o tamanho de aparelho,
A Pantech fez mais do que devia
Que a memória de um chip não podia
ser mais grossa que a lâmina de um Gillete
E o planeta movido a internet
É escravo da tecnologia                                
           
Hoje a Bombardier não fere as leis
e a Embraer mãe de Sênecas e Tucanos
Invísivel aos radares há dois anos,
já existe avião que a Sukhoi fez
É da Nasa o XA-43
que voando tem mais autonomia
Um piloto automático opera e guia
O Airbus e o 747
O planeta movido a internet
É escravo da tecnologia

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