JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

domingo, 8 de abril de 2012

POETAS DA SEMANA



Num prazo de validade
Eu já vejo o conteúdo
Mesmo sem dá nem um toque
O seu telefone mudo
No eco dos meus ouvidos
Já está me dizendo tudo
                              (Aldo Neves)

Todo ébrio afoga as mágoas
Na última dose de gin
A saudade bate forte
Depois que o amor tem fim
Meu silêncio sem falar
Já fala tudo por mim
                        (Aldo Neves)

MOTE: HOJE A SECA FAZ MORADA
             NA PORTA DA PRECISÃO
(Dió de Santo Izidro)

Todo mundo é peregrino
Depois que a seca lhe assola
Um pedinte pede esmola
Num saco de pano fino
Uma mãe chama o menino
E pega nos dedos da mão
Pra ir olhar um fogão
E uma panela emborcada
Hoje a seca faz morada
Na porta da precisão
                         (Aldo Neves)

Vaqueiro atrás d’um garrote
Quando acha é a carcaça
Pois tão grande é  a desgraça
Ao v esse ao pé de um serrote
Não se acha um caçote
Cantando num cacimbão
Que invés da água o chão
Pela vista é alcançada
Hoje a seca faz morada
Na porta da precisão
                             (Jânio Leite)

Vejo o sertão intranquilo
Com a seca castigando
Só vejo o Grilo cantando
E o Tetéu dando um cochilo
Quem vendeu feijão por quilo
Já tá comprando feijão
 E a seca deixa o sertão
Sem esperança de nada
Hoje a seca fez morada
Na porta da precisão
                             (Aldo Neves)

Vesse um cabrito berrando
E a cabra sem ter mais leite
Mamona não dá azeite
Por ter os pendões secando
Sertanejo lamentando
E apela por salvação
E agora no meu sertão
Tem pedinte pela estrada
Hoje a seca fez morada
Na porta da precisão
                            (Jânio Leite)

POR AMOR FOI OFERTADO
NA MESA DA SALVAÇÃO
Mote: Josa Rabêlo

Quem sua fome saceia
Por mais feliz que esteja
Vai à porta da igreja
De quatro pra quatro e meia
Canta de barriga cheia
Com o rosário na mão
Que um pedaço de pão
Muita fome tem salvado
Por amor foi ofertado
Na mesa da salvação           
                         (Aldo Neves)

Foi Jesus filho de Deus
Que ele nos ofertou
E depois crucificou
Pra salvar os filhos seus
E hoje nos dias meus
Cada qual como cristão
Se seguissem sua lição
Poucos teriam pecado
Por amor foi ofertado
Na mesa da precisão
(Jânio Leite)

MOTE: SAUDADE QUE MATA UMA DISTÂNCIA
             DIMINUI A DISTÂNCIA DA SAUDADE
(Poetisa Dekiane)

Sou o ontem pensando no depois
Como o pássaro precisa do seu ninho
O amor necessita de carinho
Como a vida nos trás muitos complôs
É a noite uma cama pra nós dois
E nos trazendo a maior ansiedade
Quatro olhos chorando o pranto invade
Com dois corpos sentindo a mesma ânsia
A saudade que mata uma distância
Diminui a distância da saudade
                                            (Aldo Neves)

MOTE: SE TIVER POR AQUI UM NORDESTINO
              VAI CHORAR COM SAUDADE DO SERTÃO

Quer saber novidade da terrinha
Trago tudo guardado em meu arquivo
Manoel Pedro Clemente ainda está vivo
Marinês viuvou está sozinha
Zé Ramalho apartou-se de Amelinha
Os Batistas perderam o último irmão
A velhice envergou Frei Damião
E uma vaca matou Zé Marcolino
Se tiver por aqui um nordestino
Vai chorar com saudade do Sertão
                                              (Ivanildo Vila Nova, numa cantoria em São Paulo)


MOTE: SECA A PALHA DO MILHO BONECADO
              NA QUENTURA DO FOGO DO VERÃO

Murcha a folha do milho e se pendura
Parecendo que está  desprotegida
Uma parte da terra é ressequida
Nordestino não sonha com fartura
Vinte metros de um poço é fundura
Muitas vezes nem dá pra ver o chão
Não tem água que encha um caldeira
 Que só pranto do povo tem minado
Seca a palha do milho bonecado
Na quentura do fogo do verão
(Aldo Neves)

O poeta Aldo Neves fez um dia a´pos o aniversário de Josa Rabêlo...

Ô amigo agradeça vez em quando
Que a estrela se apaga depois brilha
Pela mãe, os amigos e a família
Que você já tem preso em seu comando
Onde a tarde eu ouvi telefonando
Mas eu estava em outra freguesia
Já cheguei a noitinha ao fim do dia
Agradeço o convite ao que me resta
Não estava presente em  tua festa
Mas te dou um presente em poesia

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