JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

domingo, 15 de julho de 2012

POETAS DA SEMANA

OLHOU, LIGOU!

SUA MÁSCARA CAIU NO MESMO DIA
QUE VOCÊ LEVATOUS-SE CONTRA MIM
PORQUE TUDO QUE É FALSO CHEGA AO FIM
POIS, NINGUÉM VIVE SÓ DE FANTASIA
A MENTIRA TAMBÉM TEM BATERIA
MAS TEM HORA QUE ACABA A “SOLUÇÃO”
E UM AMOR QUE SÓ VAI “NO EMPURRÃO”
VIRA UM CASO SEM SOLUÇÃO TAMBÉM
NUM AMOR VERDADEIRO OS OLHOS TÊM
O PODER DE LIGAR O CORAÇÃO!

ZÉ ADALBERTO

O batente de pau do casarão!
 

A saudade é uma flexa
Que invade o meu peito
Machucando de verdade
Este coração sem jeito
Que amou pela metade
Fez do amor vaidade
Saudade é seu efeito.

Clemilda Gonçalves
 

    • Pedro Fernandes
      ‎.
      .
      Há horas que não aceito
      Por meu peito ser assim,
      Sentir saudade daquela
      Que foi pra longe de mim,
      Se a lembrança dela aperta
      Aí de novo desperta
      Essa saudade sem fim !!
       
  • Cinco horas da tarde mãe fervia
    Um café lá no nosso casarão
    Aromático o café “morto” em pilão
    Visitava os dez vãos da moradia.
    Mesa posta, família e alegria
    Mãe servia o café com brevidade,
    Foi-se tempo e esse cheiro ainda invade
    Feito nódoa do tempo que não sai
    Cai a tarde, o sol desce, o dia vai
    Nasce a noite no colo da saudade.

    Lima Júnior

    • DEUS PINTA COM POESIA,
      A HORA DO SOL SE POR.

      UM SERTANEJO SUADO

      COM O CORPO CHEIO DE GRUDE
      VAI SE BANHAR NUM AÇUDE
      DEPOIS DA LUTA DO GADO.
      UM PASSARINHO INSPIRADO,
      ENCHE O PEITO,IGUAL TENOR,
      E O SOL APAGANDO A COR
      DA CLARIDADE DO DIA.
      DEUS PINTA COM POESIA
      A HORA DO SOL SE POR.

      DISTANTE SE ESCUTA O CANTO
      TRISTONHO DE UMA ACAUÃ
      E UM BANDO DE ARRIBAÇÃ,
      DEIXA O CÉU COM MAIS ENCANTO.
      SEIS HORAS ME SENTO E JANTO
      AO SOM DE UM RÁDIO MOTOR.
      E NESTA HORA O LOCUTOR
      SOLTA UMA AVE MARIA.
      DEUS PINTA COM POESIA
      A HORA DO SOL SE POR.

      SEIS E MEIA UMA GALINHA
      SAI CISCANDO DO TERREIRO,
      VOANDO PARA O POLEIRO
      E NUM GALHO DE PAU SE ANINHA,
      VEM SE UM CHEIRO DA COZINHA
      DE UM CAFÉ NO COADOR,
      E ACOMPANHANDO O SABOR
      BOLO DE MILHO EM FATIA.
      DEUS PINTA COM POESIA
      A HORA DO SOL SE POR.

      QUANDO A TARDE VAI CHEGANDO
      A PRAIA COMO UM ESPELHO
      REFLETE UM SOL BEM VERMELHO
      NA ÁGUA DO MAR CHIANDO.
      PARECE ATÉ DEUS SOPRANDO
      DA PRAIA AQUELE CALOR
      SOBE DA ÁGUA UM VAPOR
      NA HORA QUE AREIA ESFRIA.
      DEUS PINTA COM POESIA
      A HORA DO SOL SE POR.

      GLOSAS:JÚNIOR ADELINO
      MOTE:FELIPE PEREIRA
       
      Pedro Fernandes
      ‎.
      ..
      Se a querida deixou sua morada
      Depois de uma briga irrelevante,
      O remorso traz cheiro da amante
      E a vontade de vê-la é aguçada,
      Na cortina do machismo é ocultada
      O seu íntimo alterna guerra e paz,
      Busca calma num copo de São Brás
      Na gangorra da dúvida há recaída
      Não misture saudade com bebida
      Que quem bebe roendo vai atrás.

      Mote: Hitalo Patriota
      Glosa: Pedro Fernandes
     
    QUANDO UM PINGO DE CHUVA MOLHA O CHÃO
    ENCHE D’ÁGUA O OLHAR DO SERTANEJO.

    Vejo um pé de umbuzeiro amarelado
    um sinal que esse ano a chuva é pouca
    ouço um “papa-lagartas” de voz rouca
    com seu canto, agourar o chão molhado
    o rebanho sem água ameaçado
    esperado um trovão dar seu gracejo
    a cacimba abastece o lugarejo
    escavada na foz do ribeirão
    quando um pingo de chuva molha o chão
    enche d’água o olhar do sertanejo.

    o saber das antigas gerações
    procuravam sinais de trovoada
    doze pedras de sal enfileiradas
    no natal eram forte as emoções
    São José padroeiro dos sertões
    risca o céu faz surgir um relampejo
    o roncar do trovão, parece um beijo
    faz brotar nesse solo amor e pão
    Quando um pingo de chuva molha o chão
    enche d’água o olhar do sertanejo.

    Vendo a chuva o matuto se anima
    se esquece dos traumas da estiagem
    lindo verde que brota das folhagens
    mostra a nossa batalha contra o clima
    só nos resta ter fé no lá de cima
    esperar uma nuvem dar despejo
    os suaves respingos num gotejo
    e o caboclo transborda de emoção
    quando um pingo de chuva molha o chão
    enche d’água o olhar do sertanejo.

    No roçado a lavoura enverdecida
    enche a vista do nobre camponês
    a mulher tira o leite de uma rês
    um guri leva o gado pra bebida
    a formiga de asa faz subida
    uma abelha da flor tira o sobejo
    a cigarra assopra um realejo
    como quem faz da vida uma canção
    quando um pingo de chuva molha o chão
    enche d’água o olhar do sertanejo.

    O açude sangrando atrás de casa
    uma cabra parindo num chiqueiro
    um cachorro latindo num terreiro
    hoje o sol já não queima como brasa
    asa branca risonha bate asas
    outra coisa da vida, eu não almejo
    contemplando a beleza do que vejo
    ergo os braços ao céu, faço oração
    quando um pingo de chuva molha o chão
    enche d’água o olhar do sertanejo.

    -Henrique Brandão-

Nenhum comentário:

Postar um comentário