JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

sábado, 10 de novembro de 2012

AOS POETAS DE PLANTÃO



O sol está inclemente/
O chão todo esturricado/
Falta alimento pro gado/
Trabalho pra nossa gente/
O sertanejo é quem sente/
Fica sem rumo e sem chão/
Vendo a sua criação/
Com tanta perda de vidas/
A CHUVA SARA AS FERIDAS/
QUE A SECA FAZ NO SERTÃO/

MOTE: Hesdras Souto.
GLOSA: Josa Rabelo.


Quando chega a estiagem
Afugentando a tormenta
Queima a seca violenta
Acinzentando a paisagem
Sertanejo pega a rodagem
Pra escapar um verão
O sol acende o clarão
Deixando a terra ressequida
Só chuva sara as feridas
Que a seca faz no sertão

Água seca nos barreiros
Construídos de emergência
Mas não têm a resistência
Pra segurar dois janeiros
Bichos morrem nos terreiros
E urubu faz plantão
Mirando a putrefação
Das criaturas carcomidas
Só chuva sara as feridas
Que a seca faz no sertão.

Pedro Torres Filho


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