JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

domingo, 30 de dezembro de 2012

BENDITA SEJA A POESIA E SUAS VERTENTES


 
Réquiem para a leveza

Palavras semeadas
Em versos concentrados
Desses que verme algum corrói
Nem o cupim da indiferença rói

Que ante a escuridão retinem, aclarados
Que tingem o silêncio, ao serem declamados
Ou que no barril do tempo
Mais e mais são destilados

Palavras acolhidas em versos burilados
Serão meu trunfo e meu legado
Quitessência do meu sonho
Impresso ou projetado

Obra qualquer que eu tenha construído
Valor nenhum terá, além de alguma luz
Que em lume escrito tenha se configurado

Quando eu me for, em meu silêncio
Nada levarei, além da leveza de nada levar
(Dos valores com os quais nunca me iludo)

Nada levarei de meu
Porque, de mim
Deixarei tudo

Virgílio Siqueira

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