BENDITA SEJA A POESIA E SUAS VERTENTES
Réquiem para a leveza
Palavras semeadas
Em versos concentrados
Desses que verme algum corrói
Nem o cupim da indiferença rói
Que ante a escuridão retinem, aclarados
Que tingem o silêncio, ao serem declamados
Ou que no barril do tempo
Mais e mais são destilados
Palavras acolhidas em versos burilados
Serão meu trunfo e meu legado
Quitessência do meu sonho
Impresso ou projetado
Obra qualquer que eu tenha construído
Valor nenhum terá, além de alguma luz
Que em lume escrito tenha se configurado
Quando eu me for, em meu silêncio
Nada levarei, além da leveza de nada levar
(Dos valores com os quais nunca me iludo)
Nada levarei de meu
Porque, de mim
Deixarei tudo
Virgílio Siqueira
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