JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

domingo, 3 de março de 2013

POETA DA SEMANA

ZÉ DE MARIANO

INSPIRAÇÃO

Um poeta transpira poesia
Como os pingo da brisa à madrugada,
Ao olhar para a lua enamorada
Dos amantes fiés da bomemia.
Na espera da noite, a nostalgia
De uma tarde que esteve fumegante,
Onde o sol perde status de gigante,
Se despede do trono pesaroso,
Caminhando à procura de repouso
No aconchego dos braços do horizonte.

Nas estrelas brilhando a imensidão
Enfeitando o painel da natureza,
No desfile de moda da burguesa,
Na tristeza do canto de um carão,
Na paisagem cinzenta do sertão,
No desprezo humilhante da campina...
Quando a seca terrível predomina,
Não se inspira o poeta, ele conhece
Que na planta da roça que não cresce
É um grão de miséria que germina.

Na leveza do vento carregando
Uma folha da planta que secou,
No açude que a sequidão deixou
Palmo a palmo na lama se rachando...
E o poeta começa imaginando:
Ao contrário da seca, o bom seria 
O açude com água na sangria,
A folinha pingando com orvalho
E o vento soprando no seu galho,
Misturando beleza e poesia.

Nas loucuras do mar beijando a areia,
Nas robustas colunas de um rochedo,
Na ciência das galhas de um arvoredo
Que só brota depois da lua cheia.
Do primata guardando sua aldeia
Às metrópoles, progresso da nação.
Nos momentos de dor e solidão
Ou no eco do grito da vitória
No diário de sua inspiração.

Nas manhãs de inverno as andorinhas
No cortejo das horas do arrebol,
Nas abelhas sugando o girassol,
No compasso dos passos das rolinhas...
E o poeta descreve em tortas linhas
O que muitos nem tentam em linha reta.
Sábias são as palavras de um profeta
Quando diz que a riqueza de uma rima
É JESUS curiando lá decima
Rabiscando na mente do poeta.








Nenhum comentário:

Postar um comentário