JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

quinta-feira, 11 de abril de 2013

TUPARETAMA, 51 ANOS!!!!


Vamos começar o dia de aniversário da Princesinha do Pajeú, Tuparetama, 5l anos, com estes dois gênios da poesia:


RAIMUNDO CAETANO E JOÃO PARAIBANO, NO 1º DESAFIO DE CANTADORES PINTO DO MONTEIRO.

R. C.
As lagoas estão esturricadas
Já secaram as cacimbas de beber
Carros pipas voltaram pra encher
Uma fila de latas nas calçadas
As carcaças de bois pelas estradas
Uma cena que corta o coração
O tapete de ossos pelo chão
E urubu nas estacas pastorando
SÃO DOIS ANOS DE SECA CASTIGANDO
AS FAMÍLIAS SOFRIDAS DO SERTÃO

J. P.
Tanta chuva na região sudeste
E aqui só tem cinza pela serra
Não tem sombra cobrindo o chão da terra
Quando o “corpo” da mata não se veste
O inferno do mundo é do nordeste
Se Jesus não tiver de compaixão
Esperança não morre no verão
Mas a nossa tá quase desbotando
SÃO DOIS ANOS DE SECA CASTIGANDO
AS FAMÍLIAS SOFRIDAS DO SERTÃO

R. C.
Sem pastagem no campo, água no poço,
Nada vale o apoio da Cidagro
De faminto o cavalo está tão magro
Mal sustenta os arreios no pescoço
O bezerro é somente couro e o osso
Pra cair só precisa um empurrão
E quem comprou muito caro a criação
Tá vendendo barato, quase dando.
SÃO DOIS ANOS DE SECA CASTIGANDO
AS FAMÍLIAS SOFRIDAS DO SERTÃO


J. P.
Berra o gado nas brechas da cancela
Ruminando o facheiro que engole
Onde tem uma folha não se bole
Qu’ nem vento tem mais soprando nela
Quem olhar pelo canto vê panela
Emborcada na cinza do fogão
Sem ter dentro caroço de feijão
Pra o menino que pede à mãe chorando
SÃO DOIS ANOS DE SECA CASTIGANDO
AS FAMÍLIAS SOFRIDAS DO SERTÃO

R. C.
Sem apoio nenhum sem assistência
Esse quadro de seca só piora
Sertanejo faz plano de ir embora
Mas insiste na sua permanência
O Decreto de Estado de Emergência
Tá ficando comum na região
Quem aposta na fé da oração
Não consegue um milagre nem rezando
SÃO DOIS ANOS DE SECA CASTIGANDO
AS FAMÍLIAS SOFRIDAS DO SERTÃO

J. P.
Como é triste se vê uma Turina
Demonstrando a fraqueza quando berra
No lugar que urina lambe a terra
Se nutrindo do sal da própria urina
Você a cava a cacimba, mas não mina,
Só tem lama cobrindo o cacimbão
Juriti olha tanto o pé no chão
Que desmaia do céu cai voando
SÃO DOIS ANOS DE SECA CASTIGANDO
AS FAMÍLIAS SOFRIDAS DO SERTÃO

R. C.
No olhar da pra vê o desespero
Que envolve as famílias mais sofridas
Nossas chances parecem reduzidas
De ver água sobrando num barreiro
De arrogar caminhão do atoleiro
De comer milho assado no São João
De lacrar silos cheios no galpão
E ver roçados de milho penduando
SÃO DOIS ANOS DE SECA CASTIGANDO
AS FAMÍLIAS SOFRIDAS DO SERTÃO

Nenhum comentário:

Postar um comentário