JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

quinta-feira, 28 de julho de 2011

POETA HÉLIO FERREIRA

AS ESTRADAS DO PAJEÚ

O povo da região de Afogados da Ingazeira tem sofrido com o descaso público com as estradas regionais. Muita gente de lá já fez manifesto, mas, parece que nosso governador não viu, não ouviu, não sentiu. Quando vejo os lamentos do povo do pajeú e a cara das estradas, fico “um tanto quanto envergonhado” de ter votado em Eduardo Campos, que faz de maneira geral uma boa administração, com desempenho que pode projetá-lo nacionalmente, mas, parece que se esqueceu do pajeú, celeiro da poesia e de tantos outros grandes valores. Pedindo permissão a alguns mestres da poesia que já fizeram alguns apelos e pedidos poéticos ao governador de Pernambuco, peço que deixem-me que agora, sem ter conhecimento de métrica e de poesia como eles, apenas de causa e efeito, fazer um desabafo em verso. Segue “ao nosso governador”:

NINGUÉM AJEITA A ESTRADA

Nem o deus da poesia
Nem promessa de beata
Nem açoite de chibata
Nem a própria rebeldia
Nem a força da alquimia
Nem assim foi eficaz
Ninguém mais sabe o que faz
De nada adianta nada
Ninguém ajeita a estrada
Nem o neto de Arraes

Nem o voto foi capaz
Nem a “politicaiada”
Ninguém dá jeito na estrada
Nem no neto de Arraes
Voto dado é voto jaz
Não desfaz está sem jeito
Se não foi dado direito
Só resta a decepção
Mais uns buracos no chão
A esperar novo pleito

Mas a cara do eleito
Que vai pra televisão
Não tem nenhum arranhão
Buraco ou ruga ou defeito
Com o riso todo satisfeito
Diz que vai ser muito mais
Diz o que fez e o que faz
Diz que é daqui pra melhor
Mas o sertão está pior
Do que uns tempos atrás

Petrolina/PE, 17/07/2011
Hélio Ferreira

MULHER QUE MUITO REBOLA
UM DIA PODE CAIR... (Ou no chão ou na lábia)

Usa tomara que caia
Toda mulher assanhada
De bunda arrebitada
Vai no caminho da praia
Ela roda tanto a saia
Que faz a saia sair
Que ela desiste vestir
O seu corpinho de mola
Mulher que muito rebola
Um dia pode cair

Se for usar fantasia
Pra dançar no carnaval
Só usa um fio dental
Mostrando sua euforia
Pula dentro da folia
Para o seu corpo exibir
Faz um bambolê bulir
Quebra cintura na argola
Mulher que muito rebola
Um dia pode cair

Não tem dia nem hora
É sempre no salto alto
Na buraqueira do asfalto
Na rua onde ela mora
Não tem problema, ignora
Se um buraco surgir
Seu salto vai resistir
Não quebra nem se atola
Mulher que muito rebola
Um dia pode cair

Nunca sofreu tropeços
Anda pra qualquer lugar
Da cabeça ao calcanhar
Está cheia de adereços
Que se ela botar preços
Vai ser loja de souvenir
Bota batom pra dormir
Não tira os brincos de angola
Mulher que muito rebola
Um dia pode cair

Desperta os olhares
Na rua quando passa
Quando sacode na praça
Joelhos e calcanhares
Não liga pros polegares
Nem as mãos do aplaudir
Se for para iludir
Num escuta nem corriola
Mulher que muito rebola
Um dia pode cair

Petrolina/PE, 24/07/2011
Hélio Ferreira

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