JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

domingo, 13 de novembro de 2011

POETA DA SEMANA - DEDÉ MONTEIRO

 

MEU SONETEAR


Não soneteio tão bem como dizes

Mas quando o faço, quando soneteio
Faço-o ansioso por deixar felizes
Almas que sonham sem qualquer receio.

Faço-o seguindo as mesmas diretrizes

De alguém que pisa num plantio alheio
Cheio de brotos, prenhe raízes
E um espantalho a vigiar no meio.

Esse plantio são os dois quartetos

Que, atravessados, juntam-se aos tercetos,
Campo minado não cruzado ainda.

Se cruzo intacto, seem que nada exploda,

Minha alegria se esparrama toda
E eu mesmo aplaudo a minha peça finda. 


Na defesa do Nordeste,
Nosso querido lugar,
Luiz foi mandacaru
Com valentia sem par,
Cutucando todo mundo
Pra ver a pátria acordar!

Precisamos de Santanas

Como a que gerou Luiz;
De Januários também,
Matutos de bom verniz,
Pra nos servirem de bênção,
Exemplo, espelho e raiz.
Bênção que fala de paz,
Exemplo que exige mais,
Espelho que tudo diz,
Raiz profunda e segura,
Que interfira na cultura
E dê vergonha ao pais!



VOLTEI DE NOVO

Voltei de novo, São José da arte,
Pra, num abraço em tua gente amiga,
Humildemente reverenciar-te
E carimbar nossa amizade antiga!

Voltei de novo, que a saudade obriga,

E eu não podia, enquanto o tempo parte,
Lançar um livro e não apresentar-te.
Seria ofensa das que Deus castiga.

Voltei de novo pra estreitar os laços

Com “Patriotas”, com “Marinho” e “Passos”,
Gente que passa e se transforma em mito!

Voltei de novo, terra de Vinícius,

Pra te dizer, sem precisar comícios:
Eu te admiro, São José do Egito!

Dedé Monteiro 


No dia de abandonar
O meu torrão querido,
Ouvi meu próprio gemido
A me pedir pra ficar…
Mas, vendo que de voltar
Havia pouca esperança,
Triste como uma criança
Que está com fome ou com sede
No punho da minha rede
Deixei um nó por lembrança  





PRA QUEM SABE OLHAR PRA TRÁS
NÃO HÁ RUA SEM SAÍDA.


Errou? Tente consertar,
Como muita gente fez.
Não troque o "sim" no "Talvez"
Nem dê bolas pro azar.
Perdeu? Procure ganhar.
Subiu? Pense na descida.
Viu que passou da medida?
Preste atenção nos sinais.
Pra quem sabe olhar pra trás,
Não há rua sem saída.

Mote de Giuseppe Mascena, retirado de uma música de Hebert Viana, vocalista de Para-lamas do Sucesso.

Glosa de Dedé Monteiro. 


Uma cruz faz lembrar o Rei da Glória
Trucidado por nossa incompetência
Uma história relembra uma existência
Com momentos de perda e de vitória
Uma estrada que além da própria história
Conta a vida da gente antepassada
Por quem passa precisa ser lembrada
Pois a estrada é a mãe do movimento
Não merecem ficar no esquecimento
Uma cruz, uma história e uma estrada.

Num barco de sonhos embarquei com ela
Fugindo dos roncos da modernidade
E a praia deserta da felicidade
Serviu de cenário pra nossa "novela".
Deitado na areia com minha "donzela"
Não via a carreta do tempo girar
Na frente, ondas brancas, por trás, um pomar;
Do lado, os encantos da minha princesa
E em cima, o céu claro filmando a beleza
Dos nossos momentos na beira do mar.


Deus, o gênio primeiro sem segundo,
Inspirou-se em si mesmo pra criar.
Fez o céu, fez a terra, fez o mar,
Céu repleto de estrelas, mar profundo.
Sobre a terra criou tudo no mundo,
Sem problema nenhum com lei qualquer.
Desde a lesma, que nem se alui sequer,
Ao veado com tanta rapidez.
Mas, de todas as obras que Deus fez,
A mais nobre e perfeita é a mulher!
Fez nascer sobre a terra mil pomares,
Que viraram, depois, enormes selvas;
Aves mil fez surgir por sobre as relvas
Que cresciam por todos os lugares;
Lançou peixes e sal dentro dos mares,
Fez a Lua e o Sol pra quem quiser.
Tudo quanto Ele fez se fez mister,
inclusive o que o tempo já desfez.
Mas, de todas as coisas que Deus fez,
A mais bela e perfeita é a mulher!
Deus, depois que criou fera por fera,
Luz por Luz, mar por mar, planta por planta,
E depois de espalhar beleza tanta
Na grandeza sem fim da atmosfera,
Satisfeito com tudo o que fizera,
Fez ADÃO e lhe disse: “o que é que quer?”
- Uma esposa, Senhor, mas, se puder,
Diga a ela que cumpra Suas leis…
E eu direi: “entre as obras que Deus fez,
A mais pura e perfeita é a mulher!”
A bondade da Santa Providência
Deu a todos a riqueza em plenitude:
Alegria, esperança, paz, saúde,
Amizade, vergonha, consciência,
Confiança, bondade e paciência,
Pra topar a parada que vier.
E ensinou a fugir de Lúcifer,
Pra mostrar que a maldade não tem vez.
Mas, de todas as obras que Ele fez,
A mais nobre e perfeita é a mulher!
Deus fez tudo o que quis na sua empresa,
Diferente de mim que nada fiz:
Deu à águia a visão de um raio-x,
Pra de cima avistar a sua presa;
Colocou no pavão toda a beleza
Que a coruja pra si também requer;
Fez macaco com cara de “chofer”
E a girafa tão alta que dá três,
Mas, de toda as obras que Ele fez,
A mais bela e perfeita é a mulher!
Mas o mundo tornou-se desigual,
E a mulher é também desrespeitada.
No trabalho, é a mais discriminada
Por patrões sem respeito e sem moral.
IGUALDADE é um sonho especial
Que se em realidade se fizer,
Mudará, dê o caso no que der,
Comprovando, sem sombras de talvez,
Que, entre todas as coisas que Deus fez,
A mais nobre e perfeita é a mulher!
As mulheres que, há muito pouco atrás,
só podiam ser mães e professores,
Hoje em dia viraram senadoras,
Deputadas, ministras, tudo o mais…
Dentro em breve teremos generais
De saiote, de brinco e mal-me-quer…
E se um dia uma delas me disser
Que vai ser presidente, eu acredito!
Pois das coisas que Deus fez de bonito,
A mais forte e perfeita é a MULHER!

                                        DO BLOG NA CACIMBA DA POESIA

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