JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

domingo, 1 de janeiro de 2012

POETAS DA SEMANA

Rômulo Nunes
Vi pelado sem folha o marmeleiro
Toda fauna não sei como se esconde
A casaca de couro não responde
Nem o galo que canta no terreiro
Terra boa parece um tabuleiro
Sem ter planta nenhuma a florescer
E num passo de mágica, se chover
Modifica essa tal vegetação
que transforma a paisagem do Sertão
Hibernando na seca pra viver.

Pedro Nunes Filho
Vi caatingas desertas cor de prata
Nos desvãos de imensas serranias,
Baraúnas torcidas nas porfias
Violentas que sopram contra a mata,
Criminosa é a mão que desacata
A vontade suprema de um ser,
Num bioma que morre pra nascer,
Basta apenas librina e o trovão
Que transforma a paisagem do Sertão,
hibernando na seca pra viver.

Rômulo Nunes
Vi secar açudes e barragens
Rio, poço, até o bebedouro
Vi de sede morrer o melhor touro
E de fome porque não tem pastagens
Sertanejos que fitam nas miragens
Espiando pro céu querendo ver
Um pedaço de nuvem escurecer
Acabando no ano esse verão
Que transforma a paisagem do Sertão,
hibernando na seca pra viver.

Pedro Nunes Filho
Vadiei na lagoa panati
procurando rebanho espatifado
não havia vaqueiros encourados,
nem chocalhos tocando par ali,
preparou-se uma chuva pra cair,
logo o céu começou a escurecer
vinha água caindo pra valer
escorrendo de bolo pelo chão
que transforma a paisagem do Sertão
Hibernando na seca pra viver.

Rômulo Nunes
O cambão de milho se acabou
Hoje a ave que vejo é urubu
Vivo aqui a cortar mandacaru
Para o gado que a seca não matou
Meu cavalo de fome já tombou
Muitas vezes não sei o que fazer
Só queria ao menos poder ver
O trovão o relâmpago e seu clarão
Que transforma a paisagem do Sertão,
Hibernando na seca pra viver
DO BLOG DO POETA BELMONTENSE

CLANDESTINO AMOR

Condena pecado, um pobre mortal
Exposto ao desejo de amor e a ventura
Mas, deixa-me ter na boca a doçura
De um amor insano incondicional

Condena-me e faz de um ser normal
Expulsa de mim, toda essa loucura
Que me dá prazer e que me tortura
Mas, que me tortura, sem conter mal

Vem, doce pecado condena-me à sorte
Vem propor a pena que me leva à morte
Ou a desventura de não ter vivido.

Vem pecado amargo que atormenta tanto
Vem embriagar-me sem causar espanto
Vem espor-me às custas de amor bandido
(Poeta Desconhecido)


Inda achei duas bandas de um papeiro
Onde mãe cozinhava o meu mingau
Um mourão enterrado num curral
E o restante da cinza de um bueiro
Um pavil enfeitando um candeeiro
Que acendendo de noite eu me queimei
E uma foto quando eu me batizei
Com os anos perdeu a qualidade
Encontrei uns pedaços de saudade
No monturo da casa que morei
(Poeta Aldo Neves)

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