JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

domingo, 19 de fevereiro de 2012

POETAS DA SEMANA


No sertão o trovão anunciou
O inverno chegando novamente
Se prepara uma nuvem no nascente
E o braseiro da seca se apagou
O  relâmpago de noite dá um show
Parecendo um matuto com um facho
E a enchente descendo serra abaixo
Faz a terra ficar com duas caras
Um caniço na cheia entorta as varas
Que se perde nas curvas do riacho
(ALDO NEVES)

Do seu peito eu já fiz uma hospedagem
Fui artista de um filme sem novela
Todo sonho que tenho estou com ela
E quando acordo não vejo a sua imagem
Pra dizer que está bom falta coragem
E pra dizer que está ruim estou aqui
O meu prédio de beijos vai cair
Que à metade do teto já pendeu
Esqueci a mulher que me esqueceu
Só preciso esquecer que me esqueci
MOTE: HÉRCULES NUNES
GLOSA: ALDO NEVES

Esqueci que esquecer era impossível
E lembrar de lembrar-te é tão presente
Como posso fazer-se indiferente
Se a paixão que há em mim é tão visível
Versejar para mim não é plausível
Nessa décima dizer que não caí
Num poema dizer que já venci
Se o meu estro sem ela arrefeceu
Já esqueci a mulher que me esqueceu
Só preciso esquecer que me esqueci
MOTE E GLOSA: HÉRCULES NUNES

Sou da terra onde a morena
Veste a blusa transparente
Se escora na janela
À espera do pretendente
Deixando o cheiro dos seios
Na madeira do batente
(Pedro Bandeira)

CEGO DE AMOR

Posso estar ao rezar aos pés de Deus
Contemplando Maria Concebida
Vendo o céu, vendo a terra, vendo os meus
Sem te ver, nada vejo em minha vida

Envolvi minha vida em tua vida
Tua vida envolveu os dias meus
Hoje a vida só é desenvolvida
Quando eu vejo a visão dos olhos teus

Se te vejo e na hora que estou vendo
Vou me vendo, te vendo e revivendo
Como eu vivo vivendo sem viver

És a única ilusão que ainda carrego
Só capaz de pedir pra ficar cego
Se eu olhar para o mundo e não lhe ver


Lourival Batista estava numa cantoria, quando chega um conhecido que estava vendendo um terreno perto do Ambó... E aí Louro disse: Aquele né, aquele “sitim”?
Zé Preto, querendo tornar público sua intenção, pediu a Louro que o mesmo começasse a cantar e todo mundo estivesse olhando pra ele, Louro, já era estratégia de marketing, diz aí que eu estou vendendo e o preço é meio milhão de Cruzeiro... Passou oprimeiro, o segundo baião e nada... Louro Meu terreno... terceiro, quarto e quinto baião e nada... quando foi começar o sexto baião, Zé preto colocou um trocado na bandeja e disse: Louro, tô pagando pra você falar no meu terreno...Aí Louro fez a propaganda...

Zé Preto tem um terreno
Bem na beira da estrada
Quem olhar não se agrada
Porque é rui e pequeno
Não tem quem compre veneno
Que mate seus formigueiros
De planta tem dois coqueiros
E a casa é um muquiço
E ainda pede por isso
“Milhão e meio” de Cruzeiro

Poeta Louro Branco falando de um bêbado...

Um bêbado nunca relça
Com a sua matéria bamba
Quando vai dançar um samba
Termina dançando valsa
Quando via vestir uma calça
Bota a braguilha pra trás
Numa perna dá demais
Na outra perna nem cabe
Só um ser que bebe sabe
O que é que um bebo faz




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