JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

POETA DA SEMANA

Edmilson Ferreira e Raimundo Nonato
 

Edmilson Ferreira
Nós dois viemos munidos
de viola pra tocar,
mas quando o cérebro constrói
um verso pra se cantar,
nós tiramos da cabeça
e arremessamos ao mar.
Raimundo Nonato
Jorge pediu pra cantar,
sem causar nenhuma afronta,
o pinho que a gente toca,
o verso que a mente monta,
o mar que é continente,
que eu não sei quem toma conta.
Edmilson Ferreira
Viola não se desmonta,
versos não são submersos,
no mar que possui mistérios,
que tem tubarões perversos,
vai ter que parar um pouco
pra escutar nossos versos.
Raimundo Nonato
Eu contemplo os universos,
admiro a imensidade,
e a viola quer que eu toque,
o baião de qualidade,
o verso espera que eu cante,
e o mar espera que eu nade.

Edmilson Ferreira
Viola se compromete
acordar pra o desafio,
o repente é sempre quente
e o mar sempre verde e frio,
e a gente junta eles três
dentro do mesmo elogio.
Raimundo Nonato
Eu não tou sentindo frio,
mas tou seguindo os assuntos,
o mar, viola e repente,
pra formar os três conjuntos,
o mar perto, Deus bem longe,
mas aqui estamos juntos.
Edmilson Ferreira

Viola enfeita os assuntos,
possui de cordas um feixe,
o mar tem embarcações,
desde o navio ao peixe,
e o repente só é feito
se pedir que a musa deixe.
Raimundo Nonato
Verso que eu tenho cantado,
na viola com seus dós,
o mar se parece um filme,
que os atores somos nós,
o vento acompanha a música,
Deus bota a segunda voz.
Edmilson Ferreira
Aqui não estamos sós,
aqui Jesus nos inspira,
as ondas tocando leve,
repentes ao som da lira,
não se vê melhor cenário
para o mister caipira.
Raimundo Nonato
A nossa dupla se inspira
e no final paga a promessa,
verso com métrica e com rima
viola com corda e peca,
e o mar com tantos quilômetros,
que não tem ninguém que meça.
Edmilson Ferreira
O repente é feito à beça,
com rima distribuída,
a viola é de madeira,
por artesão construída,
e o mar um eterno espelho,
onde a lua é refletida.
Raimundo Nonato
A arte é a nossa vida,
um caldeirão de talentos,
a viola é presa aos braços,
o repente solto aos ventos
é o Titanic da rima
no mar dos meus pensamentos.
Edmilson Ferreira
Com viola a gente canta
pra que o público não confunda,
o mar, o gigante vivo,
que tem água rasa e funda,
e viola, um outro oceano,
onde o repente se inunda.
Raimundo Nonato
É primeira e não segunda,
essa festa de prazer,
o baião que eu sei tocar,
o verso que eu seu fazer,
e o mar da água salgada,
que eu vou morrer sem beber.
Edmilson Ferreira
Na viola eu sei fazer,
o verso não desencalma,
pra o mar, eu peço silêncio,
pra o viola, eu peço palma,
o mar alimenta a vida,
o verso alimenta a alma.

Raimundo Nonato
Nesse meio a gente ensaia,
e o verso no mar reflete,
viola tem cinco letras,
repente, letras tem sete,
o mar tem apenas três,
são seis quando se repete.
Edmilson Ferreira
Dentro desce nosso ritmo,
a Deus tenho perguntado,
como é que a viola é feita,
como o repente é cantado,
como é que o coco é tão doce,
perto dum mar tão salgado.

FONTE:
BLOG DA BESTA FUBANA

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