JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

JOSEMAR RABELO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

domingo, 9 de dezembro de 2012

POETAS DA SEMANA

Improvisos de Geraldo Amâncio e Valdir Teles com o mote:

Quando eu era criança
Meu mundo era diferente.


Valdir Teles
Na viola eu aconselho
às crianças de hoje em dia,
que o período que eu vivia,
eu lia noutro evangelho,
tomava bênção a pai velho,
mesmo sem ser meu parente,
hoje no lugar da gente
já existe uma mudança.
Quando eu era criança
meu mundo era diferente.


Geraldo Amâncio
Já mudou a tradição,
da nossa velha morada,
não tinha mulher pelada
passando em televisão,
nem existia ladrão,
que vive assombrando a gente,
o bandido atualmente
acaba a nossa esperança.
Quando eu era criança
meu mundo era diferente.



Valdir Teles
Minha vida no sertão
era de casa pra roça,
morando numa palhoça,
mamãe no pé do fogão,
não tinha cirurgião
pra curar nem dor de dente,
mas mamãe dizia a gente
tire o dente, que balança.
Quando eu era criança
meu mundo era diferente.


Geraldo Amâncio
Nesse tempo o Rio tinha
uma vida mais bondosa,
cidade maravilhosa,
que não mandava Rosinha,
o bandido da Rocinha,
comandando o ambiente,
com R 15 na frente,
toda noite tem matança.
Quando eu era criança
meu mundo era diferente.


Valdir Teles
Lá não se fazia ensaio
dessas músicas de hoje em dia,
mas havia cantoria,
repentista igual um raio,
os 30 dias de maio,
rezavam diariamente,
era a santa lá na frente
e atrás a vizinhança.
Quando eu era criança
meu mundo era diferente.


Geraldo Amâncio
Minha mãe com toda fé,
fez promessa, teve zelo,
deixou crescer meu cabelo,
pra levar pra Canindé,
pagou a promessa a pé,
que era muito inteligente,
andando e passando o pente,
alisando a minha trança.
Quando eu era criança
meu mundo era diferente.


Valdir Teles
Morava numa ribeira,
encostado no roçado,
perto do curral do gado,
vizinho da ribanceira,
mamãe não tinha canseira,
logo cedo no batente,
fazia papa pra gente,
do leite da vaca mansa.
Quando eu era criança
meu mundo era diferente.


Geraldo Amâncio
Eu sou duma freguesia,
que é bom que você me ouça,
se o homem ofendesse a moça,
ia pra delegacia,
tem comprimido hoje em dia,
que empata a nascer gente,
se transa diariamente
e a mulher não cresce a pança.
Quando eu era criança
meu mundo era diferente. 


Glosas de Raimundo Caetano com o mote
Já que o sonho me traz tanta esperança,
Quero ter todo tempo pra sonhar


Vou seguindo milhões de itinerários,
vou mudando de estradas por segundos,
minha mente vislumbra vários mundos,
de reais e também de imaginários,
tou na linha de alguns visionários,
porque sou um poeta a navegar,
sei que o sonho tem muito a projetar
que a mente trabalha e nunca cansa.
Já que o sonho me traz tanta esperança,
quero ter todo tempo pra sonhar.


Se o destino me vem com ironia,
e da sorte se eu estou distanciado,
mas eu sonho dormindo e acordado,
sei o que o sonho não é só fantasia,
sei que nunca acertei na loteria,
mas eu tenho vontade de acertar,
eu reservo dinheiro pra jogar,
e qualquer dia essa sorte inda me alcança.
Já que o sonho me traz tanta esperança,
quero ter todo tempo pra sonhar.


Sei que o sonho na mente se conserva,
isso aí eu já tenho do passado
e quem antes fugia do meu lado,
hoje em dia me vê e me observa,
eu entrei nessa arte de reserva,
mas galguei a função de titular,
hoje eu tenho lições pra repassar
aos poetas da minha vizinhança.
Já que o sonho me traz tanta esperança,
quero ter todo tempo pra sonhar.

 
Eu se antes agi como bandido,
hoje em dia eu ajo é como irmão,
aprendi ajudar partir o pão
e do mendigo curar o seu gemido,
eu senti meu espírito poluído,
estou fazendo mil preces pra limpar,
e ao findar a limpeza eu hei de entrar
no reinado da bem-aventurança.
Já que o sonho me traz tanta esperança,
quero ter todo tempo pra sonhar.


DO BLOG DA BESTA FUBANA

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